Seminário para Magliani

15/mar

 

 

A trajetória e a obra da artista plástica, pintora, desenhista, escultora e gravadora Maria Lídia Magliani (1946 – 2012) serão temas de dois encontros, uma parceria entre o Instituto Ling e a Fundação Iberê Camargo, ambos em Porto Alegre, RS. A programação acontece entre os dias 19 e 21 de março, com transmissão pelos canais do YouTube das duas instituições. Foram convidados da exposição “MAGLIANI”, dentre outros, diversas personalidades da vida cultural local e nacional como palestrantes dos encontros como a curadora Denise Mattar, a jornalista cultural Angélica de Moraes, a artista plástica mineira Maria José Boaventura, os jornalistas Paulo Gasparotto, Juarez Fonseca, Omar Filho e Antônio Hohlfeldt, o marchand Renato Rosa, a pintora Romanita Disconzi, o diretor teatral Luís Artur Nunes e o dramaturgo Julio Zanotta Vieira. Este seminário faz parte da programação da exposição em homenagem à Magliani, em cartaz na Fundação Iberê Camargo em cartaz a partir do dia 19 de março.

 

Inéditos de Afonso Tostes

14/mar

 

 

 

A Mul.ti.plo Espaço Arte, Leblon, Rio de Janeiro, RJ, inaugurou no exposição individual de Afonso Tostes. Conhecido por suas esculturas em madeira descartada, na mostra “As coisas que ainda existem” Afonso Tostes apresenta cerca de 16 trabalhos inéditos, incluindo peças esculpidas sobre carvão, material extremamente instável. As novas obras, criadas durante a Pandemia, trazem reflexões sobre os impactos ambientais causados pelo homem, remetendo a queimadas, mudanças climáticas, extinção de espécies, etc. Nas peças apresentadas, além de madeira e carvão, entram também ferro e papel. A exposição permanecerá em cartaz até 29 de abril.

Sem apresentar-se individualmente no Rio de Janeiro desde 2015, na atual mostra da Mul.ti.plo, Afonso Tostes traz exibe três esculturas de grande formato, sete objetos de parede sobre tela e seis desenhos sobre folhas de dicionário, divididos em três séries. “Trabalho sobre o que já existe, coisas descartadas por aí, que sofreram a interferência da mão humana. Me interessa a relação do homem com seu entorno, com a natureza. Não falo apenas da relação com o meio ambiente, mas também das relações pessoais, das nossas expressões visíveis e invisíveis”, explica Afonso Tostes.

A série com carvão é composta de cerca de sete objetos de parede sobre tela, de 40x50cm cada um. O trabalho começou com a coleta de restos de árvores carbonizadas em uma queimada na região de Visconde de Mauá. Depois, ele encontrou numa rua de Copacabana um dicionário ilustrado da década de 1960. “Tinham várias reproduções de pinturas da natureza, uma catalogação das espécies. Comecei a confrontar essas duas ideias e daí nasceu a série, que junta carvão esculpido com ilustrações de borboletas, peixes, aves, roedores, insetos e mamíferos”, explicou o artista.

Em outra série, utiliza as folhas da enciclopédia como base para desenhos feitos com pigmentos de pó residual de madeira, recolhido em seu próprio ateliê. Essas obras medem entre 210x100cm e 60cmx40cm. Para completar a mostra, Afonso Tostes apresenta também esculturas feitas a partir de galhos, amarrados, de 202cmx60cm. “Com uma linguagem potente e singular, as obras de Afonso nessa exposição falam da precariedade humana. Os trabalhos são sofisticados, e carregam uma certa melancolia da hora, um sentimento de fragilidade da vida, dessa capacidade que temos de destruí-la mas também de transformá-la em poesia”, assinala Maneco Müller, sócio da galeria.

 

Sobre o artista

Afonso Tostes nasceu em 1965, na cidade de Belo Horizonte, MG. Sua trajetória artística teve início em sua cidade natal, onde cursou a Escola Guignard (UEMG). No final dos anos 1980, transferiu-se para o Rio de Janeiro, voltando-se para o estudo do suporte bidimensional – posteriormente acompanhado por uma vasta produção escultórica com madeiras encontradas nas ruas. O interesse do artista volta-se para o alcance de métodos simples a partir desses materiais descartados, desenvolvendo esculturas aparentemente despojadas de complexidade estrutural e que carregam no corpo os sulcos e as marcas dos usos anteriores. Em sua obra, opta quase sempre por materiais que já tenham passado por algum processo de utilização. Sua prática também propõe experiências sensíveis nascidas de um olhar crítico para o mundo. Afonso Tostes vive e trabalha no Rio de Janeiro.

A polissemia da arte

 

Sentidos - Midrash

 

 

Com o patrocínio e parceria institucional do Midrash Centro Cultural, o Centro Cultural dos Correios, Centro, Rio de Janeiro, RJ, inaugurou a mostra “SENTIDOS”.

