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AGENDA CULTURAL

Christian Cravo e Mario Cravo Neto

A Galeria Marcelo Guarnieri, Ribeirão Preto, São Paulo, SP, apresenta a exposição “Christian Cravo e Mario Cravo Neto”. Christian Cravo exibe as séries fotográficas “Tanzânia” e “Namíbia”, executadas nos últimos anos pelo artista em viagens de pesquisa por esses países africanos. Detalhes de animais criam paralelos visuais com a paisagem em grande contraste.

 

 

Nas fotografias de Mario Cravo Neto, selecionadas para a exposição, é possível encontrar as que foram produzidas em estúdio entre os anos 80 e 2000 e também as realizadas no contexto urbano da cidade de Salvador. O caráter simbólico e mítico das imagens é associado ao interesse do artista pela ancestralidade africana presente na cultura baiana.

 

 

Em conjunto com os trabalhos é apresentada uma seleção de fotografias de Vicente Sampaio, amigo de Mario Cravo Neto e fotógrafo que acompanhou Mariozinho, como este o chamava, em expedições fotográficas pela Bahia. Além de sua produção como fotógrafo, serão exibidos registros em que Mario surge como figura central desse universo íntimo e pessoal.

 

 

OLD TIMES, por Vicente Sampaio

“What makes photography a strange invention is that its primary raw materials are light and time” / John Berger

 

A quase três anos perdemos Cravo Neto, o Mariozinho. Na época, abalado, revi nossas fotos juntos de um tempo grandioso e belo que não escapa da memória, os tais anos 70, onde éramos jovens e doidos na Bahia mágica de então, naquela fruição do momento e tesão de apreender fotograficamente toda aquela insanidade visual que víamos passar pelos nossos olhos. Tive o privilégio de conviver com Mariozinho durante bons anos e bem próximo, eramos até vizinhos de casa (o fundo de seu estúdio dava para a minha rua quase em frente de casa), trocávamos figurinhas noturnas num vai e vem incessante de um darkroom para outro. Geralmente essas sessões de revelação de filmes e cópias invariavelmente terminava num banho de mar ao sol nascente, depois íamos cada um para o seu lado, dormir ou não, Mariozinho nessa época dizia que cansaço e sono eram depressão. Dessa convivência, além de uma bela e gigantesca exposição no MAM BA em 1976 que marcou época na Bahia, ficou esse registro de fotografias espontâneas, sem nenhuma pretensão a não ser exercitar o clic até irresponsavelmente… Não vou me alongar aqui, as fotos dizem per si!
Quando ele nos deixou, senti a importância dessas fotos diante do seu desaparecimento. Então selecionei os negativos, as fotos mais significativas, as digitalizei e pensei em alguma forma de publicação, mas me inibi, considerando algo oportunista.
Agora depois de todo esse tempo surge a feliz oportunidade do resgate dessas imagens que a Galeria Marcelo Guarnieri possibilita. A exposição vem ilustrar tão criativos anos de formação dessa figura pública que conquistou um amplo espaço pelo seu talento, perseverança e trabalho.
Tenho o privilégio de contribuir com imagens de sua intimidade numa época onde uma sofrida pureza desprentenciosa permeava tudo que fazíamos. Agora elas já não são só minhas, merecem ser vistas e vocês merecem vê-las.
Atotô Amigo!

 

De 07 de junho a 20 de julho.

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