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AGENDA CULTURAL

Monolux, no MAM-Rio

14/mar

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Parque do Flamengo,  inaugura a exposição “Monolux”, com 28 obras inéditas do fotógrafo Vicente de Mello. Com curadoria do poeta Eucanaã Ferraz, a mostra reúne fotogramas, “…imagens singulares, simples impressões construídas pela velatura da luz direta que ocorre pelo contato de objetos sobre a superfície do papel fotográfico”. “Os objetos mais sólidos não deixam refletir seus contornos, e os mais claros e transparentes revelam leveza e imprevisibilidade”, observa o artista.

 

Vicente de Mello explica que diante da “…desconcertante reprodutibilidade na prática social, onde a imagem se tornou um fluxo permanente que deságua nas redes sociais em uma profusão nunca antes vista”, buscou a natureza primeira da fotografia: os fotogramas. Os fotogramas “são fotografias sem câmera e sem negativo, uma antítese do impalpável e imensurável universo de pixels”. “Agradava-me a ideia de pensar que tanto a luz quanto os objetos exerciam uma ação tátil de clara composição ambígua sobre o papel, resultando em um fato fotográfico de força enigmática”, explica.

 

Fotógrafo educado a “…reconhecer o ato fotográfico como uma ação de foro pessoal, autoral, profissional, da procura da imagem perfeita, singular, carregada de significados implícitos”, Vicente de Mello conta que buscou entender e lidar com esta nova situação, em que a tecnologia “esgarçou no século 21 as fronteiras da captação e da pluralidade de imagens”.

 

“No meio da constatação desta espetacular hecatombe de imagens, senti que, eu mesmo já estava há anos convivendo com um grande manancial de imagens editadas, conhecidas, exibidas, adquiridas, publicadas, além das arquivadas que nunca chegaram a outros olhos”, conta o artista. “Essas imagens formavam o ‘cosmos’ da minha propriedade como autor, ainda a ser descoberto e revisto em múltiplas análises, recortes e inserções”. Ele ressalta que não considera ter esgotado sua percepção, mas que precisava “retornar a um pensamento em que pudesse construir, dominar, e que ele fosse único, sem a possibilidade de estar, enquanto original, em vários lugares”. “Um novo estatuto da fotografia, sem freio”, afirma.

 

Vicente de Mello reconhece que ao reproduzir digitalmente as imagens dos fotogramas, e elas forem lançadas nas redes, “todo mundo terá acesso, enquanto o original não poderá ser duplicado”. “Para conhecer o original será preciso que o olho humano esteja em frente a ele”, diz.

 

 

Telescópio japonês

 

O título da exposição, “Monolux”, vem da lembrança de Vicente de Mello do nome de um telescópio japonês de uso amador dos anos 1970, e “pelo fato físico de que, para imprimir os fotogramas, uma única fonte de luz é utilizada: a lâmpada da cabeça do ampliador”.

 

“Os fotogramas abandonam a materialidade do negativo, para lidar com a materialidade da luz, e a experimentação é a força orientadora, a âncora na imaterialidade da imagem”, diz. “O princípio do fotograma é o avesso do que está por cima do papel fotográfico, é o nexo entre a materialidade dos objetos e seu volume nulo, em fundo-abismo”.

 

O artista explica que os materiais utilizados têm uma relação particular entre si: “vieram das minhas coleções de madeira, de itens fotográficos, de coisinhas acumuladas que achei na rua, que comprei no mercado de pulgas, de objetos de uso doméstico e as que criei, exclusivamente, para configurarem como formas reconhecíveis”.

 

Na impressão dos objetos, dentro do retângulo de 50cm x 60cm, “todas as modulações, tentativas e acidentes foram às cegas”, conta ele. “O laboratório precisa estar em completa escuridão e somente uma luz vermelha (que não revela o papel virgem) permeia o ambiente para guiar a colocação dos objetos. O que vejo nos fotogramas é que a forma impressa não respeita a gravidade, tudo flutua e parece entrar em orbita, em um infinito impalpável. Não estou reinventando a pólvora”.

