Memórias de Jeane Terra

26/abr

Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, convida para uma conversa com a artista Jeane Terra em torno de sua exposição “Mekong: Memórias e correntezas”, no dia 29 de abril, às 18h. A mostra reúne dezenove trabalhos da artista, resultado de sua viagem pelo rio Mekong, em 2023, no Laos, Cambodja e Vietnã. Meio de transporte, de moradia, de pesca de subsistência e ainda território de conflitos, o Mekong, maior rio asiático, abriga 24 hidrelétricas. Jeane Terra tem como principal interesse em sua prática artística “as curvas da memória”, os deslocamentos forçados e o impacto nas populações da ação humana sobre o meio ambiente. Ela pesquisa locais que não existem mais, e no caso desta produção atual “lugares que podem vir a desaparecer”. “É um registro antes do fim”, diz. A exposição termina no dia 04 de maio.

No térreo estão os trabalhos em pele de tinta, uma mistura de pigmentos e aglutinantes, que depois de seca a artista recorta em quadrados de 1cm, e aplica sobre a tela reticulada. Neste espaço está a maior obra, “Mekong, O Grito” (2024), monotipia sobre pele de tinta, com 263,5 cm de altura por 657 cm de largura.

No segundo andar estão obras em monotipia sobre pau a pique, com imagens das ruínas dos templos de Angkor, no Cambodja. O texto crítico que acompanha a exposição é de Cecília Fortes, consultora artística da Anita Schwartz.

Novos artistas selecionados

31/jan

A Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, convida para a abertura, em 02 de fevereiro, às 19h, da exposição “Alvorada”, com 51 trabalhos de 32 artistas selecionados pela chamada pública Projeto GAS – Chamada Aberta de Verão, lançada em agosto do ano passado, e que recebeu 770 inscrições de artistas brasileiros e estrangeiros. Na noite de abertura, às 20h, a artista Carolina Kasting fará a performance “Corpo-Memória”, com a criação de duas pinturas que serão integradas à exposição. “Alvorada” ficará em cartaz até o dia 09 de março.

Cenas do cotidiano; a cultura popular brasileira; a história da arte revista sob a ótica de questões atuais; reflexões do campo político, a natureza e os impactos das ações humanas; gênero e sexualidade são alguns dos assuntos tratados nas obras da exposição. Os trabalhos reunidos em “Alvorada” são resultados de interesses, realidades e práticas distintas entre si. Há artistas que moram no exterior (Gustavo Riego e Graziela Guardino) vivendo em diferentes culturas, enquanto outros convivem com o dia a dia de zonas centrais e periféricas de cidades brasileiras.

Os 32 artistas, que ocuparão todo o espaço expositivo da galeria Anita Schwartz Galeria de Arte são: Ana Raylander (SP), Badu (PB/GO), Bruna Snaiderman (RJ), Bruno Lyfe (RJ), Caetano Costa (PE), Caio Borges (SP), Carolina Kasting (SC/RJ), Cela Luz (RJ), Clarice Rosadas (RJ), Desirée Jaromicz Feldmann (DF), Diego Castro (SP), Flávia Metzler (RJ), Fogo (RJ), Graziela Guardino (SP/Sydney), Guilherme Kid (RJ), Gustavo Riego (Bruxelas/Assunção), Janaína Vieira (SE/SP), Jorge Cupim (RJ), Julia Ciampi e Tiago Lima (MG), Luiz Eduardo Rayol (RJ), Malvo (RJ), Maria Victoria Santos (MG/RJ), Maryam Souza (BA/SP), Michele Martines (RS), Myriam Glatt (RJ), Nita Monteiro (RJ/SP), Rafael Amorim (RJ), Tetê Lian (MG/SP), Thales Pomb (DF/SP), Thix (RS/RJ), Vera Schueler (RJ) e Vinicius Carvas (RJ).

Exposições simultâneas

04/out

Segue em cartaz até o dia 21 de outubro, três individuais simultâneas na Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ. No térreo, no grande cubo branco, está “Pedra Latente”, do celebrado artista Rodrigo Braga; no segundo andar expositivo estão as esculturas em aço pintado com tintas automotivas de Michelle Rosset – que apresenta um vídeo no contêiner no terraço – e as pinturas de Esther Bonder.

