A obra de Athos Bulcão no Farol Santander

11/abr

Considerado como um artista completo, o Farol Santander exibe pela primeira vez em Porto Alegre, RS, obras de Athos Bulcão. Seus trabalhos percorrem áreas múltiplas como o desenho, pintura, painéis, design de superfície, murais, vestimentas e paramentos litúrgicos. Sua grande marca é a integração da arte na Arquitetura, como os muros escultóricos do Congresso Nacional e também do Hospital Sarah Kubitschek.

A exposição Athos Bulcão traz um recorte de sua extensa obra. Mais de 160 obras podem ser visitadas no mezanino do prédio e também na área externa, resultando uma ampla imersão e rica experiência para o público. O conjunto destaca pinturas, projetos e desenhos, peças gráficas, painéis de azulejos, fotomontagens, máscaras e objetos do período de 1940 a 2000. Três jogos de diferentes padrões de azulejos, estão em uma das salas do mezanino, e permitem que o público tenha a experiência de criar sua própria obra de arte. Na área externa, dois cubos com fachadas de azulejos de diferentes cidades do Brasil e do exterior, convidam o público para conhecer o trabalho de Athos no interior do Farol Santander indo ao encontro que dizia o próprio artista, “a arte existe para impactar, para provocar as pessoas”. O legado doado pelo artista está preservado na Fundação Athos Bulcão, em Brasília. Este acervo inclui as criações de ateliê – desenho, pintura, gravura, fotomontagem, objetos, o trabalho gráfico em jornais, revistas, livros e capas de discos. Athos Bulcão se destacou em seu diálogo direto com a Arquitetura, porém, sua obra vai muito além.

A curadoria da exposição Athos Bulcão é de Marília Panitz e André Severo e a produção é de Daiana Castilho Dias, presidenta do IPAC- Instituto de Pesquisa e Promoção da Arte e Cultura.

 

Sobre o artista

Nascido no bairro carioca do Catete em 1918, Athos Bulcão seguiu o roteiro obrigatório daquela época para jovens ricos ou de classe média, estudar Medicina, Engenharia ou Direito. No seu caso, ficou com a primeira opção, mas abandonou o curso em 1939 para se dedicar à arte. Em 1948 recebeu uma bolsa de estudos do Governo Francês e foi estudar em Paris. Retornou ao Brasil em 1949, e em 1952 foi admitido no serviço de documentação do Ministério da Educação e Cultura, e mais tarde passou a colaborar em projetos do arquiteto Oscar Niemeyer, com quem fez parceria nas obras de construção de Brasília e também com o premiado arquiteto João Filgueiras Lima. Em 2018, uma grande exposição em Brasília foi organizada para marcar os 100 anos do artista, que teve a capital da República como o principal cenário de suas obras monumentais. O artista faleceu aos 90 anos, vítima do Mal de Parkinson, em Brasília, DF, em 2008.

Cartazes italianos na Bahia

20/out

 

Exposição “Triennale di Milano: Uma História em Cartazes” inaugura no Palacete das Artes, em Salvador, BA. Instituto Italiano de Cultura realiza mostra com cerca de 80 cartazes históricos. No limiar do centenário da instituição (1923 – 2023), o Instituto Italiano de Cultura do Rio de Janeiro e a Embaixada da Itália em Brasília promovem uma exposição inédita, criada com a colaboração da própria Triennale di Milano que, depois de Salvador, percorrerá várias cidades brasileiras. Do dia 21 de outubro a 11 de dezembro, o Palacete das Artes, antiga residência do Comendador Bernardo Martins Catharino, receberá a mostra “Triennale di Milano: Uma História em Cartazes”, sob curadoria de Marco Sammicheli. Entre as disciplinas nas quais Itália e Brasil mantiveram e mantêm um diálogo particularmente frutífero, se encontram sem sombra de dúvida a arquitetura, a arte e o design. A Triennale di Milano, instituição italiana de excelência, desde a sua criação, sempre incentivou o confronto dialético entre esses três campos, bem como estimulou suas relações mútuas com a indústria e a sociedade.