 

Vicente de Mello associa esta volta ao laboratório ao fato histórico conhecido de quando José Oiticica Filho, nos anos 1950, rompeu com os procedimentos clássicos da fotografia e se aprofundou na criação de séries, em que pintava sobre ampliações, com sobreposições de materiais diretos no papel e depois refotografados (“Formas”), fotografias convencionais que sofriam alteração na própria cópia (“Derivações”), e esses dois processos somados a fotogramas e solarização “(Recriações”).

 

“José Oiticica Filho deixou de lado, naquele momento, a problematização do que é fotografia, arte e reprodutibilidade, tema que até hoje é discutido ad nauseam, e, com as fotografias pelos meios digitais, as certezas estarão mais pulverizadas”, avalia Vicente de Mello.

 

O artista diz que sobre o assunto há duas interpretações – uma na literatura italiana e outra na brasileira – que lhe agradam “aos olhos e mente”:

 

“Umberto Boccioni (1882 – 1916), que desde o texto do manifesto técnico da pintura futurista, afirmava que era fundamental estabelecer uma relação de complementariedade entre a observação do mundo fenomênico, o indelével que só existe em nossa mente e o que se manifesta por meio da recordação. A meu ver, ele queria atribuir importância à capacidade de se recorrer às recordações individuais, e por meio da ‘intuição e estado da alma’ constituir o fazer artístico.

 

A outra interpretação de que gosto é a uma fala em “Grande sertão: veredas”, de Guimarães Rosa (1980-1967) que contextualiza as referências das imagens dos meus fotogramas: “O que lembro, tenho!”. A relocação dos objetos no pré-table top, foram fundamentais para transcender o representado, o que via na composição realizada a olho nu, das imagens que tinha em mente, não eram o resultado em preto e branco, após o laboratório. Olhava para as composições e pensava: ‘vocês perderão a posição de protagonistas e entrarão em uma atmosfera de cumplicidade’.”

 

 

Até 17 de junho.

Arnaldo de Melo no Rio

12/mar

No dia 13 de março, Cassia Bomeny Galeria, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, inaugura a primeira exposição individual do artista Arnaldo de Melo no Rio de Janeiro. Com curadoria de Franz Manata, serão apresentadas 15 obras inéditas, dentre pinturas – sobre tela, madeira e papel – e monotipias do artista, que começou sua trajetória em 1979, e já expôs em importantes instituições, como MASP e MAC/USP, em São Paulo; Palácio Das Artes, em Belo Horizonte, Centro Cultural Correios, no Rio de Janeiro, entre outros. Nos últimos anos, artista esteve afastado do circuito das artes, dedicando-se ao mestrado e ao doutorado em arquitetura, mas sem nunca deixar de pintar.

 

As obras que serão apresentadas na Cassia Bomeny Galeria foram produzidas no segundo semestre de 2017 e mostram a mais recente produção do artista, cuja formação artística se deu em Berlim, onde morou entre 1987 e 1990, e em Nova York, onde viveu entre 1984 e 1985, época em que predominava efervescência artística influenciada pelo início da arte de rua e o esplendor de carreiras em rápida ascensão através de linguagens e narrativas imediatistas e espontâneas como a “pop-art”, a “action painting” e a performance. Essa vivência influenciou a sua obra até hoje.

 

“O Arnaldo de Melo pintor é incansável na exploração de meios, formas e suportes para sua representação artística. Suas referências vêm de observações, vivências e introspecção enraizadas em seu atento e curioso olhar desde os primórdios de sua carreira artística”, afirma Tereza de Arruda no texto que acompanha a exposição.

 

 

Obras em exposição

 

Na exposição, serão apresentadas sete pinturas em grandes dimensões, com tamanhos que chegam a 2mX3m, em tinta acrílica sobre tela e madeira, que seguem o expressionismo abstrato. “Arnaldo de Melo bebeu nas duas fontes que originaram esta vertente artística: a intensidade do expressionismo alemão banhado no antifigurativismo das Escolas abstratas da Europa, como o Futurismo, Bauhaus e Cubismo. Devemos considerar que este movimento surgiu nos Estados Unidos e especificamente em Nova York no iníco da década de 50. Ambos contextos foram vivenciados ‘in loco’ pelo artista no início de sua carreira, emanando tentáculos que o influenciam até a atualidade”, ressalta Tereza de Arruda.

