EDGAR OEHLMAYER (1909, Rio Claro, SP - 1967, São Paulo, SP)

BIOGRAFIA:

Foi aluno de Carlos Hadler, Amadeo Scavone e Antônio Rocco. Desenvolveu com maestria e qualidade pictórica, diversos temas em pintura com diferentes técnicas, tamanhos e materiais. Para Fernando Figueirinhas, "...Oehlmeyer possuía uma forte personalidade, reveladora de um obstinado perfeccionismo...Esboçava e pintava, até atingir os tons desejados que melhor imprimissem um determinado sentimento. Segundo a opinião de conceituados críticos, figura e paisagem, são os temas mais difíceis neste estilo de pintura. Alguns afirmam que é a figura, outros, a paisagem. Oehlmeyer, também na paisagem, mostra sua genialidade, valendo-se de um enquadramento diferente do habitual. Muito raramente, retrata casarios, ruas ou outros motivos, pela perspectiva frontal. Ao contrário, parte de um ângulo lateral ou secundário, para o todo da paisagem, reforçando a perspectiva mais evidente, propositadamente esquecida, com um claro-escuro deslumbrante. O modo como compunha as flores na tela, permite uma visualização tridimensional, causando a impressão de serem reais, como que saindo do quadro e indo ao encontro de quem as observa. O tema flores, projeta Oehlmeyer para a imortalidade. Muitos, afirmam que nenhum outro conseguiu superá-lo! Oehlmeyer tinha consciência do valor de seu trabalho, admitindo-o com toda a modéstia...Austero, consigo mesmo e indulgente com os outros, exigia o máximo de si mesmo, queimando com soda cáustica as obras que não considerava boas, mas vendo até na pintura fraca de alguns colegas seus pontos positivos. A arte refletia o homem que a criara, melancólica e cheia de contrastes, plasmada em um claro-escuro que lembrava Rembrandt. Além deste último, admirava, também, José Malhôa, (pintor português, 1855-1933), e na música, Mozart e Beethoven. Tinha como companheiros de arte e melhores amigos, Aliberto Baroni e Manlio Moretto, com os quais viajou pelo Brasil...Lutou a vida inteira pela aquisição da Grande Medalha de Ouro que lhe foi boicotada por invejas e falcatruas, explicitando no testamento, que não a aceitaria postumamente." Em 1970, a Sociarte orgnaizou uma retrospectiva com 56 obras do artista.

REFERÊNCIA:

Fernando FIgueirinhas/Alexa Cultural; Roberto Pontual. "Dicionário das Artes Plásticas no Brasil", Editora Civilização Brasileira, 1969; José Roberto Teixeira Leite. "Dicionário Crítico da Pintura no Brasil", 1988.

Texto: Bolsa de Arte/Renato Rosa