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AGENDA CULTURAL

Obras inéditas de Felipe Cohen 

Felipe Cohen inaugura, em 31 de agosto, sua primeira individual na Cavalo, Botafogo, Rio  de Janeiro, RJ, “Luz Partida”. A exposição traz 12 trabalhos inéditos do artista paulistano, que partem da sua pesquisa em geometria e desdobram o tema da paisagem em diferentes suportes. Aos 40 anos, Felipe Cohen tem um trabalho construído a partir de relações paradoxais: da tensão entre os temas da arte clássica e as práticas contemporâneas; entre materiais nobres e ordinários; entre a abstração geométrica e a representação figurativa.

 

Na galeria, localizada em um antigo casarão em Botafogo, estarão dez pinturas sobre madeira da série ‘Luz partida’, que dá título à exposição. Nessas obras, triângulos de madeira coloridos com tinta acrílica dispostos como peças em uma estrutura que remete ao tabuleiro de um jogo. Nele, o artista organiza essas peças, criando paisagens minimalistas. Os triângulos de mesma proporção ganham então propriedades de elementos da natureza como mares, montanhas, vales, sol e céu, dependendo da composição, construindo cenários tão precisos quanto etéreos. Desta vez, o artista se inspira na geografia da cidade do Rio de Janeiro, onde encontrou um forte paralelo com seus próprios cenários.

 

“Os primeiros trabalhos que fiz tinham alusões a paisagens de marinas e montanhas, e percebi que surgiram situações parecidas com os cenários do Rio. Então comecei a criar essas semelhanças de maneira proposital: a montanha que se encontra com o mar ou que some atrás das nuvens, por exemplo”, conta Felipe Cohen.

 

O artista é conhecido, em seus trabalhos anteriores, pelo uso do reflexo como recurso escultórico. Na exposição, podemos observar essa prática no trabalho “Sol na montanha”, em que uma vitrine feita de vidro e madeira relaciona duas peças de mármore para formar um horizonte – que pode retratar tanto o momento da aurora quanto o do poente. Nesta escultura, o artista brinca com o reflexo das figuras na lâmina de vidro, que faz as vezes de mar e desmembra a paisagem em duas.

 

Completado a exposição está uma peça de quase três metros de comprimento que combina dois materiais antagônicos, artifício que Cohen utiliza desde o início de sua carreira. Feltro e vidro são montados em uma das paredes da galeria em recortes similares, formando uma topografia que remete à imagem de um gráfico. A transparência, a rigidez e a frieza do vidro enfrentam a opacidade, a maleabilidade e o calor do feltro, nessa disputa de montanhas e mares e, sobretudo, altos e baixos.

 

“Me inspirei num desenho de um gráfico que vi no jornal. Era algo sobre desenvolvimento industrial”, lembra Cohen, rindo da referência. “Então transformei as linhas do gráfico em topografia”.

 

 

Sobre o artista

 

Formado pela FAAP, Felipe Cohen, nascido em 1976, realizou mostras individuais e coletivas em importantes espaços como Centro Cultural São Paulo, Pinacoteca do Estado de São Paulo e Instituto Cultural Itaú. Entre suas principais exposições estão a 8ª e a 11ª Bienal do Mercosul, “Economy of means”, no Scottsdale Museum of Contemporary Art, nos Estados Unidos, e “Imagine Brazil – Artists Books”, que passou por diversas cidades da Europa. Possui trabalhos em importantes coleções, como o Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Museu de Arte do Rio e Scottsdale Museum of Contemporary.

 

De 31 de agosto a 28 de outubro.

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