 

A exposição também terá cinco pinturas em acrílica sobre papel, uma pintura em acrílica sobre colagem e duas monotipias. “As telas e assemblages, por ele criadas como suporte através da junção e sobreposição de molduras e outros materias com que se depara, recebem um tratamento pictórico semelhante a uma camuflagem a tornar a superfície homogênea através da criação de formas e contornos que se complementam mantendo a abstração como gesto e intenção”, conta Tereza de Arruda.

 

 

 

Influências artísticas

 

O artista sempre enfatiza sua escolha pela pintura gestual a partir de sua inserção no ambiente onde se deu a pintura abstrata-expressionista do imediato pós-guerra, sendo de Kooning, bem como outros artistas ligados a New York School – a exemplo de Jackson Pollock, Robert Motherwell, Franz Kline e Lee Krasner – influencias marcantes em seu trabalho até os dias atuais. Vale lembrar, todavia, que na primeira metade dos anos 1980 as mais potentes galerias de arte de Nova York, cotidianamente visitadas por Arnaldo nos dois anos de sua permanência naquela cidade, exibiam em frenética rotatividade exposições dos pintores neo-expressionistas alemães, italianos e norte-americanos (Baselitz, Lüpertz, Penck, Hödicke, Chia, Clemente, Schnabel, Salle, entre muitos outros) que, exacerbando figurações e temáticas conectadas ao Zeitgeist – vivido e discutido em conjunto com a literatura, a música e as contradições políticas e ideológicas -, também resgatavam os gestos pictóricos e a escala de trabalhos consagrados do abstrato-expressionismo.

 

Nesse sentido, a “ponte” entre a abstração e a figuração estabelecida na pintura de Arnaldo de Melo sempre esteve em constante diálogo, marcadamente pelas influências obtidas nesse seu período de formação. Segundo o artista, interessa-lhe incursões figurativas não como narrativas a substanciar um longo período de trabalho, mas tão somente para abordar situações de um “som ao redor”: uma vez em Berlim, por exemplo, o artista passou cerca de um ano trazendo às telas imagens de imensos Kebaps, estes alusivos à forte presença da comunidade turca na cidade.

 

Para Arnaldo de Melo, a arte lhe serve como um “exercício de liberdade”, daí o cuidado para não se alongar por caminhos que logo poderiam lhe comprometer para além daqueles atinentes à pintura, à sua paleta de cores que incorpora a preferência pelas aguadas e os gestos rápidos mais aproximados de uma “escrita” como, aliás, foi a caligrafia oriental fonte de interesse para os abstrato-expressionistas americanos.

 

 

Sobre o artista

 

Arnaldo de Melo vive e trabalha em São Paulo. Frequenta a Hochschule der Künste Berlin (hoje Universität der Künste), com bolsa DAAD, concentrando-se em pintura sob orientação de Karl-Horst Hödicke (1987-1990). Em período anterior (1984-1985), reside e trabalha com pintura em Nova York. Em 2006, conclui o curso de Arquitetura na Escola da Cidade, em São Paulo. Em seguida, parte para a pós-graduação na FAU-USP em História e Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo concluindo, em 2014. Em 2015 é contemplado pelo Prêmio ProAC do Governo do Estado de São Paulo. Dentre suas exposições individuais destacam-se se “West-Berlin 1987-199: trabalhos sobre papel (2017), Sé Galeria, São Paulo”, “Círculos Urbanos” (2016), Phosphorus, São Paulo; a exposição no Palácio das Artes (1994), Belo Horizonte; “Selecionados do Centro Cultural São Paulo” (1992), Fundação Bienal, São Paulo; as mostras no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (1992) – MAC/USP, e na Galerie Röpke (1990), Berlim, entre outros. Dentre suas exposições coletivas estão “A Arte que Permanece – Coleção Chagas Freitas” (2014), no Museu Nacional dos Correios, Brasília e Centro Cultural dos Correios, Rio de Janeiro; “Selecionados do Centro Cultural São Paulo” (1991), no Museu de Arte de São Paulo – MASP; “Freie Berliner Kunstausstellung” (1998), Messehallen am Funkturm, West-Berlin; “Salão Nacional de Arte” (1980), FUNARTE, Rio de Janeiro, entre outras.

