Acontece em BH

01/abr

A Galeria Albuquerque Contemporânea, Savassi, Belo Horizonte, MG, inaugura a primeira exibição individual de Froiid. O artista apresenta trabalhos realizados a partir de sua pesquisa relacionada ao jogo. Intitulada “Mundaréu”, a exposição estabelece um diálogo com o escritor, ator, jornalista e dramaturgo Plínio Marcos (1935-1999) e as suas “Histórias das Quebradas do Mundaréu” (1973).

Ao explorar o universo confabulado de uma mesa de bar e referências ligadas às dinâmicas do jogo, Froiid, artista multidisciplinar, constrói uma narrativa visual, sonora e sensorial a partir de temas como crime, samba, rap, futebol, torcidas organizadas, inteligências artificiais e violência.

“Com esta sala de estar, marcada pelo seu carácter identitário, Froiid desdobra o tempo livre e nos chama para nos aproximarmos mais uns dos outros, para não perdermos as redes sociais físicas e para apreciarmos a profundidade e riqueza do conhecimento popular”, aponta Ana Salazar Herrera no texto curatorial.

A exposição é concebida como um jogo. Ao percorrer a galeria, encontramos obras jogáveis, com destaque para a instalação “É Hora da Onça Beber Água” (2020), uma mesa de bilhar com cerca de 13 metros, que convida o público a criar e jogar com suas próprias regras. A produção de Froiid se estabelece com uma diversidade de materiais e técnicas, como pinturas, fotografias, desenhos, vídeos e instalações sonoras que exploram a riqueza cultural do Brasil.

Em cartaz até 27 de abril.

Um certo espírito POP

27/mar

 

A Fundação Vera Chaves Barcellos destaca caracteristicas da Pop Art em nova exposição intitulada “Sem Metáfora”, mostra coletiva na Sala dos Pomares, em Viamão, RS, na mesma ocasião, haverá o lançamento do material educativo e do catálogo da mostra, que ficará  em cartaz até o dia 10 de agosto.

Essa mostra coletiva destaca produções com caracteristicas da Pop Art, englobando cerca de 70 obras de 42 artistas nacionais e internacionais. A seleção abrange diversas linguagens, como videoarte, fotografia, colagem, assemblage, serigrafia, pintura, desenho, escultura, objeto, gravura, livro de artista, instalação e arte postal, entre outras.

Romanita Disconzi (1940) será homenageada na mostra com um dos espaços do mezanino da sala, por ser uma artista essencialmente pop na concepção de suas obras como pinturas, gravuras, desenhos e objetos.

Nas palavras de Vera Chaves Barcellos (1938), organizadora da exposição: “Partindo da ideia de “um certo espírito pop”, Sem Metáfora evoluiu para a escolha de uma série de obras que são uma derivação das diversas caracteristicas do movimento da Pop Art em seu momento primeiro. Esta, que a nosso ver marca em grande número a produção das gerações futuras de artistas, tem como uma das principais caracteristicas a ausência de metáfora, utilizando-se de uma representação direta do mundo concreto do tempo em que se vive. Os inúmeros e variados aspectos abordados pelos artistas desta mostra se caracterizam por uma forma de linguagem denotativa, pela predominância da objetividade e, consequentemente, de imediata apreensão por parte do espectador.”.

Além das obras do Acervo Artístico da Fundação Vera Chaves Barcellos, Sem Metáfora conta com obras de coleções particulares do Instituto Dalacorte, Renato Rosa e Romanita Disconzi.

