VICTOR VASARELY (1908, Pecs, Hungria - 1997, Paris, França)

BIOGRAFIA:

Artista multimídia. Interrompeu um curso de Medicina para dedicar-se à arte. Em 1928 e 1929, frequentou a Academia de Budapeste, orientado por László Moholy-Nagy. Em 1930, transferiu-se para Paris, onde trabalhou com decoração e comercialização de cartazes, participou de salões (Maio, Superindependentes e Réalités Nouvelles) e foi um dos fundadores da Galerie Denise René, na qual realizou grande parte de suas exposições. A partir de 1944, passou a se dedicar simultaneamente à pintura, à tapeçaria, à serigrafia e à litografia. Precursor da arte ótico-cinética, nos anos 1950 assinou diversos manifestos que tiveram forte influência sobre as novas gerações de artistas europeus e americanos. Seus trabalhos são essencialmente geométricos, policromáticos, multidimensionais, totalmente abstratos e ligados às ciências. O período entre os anos 1950 e 1960 (período Black and White) marca definitivamente o trabalho de Vasarely, quando introduz pela primeira vez em sua obra a sugestão de movimento sem existir movimento real, cria então uma nova relação entre artista e espectador. Conquistou o grande prêmio de pintura da Bienal Internacional de São Paulo, 1955. Há dois museus dedicados à sua obra na França – a Fundação Vasarely, em Aix-en-Provence, e o Château et Musée  Vasarely, em Gordes – e um em sua cidade natal, Pecs, Hungria. Para o crítico de arte Giulio Carlo Argan, a pesquisa visual foi levada à frente por Vasarely com um método claramente científico: ‘Em geral, as séries de formas geométricas coloridas vêm dispostas segundo uma ordem que implica determinadas possibilidades de variação. Usualmente, são possíveis diversas leituras das séries: na vertical, na horizontal, nas diagonais, ou mesmo invertendo a relação positivo-negativo entre as formas e os intervalos. A exceção à regra que é sugerida pelo próprio contexto da composição determina movimentos ilusórios, como se o próprio plano do quadro estivesse submetido a tensões e trações variáveis. As formas geométricas são símbolos espaciais, morfemas mentais, habituais; um dos aspectos pedagógicos das pranchas imago-numênicas de Vasarely consiste em abolir a distinção entre sensações “reais” e “ilusórias”, assim permitindo à consciência que utilize todas as informações visuais em igualdade de valor.”.  

REFERÊNCIA:

SEFRIN, ANDRÉ, catálogo Bolsa de Arte do Rio de Janeiro, 2007.

Texto: Bolsa de Arte/André Seffrin