 

 

Sobre a galeria

 

Cassia Bomeny Galeria (antiga Um Galeria) foi inaugurada em dezembro de 2015, com o objetivo de apresentar arte contemporânea, expondo artistas brasileiros e internacionais. A galeria trabalha em parceria com curadores convidados, procurando elaborar um programa de exposições diversificado. Tendo como característica principal oferecer obras únicas, associadas a obras múltiplas, sobretudo quando reforçarem seu sentido e sua compreensão. Explorando vários suportes – gravura, objetos tridimensionais, escultura, fotografia e videoarte.
Com esse princípio, a galeria estimula a expansão do colecionismo, com base em condições de aquisição, bastante favoráveis ao público. Viabilizando o acesso às obras de artistas consagrados, aproximando-se e alcançando um novo público de colecionadores em potencial. A galeria também abre suas portas para parcerias internacionais, com o desejo de expandir seu público, atingindo um novo apreciador de arte contemporânea, estimulando o intercâmbio artístico do Brasil com o mundo.

Matsutani na Bergamin & Gomide

09/mar

A galeria Bergamin & Gomide, Jardins, São Paulo, SP, exibe “Takesada Matsutani: Selected Works 1972 – 2017″, uma seleta de obras de Takesada Matsutani. Nascido no Japão e membro da segunda geração do grupo Gutai, Takesada Matsutani participou em 2017 da mostra Grafite Works, em Nova York e da 57ª Bienal de Veneza, Itália.

 

Entre as características que marcam a obra de Takesada Matsutani, artista japonês radicado em Paris, está o material utilizado para compor seus trabalhos: a cola de vinil – uma espécie de adesivo de contato de aderência rápida e flexibilidade após a secagem. O artista representa a nova tomada do expressionismo abstrato e estará presente na exposição inédita no Brasil que a Bergamin & Gomide apresenta a partir do dia 03 de março, em parceria com a galeria Hauser & Wirth e organizada com Olivier Renaud-Clément.

 

Em seus primeiros experimentos, Matsutani impregnou a superfície da tela com elementos bulbosos, usando sua própria respiração para criar formas inchadas e rompidas, evocando carne e feridas. A carreira do artista começou nos anos 1960 como membro-chave da “segunda geração” na Gutai Art Association, o inovador e influente coletivo de arte do Japão na pós-guerra. Um dos mais importantes artistas ainda em produção, Matsutani continua a demonstrar o espírito de Gutai, transmitindo a reciprocidade entre o gesto puro e a matéria-prima. Suas pinturas, desenhos e esculturas envolvem temas do eterno e ecoam os intermináveis ​​ciclos de vida e morte.

 

Para a exposição na Bergamin & Gomide, foram selecionadas cerca de 20 trabalhos com grafite, cola de vinil, colagem e acrílico, entre outros materiais, tendo como suporte o papel, a tela e a madeira. Nos últimos três anos, Matsutani realizou as exposições individuais no Manggha Museum of Japanese Art and Technology (Krakow, 2018), na Hauser & Wirth Los Angeles (Los Angeles, 2017), na Hauser & Wirth, Zurique, (Suíça, 2016), no Otani Memorial Art Museum, “Correntes”, Nishinomiya (Japão, 2015) e na Hauser & Wirth New York (Nova York, 2015).

 

Além da exposição na Bergamin & Gomide, Matsutani realizará uma programação paralela na JAPAN HOUSE São Paulo, na Avenida Paulista. Entre 06 e 11 de março, o espaço receberá duas obras do artista, além de performances exclusivas. Uma delas, aberta ao público, será realizada no dia 11 e integrará a programação do evento Paulista Cultural; iniciativa que prevê uma programação especial em diversas instituições da Avenida Paulista, como Casa das Rosas, Centro Cultural Fiesp, Instituto Moreira Salles, Itaú Cultural e MASP. Criada pelo governo japonês em São Paulo, Los Angeles e Londres, a JAPAN HOUSE se propõe a ser um ponto de difusão de todos os elementos da cultura contemporânea japonesa para a comunidade internacional com programação cultural e vivências abertas ao público.