Para facilitar o deslocamento até a Sala dos Pomares (Rodovia Tapir Rocha, 8480 – parada 54, em Viamão), serão oferecidos dois horários de transporte gratuito de ida e volta (POA – Viamão – POA), por ocasião da abertura, no dia 13 de abril, com saída ás 10h30 e ás 14h, em frente ao Theatro São Pedro, na Praça da Matriz, no Centro Histórico de Porto Alegre, mediante inscrição prévia (formulário disponível no site fvcb.com.br)

 

Artistas participantes

 

Ana Miguel, Anna Bella Geiger, Antonio Caro, Artur Lescher, Avatar Moraes, Carlos Asp, Carlos Pasquetti, Carmen Calvo, Cinthia Marcelle, Claudio Goulart, Denis Masi, E. F. Higgins III, Edgardo Vigo, Flavio Pons, Guglielmo Achille Cavellini, Hans-Peter Feldmann, Helena d’Ávila, Henrique Fuhro, Hudinilson Jr., Jesus Escobar, Joan Rabascall, Judith Lauand, Mara Alvares, Magliani, Mário Röhnelt, Mary Dritschel, Milton Kurtz, Neide S, Nelson Wilbert, Patricio Farias, Pedro Geraldo Escosteguy, Richard John, Rogério Nazari, Romanita Disconzi, Rubens Gerchman, Sandro Ka, Telmo Lanes, Téti Waldraff, Tony Camargo, Vera Chaves Barcellos, Victor Grippo, Wlademir Dias-Pino.

Yoshitaka Amano no Brasil

O Farol Santander São Paulo, Centro Histórico de São Paulo, 23° e 24° andares, exibe até 16 de junho a exposição de Yoshitaka Amano: Além da Fantasia. Com a curadoria de Antonio Curti (Aya Studio), serão exibidas mais de 90 obras produzidas nas últimas três décadas, incluindo litografias, pinturas, ilustrações e objetos. Além de uma área imersiva com projeção em 360° das obras do mestre, criando uma experiência única para os visitantes. Dentre as obras em destaque a exposição conta com seus trabalhos mais influentes como em Final Fantasy, Vampire Hunter D, Tatsunoko Production, Candy Girl, Devaloka e as suas colaborações em projetos: Sandman, de Neil Gaiman, DC Comics, Magic: The Gathering e Vogue. Amano nos convida para embarcar na sua jornada no meio da imaginação e da fantasia.

Sobre o artista

Yoshitaka Amano é um artista, designer, cenógrafo e figurinista japonês. Ficou conhecido pelos seus trabalhos em Final Fantasy da Square Enix, uma das maiores franquias de videogames da indústria, Amano foi o principal designer de personagens e a maioria dos inimigos para a série. O artista iniciou sua carreira aos 15 anos no estúdio Tatsunoko Production em 1967, onde trabalhou com alguns clássicos do anime como: Gatchaman (1972), Tekkaman the Space Knight (1975) e Neo Human Casshern (2004). A partir dos anos 80 ele deixou o mundo do anime para ilustrar romances, entre eles temos Guin Saga de Kaoru Kurimoto e a série Vampire Hunter D de Hideyuki Kikuchi, ambos fizeram muito sucesso no Japão. O designer busca as suas influências no ocidente, como por exemplo no movimento da art nouveau com os artistas europeus Gustav Klimt, Arthur Rackam e Kay Nielson. Seu trabalho utiliza as técnicas da gravura, xilogravura e litografia, para atingir o ukiyo-e, gênero japonês de xilogravura que teve seu período de ascensão nos séculos XVII e XIX. Os temas mais populares abordado pelo ukiyo-e são a beleza feminina, o teatro kabuki, cenas históricas, lendas populares, entre outros. Além de suas ilustrações, o artista também explora meios como pintura, cerâmica, estampas de kimonos, figurinos para o teatro kabuki e design de joias. Amano foi premiado por quatro anos consecutivos (1983-1987), no Prêmio Nebula, concedido pela Science Fiction and Fantasy Writers of America, considerado o Oscar da Literatura ele é destinado para romances de ficção científica ou de fantasia publicados em inglês nos Estados Unidos. Também foi premiado pelo Bram Stoker (1999) pela sua colaboração em Sandman: The Dream Hunters de Neil Gaiman. Além disso, conquistou o Prêmio Eisner, Prêmio Dragon Con, e o Prêmio Julie por suas pinturas. Em 2010, Amano fundou o Studio Devaloka, uma empresa cinematográfica.

Caleidoscópio

08/mar

Diálogos entre Barroco Contemporâneo, Pintura Clássica e os Ecos Urbanos

Bolsa de Arte & William Baglione

Exposição com início dia 29/03/2024 (Sábado) tem previsão de término em 30 dias. Contará com cerca de 40 pinturas em diferentes técnicas e dimensões.

