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AGENDA CULTURAL

Alejandro Otero no Brasil

O IAC – Instituto de Arte Contemporânea –, apresenta na Estação Pinacoteca, Largo General Osório, São Paulo, SP, “O Espaço Ressoante. Os Coloritmos de Alejandro Otero”, primeira grande individual no Brasil do artista venezuelano. Pintor e escultor, Alejandro Otero é um dos mais prestigiados nomes na história da abstração. Em sua prática, desenvolveu uma pesquisa lúcida e coerente que lhe permitiu gradualmente resolver questões artísticas, esgotando suas possibilidades que o conduziram às últimas consequências compositivas.

 

COLORITMOS

 

A Estação Pinacoteca exibirá mais de 40 “Coloritmos”, cedidas por coleções públicas e privadas. Otero produziu a série entre 1955 e 1960, valendo-se de um processo construtivo que integrava diferentes tipos de espaço em um único plano pictórico. As obras “transbordam do plano e lançam-se ao espaço arquitetônico, cingindo-o”, segundo o artista, que propôs a noção do plano como campo espacial de forças em expansão, funcionando simultaneamente como pintura, volume e arquitetura.

 

Pintados com tinta-laca industrial brilhante Duco aplicada a revólver ou rolo sobre madeira ou Plexiglas, os Coloritmos são módulos de composição de grande formato sobre estruturas retangulares de suporte. Organizados por faixas escuras e paralelas, dispostas em espaços regulares sobre fundo branco, as pinturas ostentam toques de cor entre as faixas que ativam a estrutura do plano por inteiro.

 

A ênfase no ritmo e na cor, e não na forma, resultou em uma ambiguidade espacial sugestiva. Com grande rigor e dinamismo visual, Otero articulou uma complexa malha de ritmos e tensões de cor, lineares e espaciais, de tal forma que o “ritmo direcionalmente aberto” se estende para o exterior da pintura.

 

Os primeiros “Coloritmos” foram construídos por meio de faixas pretas e brancas, com toques de cor pura e brilhante. Entre as linhas escuras, esses acentos de cor produzem vibrações e dão origem a um diálogo entre dimensões, ritmos e espaços. Nos “Coloritmos” posteriores, ele transformou os toques de cor em retângulos alongados, estabelecendo um esquema mais aberto no qual as faixas, agora destituídas de continuidade, parecem formar um bloco sólido. Enquanto os primeiros “Coloritmos” atraíam o olhar do espectador para o interior do plano, os painéis subsequentes remetem o olhar do plano para o espaço exterior a ele.

 

Sobre o artista

 

Alejandro Otero frequentou a Escuela de Artes Plásticas de Caracas de 1939 a 1945. Depois, se mudou para Paris, onde aprofundou seus estudos da obra de Mondrian e produziu algumas de suas séries pictóricas mais importantes. Entre 1946 e 1948, pintou “Las Cafeteras”, um conjunto de obras que inicia sua transição da figuração para abstração e, exposta em Caracas, em 1949, marcou o lançamento da abstração e da arte moderna na Venezuela.

 

Em 1951, Otero iniciou as séries “Líneas de color sobre fondo blanco” e “Collages ortogonales’” nas quais investigou exaustivamente a concepção dinâmica do espaço e da estrutura bidimensional. A ênfase espacial nesses trabalhos levou Alejandro Otero a considerar a necessidade de um formato “diferente da bidimensionalidade da tela e do papel” e imaginar possibilidades oferecidas pela arquitetura.

 

Retornou a Caracas, onde um importante movimento na Arquitetura tinha início. Foi convidado a participar do projeto de integração das artes visuais no curso de Arquitetura da Universidad Central de Venezuela. Trabalhando ao lado de um grupo de artistas como  Francisco Narváez, Jesús Rafael Soto, Calder, Léger, Arp e Vasarely, Otero criou uma série de obras públicas – anos 50 – em grandes formatos: os murais e vitrais da Faculdade de Engenharia, as “Policromías” executadas em mosaico de vidro nas fachadas da Faculdade de Arquitetura e da Escola de Farmácia. No Brasil, a obra de Alejandro Otero foi exposta em quatro edições da Bienal de São Paulo, 1957, 1959, 1963 e 1991, sendo agraciada com Honra ao Mérito na V Bienal, em 1959, além da Bienal do Mercosul em 2007, em Porto Alegre.

 

A mostra é uma parceria entre o IAC, Fundação Nemirovsky e Pinacoteca do Estado e tem curadoria de Rina Carvajal.

 

Até 06 de janeiro de 2013.

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