A exposição, que reflete, experimenta a transversalidade e explora os sentidos polissêmicos da arte através das obras de Esther Bonder, Ana Coutinho, Flávia Fabbriziani, Márcio Atherino e Pry Oliveira, permanecerá em exibição até o dia 10 de abril. A curadoria é de Patricia Toscano.

A mostra é gratuita, livre para todas as idades.

 

Magliani, restrospectiva na Fundação Iberê Camargo

10/mar

 

 

A artista visual Maria Lidia Magliani será homenageada pela Fundação Iberê Camargo com uma grande exposição que aborda 50 anos de produção.

“Não separo a artista da pessoa. Sou toda um mesmo nó – minha escolha é pintar, não saberia como ser de outro modo. Aparentemente fiz e faço muitas outras coisas, na verdade, todas partes de uma só, a pintura.” (1987)

No dia 19 de março, sábado, às 14h, a Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, inaugura uma grande e inédita exposição de Magliani (1946-2012). “Magliani” reunirá cerca de 200 obras provenientes de mais de 60 coleções, incluindo os principais museus do Brasil como Museu de Arte do Rio, Museu Afro Brasil, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte Moderna de São Paulo, MAC-USP, MAC-RS, Museu de Arte de Santa Catarina, MARGS, Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo (Pelotas) e Fundação Vera Chaves Barcellos (Viamão). Com curadoria de Denise Mattar (SP) e de Gustavo Possamai (RS), a mostra inclui trabalhos desde a época de estudante – início dos anos 1960 – até 2012, ano de seu falecimento.

“A obra de Magliani é um desafio. Não é uma arte fácil, é feita para incomodar, para fazer refletir. A artista estava interessada nas questões humanas, nas relações entre os seres, nos problemas e no sofrimento inerente à existência: o desencontro, o desamor, a hipocrisia da sociedade, o medo da solidão. A apresentação de seu trabalho na Fundação Iberê Camargo, torna inevitável o paralelo com o pintor. Em 1993, Iberê disse: “Eu não nasci para brincar com a figura, fazer berloques, enfeitar o mundo. Eu pinto porque a vida dói”. Uma frase que poderia ser de Magliani, que, em 1997, escreveu: “Eu gostaria de dizer às pessoas que veem os meus quadros: !Sinto muito senhores, não é agradável’”, destaca Denise Mattar, que conheceu Magliani em 1987 quando era diretora técnica do Museu de Arte Moderna de São Paulo, e a artista participara do Panorama de Arte Atual Brasileira. Mais tarde, em 2004, a curadora reencontrou a artista no Rio de Janeiro, onde fez a apresentação da exposição “Trabalho Manual”.

Como lembra Gustavo Possamai, responsável pelo acervo da Fundação Iberê Camargo: “Magliani foi uma artista rara e merece todo reconhecimento. Por isso, garimpamos e reunimos o máximo de obras possível, sem medir esforços. Promovemos a restauração de muitas delas, reunimos escritos e depoimentos seus e de quem escreveu sobre seu trabalho, revisamos e ampliamos sua cronologia. É nossa forma de contribuição para a redescoberta de seu trabalho.” Possamai conta que, durante o processo de pesquisa, foi encontrada uma carta de Iberê Camargo para Magliani, datada de 1992, na qual o pintor escreveu: “Nós dois temos a mesma meta, o mesmo ideal, a mesma devoção. Haveremos de deixar nossos rastros neste chão em que nascemos.” Um depoimento precioso que reitera a oportunidade dessa exposição.

“…pinto a solidão no meio da cidade… a solidão do consumo”

Nascida em 25 de janeiro de 1946, em Pelotas, RS, Magliani passa a residir com a família em Porto Alegre, com 4 anos de idade. As informações sobre a família são esparsas. Seu avô era italiano, decorador de paredes; o pai servidor público e a mãe era do lar. A artista, apesar das dificuldades financeiras enfrentadas pela família, desde a adolescência gostava de ler, ouvir música, cinema, teatro, desenhar e de pintar.

Magliani formou-se em Artes Plásticas pelo Instituto de Artes da UFRGS, mas se autodenominava pintora: “…artista plástico faz muita coisa; eu só pinto, desenho, gravo, tudo derivado da pintura”. Apesar da afirmação, ainda na década de 1960, trabalhou em teatro, ilustrando capas de programas, fazendo cenografia e atuando em peças, como “As Criadas” (1969), de Jean Genet, “A Celestina” (1970), de Fernando Rojas, e “O Negrinho do Pastoreio” (1970), de Delmar Mancuso, nesta última como protagonista. A artista também se interessava por moda, e apreciava customizar, costurar e tricotar o que vestia.