A exposição “Caleidoscópio” destaca o talento pictórico de quatro jovens artistas contemporâneos: Rafael Hayashi, Ramon Martins, Thiago Nevs e Cripta Djan. Convida-nos a explorar a riqueza dos diálogos artísticos que transcende épocas e movimentos. Ao imergirmos nesse universo visual, somos desafiados a refletir sobre a continuidade da expressão artística ao longo do tempo, observando sua evolução e reinvenção nas interseções entre passado e presente, clássico e contemporâneo, urbano e sublime.

Assim como um caleidoscópio cria padrões dinâmicos a partir de fragmentos simples, a exposição revela uma multiplicidade de perspectivas, influências e estilos entrelaçados.

Os ecos urbanos permeiam as pinturas de maneira expressiva. A rebeldia e autenticidade desses movimentos dialogam com a sofisticação do barroco e da pintura clássica, proporcionando um contraponto fascinante com a arte popular e a estética da Pixação paulista. Essa última já conquistou reconhecimento em eventos como as Bienais de São Paulo e Berlim. As marcas urbanas são reinterpretadas como expressões de uma arte que pulsa no meio do caos e da ordem.

Artista participantes

Cripta Djan

Djan Ivson ou Cripta Djan como é conhecido nas ruas e no mudo das artes é pixador, artista e ativista, além de documentarista sobre temas que envolvem a pixação nos espaços urbanos e no campo das artes. Fora das ruas ele age como um agente externo representando a figura do pixador no campo político, acadêmico, das artes e cinema. A qualidade da obra de Djan, produzida em estúdio, está justamente no contraponto entre as palavras Cripta e Djan: o social e o singular, o habitus e a psique. Djan assume como linguagem um código que o distingue socialmente. Ao usar a letra reta e monocromática da pixação como inspiração, é possível notar as fronteiras entre o desenho e a escrita, a forma e a contraforma, o legível e o ilegível, o certo e o errado. A natureza de suas composições com base em um estilo tipográfico vernacular, legitimamente brasileiro e contraventor, nos permite questionar os limites da apreciação estética, algo sempre em construção no campo da arte. A partir de 2014 Djan iniciou sua produção artística intitulada por ele ”Criptografia Urbana”, que apresenta uma seleção de diferentes séries e obras com etapas dessa evolução: A série “Manifesto Periférico” Djan faz transcrições de manifestos criados por ele mesmo executando parágrafos em cada tela. Já a série “Manuscrito Urbano” traz reflexões sobre luta de classes, fazendo analogias sobre a luta dos povos bárbaros das antiguidades com as lutas de classes de hoje. A série “Urban City”, consiste de paisagens urbanas e periféricas letradas que trazem a semiótica da relação entre o indivíduo pixador com a cidade. “Código de Conduta” é uma série que traz palavras guia do contrato social das ruas entre os pixadores. A produção “Criptografia Urbana” já foi apresentada em exposições individuais dentro e fora do Brasil. Em 2016 Cripta Djan fez sua primeira exposição individual “Da Periferia para o Centro” em Nova York, no mesmo fez sua estreia em São Paulo com a exposição “Em Nome do Pixo”. Em 2018 Djan fez sua estreia na Europa e Reino Unido com as exposições “In The Name of PIXO” Birmingham (UK) e ” Caligrafia Marginal” na Kallenbach Gallery em Amsterdam.