 

Takesada Matsunani na Japan House

Atividade infantil “Ponto de Contato”

 

Dia 11 de março, às 13h00

Faixa etária: de 6 a 12 anos

Duração: 15 minutos

Retirada de senha na recepção, ao meio-dia, no dia 11/03

 

Atividade infantil “Desenhos”

 

Dia 11 de março, às 13h30

Faixa etária: de 6 a 12 anos

Duração: 40 minutos

Retirada de senha na recepção, ao meio-dia, no dia 11/03

 

 

 

Endereço: Avenida Paulista, 52

 

Horário de funcionamento:

Terça-feira a Sábado: das 10h às 22h

Domingos e feriados: das 10h às 18h

 

Entrada gratuita

Curadoria/Curso

O IUPERJ e a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, apresentam o curso de pós-graduação “lato sensu” Curadoria de Arte Moderna e Contemporânea, com coordenação dos críticos de arte e curadores Paulo Sérgio Duarte e Jorge Sayão. A pós-graduação, a primeira e única do Rio de Janeiro, será realizada de março de 2018 a maio de 2019, às terças e quintas (18h45 às 22h). A aula inaugural “Marcos Chaves em diálogo com Paulo Sérgio Duarte”, com introdução de Jorge Sayão, será no dia 14 de março (quarta), às 19h, aberta ao público em geral.

 

O curso será dividido em três áreas – Planejamento e Produção de Exposições,  História da Arte e Filosofia e Teoria da Arte – e conta com professores como a Doutora em História da Arte Elisa Byington, os Doutores em Filosofia Fernado Augusto da Rocha Rodrigues e Bernardo Oliveira, a produtora Luiza Mello, a designer Evely Grumach, o iluminador Rogério Emerson, além dos coordenadores, entre outros pesquisadores e profissionais da área de artes visuais.

 
O objetivo do curso é qualificar a atividade de curador de arte oferecendo uma formação técnica e metodologicamente consistente, com fundamentos teóricos e práticos, superando a formação, até então vigente no Brasil, de cunho exclusivamente prática, nos igualando ao modelo de formação curatorial dos grandes centros de arte do mundo, capacitando assim o futuro curador a resolver os problemas que dizem respeito às diversas etapas de uma exposição de arte.

 

Curadoria de Arte Moderna e Contemporânea

 

Pós-graduação latu senso

 

ESCOLA DE ARTES VISUAIS DO PARQUE LAGE

 

Rua Jardim Botânico, 414 – tel 2334-4088

Inscrições abertas na secretaria (de segunda a quinta, das 9h às 20h|sexta, das 9h às 18h| sábado, das 9h às 12h)

 

Início do curso: 20/03/18. Término: 05/19

Terças e quintas-feiras, 18h45 às 22h

 
Custo: R$ 1.000,00/mês

 

Carga horária total: 360 horas/aula (incluído orientação de monografia)

Anna Bella & Lygia & Mira & Wanda

07/mar

O MAC Niterói, Mirante da Boa Viagem, Niterói, Rio de Janeiro, RJ, exibe uma exposição só de mulheres, todas importantes nomes do cenário artístico contemporâneo nacional. Com curadoria de Pablo Leon de La Barra e Raphael Fonseca, a mostra “Anna Bella & Lygia & Mira & Wanda” apresenta obras de Anna Bella Geiger (1933-), Lygia Clark (1920-1988), Mira Schendel (1919-1988) e Wanda Pimentel (1943-), presentes na importante Coleção MAC – João Sattamini. Cerca de 50 obras, com técnicas variadas (vídeo, pinturas, gravuras e esculturas), farão parte da exposição. Lygia Clark e Mira Schendel foram grandes pesquisadores das relações entre imagem e geometria no Brasil, sendo que, posteriormente, suas formas saem do plano e se dirigem ao espaço. No caso de Lygia Clark, seu interesse chega mesmo à experimentação de diversos sentidos por parte do público. Enquanto isso, Geiger é uma das precursoras do abstracionismo informal no país. Posteriormente, foi conhecida por suas experimentações na gravura e no vídeo, com destaque para a forma como a palavra exerce um lugar crítico e mesmo humorístico em sua pesquisa. Por fim, Wanda Pimentel é uma artista que trabalha predominantemente com pintura, com criações de obras icônicas durante os anos 1960 e 1970 em que o corpo feminino era fundido a objetos domésticos. Além das telas e esculturas, haverá, ainda, alguns vídeos da Anna Bella Geiger um vídeo sobre a Wanda Pimentel (dirigido pelo Antonio Carlos Fontoura, de 1972).

