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AGENDA CULTURAL

A primavera no Fidalgo

“É necessário sair da ilha para ver a ilha,
não nos vemos se não nos saímos de nós” – José Saramago

 

Artur Fidalgo galeria, Rio de Janeiro, RJ, apresenta Suzana Queiroga com “Sobre ilhas e nuvens” e Daniel Tucci com “O que há de mais profundo no homem é a pele”, ambos em uma viagem fantástica e emocionante no coração de Copacabana! Suzana Queiroga, que também está em cartaz com a exposição “Olhos d’Água” no MAC-Niterói e com “Vida Secreta”, na vitrine da Travessa Ipanema, traz uma série inédita de pinturas, além de uma escultura e um vídeo. Sua narrativa, que paira no horizonte da melancolia, aborda com leveza a questão da transitoriedade. Daniel Tucci, que participou no mês passado da exposição “Em Obras”, com curadoria de Franz Manata, ocupa o Armazém Fidalgo e uma parte da galeria com uma instalação impactante sobre identidade.

 

 

Suzana Queiroga em “Sobre ilhas e nuvens”

 

Ela saiu em busca de ilhas desconhecidas e resolveu ter como guia as nuvens passageiras do céu. Uma missão que só poderia cair nas mãos de quem sabe sonhar. Explorou uma paleta de azuis profundos, violetados, cinzas azulados, chumbos esverdeados, rosas alaranjados. O tempo voa. Todos os tons que brilham dentro do infinito do céu, atravessam a pressão atmosférica e cortam a profundidade dos mares. O tempo escorre. Luz e vibração. Com sutileza e determinação, encontrou o que buscava. Nesse caminho solitário de quem se aventura na busca pelo desconhecido, Suzana Queiroga pintou a transitoriedade e o sublime. Revelou ilhas e nuvens que satélite nenhum seria capaz de registrar. Se na exposição do MAC, seu inflável suspenso no teto do museu tem o peso trágico da morte do pai, na galeria, as nuvens tem a leveza de quem aprendeu a contemplar a impermanência das coisas. Além de trazer esses tesouros, Queiroga mostra uma impressão na parede, singela e sutil, que durará somente o período da exposição. Apresenta também, pela primeira vez, desenhos e uma grande pintura.

 

 

Daniel Tucci em “O que há de mais profundo no homem é a pele”

 

Partes, camadas, relações, o impensado. Tudo é manifesto na superfície, como escreveu o filósofo francês Valéry em frase que dá título à instalação: “Ce qu’il y a de plus profond en l’homme, c’est la peau”. O tatuador e artista plástico Daniel Tucci apresenta uma instalação com mais de 500 autorretratos. Em um mergulho no conceito de identidade na pós-modernidade, Tucci se multiplica como a força de uma propaganda bolchevique. Não resgata uma ideia platônica de representação, nem benjaminiana da reprodução versus a aura do autêntico. Tucci revela o ser que se torna a partir da junção de camadas de diferenças, conflitos e dualidades. No centro da vitrine do Armazém Fidalgo, coberta por centenas de azulejos com seu autorretrato em vermelho (a imagem é de um autorretrato sobreposto sobre um lenço de papel usado para limpar tatuagem), está uma escultura da cabeça do artista composta por mais de 70 camadas de acrílico forradas por esses lenços. Conforme o visitante de aproxima da vitrine e se posiciona no centro, ele percebe a formação do rosto do artista. Dentro da galeria, um autorretrato de 200×150 cm, feito a partir da trama de papéis que ele usa para limpar tatuagens impõe sua presença. Ali também serão expostos um lenço com sua imagem em silkscreen e azulejos.

 

De 17 de outubro até 16 de novembro.

 

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