Rafael Hayashi

Rafael Hayashi, artista inserido na vibrante cena contemporânea, explora os conflitos entre sociedade e indivíduo em suas obras. Nascido e residente em São Paulo, Brasil, sua arte é enraizada nas complexidades dessa metrópole, onde ele enfrenta e extrai inspiração para suas ideias. Suas pinturas são um mergulho no presente, onde as formas emergem em meio a grandes massas de tinta. A manipulação tátil do meio é evidente, moldando volumes, movimento e luzes. Utilizando as mãos, pedaços de tecido e outros materiais, Hayashi cria uma interação visceral entre os elementos, refletindo não apenas um diálogo visual, mas também uma batalha entre o artista e sua cidade. Ao olhar para a estética de mestres como Lucian Freud e Francis Bacon, além do próprio barroco brasileiro, Hayashi encontra um farol inspirador. Esses artistas, com suas explorações intensas da figura humana, servem como guias para suas experimentações. Em um ato de coragem, Rafael se coloca como modelo e objeto de experimento para seus filhos, trazendo uma dimensão pessoal e única à sua prática artística. Influenciado pela arte oriental, especialmente o ukiyo-e (gravura japonesa), e pela pintura contemporânea, Hayashi combina força, precisão e expressividade em seus trabalhos. Referências como Cai Quo Quiang, Hiroshige, Yang Shaobin, e outros, contribuem para a riqueza visual e conceitual de suas criações, reafirmando sua posição no panorama artístico contemporâneo.

Ramon Martins

Nascido em 1981, na vibrante São Paulo, Ramon Martins destaca-se como um artista brasileiro inserido na arte contemporânea, cujo trabalho ressoa com uma mistura vibrante de culturas, experiências e expressões artísticas. Sua jornada artística, desde os primórdios em Barra Longa, Minas Gerais, até projeções em festivais internacionais renomados, é uma narrativa rica em cores, texturas culturais e uma busca incansável pela expressão autêntica. Infância Bucólica e Rebelião Adolescente: Nascido em São Paulo, Ramon foi posteriormente criado por sua avó viúva em Barra Longa, imerso em uma paisagem bucólica que serviria como a semente de sua conexão com a natureza. Sua adolescência foi marcada por uma densa rebelião e introspecção, influenciada pela figura paterna desconhecida, um ambiente doméstico instável e a busca incessante por identidade. Seu encontro com a cultura urbana, especialmente com o graffiti, moldou de maneira singular sua perspectiva artística contemporânea, permeada pela pesquisa de elementos da moda e da cultura pop no cenário urbano, refletindo a diversidade e a busca de identidade essencialmente brasileira, representada no multiculturalismo.

Thiago Nevs

Thiago Nevs, renomado artista visual e calígrafo contemporâneo, emergiu das origens humildes da periferia paulista para se destacar nas artes visuais, especialmente na expressão urbana. Inspirado por suas vivências como filho de um caminhoneiro, Nevs transmite fragmentos de suas memórias através de suas obras, caracterizadas por pinceladas vibrantes e traços simétricos. O toque vernacular em sua caligrafia complementa sua expressão artística, oferecendo uma narrativa visual única. A harmonia em suas pinturas transcende o aspecto estético, fortalecendo os valores enraizados na cultura tradicional, realçando a relevância de sua preservação. Sua incursão no universo da caligrafia, com um toque peculiar, trouxe um tom distintamente brasileiro às suas obras, amalgamando tradição e contemporaneidade. Thiago Nevs é reconhecido pelas suas criações marcantes, exibidas em prestigiadas feiras de arte e participação em exposições nacionais e internacionais. Seu compromisso com a expressão autêntica e a celebração da cultura brasileira posicionam-no como uma figura proeminente no cenário contemporâneo das artes plásticas.

William Baglione

Curadoria

William Baglione fundou o coletivo de nome Famiglia Baglione (2005-2012) e administrou a carreira de 8 artistas. Assinou curadorias em exposições e projetos especiais no Brasil, Estados Unidos, Inglaterra e Rússia. Como curador independente assinou projetos culturais a convite da Embaixada Brasileiras em Moscou (2008 e 2009) e no ano de 2013, co-curou a exposição com leilão beneficente SOS Racisme no Palais de Tokyo, em Paris, tendo o Brasil como grande homenageado. Além de sua atuação como curador, William Baglione se destaca há mais de uma década como fotógrafo, expondo trabalhos autorais em cidades da França, Estados Unidos, Itália e Brasil. Trabalha também como consultor na aquisição de obras de arte e é sócio na marca e editora Afluente.