Após cinco anos sem expor no Rio, desde que se mudou para Paris no final de 2018, Rodrigo Braga mostra agora obras inéditas e recentes, em desenhos e fotografias que aprofundam e radicalizam sua pesquisa iniciada em 2017, no Cariri cearense e nas regiões de pedras calcárias na França. O artista discute uma saída para além das dicotomias – preto e branco, direita e esquerda, positivo e negativo. O texto crítico é de Bianca Bernardo.

Em “Pequeno Ato”, Michelle Rosset criou especialmente para a mostra quatro esculturas em aço – pintadas, cada uma, em cores primárias: amarelo, vermelho, azul e preto com tinta automotiva, resistente ao tempo -, e o ponto de partida foi a “Carta a Mondrian”, escrita por Lygia Clark (1920-1988), em 1959, quinze anos após a morte de Piet Mondrian (1872-1944). Michelle Rosset buscou em seu processo criativo fundir aspectos dos trabalhos dos dois grandes artistas. Assim, eladobrou incontáveis vezes folhas de papel quadradas em busca de “sair das formas retas para as curvas”.

Em “Sob a luz de outros sóis”, com pinturas recentes de Esther Bonder, a artista exalta a natureza em paisagens luxuriantes. Esta é a primeira individual da artista na Anita Schwartz Galeria, e a curadoria é de Sandra Hegedus, e o texto crítico de Shannon Botelho.

Lançamento Projeto GAS

10/ago

 

Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, lança o “Projeto GAS 2024 – Chamada Aberta de Verão”, que busca impulsionar a circulação de artistas jovens ou com até 20 anos de carreira, nas diversas linguagens da arte contemporânea. As inscrições vão até o dia 28 de agosto, em formulário online, de acordo com as instruções que estão no site www.anitaschwartz.com.br.

Um comitê irá selecionar até 30 artistas – ou coletivos artísticos – brasileiros, ou estrangeiros. O resultado será anunciado até 04 de novembro.

Os artistas selecionados participarão de uma exposição coletiva no próximo verão, entre fevereiro e março de 2024, que ocupará todo o espaço da Anita Schwartz Galeria de Arte.

O nome do projeto foi inspirado no fato de que Gás é a matéria em estado fluído, tem qualidade expansiva, e pode preencher totalmente um determinado espaço.  Atendo-se à ideia da criação como uma materialidade formada por partículas que impulsionam o movimento do sistema das artes, o projeto, por meio da chamada aberta, tem o objetivo de ser uma espécie de força motriz para a escuta e a amplificação de novas vozes da arte contemporânea brasileira.

O Projeto Verão, inicialmente uma coletiva pensada a partir da própria programação do ano na galeria, foi lançado em 2020.  Após duas edições neste formato, se tornou uma chamada pública, que resultou na exposição “Saravá”, em fevereiro de 2022, com obras de 39 artistas – desenhos, esculturas, pinturas, instalações e videoarte -, selecionados dentre os mais de 500 portfólios inscritos de todo o Brasil e do exterior. O Projeto GAS 2024 – Chamada Aberta de Verão é a quarta edição da iniciativa.

Vinte e cinco anos de atividades

09/mai

Anita Schwartz Galeria de Arte, convida, a partir do dia 10 de maio, às 19h, para a exposição “Anita Schwartz XXV”, que celebra seus 25 anos de atividades profissionais – e há 15 no espaço da Gávea, em que lançou um novo paradigma para os espaços arquitetônicos de uma galeria de arte no Rio de Janeiro -, com trabalhos históricos e emblemáticos e outros novos e inéditos, produzidos especialmente para a mostra de 27 artistas que participaram desta trajetória. A curadoria é de Bianca Bernardo, gerente artística da Galeria.

A exposição apresenta obras de artistas que fizeram parte desta história, como Abraham Palatnik (1928-2020), Angelo Venosa (1954-2022), Ivens Machado (1942-2015), Rochelle Costi (1961-2022) e Wanda Pimentel (1943-2019), em homenagem especial ao seu legado e memória; Antonio Manuel, Artur Lescher, Carlos Zílio, Daniel Feingold, David Cury, Gonçalo Ivo; e Ana Holck, Andreas Albrectsen, Carla Guagliardi, Claudia Melli, Cristina Salgado, Gabriela Machado, Jeane Terra, Lenora de Barros, Maritza Caneca, Marjô Mizumoto, Nuno Ramos, Otavio Schipper, Paulo Vivacqua, Renato Bezerra de Mello, Rodrigo Braga e Waltercio Caldas, representados pela Galeria. As obras vieram dos acervos dos artistas, cedidas especialmente para este momento de comemoração, e algumas do próprio acervo de Anita Schwartz.

