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AGENDA CULTURAL

Prêmio CCBB Contemporâneo

Contemplada com o Prêmio CCBB Contemporâneo, Carla Chaim inaugurou a mostra “Colapso da Onda”, CCBB Rio de Janeiro, Centro, Rio de Janeiro, RJ, com uma instalação de grande dimensão, criada especificamente para o espaço expositivo, e um livro de artista, de formato intimista, também inédito. Em comum entre os dois está o grafite em pó.

 

A instalação, que tem o mesmo título da individual, ocupa 80 m² e é construída com pó de grafite. A artista determinou metade da sala para “desenhar” no piso um retângulo que, girado 5º sobre seu eixo central, faz parte da forma subir a parede. Sobre a área delimitada, Carla polvilha manualmente 50 quilos de pó de grafite com uma peneira caseira. Já para aplicar o material na parede, a artista inventou uma técnica com compressor para pulverizar e fixar o grafite.

 

A arquitetura da sala faz parte da obra, sendo suporte da instalação, e o espectador experimenta um diálogo com o trabalho, que muda de feição virtualmente, dependendo da posição do visitante.

 

– O grafite em pó sugere uma matéria constituída de milhões de pontos que se unem e se transformam em um plano homogêneo, se tornando objeto, palpável, um desenho no espaço”, descreve a artista.

 

A pesquisa de Carla Chaim amplia o campo do desenho para além de traços sobre o papel. As questões do desenho são levadas para vídeos e instalações. Em “Colapso da Onda, o grafite, elemento corriqueiro e universal para desenhar, não é usado para traçar linhas ou delinear formas. Reduzido a pó, o grafite deixa de ser ferramenta para existir como matéria pura que preenche uma superfície determinada. O resultado é uma forma densa e opaca.

 

O segundo trabalho da exposição é um livro-obra, intitulado “Multiverso”, de 60 páginas, em que o pó de grafite é aplicado com algodão sobre as folhas dobradas aleatoriamente – as dobraduras diferem em cada uma. Ao serem abertas, as páginas revelam composições variadas. O original foi escaneado e impresso em offset, com tiragem de 500 exemplares, que serão distribuídos ao público. No período da mostra, haverá livros para o visitante manusear.

 

O crítico carioca Fernando Cocchiarale sugere, no texto de apresentação, que é bom descartar leituras estritamente formais da obra de Carla, favorecidas pela geometrização de parte de seus trabalhos. Os projetos da artista não estão a serviço da invenção formal, mas da formulação espacial de campos de experiência”. Cocchiarale propõe ainda um possível pano de fundo para a produção da artista: “o das poéticas de resistência à espetacularização que permeia a lógica do mercado.”

 

 

Sobre a artista

 

Carla Chaim, nasceu em São Paulo, SP, 1983 cidade onde vive e trabalha. É bacharel em Artes Plásticas pela FAAP – Fundação Armando Álvares Penteado, onde também fez pós-graduação em História da Arte. Entre os prêmios que recebeu, estão: Prêmio CCBB Contemporâneo, e o Prêmio FOCO Bradesco ArtRio, ambos em 2015, Prêmio Funarte de Arte Contemporânea [SP] e Prêmio Energias na Arte, no Instituto Tomie Ohtake [SP], onde participou também das exposições “Os primeiros dez anos”, 2011, e “Correspondências”, 2013. A artista fez residências artísticas em Arteles, Finlândia, 2013; Halka Sanat Projesi, Turquia, 2012; The Banff Centre for the Arts, Canadá, 2010. Em 2014, fez a individual “Pesar do Peso”, na Galeria Raquel Arnaud, SP, e “Norte”, em Lisboa, no Carpe Diem Arte e Pesquisa, e participou das coletivas “Afinidades”, no Instituto Tomie Ohtake e “Entre dois Mundos”, no Museu Afro-Brasil, SP. Carla tem obras nas coleções Ella Fontanals-Cisneros, Miami, EUA, Museu de Arte do Rio – MAR, RJ, e Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, Brasília.

 

 

Sobre Prêmio CCBB Contemporâneo 2015-2016

 

Em 2014, pela primeira vez, o Banco do Brasil incluiu no edital anual do Centro Cultural Banco do Brasil um prêmio para as artes visuais. É o Prêmio CCBB Contemporâneo, patrocinado pela BB Seguridade, que contemplou 10 projetos de exposição, selecionados entre 1.823 inscritos de todo o país, para ocupar a Sala A do CCBB Rio de Janeiro. O Prêmio é um desdobramento do projeto Sala A Contemporânea, que surgiu de um desejo da instituição em sedimentar a Sala A como um espaço para a arte contemporânea brasileira. Idealizado pelo CCBB em parceria com o produtor Mauro Saraiva, o projeto Sala A Contemporânea realizou 15 individuais de artistas ascendentes de várias regiões do país entre 2010 e 2013. A série de dez individuais inéditas, começou com o grupo  Chelpa Ferro (Luiz Zerbini, Barrão e Sergio Mekler), seguido das mostras de Fernando Limberger (RS-SP), Vicente de Mello (SP-RJ) e Jaime Lauriano (SP). Depois da de Carla Chaim (SP), vêm as de Ricardo Villa (SP), Flávia Bertinato (MG-SP), Alan Borges (MG), Ana Hupe (RJ) e Floriano Romano (RJ), até julho de 2016. Entre 2010 e 2013, o projeto que precedeu o Prêmio, realizou na Sala A Contemporânea exposições de Mariana Manhães, Matheus Rocha Pitta, Ana Holck, Tatiana Blass, Thiago Rocha Pitta, Marilá Dardot, José Rufino, do coletivo Opavivará, Gisela Motta&Leandro Lima, Fernando Lindote, da dupla Daniel Acosta e Daniel Murgel, Cinthia Marcelle, e a coletiva, sob curadoria de Clarissa Diniz.

 

 

Até 04 de janeiro de 2016.

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