Allan Weber no mezanino do IAB

A Galatea em parceria com a Central Galeria tem o prazer de apresentar a exposição individual do artista Allan Weber no mezanino do IAB – Instituto dos Arquitetos do Brasil.

“Allan Weber: Novo balanço”, acontece no IAB – Instituto de Arquitetos do Brasil, Vila Buarque, São Paulo, SP,  até 27 de março. O artista ocupa os dois andares do mezanino do edifício modernista icônico projetado por Rino Levy. Weber apresentará desdobramentos de sua pesquisa sobre as lonas utilizadas em bailes funks do Rio de Janeiro, além de uma nova instalação site specific da série “Passinhos” e um conjunto de obras inéditas.

A exposição é uma parceria entre a Galatea, galeria que representa o artista, e a Central Galeria, com sede no subsolo do IAB. Texto crítico de Jean Carlos Azuos.

Bruno Novelli representado pela Galatea

A Galatea, São Paulo e Salvador, anuncia a representação do artista Bruno Novelli. Fortemente inspirado pela exuberância do mundo amazônico e nutrindo interlocução de longa data com os artistas indígenas Huni Kuin, Novelli traz em suas pinturas composições ricas em cor e complexas padronagens figurando animais fantásticos e visões oníricas da Natureza. Também lhe interessa colocar em tensão o olhar europeu na representação da paisagem tropical e o embate entre a Natureza e a sua dominação pelo homem. Fazendo cohabitar em seu trabalho referências que vêm desde o bestiário da pintura medieval, do renascimento, passando por expoentes da equivocadamente chamada “Art naïf”, do Surrealismo e da Pop art, Bruno Novelli alcança um estilo único dotado de figuras e padronagens inconfundíveis que nos capturam para dentro da tela.

Sobre o artista

Bruno Novelli nasceu em 1980, em Fortaleza, CE, cresceu em Porto Alegre, RS, e hoje vive e trabalha em São Paulo, SP. Concentrando a sua produção atual na pintura, estudou desenho, em 2003, no Atelier Livre da Prefeitura, em Porto Alegre, e formou-se em design gráfico em 2014 pela ESPM, em São Paulo. No início da sua trajetória artística criou, em Porto Alegre, a Universidade Autoindicada por Entidades Livres, uma série de encontros e programas coletivos que promoveram, entre 2003 e 2007, abordagens artísticas interdisciplinares. Produzindo há cerca de duas décadas, Bruno Novelli expôs em diversas instituições nacionais e internacionais, com destaque para: Siamo Foresta (Coletiva, Fondation Cartier pour l’art contemporain na Triennale Milano, Milão, Itália, 2023); Les Vivants (Living Worlds) (Coletiva, Fondation Cartier pour l’art contemporain na Lille3000, Lille, França, 2022); Tesouro das feras (Individual, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul – MACRS, Porto Alegre, Brasil, 2021); 1981/2021: Arte contemporânea brasileira na coleção de Andrea e José Olympio Pereira (Coletiva, CCBB Rio de Janeiro, Brasil, 2021).

José Bento no Octógono da Pina Luz

A Gentil Carioca, São Paulo, SP, anuncia “José Bento: Caminho de Guaré”, exposição individual do artista José Bento (Salvador, BA, 1962) que abre neste sábado, dia 23 de março, às 11h, no Octógono da Pinacoteca de São Paulo.

No site-specific, o artista reflete sobre como cada cidade é moldada pelas atividades humanas ao longo do tempo, tornando-se um repositório de histórias e ciclos de vida. Por meio de um projeto sensorial, o artista explora as interações entre espaço, tempo e memória, atribuindo novos significados ao seu principal material criativo: a madeira.

A mostra ocupa o Octógono do Edifício Pina Luz, e permanecerá em cartaz até o dia 01 de setembro. A curadoria da exposição é de Lorraine Mendes e Jochen Volz.