Ao longo do período da exposição será lançado um livro com texto de Paulo Sérgio Duarte, sobre a história de Anita Schwartz Galeria de Arte, e com registros de imagens da mostra.

 

 

A fronteira entre o pictórico e o escultórico

13/mar

Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, inaugura no dia 15 de março, às 19h, a exposição “Tempo-Matéria”, com aproximadamente 14 novas pinturas, inéditas, do artista carioca Dudu Garcia. Os trabalhos são da série “RA 143″, de 2023, nome que faz referência ao endereço do ateliê do artista, na zona portuária do Rio de Janeiro.

Criadas em um processo de acumulação de vários materiais sobre a tela – como reboco, pedra, cal encontrados no próprio ateliê, um galpão -, e depois escavados pelo artista, essas pinturas inéditas discutem a relação entre tempo e matéria, em sua primeira exibição individual na Anita Schwartz cuja exposição vai ocupar todo o espaço térreo do prédio.

Em seu processo de criação, em que os diversos materiais são aplicados em camadas sucessivas, e depois escavados, como em um sítio arqueológico, há considerável esforço físico do artista, em um trabalho corporal intrínseco. As pinturas de Dudu Garcia situam-se na fronteira do ato escultórico. “Esses trabalhos sofrem muita ação minha na sua execução. Possuem fendas, fissuras, são peles castigadas. Diria que parte do processo é uma action painting, com muita entrega de corpo e alma, muitas decisões e renúncias”, comenta.

A matéria e a passagem do tempo são assuntos de interesse do artista desde que começou a participar do circuito de arte, no início dos anos 2000. Embora sempre tenha desenhado, e a pintura tenha permeado suas atividades profissionais, Dudu Garcia passou a se dedicar à arte depois de uma bem-sucedida trajetória profissional na indústria da moda e em sound design. Na ruptura com o universo já trilhado e o mergulho no desconhecido, ele foi o primeiro artista a ocupar a antiga Fábrica Bhering, em 2005, onde permaneceu até se transferir para o galpão na zona portuária, em 2019.

“Ao olharmos com mais atenção para a plasticidade de suas obras, percebemos que as pinturas de Dudu Garcia não representam fragmentos de paisagens urbanas, mas, se posicionam entre o campo do visível e do invisível, entre a experiência visual e sensorial da pintura”, escreveu Bianca Bernardo, gerente artística da Anita Schwartz, no texto que acompanha a exposição.

Manifestações divinas e profanas

14/fev

 

Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, apresenta de 02 de março até 15 de abril, a exposição “Dialetos do Firmamento”. A artista belga de origem turca Shen Özdemir traz em sua primeira viagem ao Brasil seu universo particular de carnaval, em que cria esculturas que nos lembram os bonecos de Olinda. Para abrir a mostra coletiva em que estará junto com os artistas Bonikta, Ivan Grilo, Jeane Terra, Rochelle Costi, Thiago Costa, e Zé Tepedino.

Shen Özdemir fará um cortejo com seus estandartes, e seis músicos integrantes do Céu na Terra, que percorrerá as ruas do bairro da Gávea até a Anita Schwartz. A exposição discute as diferentes cosmovisões, mundos inventados, o encantamento e os mistérios que transitam entre o céu e a terra.

A exposição será aberta por um cortejo/performance com oito bandeiras desenhadas e confeccionadas pela artista belga de origem turca Shen Özdemir, em sua primeira visita ao Brasil, e a participação de seis músicos integrantes do tradicional Céu na Terra. A concentração será a partir das 18h30, na Praça Santos Dumont, na Gávea, e o cortejo percorrerá algumas ruas do bairro até a Anita Schwartz, na Rua José Roberto Macedo Soares, 30. Por meio de suas linguagens e modos sensíveis de compreensão, os trabalhos dos artistas de “Dialetos do Firmamento” constelam imaginários, desenhando novas direções para modos plurais da existência, integrada à imensidão dos poderes ocultos do universo.