Outra área de atuação foram os jornais, onde trabalhou, nos anos 1970, como diagramadora e ilustradora, ofício retomado em algumas mudanças de cidade posteriormente. Os jornais foram Folha da Manhã, Diário de Notícias, Zero Hora e Folha de São Paulo, entre outras participações e ilustrações.

Magliani deixou de residir em Porto Alegre em 1980, morou em São Paulo, em Tiradentes, Cabo Frio e no Rio de Janeiro, mas nunca se desligou nem de Porto Alegre e nem de sua terra natal, Pelotas, realizando regularmente exposições nessas cidades.

Sua produção é intensa e vigorosa e a exposição apresenta um panorama bastante consistente de seus trabalhos. A mostra é complementada por uma publicação dividida em dois volumes: o primeiro concebido como um catálogo de obras, e o segundo reunindo entrevistas e textos de Magliani, cartas, textos sobre ela de autores como: Carlos Scarinci, Teniza Spinelli, Celso Marques, Angélica de Moraes, Maria Amélia Bulhões, entre outros.

Reunindo um volume significativo de obras, a exposição apresenta trabalhos de todo o percurso de Magliani, organizados de forma cronológica e mostrando as alterações que sua obra foi sofrendo ao longo dos anos. Para compartilhar com o público a instigante personalidade da artista e sua multiplicidade, o trajeto da mostra é complementado com algumas frases e fotos da artista em vários momentos de sua vida. Na sequência são apresentadas pinturas do início de sua carreira, de 1964 a 1967, caracterizadas por um clima melancólico e lírico, com a inserção das frases poéticas riscadas sobre a tinta: “A espera do canto”, “O mesmo corpo com som de primavera”, “Autoretrato na nuvem”, “Eu tenho a flor”, e “Eu sou a inútil pureza nascida de dois silêncios” são algumas delas.

Em 1968 há uma mudança significativa na obra da artista, na qual ela se descreve como uma “delatora do desencontro”. É uma fase de passagem, influenciada pela pop art com trabalhos, como “Segundo canto para o amigo triste” e “As portas fechadas da cidade”. Um período difícil da Ditadura militar e a convivência com a Censura nas redações influencia a obra de Magliani. Seu repertório torna-se mais drástico, e, em 1976, ela faz a exposição “Anotações para uma história”, no MARGS. Foi um choque! A sociedade gaúcha não estava preparada para o que viu. No ano seguinte, levou ainda mais longe sua proposta realizando a série “Ela”, com grotescas mulheres seminuas, imensamente gordas, que ela considerava uma espécie de retrato interior da humanidade, e dizia: “Minha intenção é fazer a figura sair da tela, se derramar por cima da gente, sufocando”. A série, muito bem representada na retrospectiva, chamou a atenção dos críticos Jacob Klintowitz e Marc Berkowitz e foi determinante para a mudança da artista para São Paulo. Antes de ir embora, realizou na Galeria Independência, em Porto Alegre, a exposição “Brinquedo de armar”, reunindo desenhos e pinturas, sobre as quais dizia: “Acho que a mulher é o brinquedo mais armado e desarmado constantemente. Mas considero que todo mundo é, ou pode ser, um brinquedo de armar.”

O período de 1980 a 1988, o mais marcante da carreira da artista, coincide com o tempo em que ela residiu em São Paulo. Lá produziria as séries “Retratos falados”, “Crônica do amanhecer” e “Discussões com Deus”. Abandonando os tons sépia, passa a usar cores vibrantes e ácidas; mescla lápis de cor, de cera, pastel, grafite e até materiais de maquiagem, como corretivo e delineador, e muda o tratamento da pintura, usando a tinta acrílica e adotando pinceladas ágeis e gestuais, como traços de desenho, num processo que imprime movimento ao trabalho. É um momento no qual a obra de Magliani conversa de perto com a de Francis Bacon, atingindo o ápice de contundência e visceralidade da pintora. Retorcidos e distorcidos, corpos e rostos se desfazem e refazem, em movimentos bruscos.

Seus trabalhos são apresentados no Panorama do Museu de Arte Moderna de São Paulo, Bienal Internacional de São Paulo, e, em 1987, Evelyn Ioschpe promove no MARGS uma mostra de caráter retrospectivo: “Auto-retrato dentro da jaula”. Dez anos depois Magliani foi acolhida pelo público de sua cidade como uma estrela, a mais importante artista gaúcha de sua geração. O público poderá ver novamente todas essas séries, hoje integrando coleções de museus como Pinacoteca do Estado de São Paulo, MAM-SP e MAC-USP.

Em 1989, ela já estava cansada da violência e da poluição e queria fazer pinturas em um lugar mais tranquilo. Escolheu a pequena e histórica Tiradentes, MG. Lá, suas pinturas revelaram a solidão das montanhas, retomando os tons terrosos, nas séries “Em Gerais”, “Madrugada insone” e “Acumulações”. A artista também desenvolve, nesse período, uma série de cabeças, que são esculturas em madeira e papier machê.