Pinturas de Carlos Muniz

Expoente da arte abstrata brasileira, Carlos Muniz apresenta trabalhos recentes na Galeria Patricia Costa, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, com curadoria de Vanda Klabin. Passadas quase quatro décadas desde quando estiveram juntos em uma exposição nos idos dos anos 1980, Carlos Muniz, Patrícia Costa e Vanda Klabin voltam a se encontrar profissionalmente na individual “Carlos Muniz: O Olhar Abstrato”, com abertura marcada para o dia 04 de abril. A relação dos três profissionais de arte vem de longa data: antes da galerista Patrícia Costa, Carlos Muniz foi representado pela galeria de Paulo Klabin, então casado com a curadora e historiadora (e onde Patrícia também trabalhava). Para celebrar esse revival, foram selecionadas duas obras desta época, pertencentes ao acervo pessoal do artista. A mostra estará em cartaz até 30 de abril.

Da produção recente de 2023, ele mostrará um recorte com cerca de 15 obras inéditas em tinta acrílica, incluindo dípticos, trípticos e polípticos de grandes e médios formatos – alguns chegam a medir até três metros. A contraposição dos planos, as linhas paralelas simétricas que exploram cores primárias, sempre com muita precisão, são características marcantes em sua trajetória. Carlos Muniz se divide entre a residência em Montes Claros e o Rio de Janeiro, onde mantém ateliê em Botafogo. Sua filha Lúcia Muniz, cantora que foi revelação no programa “The Voice Kids” em 2019, fará uma apresentação no dia da abertura, às 19h, ocasião em que será lançado um filme documentário sobre a carreira do artista, dirigido pelo cineasta Pedro Paulo Mendes.

“Carlos Muniz compõe a sua nova gramática visual no zigue-zague dos padrões anunciados pela geometria e pelas vibrações cromáticas. Passamos a observar o mundo através desses exercícios geométricos coloridos, que trazem uma nova irradiação do seu olhar abstrato. A pintura e suas infinitas possibilidades se imbricam no amplo leque de experimentações que caracteriza a arte contemporânea. Uma geometria transitiva sempre antecedeu as suas pinturas, seja na elaboração do quadrado, do círculo ou do triângulo, repletos de um forte cromatismo, seja pela evidência de segmentos desiguais que revelam um acento existencial e trazem à tona, as assimetrias do mundo, o que contribui efetivamente para o florescimento de seu pensamento visual”, diz a curadora, Vanda Klabin.

Sobre o artista

Natural de Montes Claros (MG), Carlos Muniz é artista visual e cirurgião plástico. Começou retratando o bucólico interior mineiro, aderiu à sua tendência espontânea com o traço geométrico, passando a pintar quadrados e retângulos. Há mais de 15 anos começou a executar esculturas tridimensionais em aço com pintura automotiva. Uma delas se encontra exposta no Parque da Catacumba, na Lagoa, no Rio de Janeiro. O artista já participou de 30 salões de arte, quase 30 exposições individuais e cerca de 40 exposições coletivas no Brasil e em países como Japão, Portugal, Estados Unidos e África do Sul. Ao longo da carreira como artista, recebeu diversos prêmios: V Bienal Nacional (Santos/SP), XII Salão Nacional de Arte Plásticas FUNARTE/IBAC (Rio de Janeiro e Brasília), Salão de Arte Biosintética (São Paulo), entre outros. Sob influência da pintura de Raymundo Colares – artista renomado e seu conterrâneo -, suas obras alcançam o minimalismo abstrato, com um geométrico claro e intenso. Suas formas abstratas e concretas já haviam ocupado o espaço urbano durante a Copa do Mundo de 2014, com esculturas de grandes proporções na Praça Paris. Carlos Muniz já expôs suas obras em países como Japão (“Quatro Pintores Geométricos Brasileiros”, com Manfredo de Souzanetto, Ronaldo Macedo e Luiz Dolino), Estados Unidos (“Gallery 54″), Portugal (“Fundação Medeiros e Almeida”) e Londres (“Galeria 32/Embaixada do Brasil”), começou pintando há mais de 40 anos e fez parte da Geração 80.

Topiaria a arte da jardinagem

A artista brasileira radicada no México, Vanessa Freitag, retorna ao Brasil para inaugurar a exposição individual “Topiarius” no dia 22 de março, no SESC Três Rios, RJ.