A exposição inaugura o programa de 2023 da galeria e convida o público a imaginar novas possibilidades de cuidar de um futuro ancestral, em conexão com o campo da arte e da espiritualidade, construindo percursos e diálogos entre manifestações divinas e profanas. O projeto de um Brasil inventado é revisto pelas potências do intangível, as expressões primárias e as subjetividades da memória, atravessando o tempo e o espaço visível/invisível do mundo moderno organizado pela racionalidade.

Bonikta (Caio Aguiar), nascido em 1996, em Ourém, Pará, e radicado em Salvador, estará na exposição com as fotografias “Kurumins do Rio” (2023) e “Ygarapé das Bestas” (2023), cada um medindo 45 x 60 cm. Sua produção que desenha um universo encantado inspirado no imaginário ribeirinho amazônico, reflexos de vivências que traçam travessias entre o interior e a cidade, entre a rua e a floresta. Bonitka se dedica a processos de criações e encantarias em diversas linguagens e tecnologias, do grafite, lambe-lambe, ilustrações, pinturas, fotografias, vídeos, animações, tatuagens, máscaras a desenhos digitais, entre outros. Bonikta é bicho que vira gente e gente que vira bicho. Atualmente ele é estudante do Bacharelado Interdisciplinar em Artes na UFSB (Universidade Federal do Sul da Bahia).

Ivan Grilo (1986, São Paulo) mora em Itatiba, São Paulo, e tem sua produção reconhecida no circuito da arte a partir de seu interesse em investigar tradições orais, ou pesquisar história brasileira a partir de arquivos públicos. A escrita é um elemento importante em seu trabalho, de várias maneiras, e na exposição a obra “Fazer juntos um trecho de céu no chão” (2022) traz a frase entre linhas, em bronze, medindo 8cm x116cm.

O tríptico “Santuário do Sertão” (2022), uma monotipia feita sobre pele de tinta – material desenvolvido pela própria artista – foi criado a partir da vivência de Jeane Terra no final de 2021 nas cidades baianas inundadas pelo Rio São Francisco em 1970, para a criação da represa de Sobradinho. A obra retrata, a partir de um registro fotográfico feito pela artista, a Igreja de Santo Antônio, do século XVIII, na margem do rio em Pilão Arcado. Jeane Terra nasceu em 1975 em Minas, e é radicada no Rio de Janeiro.

Rochelle Costi (1961-2022), artista atuante em exposições no Brasil e no exterior, deixou um legado poético de sua coleção amorosa de registros do que a cercava – objetos, paisagens, cenas do cotidiano. Sua obra que integra a exposição “Escada Palavrada – Céu” (2014), em jato de tinta sobre papel de algodão, de 105cm x 70cm, é também uma homenagem a ela.

A artista belga de origem turca Shen Özdemir (1996) criou um universo de carnaval a partir das lendas de gigantes, na Bélgica, e das marionetes da Turquia. Na série de trabalhos Karnavalo, sua intenção é criar uma comunidade humana internacional através do sincretismo cultural. Seu carnaval é composto por uma multidão de trupes, concebidas como núcleos familiares, ressaltando a ideia de parentalidade, e seguindo a tradição das alegorias dos desfiles de carnaval. Suas “cabeças” nos lembram, entre outros personagens de festas populares, os tradicionais Bonecos de Olinda. Criadas com espuma, papel, tinta acrílica, gesso e tecido, e medindo aproximadamente 90cm x 90cm, duas obras “Cabeças” (2023), que representam metaforicamente dois membros de uma mesma família, sem definição de gênero ou faixa etária. Com a participação de integrantes do Céu da Terra, será a primeira vez que os desfiles feitos por Shen Özdemir com seu carnaval imaginário terão música. O conjunto de bandeiras do cortejo integrará a exposição.

As esculturas-ferramentas “Exercícios para suspensão” (2022) – solda sobre vergalhão, com 50cm x 20cm cada – do paraibano Thiago Costa (1994, Bananeiras, residente em João Pessoa), faz parte de sua pesquisa da escrita em relação com a imagem a partir das filosofias Bantu e Yorubá. “O gesto de assentar e seus métodos fazem parte de saberes milenares onde se acessa as temporalidades do que é intencionado, que possibilita comunicação e relação da forma com o corpo”, diz. Ele investiga a relação das formas com as corporações e incorporações.

