FAYGA OSTROWER (1920, Lodz, Polônia - 2001, Rio de Janeiro, RJ)

BIOGRAFIA:

Gravadora, desenhista, aquarelista e professora de arte. Residiu na Alemanha de 1921 a 1933. Transferiu-se para o Brasil em 1934, depois de cerca de um ano de residência na Bélgica. Naturalizada brasileira, em 1947 iniciou o curso de Artes Gráficas na Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro. Ali estudou xilogravura com Axel Leskoschek, gravura em metal com Carlos Oswald, tendo sido orientada também por Santa Rosa e Hannah Levy. Em 1955, com a Bolsa Fulbright, seguiu para NovaYork (EUA), onde estudou com Stanley Hayter. Participou do Salão Nacional de Belas Artes (medalha de bronze em 1948 e prata em 1950) e da Bienal de São Paulo, a partir de sua primeira edição, em 1951, conquistando, entre outros, o grande prêmio nacional de gravura de 1957. Sua obra é vastamente premiada: Bienal de Veneza, e Bienal Inter-Americana, na Argentina (ambas com o grande prêmio internacional de gravura, 1958 e 1960, respectivamente), Bienal do México (prêmio de gravura em 1961), Associação Paulista de Críticos de Arte, São Paulo (prêmio de melhor exposição em 1988), Ministério da Cultura/Funarte (grande prêmio nacional de arte de 1994), entre outros. Além do magistério de arte, publicou livros, entre os quais podemos citar Universos da arte (Campus, 1983) e Acasos e criação artística (Campus, 1990). Integra o acervo de museus nacionais e internacionais. Em 1995, por ocasião da grande retrospectiva da artista no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, Ferreira Gullar escreveu: "Conheço de longa data o trabalho dessa artista, desde sua fase figurativo-expressionista, depois transfigurada em formas semi-abstratas, até a fase posterior, abstrata, das gravuras em metal, onde a linha, a luz e a cor ganhavam expressão inesperada. Dali para cá, um longo caminho foi percorrido, rico de indagações e audácias, de descobertas e retomadas, sem que, no entanto, jamais se apagasse nela a inquietação essencial que é a matriz da arte."

REFERÊNCIA:

A gravura brasileira contemporânea (Expressão e Cultura, 1966), de José Roberto Teixeira Leite; A criação plástica em questão (Vozes, 1970), de Walmir Ayala; História geral da arte no Brasil (Instituto Walther Moreira Salles/Fundação Djalma Guimarães, 1983), coordenação de Walter Zanini; 100 obras Itaú (MASP, 1985); Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand (JB, 1987), de Roberto Pontual; Museus Castro Maya (Agir/Banco Boavista, 1994); Dacoleção: os caminhos da arte brasileira (Júlio Bogoricin Imóveis, 1986), Cronologia das artes plásticas no Rio de Janeiro: 1816-1994 (Topbooks, 1995) e Arte é o que eu e você chamamos arte (Record, 1998), de Frederico Morais; Harry Laus: artes plásticas (Centro Cultural Harry Laus, 1996), organização de Ruth Laus; Biblioteca Nacional: a história de uma coleção (Salamandra, 1997), de Paulo Herkenhoff; Gravura: arte brasileira do século XX (Itaú Cultural/Cosac & Naify, 2000), de Leon Kossovitch, Mayra Laudanna e Ricardo Resende; O olhar amoroso (Momesso, 2002), de Olívio Tavares de Araújo.

Texto: Bolsa de Arte/André Seffrin