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AGENDA CULTURAL

ART NOUVEAU E ART DÉCO

Será celebrada no Espaço Cultural Península, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ, a entrada do século XX na Modernidade. Patrocinada pela Carvalho Hosken a exposição “Art Nouveau e Art Déco: Estilos de Sedução” vem revelar a criatividade destes estilos. Ocupando 500 m² será um aprofundamento da mostra que inaugurou o Espaço em 2006, “A Casa Art Déco Carioca”. A curadoria é de Márcio Alves Roiter, leia-se Instituto Art Déco Brasil, mostrará – através de mais de 250 esculturas, objetos, móveis, projeções, filmes – como o Art Nouveau, em 1900, e o Art Déco, em 1925 foram definições pontuais do “Estilo Moderno”.

 

Distribuídos nos quatro principais ambientes a exposição apresentará:

 

 

Art Nouveau, uma grande coleção de vasos e luminárias Gallé,  o armário-vitrine com mais de 3 metros de altura da extinta “A Torre Eiffel” à rua do Ouvidor e assinado por Antonio Borsoi, mesmo designer da Confeitaria Colombo, abrigando extensa variedade de objetos em prata WMF, a raríssima escultura-luminária Loïe Fuller em bronze dourado.

 

 

. o momento consagrador do Art Déco – a Exposição Internacional das Artes Decorativas e Industriais Modernas, Paris, 1925 – visitada por mais de 15 milhões de pessoas, e que definiu o estilo na sua forma mais conhecida. São interpretações dos temas preferidos do Art Nouveau, tratados de forma geometrizada, inspiradas no cubismo, futurismo e expressionismo Será exibida a maior coleção de esculturas em bronze e marfim até hoje vista no Rio, assinadas pelos grandes mestres Chiparus, Preiss e Colinet, entre muitos outros.

 

 

. a vertente “Streamline” (Aerodinâmica), de design inovador, que tomou emprestada às máquinas uma estética depurada e vanguardista, na arquitetura deixou muitos exemplos no Rio de Janeiro, inspirados nos transatlânticos dos Anos 1920-1950, como os edifícios Embaixador,  à Av. Atlântica, e Ipú, à rua do Russel. Apresentaremos inédita memorabilia do “paquebot” Normandie, o mais luxuoso da época, e que em 1938 e 1939 veio ao Rio em cruzeiros de Carnaval, saindo da sua clássica rota do Atlântico Norte.

 

 

. o Art Déco “Nativista”, genuinamente brasileiro, inspirado nas nossas origens indígenas, sintonizado com a Semana de Arte Moderna de 1922 em São Paulo. “Tupy or not Tupy”, lema de Oswald de Andrade, criador dos manifestos Pau-Brasil e Antropofágico, ambos da década de 1920. Inéditas no Brasil, veremos 40 pranchas em aquarela, guache e nanquim do franco-alemão August Herborth, egressas dos álbuns “Guarany”, criados entre 1920 e 1930, a partir de desenhos indígenas, e procedentes da Coleção Berardo, de Lisboa.

 

 

Cronologia resumida do revival Art Nouveau e Art Déco

 

 