Na instalação “Sem título” (2023), em madeira, nylon, tecido, areia e pedra, o artista carioca Zé Tepedino (1990) dá seguimento à sua série “Vários verões”, em que objetos de praia são destituídos de sua função original, e ao serem desmembrados e rearranjados são pensados a partir de cor e forma.

 

Visita guiada e conversa com Nadam Guerra

16/jan

 

Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, convida para a visita guiada da artista Liana Nigri em sua exposição “Gestos de Contato”, no dia 18 de janeiro, quarta-feira, às 18 horas.

A exposição reúne um conjunto de obras inéditas e recentes, em torno do gesto de modelar como ato escultórico, em que o corpo feminino é utilizado em contato direto com a matéria. “Gestos de Contato” abrange esculturas – em porcelana, terracota, metal, granito, mármore, desenhos a carvão, vídeo e fotografia.

Após a visita, Liana Nigri vai conversar com o artista e professor Nadam Guerra, que coordena o programa de residência para artistas da Ecovila Terra UNA, na Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais, onde ela criou a série “Ovo-Mundo”, em 2019, que resultou em esculturas de terracota e um vídeo com 2’10, presentes na exposição.

A mostra “Gestos de Contato” fica em cartaz até 28 de janeiro.

 

Sobre a artista

Liana Nigri nasceu em 1984, no Rio de Janeiro. É artista visual baseada no Rio de Janeiro. Sua pesquisa chama a atenção para a presença do corpo da mulher, uma observação íntima de marcas que evidenciam traços de tempo, experiências, contatos ou traumas. Encontrando voz dentro do espaço vazio de dobras da pele. Anualmente participa de residências artísticas, como LabVerde na Amazônia, “From the Laboratory to the Studio”, em Nova York, “In Context”, na Romênia, Terra Una, na Serra da Mantiqueira, e Despina, no Rio de Janeiro. Em breve será mestre do curso de “Estudos Contemporâneos das Artes” pela UFF, onde investiga a ideia de “Gestos de contato: corpo-matéria”.

 

Sobre Nadam Guerra

Artista e doutor em artes com a tese “Como tornar-se um Artista Mago”, Nadam Guerra é professor na EAV Parque Lage e no Instituto de Artes da UERJ. Coordena o programa de residência para artistas da Ecovila Terra UMA, na Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais, que desde 2007 já recebeu mais de 200 artistas para imersão em contexto rural e florestal. Fez as exposições individuais: Pintura da Lua (2020), Galeria Archidy Picado, em João Pessoa (2018); Paço Imperial, no Rio de Janeiro (2016); Galeria Luciana Caravello, Rio de Janeiro (2015); Centro Cultural Banco do Nordeste Fortaleza (2015); e Galeria do IBEU, Rio de Janeiro (2013). Tem obras em parceria com outros artistas como Michel Groisman (coletivo DESMAPAS) e Domingos Guimaraens, com quem criou em 2003 o Grupo UM, e o coletivo Opavivará!. Tem trabalhos nas coleções MAM Rio e Museu de Arte do Rio. Entre as exposições coletivas recentes, participou: SIART Bienal da Bolívia Literatura exposta, e Casa França Brasil, no Rio de Janeiro (2018); Alucinações à beira mar, MAM Rio (2017-19); Trust in Fiction, no CRAC Alsace (Centre art contemporain), em Altkirch, França, e Das Virgem em cardumes, no Museu Bispo do Rosário, Rio de Janeiro (2016); 1ª. Bienal do Barro, em Caruaru, Pernambuco; Colloque international Performances, no Musée d’Art Contemporain, Marselha, França; Arte Actual, México (2014). Foi curador de festivais e eventos de performance como Cinema Manual Convida (Espaço Sesc, 2003), Visor (vários locais, 2004 – 2005), V::E::R, (2005 – Parque Lage, 2011 – Terra UNA), Sara-há (Saracura, 2016), Panorama de Dança (2017) e Corpos Críticos (2018, 2019).

 

Múltiplos encontros de arte

19/out

 

Anita Schwartz Galeria de Arte, Baixo Gávea, Rio de Janeiro, RJ, apresenta encontros na exposição “Klangfarbenmelodie: melodia de timbres”, Yolanda Freire, Waltercio Caldas, Paulo Vivacqua, Rosana Palazyan, Evangelina Seiler, Lilian Zaremba e Pedro Lago, entre outros convidados, estarão na programação gratuita de conversas, performances e filmes de artistas, entre 27 de outubro e 17 de novembro, sempre às quintas-feiras, às 19h.