Desde a primeira edição em Monza, em 1923, até 2022, foram realizadas 23 edições da Exposição Internacional Triennale di Milano, com a participação de 66 países dos cinco continentes. A exposição “Triennale di Milano: Uma História em Cartazes” traça a trajetória das exposições internacionais através de obras icônicas da arte gráfica criadas para promover e divulgar o evento.

Aberta ao público, a inauguração contará com a presença de Marco Sammicheli, curador da exposição, de Francesco Azzarello, Embaixador da Itália no Brasil, de Nicoletta Fioroni, Consulesa da Itália em Recife, de Andrea Garziera, Cônsul Honorário da Itália em Salvador e de Livia Raponi, Diretora do Istituto Italiano di Cultura do Rio de Janeiro.

“Um cartaz é, antes de tudo, um suporte informativo, mas é também, e sobretudo, uma declaração pública que tem o escopo de atingir o maior número possível de pessoas e de comunicar no modo mais imediato possível temas e visões. Em vista do centenário da referida instituição, esta mostra pretende percorrer a história das Exposições Internacionais da Triennale di Milano através dos cartazes projetados para cada edição pelos maiores artistas gráficos italianos e internacionais”, afirma o curador, Marco Sammicheli.

Os 80 cartazes expostos, obras exemplares de arte gráfica, assinadas por grandes mestres do século XX italiano e por designers contemporâneos, expressam, tanto em suas constantes quanto em sua originalidade, um encontro sempre em movimento entre pensamento, conceitos éticos e estéticos, e práticas artísticas e produtivas. As peças provêm dos arquivos da Triennale e são assinadas por autores como Enrico Ciuti, Marco Del Corno, Eugenio Carmi, Roberto Sambonet, Giulio Confalonieri, Ettore Sottsass, Andrea Branzi, Italo Lupi, Bon Noorda e Studio Cerri Associati. Os pôsteres selecionados são exemplares muito valiosos tanto da história da Triennale quanto do desenvolvimento da gráfica italiana.

“A vocação para a sinergia interdisciplinar, em nome da criatividade e do know-how italianos, fazem da Triennale di Milano um exemplo particularmente inspirador nos dias de hoje; acreditamos que a Triennale e o Brasil têm muito a trocar e que podem, a partir dos desafios e encontros comuns que já aconteceram no passado, desenhar uma dialética e colaboração renovadas”, diz o Embaixador da Itália no Brasil, Francesco Azzarello.

Segundo Livia Raponi, diretora do Instituto Italiano de Cultura do Rio de Janeiro, “…a Triennale di Milano é um laboratório essencial de reflexão sobre a construção coletiva do presente e do futuro, sempre atento aos desafios do mundo contemporâneo como nos mostram os temas das edições mais recentes”.

Realização: Instituto Italiano de Cultura do Rio de Janeiro – O Palacete das Artes é vinculado à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia; Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (FAUFBA) e Instituto de Arquitetos do Brasil, Departamento da Bahia (IAB-BA)

 

 

 

Conversa com Adriana Lerner

05/ago

 

 

A artista Adriana Lerner falará sobre sua trajetória e suas mais recentes criações no dia 06 de agosto, às 17h na samba arte contemporânea, Shopping Fashion Mall – São Conrado, Rio de Janeiro, RJ.

 

Com o intuito de divulgar, promover e difundir a produção contemporânea, a galeria samba, convida para uma conversa gratuita e aberta ao público. Adriana Lerner, que se divide entre Miami e o Rio de Janeiro, falará sobre suas criações, como o xale “Dominó”, e a luminária “Any Time”, em exibição na galeria.

 

