CARLOS OSWALD (1882, Florença, Itália - 1971, Petrópolis, RJ)

BIOGRAFIA:

Gravador, dedicou-se também ao desenho, à pintura e ao magistério de arte. Filho do maestro Henrique Oswald. Estudou música (por influência paterna) e formou-se em Física e Matemática pelo Instituto Galileo Galilei, em Florença (1903). Primeiros estudos de pintura com Odoardo Gelli, Vittorio Corcos, Francesco Giolli e Domenico Trentacoste, na Escola de Belas Artes de Florença. Depois de um curto período no Brasil (1906 a 1908), voltou para Florença, onde começou a estudar gravura com o norte-americano Carl Strauss. Viajou para Paris e Munique, estudando então com o escultor Adolf von Hildebrandt. Na Alemanha, aprendeu a técnica da água-forte, na qual se destacou no panorama da arte brasileira. Em 1914, impedido de voltar para a Europa em decorrência da primeira grande guerra, fixou-se definitivamente no Brasil. No Rio de Janeiro, lecionou gravura e desenho no Liceu de Artes e Ofícios, na Fundação Getúlio Vargas e na Biblioteca Nacional. Vários alunos seus destacaram-se na arte da gravura nacional: Fayga Ostrower, Darel Valença Lins, Poty Lazzarotto, Renina Katz e Henrique Oswald, seu filho. Expôs na Itália (1904 em Florença, 1906 em Roma), na Alemanha (Munique, 1910), e na França (Paris, 1911). Participou do Salão Nacional de Belas Artes (menção honrosa de primeiro grau em 1909, medalha de bronze em 1912, pequena medalha de ouro em 1913, grande medalha de prata em 1916). Em 1952, integrou a mostra Um Século de Pintura Brasileira, no Museu Nacional de Belas Artes. Em 1955, o mesmo museu expôs uma série de sua pintura religiosa. Em 1971, a Galeria da Aliança Francesa, no Rio de Janeiro, realizou sua primeira exposição póstuma. Ainda no Museu Nacional de Belas Artes, em fevereiro de 1983 realizou-se uma exposição comemorativa do seu centenário e, de dezembro de 1999 a março de 2000, comemorando os quinze anos da sala que leva o nome do artista, reuniu-se uma mostra com seus desenhos e gravuras, incluindo obras recentemente doadas pela filha Maria Isabel Oswald Monteiro. É de autoria de Carlos Oswald o desenho do Cristo Redentor, localizado no morro do Corcovado, no Rio de Janeiro, encomenda de 1930 cuja cabeça foi executada pelo escultor francês Landowski.

REFERÊNCIA:

Primores da Pintura no Brasil (1941), de Francisco Acquarone e A. de Queirós Vieira; Artistas pintores no Brasil (São Paulo, 1942), de Teodoro Braga; Como me tornei pintor (Vozes, 1957), de Carlos Oswald; A gravura brasileira contemporânea (Expressão e Cultura, 1966), de José Roberto Teixeira Leite; A arte maior da gravura (Espade, 1976), de Orlando Dasilva; Arte como medida (Perspectiva, 1982), de Sheila Leirner; História geral da arte no Brasil (Instituto Walther Moreira Salles/Fundação Djalma Guimarães, 1983), coordenação de Walter Zanini; 150 anos de pintura no Brasil: 1820/1970 (Ilustrado pela coleção Sergio Fadel, Colorama, 1989), de Donato Mello Júnior, Ferreira Gullar e outros; Museus Castro Maya (Agir/Banco Boavista, 1994); Cronologia das artes plásticas no Rio de Janeiro: 1816-1994 (Topbooks, 1995), de Frederico Morais; Biblioteca Nacional: a história de uma coleção (Salamandra, 1997), de Paulo Herkenhoff; Carlos Oswald: pintor da luz e dos reflexos (Casa Jorge, 2000), de Maria Isabel Oswald Monteiro; Gravura: arte brasileira do século XX (Itaú Cultural/Cosac & Naify, 2000), de Leon Kossovitch, Mayra Laudanna e Ricardo Resende; Arte brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem (A. Jakobsson, 2002), de Paulo Herkenhoff; Gravura em metal (Edusp/Imprensa Oficial SP, 2002), organização de Marco Buti e Anna Letycia.

Texto: Bolsa de Arte/André Seffrin