BELMIRO BARBOSA DE ALMEIDA (1858, Serro, MG - 1935, Paris, França)

BIOGRAFIA:

Dedicou-se à pintura, ao desenho, à escultura e à caricatura. Primeiros estudos de desenho e pintura no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro. Ingressou logo depois na Academia Imperial de Belas Artes, onde teve como professores Agostinho José da Mota, Zeferino da Costa e Souza Lobo. No final da década de 1880, viajou para a Europa, visitando Roma e Paris. Em Paris freqüentou o ateliê de Jules Lefèbvre, participou de salões e realizou exposições individuais. De volta ao Brasil, ocupou interinamente, de 1893 a 1896, a cadeira de Desenho Figurado na antiga Escola Nacional de Belas Artes, em substituição a Pedro Weingärtner. Em 1916 foi contratado pela Escola para reger a cadeira de Desenho de Modelo-Vivo. Fixou-se definitivamente em Paris no fim da Primeira Guerra Mundial. No Salão Nacional de Belas Artes, conquistou a medalha de ouro de segunda classe em 1894, e a grande medalha de ouro em 1921. Em 1984, a Acervo Galeria de Arte inaugurou no Rio de Janeiro uma retrospectiva de sua obra. Sua obra integra o acervo do Museu Nacional de Belas Artes. Desse acervo, consta que uma de suas telas mais famosas, Arrufos, traz o poeta e crítico de arte Gonzaga Duque como modelo. Também o poeta se inspiraria no pintor para criar um personagem (Agrário) do romance Mocidade morta (1899).

REFERÊNCIA:

A arte brasileira (Lombaerts, 1888, 2. ed. Mercado de Letras, 1995, introdução e notas de Tadeu Chiarelli), Mocidade morta (Livraria Moderna, 1899) e Impressões de um amador: textos esparsos de crítica 1882-1909 (Fundação Casa de Rui Barbosa/UFMG, 2001, organização de Júlio Castañon Guimarães e Vera Lins), de Gonzaga Duque; Pequena história das artes plásticas no Brasil (Nacional, 1941), de Carlos Rubens; Artistas pintores no Brasil (São Paulo, 1942), de Teodoro Braga; História da pintura no Brasil (Leia, 1944), de José Maria dos Reis Júnior; Subsídios para a história da Academia Imperial e da Escola Nacional de Belas Artes (Universidade do Brasil, 1954), de Alfredo Galvão; História da caricatura no Brasil (José Olympio, 1963), de Herman Lima; A cultura brasileira (3.ª ed. Melhoramentos, v. 2, 1958), de Fernando de Azevedo; História geral da arte no Brasil (Instituto Walther Moreira Salles/Fundação Djalma Guimarães, 1983), coordenação de Walter Zanini; Belmiro de Almeida: 1858-1935 (Pinakotheke, 1984), de José Maria dos Reis Júnior; 150 anos de pintura no Brasil: 1820/1970 (Ilustrado pela coleção Sergio Fadel, Colorama, 1989), de Donato Mello Júnior, Ferreira Gullar e outros; Museus Castro Maya (Agir/Banco Boavista, 1994); Iconografia e paisagem: Coleção Cultura Inglesa (Pinakotheke, 1994), Carlos Roberto Maciel Levy e outros; Cronologia das artes plásticas no Rio de Janeiro: 1816-1994 (Topbooks, 1995) e Monumentos urbanos: obras de arte na cidade do Rio de Janeiro (Prêmio, 1999), de Frederico Morais; Arte brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem (A. Jakobsson, 2002), de Paulo Herkenhoff.

Texto: Bolsa de Arte/André Seffrin