Depois de 30 anos de uma carreira de sucesso no mundo corporativo, a artista decidiu se dedicar às suas paixões: a arte e o design. E o sucesso veio rápido! Os cashmeres de sua marca Arrivals Gate logo se tornaram objetos de desejo e suas obras, no limiar entre arte e design, participaram de exposições no Brasil e no exterior. O xale “Dominó”, produzido no ano passado para o projeto “O Pequeno Colecionador”, no qual importantes artistas criam obras de arte para crianças de todas as idades, e a luminária “Any Time”, inédita, produzida este ano, feita em caixa de acrílico com cashmere puro. São como nuvens iluminadas que mudam de cores, dez diferentes, sempre nas tonalidades do nascer e do pôr do sol. O xale “Dominó” é produzido em cashmere de alta qualidade, feito à mão em Kathmandu, no Nepal. A estampa é do tradicional jogo de mesa e cada xale contém uma numeração diferente, formando uma peça do jogo. Para estimular a brincadeira, o projeto “O Pequeno Colecionador” sugere que se poste uma foto nas redes sociais com a hashtag #DOMINO para que os pares se encontrem. Além da brincadeira, o xale é super versátil: “Pode botar na parede, no sofá ou sair com a arte de casa para passear”, diz a Adriana Lerner, que criou um chaveiro para guardar o xale dentro, embalagem exclusiva e parte integrante da obra. Além das duas obras, na vitrine da galeria, flutuando no espaço, a artista apresentará a instalação inédita “Conexão” com cashmeres de cores variadas.

 

Sobre a artista

 

Nascida no Rio de Janeiro, Adriana Lerner se mudou para os Estados Unidos há vinte três anos. Durante esse tempo, viajou o mundo e teve a oportunidade de vivenciar culturas diferentes, o que a ajudou a desenvolver um olhar especial para o exótico e o único. Em 2015, fundou a Arrivals Gate com a missão de usar sua criatividade para abrir fronteiras e trazer objetos artesanais para a vida contemporânea. Em 2018, em parceria com um fotógrafo, lançou a série “Urban Flow”, que utiliza peças rejeitadas pela fábrica de cashmere para criar arte em fotografia. Com a artista Anna Bella Geiger, lançou duas séries de múltiplos em cashmere na Art Rio 2021 e em 2022 com Artur Lescher, durante a semana da SP Arte.

 

Sobre a galeria

 

A samba arte contemporânea, fundada em 2015 por Arnaldo Bortolon e Cali Cohen, é um espaço que privilegia o diálogo contínuo entre artistas renomados e emergentes de diferentes gerações e regiões brasileiras. Com seu variado acervo em exposição permanente, apresenta de forma singular as obras desses artistas, que colocados lado a lado, nos oferecem inúmeras possibilidades de apresentação e percepção, independentemente de escala, suporte e técnica. A galeria possui dois espaços expositivos, sua ocupação se alterna entre as exposições de acervo, as individuais dos artistas representados e as de projetos curatoriais particulares. A galeria se propõe também a ser um espaço de pesquisa, experimentação e educação através de ações relacionadas. Atua em cooperação com projetos de integração da arte com o entorno, extrapolando o espaço expositivo e aproximando as obras dos artistas do público circulante. A galeria trabalha com obras de Antônio Bandeira, Antônio Dias, Anna Maria Maiolino, Ascânio MMM, Bruna Amaro, Erinaldo Cirino, Diogo Santos, Eduardo Sued, Fernando Mello Brum, Franz Weissmann, Ione Saldanha, José Rezende, Jota Testi, Manfredo de Souzanetto, Roberval Borges, Rubem Ludolf, Thiago Haidar, Washington da Selva, entre outros.

 

Mundo fantástico

22/jun

 

A Art Lab Gallery, Jardins, São Paulo, SP, apresenta até 09 de julho, “O Fantástico Visceral”, primeira mostra individual do artista plástico e skatista VIRI com série inédita de 23 pinturas e jóias autorais, uma collab com Reeeskate99 com sofisticadas técnicas de upcycling. A curadoria é de Juliana Mônaco.

As telas da nova série impactam à primeira vista. Seu fundo colorido, em tons sólidos e vivos, despertam a curiosidade do olhar e instigam uma observação mais detalhada. A aproximação oferece os detalhes: em linhas delicadas e precisas, estão exemplares da flora e fauna brasileira. Plantas, animais, pássaros, podem ser observados em sua precisão, acrescidos da identidade pessoal do artista, onde percebe-se a aderência do “mundo natural com o fantástico, o surreal, onde seus detalhes e traços se harmonizam com o contraste de cores vivas”, define a curadora.