 

 

Até 11 de novembro.

Contos Saloméicos

05/mar

No momento em que as questões feministas estão no centro de nove entre dez debates acalorados pelo mundo, a artista visual Ana Luiza Rego abre a exposição “Contos Saloméicos”, onde apresenta sua “Salomé avatar”, fazendo uma releitura contemporânea da polêmica figura bíblica. Coincidentemente, a abertura acontece na data em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher, na Galeria Patricia Costa, no Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, com curadoria de Fernando Cocchiarale. São ao todo nove telas a óleo sobre linho, de grandes e pequenos formatos, onde a narrativa deixa de lado a história bíblica em si, para falar de momentos de solidão, de reflexão, de euforia e poder, numa abordagem com alguns toques de humor. Todas têm nomes femininos, como Sofia, Diana, Isadora… Trata-se de uma Salomé ligeiramente subversiva às convenções sociais ainda vigentes, com uma leitura absolutamente individual e aberta às mais diversas interpretações. A artista ressalta uma curiosidade: Salomé inspirou, por dois mil anos, grandes nomes da Arte, todos masculinos, como Oscar Wilde, Carlos Saura, Strauss, Caravaggio, Regnault, Klimt e Flaubert, entre outros. Seja qual for a interpretação, as obras apresentam composições levadas ao extremo, convidando o olhar do espectador a circular pela superfície da tela, conduzido pelas pinceladas, pela matéria e pelo uso de cor.

 

 

A história de Salomé

 

Salomé era filha de Filipe Antipas e Heródia, que depois deixa o primeiro marido para viver com o irmão deste, Herodes Antipas. Em uma festa em que Salomé dança para Herodes, ele, encantado, diz a ela que pedisse o que quisesse como prêmio, até parte do seu reino. Heródia, no entanto, sentindo-se difamada por João Batista, que pregava para o povo que ela era uma prostituta por ter largado Filipe para se casar com o cunhado, pede a cabeça do evangelizador.

 

Fernando Cocchiarale fala sobre o trabalho de Ana Luiza Rego:

 

“Em 2007 escrevi que as pinturas de Ana Luíza Rêgo essencialmente nunca se afastaram das referências práticas e discursivas que marcaram fortemente sua geração (a chamada geração 80). Passados mais de 10 anos, verifico que − ao lado das transformações poéticas observáveis em seu processo criativo − podemos afirmar  que estas referências permanecem até hoje como essenciais  à sua pintura. Sob a influência genérica do neoexpressionismo alemão, os jovens da nossa Geração 80 esquentaram o corpo-a-corpo com a obra, numa recusa explícita ao distanciamento decorrente de processos mais racionalizados que prevaleceram nas duas décadas anteriores: o grito de uma subjetividade expressa pelo fazer. O trabalho de Ana Luzia Rego e o de outras artistas brasileiras, como Adriana Varejão, Beatriz Milhazes e Cristina Canale, apesar de suas notáveis diferenças, pertence inequivocamente a essa genealogia”.

 

 

Sobre a artista

 

Voltando de um hiato de alguns anos na pintura, a artista Ana Luiza Rego nunca descansou com sua vida dividida entre Rio e Nova York, além de frequentes idas à Europa, onde mantém laços familiares. Foram anos de pesquisas visitando exposições e museus pelo Brasil e exterior. Entre as exposições mais marcantes, destacam-se “Geraçōes” – Ana Luiza Rego e Rubens Gerchman – Museu da República – Rio; “Rio” – Galeria Patricia Costa; “Brasilialaniche Knust auf Papier” – MOYA – Museum of Young Art – Vienna; “Arte Brasileira Sobre Papel” – Fundação Medeiros e Almeida – Lisboa; “Arte Brazilleña sobre papel” – Palacio Maldonado – Madrid.