Do dia 27 de outubro a 17 de novembro, participarão da programação Yolanda Freire, Waltercio Caldas, Paulo Vivacqua, Rosana Palazyan – artistas que têm obras na exposição -, Evangelina Seiler, Lilian Zaremba e Pedro Lago, entre outros convidados.

No dia 17 de novembro, será realizado um recital de poesia concreta com Pedro Lago e convidados em homenagem à publicação “Poetamenos” (1953), um conjunto de poemas de Augusto de Campos (1931), considerado um dos precursores do Concretismo no Brasil. Pedro Lago, poeta, editor e performer é presença confirmada para dar voz às poesias de autores desde Augusto de Campos e seu irmão Haroldo de Campos, até Arnaldo Antunes, passando por Décio Pignatari, Wlademir Dias-Pino, Ferreira Gullar e Paulo Leminski.

“Poetamenos” – que pode ser vista na galeria – é a obra que fundamenta a exposição “Klangfarbenmelodie: melodia de timbres”,com a apropriação feita por Augusto de Campos do conceito da técnica musical inaugurada por Arnold Schoenberg (1874-1951) em 1911, em que a coloração, a tessitura orquestral (os diversos timbres dos instrumentos) são usadas para compor uma linha melódica, horizontal, serial, vazada de silêncios e intervalos, e não mais sobreposta dentro de uma harmonia, rompendo assim com o sistema tonal vigente. No início da década de 1950, Augusto de Campos visitou o conceito da “Klangfarbenmelodie” de Schoenberg, e cria uma transcrição intersemiótica, inaugurando novas relações e procedimentos na construção e apresentação da poesia. Ao propor uma leitura de múltiplas vozes e cores, Campos cria o “Poetamenos”, publicação que em 2023 completará 70 anos. A exposição “Klangfarbenmelodie: melodia de timbres” apresenta obras de Lenora de Barros, Waltercio Caldas, Augusto de Campos, Yolanda Freyre, Cristiano Lenhardt, Antonio Manuel, Rosana Palazyan e Paulo Vivacqua.

De 27 de outubro até 19 de novembro.

 

A programação:

27 de outubro – Conversa com a artista Yolanda Freyre e a projeção de seu filme “A Hortência e a Galinha: luto e vida”;

03 de novembro – Conversa entre os artistas Waltercio Caldas, Paulo Vivacqua e a roteirista, artista e pesquisadora radiofônica Lilian Zaremba;

10 de novembro – Conversa da curadora e consultora de arte Evangelina Seiler com a artista Rosana Palazyan sobre seu trabalho;

17 de novembro – Recital de poesia concreta com Pedro Lago e convidados.

Recomenda-se a inscrição prévia pelo telefone 21.2274.3873.

 

 

Novos sentidos e sonoridades

05/set

 

 

Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a partir de 06 de setembro a exposição “Klangfarbenmelodie – Melodia de timbres”, com obras de Lenora de Barros, Rosana Palazyan, Waltercio Caldas, Augusto de Campos, Paulo Vivacqua, Yolanda Freyre, Cristiano Lenhardt e Antonio Manuel.

 

Os trabalhos gravitam em torno da ideia de melodia de timbres criada em 1911 pelo gênio Arnold Schoenberg (1874-1951), autor da revolução que introduziu um novo campo na música, a música atonal, que rompe com o sistema verticalizado da harmonia, e cria a música horizontal, serial. A melodia passeia entre os vários timbres dos instrumentos, e cada nota passa a ter igual valor no espaço e no tempo, como pontos que flutuam. A mostra antecipa a celebração de 70 anos de “Poetamenos” (1953), de Augusto de Campos, com poemas desenvolvidos a partir da ideia de Schoenberg, e que é apontada como obra precursora do concretismo brasileiro.

 

A exposição reúne trabalhos de artistas que pesquisam, em variadas formas, as poéticas da ressonância como lugar de encontro, seja na intimidade do próprio ser ou no desejo de encontro com o outro. As obras manifestam um espaço para que as vibrações, em suas múltiplas potências, possam se somar entre si, ecoando novas palavras, sentidos e sonoridades.