Nessa exibição, Vanessa Frieitag apresenta uma instalação têxtil que faz referência a “arte da jardinagem”, utilizando roupas de segunda mão, retalhos de tecidos, linhas, fios, bolinhas de gude e pequenos objetos; e uma série de desenhos que correspondem ao processo de formação de criaturas de um jardim.

Durante a exposição, que ficará em cartaz até 16 de junho, estão previstas atividades como oficina e conversa com a artista e a curadora Renata Santini, e o convite ao desenho por todo o período da mostra, abertas ao público. Ao final, será lançada uma publicação – impressa e digital – sobre a obra da artista, sua pesquisa e processo de produção.

As gravuristas brasileiras

Mostra em São Paulo, SP, traz um mapeamento de mulheres que pesquisam o corpo a partir da gravura e de processos gráficos no Brasil contemporâneo. A exposição reúne o trabalho de 28 artistas abrindo no dia 27 de março no Bananal Arte e Cultura Contemporânea, na Barra Funda e pode ser visitada até 21 de abril.

O mote propulsor dessa exposição é o corpo de trabalho de Käthe Kollwitz (1867-1945), desenhista, escultora e gravadora alemã, que em um cenário entre a I e a II Guerra Mundial, teve um papel fundamental nos movimentos antiguerra. Seus trabalhos trazem figuras femininas como protagonistas dos horrores causados pelo período bélico. São mães protegendo seus filhos, mulheres enfrentando a morte cercando seus entes queridos e a fome e a miséria provenientes das crises econômicas. No Brasil, o trabalho de Käthe Kollwitz ganhou projeção nacional no início do século XX, impulsionado pela crítica especializada e Mario de Andrade, Flávio de Carvalho e Mário Pedrosa foram críticos e escritores que escreveram importantes análises sobre sua obra.

Tendo como inspiração as investigações de gravuristas mulheres sobre o corpo feminino, a exposição é dividida em três eixos. Um deles é “Onde cabe o corpo”, que traz trabalhos que questionam as relações do corpo perante a sociedade, o meio ambiente e a natureza, com obras de artistas como Natali Tubenchlak, Andrea Hygino e Marina De Bonis. Outro núcleo é “Representação ou Autorrepresentação”, com trabalhos de artistas que investigam a própria imagem a partir das artes gráficas, incluindo obras de Ana Calzarava, Gabriela Noujaim e Cleiri Cardoso. O terceiro grupo chama-se “Narrativas gravadas” exibe peças desenvolvidas a partir de obras literárias, contos, poesias ou que tenham em sua essência a construção narrativa. Nesse grupo estão os trabalhos de Nara Amélia, Leya Mira Brander, Hully Roque, entre outras.

O projeto é resultado da pesquisa da curadora, que estuda a presença feminina na gravura nacional. “O Brasil é uma referência mundial na gravura, sendo muito conhecido internacionalmente pela produção entre as décadas de 1940 e 1970, mas que nos últimos anos tem visto nos espaços contemporâneos cada vez menos trabalhos e artistas que exploram essa linguagem. Essa mostra é uma espécie de mapeamento que visa reunir importantes nomes da gravura contemporânea em conjunto. Além disso, carrega a ambição de ampliar o conhecimento tanto do público, como também de pesquisadores, críticos, curadores e agentes do sistema da arte sobre gravadoras que têm pesquisas sólidas em gravura”, conta Ana Carla Soler.

 

Artistas que participam da exposição:

Anabel Antinori (SP), Ana Calzavara (SP), Ana Clara Lemos (RJ), Ana Fátima Carvalho (MG), Andrea Hygino (RJ), Andrea Sobreira, Angela Biegler, Barbara Sotério, Beatriz Lira, Bruna Marassato, Camila Albuquerque, Catarina Dantas, Cleiri Cardoso, Elisa Arruda, Eneida Sanches, Gabriela Noujaim, Hully Roque, Julia Bastos, Julia Contreras, Letícia Gonçalves, Leya Mira Brander, Luciana Bertarelli, Luiza Nasser, Marina De Bonis, Nara Amélia (RS), Natali Tubenchlak, Patricia Brandstatter.