VIRI desafia o público a questionar a imagem da tela, se está dentro ou fora, já que a paridade entre cores que não complementares se justapõem permitindo uma ampla análise de tons e contrastes. Propositalmente, essa diferença de tonalidades destaca e dá corpo aos traços, destacando a técnica original utilizada. Com suas jóias autorais, o upcycling dos fragmentos de skate é utilizado para perpetuar a história uma vez que a collab VIRI e Reeskate99 pensam o design juntos, para “dar continuidade à arte do skate”. O processo de criação é artesanal, resultando em itens únicos que, com o devido cuidado, tornam-se perenes.

“O Fantástico Visceral” permite que VIRI apresente o resultado de seu mergulho interior aos valores, memórias e sonhos de uma trajetória. O artista registra, com originalidade, técnica e detalhamento minucioso, exemplares da flora e da fauna, embalados por cores que lhes dão uma nova identidade. O esportista, aprimora sua técnica de detalhamento de onde nascem peças de joalheria que carregam história de uma prática que incute sensação de liberdade…como nos animais!

Expo Jóia II

02/jun

 

 

Agora com um propósito mais amplo e concreto, a Art Lab Gallery abriga “Expo Joias II”, – feira de joias autorais -, sob curadoria de Juliana Monaco, nos dias 04 e 05 de junho, à Rua Oscar Freire, 916,  Jardins, São Paulo, SP. A partir dessa edição, a “Expo Joia II”, além de propiciar uma oportunidade  aos criativos de estarem presentes em contato direto com o público, eles também vão poder utilizar o momento tanto como uma plataforma de inclusão social como inserção no mercado de trabalho. A parte relacionada à técnica e ao “fazer joia” pode ser ensinada em cursos e faculdades mas o contato com o público, com o real mercado, é muitas vezes dificultado pela falta de contatos e conhecimento das regras de funcionamento do mesmo.

 

A Art Lab Gallery surge como um facilitador para esse encontro e dinamiza esse primeiro contato, fomentando o trabalho complementar dos joalheiros artistas. 37 criativos, entre joalheiros, artistas plásticos e designers estarão presentes, apresentando diretamente ao público suas peças, com a oportunidade única de falarem sobre suas criações, inspirações bem como disponíveis a novas propostas de mercado.

 

Criativos

 

Alexandra Hardt, Andreia Nince, Boreale Joias, Casulo Escola de Joalheria, Cris Lezo, Danilo Ramos Funes, Elcio Maiani, Elisa Fracchiolla, Fernanda Delpizzo, Flávia Vidal, Graphis Escola de Desenho, Helio Kawakami, Inesita Pasche, Jacque Basso, Jú & Co., Juliana Xavier Joias, Kathy Naturaleza, labmobili, LECARLE JEWELS, Lena Emediato, Lisia Barbieri, Luciana Laborne, Magia da Prata, Maison Borogodó, Marcel Motta, Marla Designer, Nogh, Or Noir, Pedro Sérgio Chaves, Perséfone.lab, Plume Joias, Poemário, PYXIS Joias, Rafael Ilhescas – Joalheria Emocional, Sabrina Azoury, SK Design, Ville des Folies.

 

Mostra original

01/jun

 

 

O convite – ressalte-se que original – é para o dia 04 de junho passar a tarde na loja Pra presente, no Instituto Ling, Porto Alegre, RS. Lá, estará a dupla Rodrigo Núñez e Adriana Daccache,  das 14 às 18 horas, atendendo à titulação da mostra/encontro, exibindo trabalhos de cada um e os que fazem juntos no projeto “Trabalhos de casal”.

 

Oficina de Colagem Criativa

31/maio

 

 

Uma oficina de colagem para exercitar o olhar e a criatividade, orientada a partir dos fundamentos do Design. É o que oferece o Instituto Ling, Porto Alegre, RS, em curso ministrado por Renata Rubim. Um encontro para estimular nossa percepção estética para novos ângulos e composições, partindo de técnicas básicas do design de superfícies. Explorando diferentes referências, a designer Renata Rubim parte da discussão sobre como a arte e o design se relacionam e como ambos estão inseridos em nossas vidas, para desenvolver os exercícios que serão realizados em aula. Conforme o interesse de cada um, a produção poderá render diferentes projetos, como pequenos quadros, cartões postais personalizados, capas para um diário ou sketchbook. Os materiais da oficina estão inclusos no valor da inscrição, mas o aluno poderá levar publicações ou revistas antigas que gostaria de usar em suas produções. Uma tarde de experimentação e muita criatividade!