Em 1997, mais uma mudança, agora para o Rio de Janeiro, mais especificamente o bairro de Santa Tereza. Passou a frequentar o Estudio Dezenove, onde conhece o artista Julio Castro.

Em 1999, Magliani retornou a Porto Alegre, onde ministrou algumas aulas e oficinas de pintura e papier machê. A passagem pela capital gaúcha durou um ano. No ano 2000 voou para o Rio de Janeiro. Com tantas mudanças a produção de Magliani diminui, mas há séries marcantes nesse período: “Acumulações” e “Alfabeto”, trabalho que deriva para as figuras recortadas das séries “Retratos de Ninguém” e “Todos”. A partir de 2009 é intensa sua produção de gravuras, impressas no Estudio Dezenove. “Um dos sonhos”, “Fábula”, “Da noite” e “O poeta” são algumas delas. Curiosamente, ao lado desse mergulho no universo monocromático, denso e expressionista da gravura, Magliani desenvolve a série mais colorida e lúdica de toda a sua carreira. São pinturas realizadas em estridentes cores acrílicas, recortes em madeira e objetos. Uma parte desse conjunto, sob o título “My baby just cares for me”, apoiada em gravação da cantora Nina Simone, foi apresentada em exposição individual no Museu Imaginário, em Bruxelas, Bélgica.

Todos esses momentos, apresentados em conjunto, revelam com clareza a excelência da obra de Maria Lídia Magliani, que começa a ser redescoberta também internacionalmente.

Magliani humanista

Apesar de pessoalmente engajada na luta pelos direitos humanos, Magliani não admitia que sua obra fosse interpretada como política ou identitária. Era intransigente nessa questão. São muitas as declarações dela a esse respeito. “Meu interesse é pelo que as pessoas sentem, não pelo que elas pensam […] Tenho preocupação com a vida, com a humanidade em geral. Nada a ver com raça específica, religião, nada. Uma coisa que é comum a todo mundo. A essência humana é igual para todos. O que interessa é isso. Todos os outros acréscimos: nacionalidade, cor, ideologia, credo, preferência sexual, time de futebol, tudo isso é acessório.”

Dentro dessa atitude de defesa da autonomia da sua obra, acima de qualquer circunstância, está também a rejeição a todo tipo de abordagem referenciando seu trabalho à Negritude. “Por que sempre me perguntam como é ser negra e ser artista? Ora, é igual ao ser de qualquer outra cor. As tintas custam o mesmo preço, os moldureiros fazem os mesmos descontos e os pincéis acabam rápido do mesmo jeito para todo mundo.”  A posição de Magliani sempre foi candente nessa questão, e ela afirmava, desassombradamente, que era contrária a guetos. Na publicação da UFRGS, “Nós, os afro-gaúchos”, de 1997, fez a seguinte declaração, quase um manifesto: “Sou brasileira, nascida no Rio Grande do Sul. Isto é o bastante. Não quero escolher uma raça em função da cor da minha pele. Não quero ser fatiada, dividida em porções, me aceito como soma.”

Uma lutadora, sem medo de desafios, que, entre divertida e séria, dizia: “Minha mãe falava: ‘Não se pode dar um passo maior que as pernas.’ Então vou ficar sentada, não vale a pena caminhar? Qual é a graça? Dar um passo maior que as pernas sempre. Romper expectativas, e os estereótipos principalmente.” Maria Lídia Magliani faleceu em de 21 de dezembro de 2012, no Rio de Janeiro, vítima de uma parada cardíaca.

 

Uma celebração: Ser Mulher

 

 

A determinação e o espírito empreendedor de uma mulher são o coração da Art Lab Gallery, Jardins, São Paulo, SP. Firme no propósito de dedicar-se a expandir os limites da arte e dos artistas, possibilitando que suas criações cheguem aos mais diversos públicos, a galerista e curadora Juliana Mônaco abre a exposição “ARTE E MULHER” com, aproximadamente, 300 trabalhos criados por 100 artistas mulheres. Mulheres de diferentes idades e culturas trazendo suas próprias versões do feminino em suportes variados como pinturas, desenhos, esculturas, fotografias e objetos.

“Perspectivas e expressões diversas geradas pela potência do cerne feminino de mais de cem mulheres artistas, entre elas uma adolescente em sua primeira exposição, uma muçulmana, e também uma índia, em pares com as consagradas Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Lina Bo Bardi, Fayga Ostrower, Tomie Ohtake, entre outras como Noemia Mourão – 1° esposa de Di Cavalcanti, e Eleonore Kock – aluna do Volpi, mulheres intensas que nos convidam à adentrar em seus íntimos através da arte. Basta observar e sentir”, explica a curadora.

Entre essas artistas, que através de suas obras discutem os desafios e sensações do que é ser mulher em sociedade hoje, podemos citar nomes como Silvia Borini, artista convidada, que apresenta um recorte da série de 1985 sobre os estágios emocionais da gestação – a fase azul; Ana Goulart, Carol Moraes, Elis Regina Mancini, Graça Tirelli, Lu Gerodetti, Luiza Whitaker, Marcia Cavinati, Mariana Naves, Mariella Morrone, Rebeca Bedani, Renata Kandelman além de nomes como Eliana Minilo, Fayga Ostrower, Renina Katz, Lina Bo Bardi, Lucy Citti, Maria Helena Chartuni, Maria Leontina, Rosina Becker, Yolanda Mohalyi, entre muitas.

“Distribuídas por toda a extensão da galeria, as obras contemporâneas em multilinguagens, abordam manifestos particulares das mulheres artistas. Um espaço de inflexão para coexistir mulher. Através da ressignificação do feminino, honrar no sangue e no querer, a força e o amor de milhares que vieram antes de nós.” Juliana Mônaco

 

De 11 a 19 de março.

 

 

Primeira individual em São Paulo

07/mar

 

 

Primeira individual em São Paulo

 

A Galeria BASE, Jardim Paulista, SP, abre sua agenda com a primeira individual, em circuito cultural, do artista plástico Guilherme Almeida – “Este sorriso que em mim emana”, com 35 trabalhos que incluem um recorte da série “Destruição dos Mercados I”, com pinturas sobre jornal; “Destruição dos Mercados II e III”, com pinturas sobre tela, todos criados no período entre 2021 e 2022. A exceção fica por conta de “Calouros”, pintura de 2018, que abre a exposição. A curadoria é de Paulo Azeco e a coordenação artística de Daniel Maranhão.

 

“Este sorriso que em mim emana”, trecho de um poema de Carolina Maria de Jesus que nomeia a exposição, não surge de forma aleatória uma vez que o ‘sorriso’ ao qual se refere a autora sempre inspirou o artista: “Carolina é tudo que é meu trabalho. Ele é sobre isso, é o sorriso da vitória, aquele reflete e inspira as pessoas, aquele que tenta apagar mas um dia ele volta a ascender”. Suas pesquisas, que possuem como foco central sua experiência pessoal, oferecem o sorriso negro como uma arma contra os preconceitos pré-existentes arraigados na vivência diária dos povos. “Este Sorriso que Em Mim Emana”, é uma luz, é algo para falar sobre nós, nossa geração, a geração passada, conquistas e aprendizados”, explica o artista.

Segundo Paulo Azeco, “a exposição apresenta um paralelo interessante entre o caráter biográfico dos trabalhos e a representação de pessoas negras bastante conhecidas, vencedoras. A primeira obra da mostra, e única anterior a série, ajuda a compreender a prática do artista ao se valer da sua vivência para a criação do vocabulário estético. Apresenta jovens, assim como ele, transbordando alegria por entrarem na universidade pública.”

A série “Destruição de Mercados”, cuja pesquisa teve início em 2019, retrata diversas personalidades – Maju Coutinho, Emicida, Elza Soares, Mano Brown, Baco Exu do Blues, Basquiat, Dona Onete, Nath Finanças, Carolina Maria de Jesus, Daiane dos Santos, Viola Davis, dentre outros – que atingiram o sucesso em suas áreas de atuação e, com a sensibilidade de Guilherme Almeida, são retratados com “sorrisos” preenchidos com ouro e prata. Em “Destruição de Mercados I”, “a série de retratos sobre jornal, a maior e principal pintura é um retrato orgulhoso de sua família, ecoando gratidão. Todos os outros são figuras que o artista considera como inspiração, os que representam que é possível sim um negro ser vitorioso e bem-sucedido em todas as áreas” aponta o curador.

Sobre o processo de criação da série, em uma primeira etapa, as pinturas são executadas sobre jornal e nas subsequentes o artista retorna às telas, suporte utilizado anteriormente quando seu tema ainda era ligado ao abstracionismo. Quando abstrato, Guilherme era ligado às formas e cores. A pintura nunca é única. As tintas lançadas sobre o suporte escolhido são em várias camadas, tinta sobreposta a tinta, cor sobreposta a cor. O artista trabalha com contrastes tanto na escolha das cores como nos materiais escolhidos: “a cor mais clara brigando com a mais escura; do suporte barato com a tinta mais valorizada e assim vou construindo”, explica.

Guilherme Almeida é um artista que se sustenta de apontamentos advindos de sua própria visualidade do mundo e das pessoas que o habitam. Suas lembranças pessoais e alguns registros fotográficos como apoio são a base de suas criações. Não há rascunho. Algumas palavras são colocadas no papel para conduzir o tema e ele começa a pintar. O processo é ágil, rápido, com mais frescor, onde o tema é lapidado através da repetição onde nascem as séries. A pintura nunca é única.

O fazer arte para Guilherme Almeida possui metas e direcionamentos. Posicionar-se antecipadamente em relação a mensagem que seu trabalho vai transmitir é de suma importância. Ele tem plena consciência de que, mesmo não sendo um posicionamento novo, é diferente do que é esperado de um artista negro nas artes visuais: “eu quero falar das nossas vidas, coisas boas e ruins, mas de uma forma que traga o meu igual para revigorar, que levante a cabeça, que destrua as amarras’.

“A Arte Contemporânea muda conforme seu tempo. Hoje o que está em voga (e as vezes fazem parecer que é até moda) é falar sobre as minorias, questões raciais, de gênero e sociais, como diria no melhor dialeto, “tá na boca do povo”. O que eu estou fazendo, simplesmente, é falar sobre mim, falar do que faço parte. Meu trabalho é verdade. Não sei se servirá para sempre para a Arte…” Guilherme Almeida

“Guilherme entendeu desde sempre, na sua família, que apesar da forma modesta que eles viviam, é possível sonhar e é possível ser feliz. E essa exposição transborda sorrisos e vitórias mesmo quando se chocam com feridas escravocratas ainda abertas. O conjunto aqui apresentado é de força criativa e estética únicos, mas acima de tudo é um ato revolucionário.” Paulo Azeco

 
Poeta, por que choras?

Que triste melancolia.

É que minh’alma ignora

O esplendor da alegria.

Este sorriso que em mim emana,

A minha própria alma engana

Carolina Maria de Jesus

 

Sobre o  artista

 

Guilherme Almeida nasceu em Salvador, BA, 2000, cidade onde vive e trabalha. Graduado em Artes Plásticas pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA), conduz sua produção em narrativas que evidenciam a composição do corpo negro no contexto contemporâneo. Morador do bairro Uruguay, periferia de Salvador, sua produção recente é influenciada pela vida urbana e pela cultura POP, em especial o hip-hop. Desenvolve pinturas e trabalhos tridimensionais em suportes não convencionais como jornal, Eucatex e outros refugos. Seu discurso urgente e firmado, no cotidiano, produz imagens nas quais o corpo está repleto de poder e autonomia. Desde 2017 já participou de várias mostras coletivas e intervenções artísticas no Brasil e no exterior.

 

De 15 de março a 23 de abril.

 

Livro de Fernando Limberger

 

A palavra do artista

 

 

Agradeço ao Museu da Cidade SP, através de Marcus Cartum, Henrique Siqueira, Monica Caldiron e Gabriela Rios, à Automática Produtora, através de Luiza Mello, Marisa S. Mello e Mariana Schincariol de Mello, pela produção do catálogo da exposição RELICTO, realizada no Beco do Pinto e Casa da Imagem, em 2020 e 2021. Agradeço, também, ao Everton Ballardin pelas imagens, e aos Guilerme Wisnik, Ricardo José Francischetti Garcia e Marcelo Zocchio pelos textos, e, ainda, à Monique Shenkels pelo projeto gráfico. Estou muito feliz com a publicação. Lembro que o jardim Retomada permanece no quintal da Casa da Imagem até 2025. Venham observar o desenvolvimento das plantas sentados no banco especialmente criado por marcenaria quiari.

Livro

 

Apresentando ensaios de Guilherme Wisnik, Ricardo José Francischetti Garcia, Marcelo Zocchio e Everton Ballardin, o livro “Relicto” apresenta em textos e imagens a exposição homônima de Fernando Limberger realizada entre 2020 e 2021 na Casa da Imagem e no Beco do Pinto, São Paulo. Em um exercício arqueológico que proporciona o encontro do espectador com “relictos”, elementos remanescentes que resistiram a um processo de transformação ambiental, o artista tensiona a relação entre o crescimento urbano e o apagamento da história da cidade, destacando na paisagem vestígios que testemunham a permanência de um tempo anterior à configuração urbana atual de São Paulo. Conheça esse projeto e passeie pelas instalações “Cinzas”, “Verde Infinito” e “Retomada”, a partir desta publicação de distribuição gratuita editada pela Automatica.

Jorge Macchi na Luisa Strina

24/fev

 

 

Reunindo um conjunto de obras de Jorge Macchi, artista argentino, “A estatura da liberdade” fica em cartaz até 19 de março na Galeria Luisa Strina, São Paulo e busca uma experiência que subverta a lógica cotidiana e vá além do palavrório conceitual.

Sem direção definida e objetivo claro, uma pequena mala sobre rodas percorre sozinha a galeria. Colidindo com obras, paredes e visitantes, altera seu rumo a cada obstáculo – como um protozoário, que diante de um estímulo reage de forma primária, afastando-se ou aproximando-se. Trata-se de La estrategia de la ameba (A estratégia da ameba, em tradução livre), de Jorge Macchi. Para o artista argentino, a instalação permite, de forma grotesca e bem-humorada, que a aparente diversidade das peças expostas seja “ridiculamente homogeneizada” na mostra A estatura da liberdade, que entrou em cartaz no último dia 9 de fevereiro na Galeria Luisa Strina em São Paulo.

Os trabalhos, feitos em diferentes materiais e com características distintas, parecem reunidos como em um livro de contos, em que cada obra é independente. A maleta automatizada se apresenta como um “objeto voraz e obstinado, que circula criando relações sempre novas entre as peças”, aponta Macchi. Assim, ela corrobora com a intenção primeira do artista: “Que se perceba um rio subterrâneo que perpassa todos os objetos”, conectando-os de alguma forma.

Porém, talvez não seja possível dar nome a esse rio, colocar essa suposta unidade em palavras. “Geralmente, acham que um artista tem que explicar o seu trabalho, mas estamos falando em outra linguagem: a visual. Não é possível traduzir”, explica o argentino. Tal qual La estrategia de la ameba, percorremos a exposição, criando possíveis relações entre as obras e tentando compreendê-las a partir de sua linguagem primeira, ao invés de defini-las numa tentativa de tradução. “Os statements [essas descrições explicativas], tortura a que somos submetidos diariamente em todo o mundo, são tentativas inúteis de simplificar ao extremo a criação artística para torná-la mais acessível. Acho que são pílulas anti-ansiedade que acalmam o espectador, mas roubam a complexidade do evento artístico”, desabafa Macchi; e complementa: “Diante disso, digo que não há como determinar e delimitar a poética. Pode-se sentir que há algo, mesmo que não se possa colocar em palavras. Meu desejo é que o conjunto de obras que compõem esta exposição nos permita perceber aquele fio ou aquele rio que aparentemente não está ali”.

A estatu(r)a da liberdade

Caminhando pela galeria, nos deparamos com diversos objetos que podem aludir à realidade, mas que de alguma forma a alteram. A série Confésion (Confissão, em tradução livre) traz duas caixas de papelão, que antes armazenavam smart TVs e agora estão vazias, cujas superfícies apresentam padrões de cruz que remetem aos confessionários religiosos. Em Debajo de la mesa (Debaixo da mesa), seis mesas de madeira são conectadas por seus pés, criando um espaço central vazio – consequentemente, o título passa a se referir a uma posição que não existe, já que não há mais “debaixo da mesa”, mas sim o centro de um objeto escultórico. Todas las palabras del mundo (Todas as palavras do mundo) é uma parede sem tijolos, em que só resta o cimento que os mantinha unidos, e cuja forma remete ao formato de um teclado de computador.

Apesar da preferência de Jorge Macchi por não estabelecer uma relação rígida entre o título e a mostra, há nessas alterações do real uma relação. Como ele próprio destaca em entrevista à arte!brasileiros: “Há algo na criação deste título que me interessa: como a adição de uma única letra transforma um objeto (A Estátua da Liberdade) em um conceito (a estatura da liberdade). As obras partem da premissa de introduzir mudanças muito pequenas na realidade e, assim, perturbar a forma como a percebemos ou entendemos”. O artista também acredita que o título possa ser visto como uma referência distante a O Fantasma da Liberdade, do diretor de cinema Luis Buñuel. “O filme é uma sucessão de situações aparentemente independentes, caprichosamente ligadas por um personagem ou uma situação, e cujo resultado é um violento ataque à lógica cotidiana.”

Seguindo essa proposta, diversas das obras parecem suscitar as ideias de presença e ausência, permanência e efemeridade. Se na série Presente estruturas feitas de haste de aço reproduzem as dobras de um papel que em algum momento embrulhou uma caixa – que está ausente -, Acorde nos remete simultaneamente à permanência e a efemeridade, ao que reproduz um teclado de piano em que uma sequência de teclas pressionadas congelam o momento de execução de um acorde de sol menor, “cujo som já se desvaneceu, ou cujo som permanece e, justamente sua permanência o torna inaudível”, conforme explica o texto de apresentação da galeria.

No corredor ao fundo da galeria encontramos ainda uma série de aquarelas. Segundo Macchi, elas são o começo da criação artística. “Se uma imagem surge através de uma experiência urbana, ou de um simples desenho, ou de uma memória, a primeira coisa que penso é como ela pode se materializar.” As pinturas são a atitude mais imediata, a ideia diretamente transposta para o papel. Ao que o artista busca uma forma de melhor comunicar essas imagens e extrair suas maiores riquezas, muitas acabam por gerar outra peça, em um suporte diverso. “Se me prendesse a uma técnica ou a um material, deixaria de lado essa premissa”. Isso agrega certa heterogeneidade não só a essa exposição, mas a seu corpo de obras como um todo. “Em geral, não gosto de reconhecer um artista vendo apenas uma obra. Sou contra a ideia de estilo”, conclui Macchi.

 

Fonte: Giulia Garcia para Arte Brasileiros!

Novo artista representado

 

 

A Simões de Assis, Curitiba, PR e São Paulo, SP,  anuncia a representação do artista Thiago Rocha Pitta.

Nascido em Tiradentes, MG, em 1980, Pitta iniciou sua produção artística nos anos 2000, depois de mudar-se para o Rio de Janeiro e frequentar cursos de Arte, Filosofia e Estética na UFRJ e na EAV Parque Lage. Sua pesquisa se ancora, desde então, em relações narrativas, visuais e materiais que estabelece intimamente com a natureza – que é, de fato, uma espécie de coautora em suas obras. Seu corpo de trabalho é absolutamente diversificado, materializado em vídeos, fotografias, instalações, aquarelas e afrescos. Profundamente fascinado pelas sutis transformações do mundo ao seu redor, o artista mergulha na investigação de elementos pequenos e banais do mundo natural, assim como também examina detalhadamente os campos expandidos da Astronomia, Biologia e Geologia.

Thiago Rocha Pitta recebeu o Prêmio “Marcantonio Vilaça” em 2005 e o Prêmio “Open Your Mind” na Suíça, em 2009. Em 2014, participou do programa de residência artística Circulating AiR, na Noruega. Realizou individuais no Arts Initiative Tokyo (2008); no Andersen’s Contemporary, Copenhagen; na Galeria Marianne Boesky (Nova York, em 2017, e Aspen, em 2019); e no MAM Rio de Janeiro, entre outras. Participou de notáveis exposições coletivas onde destacam-se “J’en Rêve”, na Fondation Cartier pour L’art Contemporain, Paris (2005); “A Time Frame”, no MoMa-PS1, Nova York (2006); Galería Fundación/Colección Jumex na Cidade do México (2009) e na 30ª Bienal de São Paulo. Possui obras em diversas coleções particulares e públicas como MoMA, Colección Jumex, MAM São Paulo, MAM Rio de Janeiro, Inhotim e Hara Museum.

 

 

 

 

Volpi popular no MASP

23/fev

 

 

“Volpi popular” é a terceira de uma série de exposições que o MASP, Paulista, São Paulo, SP, organiza em torno de artistas modernistas brasileiros canônicos do século 20 que empregam referências populares ou vernaculares em seus trabalhos. Em 2016, o MASP organizou “Portinari popular” e, em 2019, “Tarsila popular”.

Alfredo Volpi nasceu em Luca, Itália, 1896 e faleceu em São Paulo, Brasil, 1988, é um artista central da arte brasileira do século 20 e sua pintura é caracterizada por um repertório único de experiências e influências que mesclam tradições modernas e populares, incluindo interesses como: o trabalho artesanal, as festas populares, os temas religiosos e as fachadas da arquitetura colonial e vernacular brasileira.

De família de origem trabalhadora, o artista migrou ainda criança para São Paulo e sua produção inicial era voltada para paisagens urbanas e rurais, distantes do estilo que marcaria sua obra. Na década de 1950, Volpi começou a sintetizar suas composições, tornando sua figuração cada vez mais geometrizada, com padrões, formas e temas recorrentes – como suas famosas bandeirinhas, mastros, faixas, fachadas e ogivas – que desenvolveu até o final de sua carreira.

Assim, a sua obra passou a ganhar as características formais que tanto o tornaram conhecido, com a sua pintura de espaços planificados, com campos cromáticos bem definidos, mas com contornos irregulares, marcados pelo uso sensível e sutil da cor, e pela textura áspera da sua têmpera.

Nesse sentido, a mostra de caráter panorâmico abrangerá diversos períodos da carreira do artista e contará com cerca de 100 pinturas. A exposição foi organizada em torno do contínuo interesse de Volpi pelos temas do imaginário popular brasileiro e estruturada em seções temáticas, como paisagens do campo e do mar; fachadas; bandeiras e mastros; representações religiosas; festas populares; e retratos.

Acompanhando a mostra, será publicado o mais amplo catálogo sobre o artista num único volume, com ilustrações de todas as obras exibidas e mais. O livro conta com textos escritos especialmente para a ocasião por Adele Nelson, Antonio Brasil Jr., Aracy Amaral, Kaira Cabañas, Nathaniel Wolfson, Sônia Salzstein e Tomás Toledo, uma nota biográfica escrita por Matheus de Andrade, e duas entrevistas históricas com o artista feitas por Mario Pedrosa e Walmir Ayala. A publicação em capa dura conta com design de Paulo Tinoco, do Estúdio Campo, duas edições separadas na língua portuguesa e inglesa, e distribuição internacional por meio de Karen Marta Editorial Consultant e Distributed Art Publishers, nos Estados Unidos.

A curadoria é de Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP e Tomás Toledo, curador-chefe, MASP.

Até 05 de junho.