Em 1973, a Galeria Bonino, na Rua Barata Ribeiro, em Copacabana, à época uma das mais respeitadas galerias do Rio, apresentava uma exposição com pequenos objetos Art Nouveau e Art Déco. Em 1996, o 1º Seminário Internacional Arquitetura Art Déco na América Latina, promovido por Luiz Paulo Conde e organizado por Jorge Czajkowski reuniu mais de 500 pessoas no Copacabana Palace. Em 2005, surgia o Instituto Art Déco Brasil, a primeira “Art Déco Society” brasileira, preocupada com a preservação, pesquisa e divulgação do patrimônio Art Déco em nosso país. Em 2011, o XI Congresso Mundial de Art Déco aportava no Rio de Janeiro, trazendo especialistas e “Décophiles” do mundo inteiro. Até então, nenhuma cidade da América Latina sediara o evento, bienal, e que começara em Miami, em 1991. Muito em breve, prevista para outubro de 2013, na Cité de l’Architecture et du Patrimoine, no Palais de Chaillot  em Paris, a exposição Art Déco: le style Made in France qui a séduit le monde apresentará o Art Déco Brasileiro, sob curadoria de Márcio Alves Roiter. Um dos maiores conjuntos de prédios no estilo do Rio, à rua da Glória, 122 – os antigos edifícios Londrina, Miritiba e Paranaguá – , e que, após minucioso retrofit, serão o Centro Empresarial Ernesto G. Fontes, demonstra que a iniciativa privada está atenta à preservação de ícones Art Déco. Consultoria do Instituto Art Déco Brasil e do arquiteto Mauricio Prochnik. Felizmente a preocupação com a numerosa e bela herança arquitetural Art Déco em nosso país vem merecendo ações afirmativas dos governos. Prova disto é o recente tombamento federal de um dos ícones Art Déco do Rio de Janeiro, o Edifício A Noite. Definitivamente, tanto o Art Déco quanto o Art Nouveau passaram a participar do cotidiano cultural no mundo inteiro. Quem não se encanta com as entradas do metrô de Paris, ainda hoje existentes, assinadas Hector Guimard, no mais puro “Style Moderne”, ou seja, o Art Nouveau de 1900? O que dizer dos gigantes arranha-céus Art Déco de Manhattan, como o Empire State e o Rockefeller Center?  No Rio de Janeiro basta abrir a janela para apreciar o maior monumento Art Déco do mundo, o Cristo Redentor. Além da quantidade de revisitas aos glamurosos ambientes Art Déco, promovidas por filmes recentes como “O Artista”, “Meia-noite em Paris”, e “Great Gatsby”. São tantos os “fashion designers”, nesses últimos tempos que se serviram do Art Nouveau e do Art Déco como mote inspirador para suas coleções… Um dos maiores, Yves Saint-Laurent, teve sua coleção de peças Art Déco vendida em 2009, batendo todos os recordes mundiais, quando uma simples poltrona atingiu 23 milhões de euros! O Rio de Janeiro, capital cosmopolita, sempre antenada à Modernidade, e que recebeu o Art Nouveau e o Art Déco no inicio do século XX com apetite antropofágico, terá no Espaço Cultural Península um laudo banquete para se deixar seduzir e se deliciar.

 

Sobre o curador

 

 

Márcio Alves Roiter foi assistente, em 1976, da curadora na exposição “Cinquantenaire Paris 1925”, Museu de Artes Decorativas do Louvre, Paris, 1979, inaugura a primeira galeria especializada em Art Nouveau e Art Déco no Rio de Janeiro, 1981, curador do retrofit na Villa Venturoza, Glória, Rio, para Marcos Tamoyo, 1982, curador da exposição “Hommage à René Lalique”, Casa França -Brasil, Rio de Janeiro, RJ, 1996, palestrante no 1º Seminário Internacional Arquitetura Art Déco na América Latina. Entre 2005 e 2012, palestrante nos Congressos Mundiais de Art Déco de Nova Iorque, Melbourne e Montréal, e na Miami Design Preservation League, na Americas Society, Nova Iorque, USA, Colóquio Internacional “Landowski et la Commande Publique”, Museu dos Anos Trinta, Paris, França. Organizou o 11º Congresso Mundial de Art Déco, no Rio de Janeiro, em 2011.Consultor Art Déco nos retrofits da loja Arezzo na antiga Casa Daniel, e nos edifícios Londrina, Miritiba e Paranaguá. Autor dos livros “Rio de Janeiro Art Déco” e “Um Passeio na História”, este em conjunto com Cynthia Garcia. Foi curador brasileiro da exposição “Art Déco: le style made in France qui a séduit le monde”, Paris, França, 2013.



De 21 de junho a 22 de setembro.

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