 

 

De 08 de março até 29 de março.

Lançamento da Cobogó 

O livro “Carmela Gross” reúne a obra desta artista que “…teve a cidade e suas idiossincrasias transmutadas em diferentes trabalhos ao longo dos últimos 50 anos”. O livro é organizado pelo curador Douglas de Freitas e conta com textos dos críticos e curadores Luisa Duarte, Paulo Miyada e Clarissa Diniz. Uma edição da Cobogó.

Visita, catálogo e bate-papo

03/mar

A CAIXA Cultural Rio de Janeiro, Galeria 4, Centro, promove o lançamento do catálogo da exposição “Dorminhocos,” no dia 07 de março, às 19hs, com uma visita guiada e bate-papo aberto ao público com o curador, Raphael Fonseca, sobre questões levantadas pelas obras, principalmente nos aspectos econômico, social e urbanístico.

 

O catálogo “Dorminhocos”, editado pela curadoria e pela Tisara Arte Produções, contém todas as fotos da exposição. É a primeira vez que essas imagens de Pierre Verger são reunidas em um livro. Elas estão organizadas de modo cronológico e, consequentemente, pautadas nas diferentes regiões geográficas percorridas pelo fotógrafo, retratando o percurso de um artista-viajante.

 

A mostra “Dorminhocos”, em cartaz até 18 de março, apresenta uma série de 145 fotos produzidas pelo antropólogo e fotógrafo franco-brasileiro Pierre Verger nas décadas de 1930 a 1950, a grande maioria nunca exposta ao público. As imagens representam trabalhadores descansando em espaços públicos em diversos lugares do mundo, como Argentina, Peru, Congo, China, Polinésia Francesa, Guatemala e México. No Brasil, Verger fotografou os dorminhocos na Bahia, onde viveu por 50 anos, e também em Pernambuco e no Maranhão. O projeto tem patrocínio da Caixa Econômica Federal e do Governo Federal.

Rocha Pitta no MAM-Rio

01/mar

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro inaugura – foyer térreo -, no próximo dia 03 de março, às 15h, a exposição “memória menor”, de Matheus Rocha Pitta, artista mineiro, nascido em 1980, e radicado no Rio de Janeiro. Com curadoria de Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes, a exposição é composta por três estelas, termo usado na arqueologia para definir elementos pré-históricos como lajes ou colunas de pedra, que portam inscrições, sejam elas comemorativas, territoriais ou funerais. As três lápides verticais, encostadas na parede de fundo do foyer, trazem, como inscrições, notícias de jornais sobre três acontecimentos ocorridos no Rio nos últimos cinco anos: o caso Amarildo (2013), o adolescente acorrentado a um poste (2014), e um rapaz vestindo farda policial, depois de detido – que o artista está produzindo especialmente para a exposição. Com 1,80m de altura e cerca de 1 metro de largura, as lápides “são três peças bem simétricas e bem silenciosas, medidativas, e contêm uma violência muito forte dentro delas”, comenta o artista.

 

O processo de construção do trabalho, que permite que as notícias de jornais estejam visíveis para o público, foi aprimorado por Rocha Pitta a partir de um procedimento que ele viu em um cemitério de Belo Horizonte, durante o restauro de uma sepultura danificada: as famílias que não podem arcar com lápides de granito ou mármore encomendam tampas de concreto. Jornais são usados como a base onde será jogado o cimento. Após secar, uma das faces, a que ficará virada para baixo, mantém, como gravura, o jornal que recebeu o concreto. “Pode-se dizer então que usei um procedimento que nasceu de um contexto funerário, arqueológico. Trata-se de um monumento-funerário”, diz Matheus Rocha Pitta.

 

No texto curatorial que acompanha a exposição, Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes, destacam que ao contrário das estelas pré-históricas, feitas em pedra ou bronze, as que Rocha Pitta “realiza, ao contrário, são precárias, material e simbolicamente” “Retiradas de sua circulação diária, essas imagens, amareladas e frágeis, surgem como fragmentos difíceis de apagar”.

 

 

Até 22 de abril.

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