 

Sobre a professora

 

Renata Rubim é designer de superfícies. Suas especialidades são projetos para superfícies de qualquer natureza e a consultoria de cores para indústrias ou construção civil. Autora de “Desenhando a Superfície”, Ed. Rosari – SP (publicação disponível na loja Pra Presente), Renata colabora com a difusão do design em projetos industriais e educativos. Seus projetos a frente do escritório Renata Rubim Design & Cores já receberam diversos prêmios nacionais e internacionais, como o IF Award 2014, premiação alemã entre as mais prestigiadas da área, com o produto cobogó Atoll, e a Stgo. Diseño Bienal Creativa Latino Americana Chile 2011, com a série super popular das necessárias para a marca Coza. Atualmente está envolvida no projeto da rua interna do complexo hospitalar Santa Casa e da praça de acesso ao novo hospital.

 

 

 

 

Expo Joia

28/abr

 

 

A joia autoral pela perspectiva artística

 

 

Art Lab Gallery, de Juliana Monaco, oferece aos artistas e criativos uma nova vertente de apresentação de seus trabalhos ao público com o início do projeto “Expo Joia”. Em sua edição de estreia, o evento que promove o encontro entre a arte contemporânea e a joalheria autoral, conta com 45 participantes, entre artistas e coletivos, e oferece uma conversa sobre esse universo com as sócias da Casulo Escola de Joalheria: Marilia Arruda Botelho e Maria Regina Mazza.

 

 

Uma joia feita por um artista mantém os atributos de uma obra de arte por ser uma criação autoral, com design e propriedades únicas e, em sua maioria, feitas à mão. Muito próxima de serem consideradas como “Wearable art” – “a arte que pode ser vestida”, também conhecida como “Artwear” ou “arte para vestir”, o termo se refere frequentemente a peças de roupas feitas à mão ou jóias projetadas individualmente, criadas como arte fina ou expressiva, que são desenvolvidas em ouro, prata, metais nobres, bronze, cobre, e suportes diversos como a madeira, porcelana, tecidos, e gemas

 

 

A curadoria de Juliana Monaco não propôs demarcações ou atrelamentos a temas, mas limitou as peças a obras autorais: design e criação de joias brasileiras. Convidados a fazer parte em intersecção com os materiais e formas utilizadas pelas jóias feitas à mão, o escultor Emanuel Nunes, de Moçambique e artista representado pela Art Lab Gallery, exibe suas mais recentes criações em metais diversos. A mineira Regina Misk apresenta um gigante colar de parede, feito à mão, em elos de crochê e madeira e Lena Emediato sócia e criativa do Estúdio Leh, traz delicadas instalações de parede que utilizam madeira, e cristais em sua composição.

 

 

Casulo Escola de Joalheria

 

 

A Casulo, de Marilia Arruda Botelho de Albuquerque e Maria Regina Mazza, foi criada pensando na construção da identidade e do pertencimento através da joia ou do adorno. Adornar-se! Enfeitar-se! Desde os primórdios, as jóias e os adornos demonstram sinais de status cultural, social ou religiosos através de amuletos de proteção. A concepção de uma peça, desde a sua criação, está relacionada ao ato explícito da beleza, transformação de materiais que acompanha a evolução da humanidade, contando a história através das joias. A Casulo, escola de joalheria, acredita na transformação, através do ensinamento, da criatividade e da construção.

 

 

Artistas: As Joias da Rainha, AKLEINDESIGN, Alex Gopa, ALL Design, Aparecida Macena, Carla Abras, Carolina Orfaly, EKSI | Ateliê, Elisa Galvão, Flavia Vidal, Helio Kawakami, Inesita Pasche, Ivone Carmen Joias, Jacque Basso, Jane Costa Biojoias, Joias de Rudá, Juliana Slama, Juliana Xavier Joias, JUOLI, labmobili, LECARLE JEWELS, Lena Emediato, