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AGENDA CULTURAL

No Cofre da Casa França-Brasil

Efrain Almeida

Em todas as exposições que acontecem na Casa França-Brasil, o espaço do Cofre é ocupado por um artista diferente do que expõe nos demais espaços. Na exposição “Ulysses”, de José Rufino, não foi diferente. O detalhe especial é que foi o próprio José Rufino que fez o convite a Efrain Almeida, artista cearense radicado no Rio e que utiliza a madeira em suas obras. “O Sozinho” é uma escultura em madeira – um autorretrato – que mede, aproximadamente, 6 x 26 x 28 cm, apresentada sobre uma base de MDF em cor natural.

 

Efrain Almeida explica que “a base da escultura é proporcionalmente desproporcional à obra…O objetivo é justamente enfatizar a diminuta escala do corpo da escultura, em relação ao espaço expositivo. Para mim, a situação espacial e o local onde a peça está colocada se referem a questões recorrentes em meu trabalho, como as relações da obra com o espaço arquitetônico, e também uma certa atmosfera melancólica…Neste projeto, que intitulei O Sozinho, o enclausuramento, a solidão e o abandono se fazem presentes”.

 

Na opinião de José Rufino, as duas obras tratam do corpo, em escalas completamente distintas: “Essa relação entre o gigantismo e a miniatura vai criar uma tensão entre as duas obras…Ulysses é um corpo histórico, social, todo feito de fragmentos dos outros, uma verdadeira quimera gigante de partes esquecidas da cidade, enquanto o pequeno corpo de Efrain é íntimo, tem uma poesia e uma força contida, é quase a carne encolhida dele mesmo. No entanto, ambos podem se encontrar na inversão das escalas, pois Ulysses também pode ser investigado nos detalhes, nas reentrâncias – e o corpo de Efrain vai ocupar o pequeno volume do cofre como se aquele espaço fosse imenso”.

 

Sobre o artista

 

Efrain Almeida nasceu em 1964, em Boa Viagem, Ceará, onde morou durante a infância e a adolescência. Depois, seguiu com a família para o Rio de Janeiro, cidade onde reside. Entre 1986 e 1990, estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro e fez um curso no Museu de Arte Moderna, onde iniciou também uma pesquisa de materiais, acabando por privilegiar a madeira. Sua obra se baseia na apropriação do imaginário e da religiosidade popular, através dos ex-votos. Apesar de todas as referências da história da arte universal que recebeu nos cursos de Pintura e Escultura da Escola do Parque Lage, o artista nunca abandonou as influências visuais que marcaram a sua infância. Interessado pelos fenômenos da fé, registra em seus trabalhos as marcas físicas que certos tipos de religiosidade deixam no corpo humano. Por isso, os entalhes dos artesãos populares e as peças de ex-votos são um traço comum da sua obra, que ganham uma conotação levemente subversiva, quando deslocadas de seu contexto original. Suas peças são, em geral, de pequena dimensão – mas propõem uma ocupação global do espaço que as acolhe, convidando o observador a aproximar-se, a fim de desvendar os pequenos pormenores. São peças que evocam a harmonia entre o popular e o erudito, o instintivo e o calculado, o simples e o sofisticado. Entre as exposições em que participou destacam-se Infância Perversa (1995), no Museu de Arte Moderna Rio de Janeiro e no Museu de Arte Moderna, Salvador. Efrain Almeida começou a expor em 1987, no Rio, como integrante do XI Salão Carioca de Arte. Daí em diante, ganhou o Brasil e o mundo, expondo em centenas de cidades brasileiras, na Europa e nos EUA. Tem obras em importantes coleções públicas, como o Centro Galego de Arte Contemporânea (Santiago de Compostela, Espanha); no Museum of Modern Art – MoMa (Nova Iorque, EUA); no Toyota Municipal Museum of Art, Japão; no ASU Art Museu, na Universidade do Arizona, EUA; no Museu de Arte Moderna de São Paulo; no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães – MAMAM (Recife); e o Museu de Arte Contemporânea do Ceará.

 

Até 17 de fevereiro de 2013.

 

No dia 06 de janeiro, o artista vai receber a crítica de arte do jornal O Globo, Marisa Flórido, e o curador Marcelo Campos na mesa redonda às 18h30, na instituição.

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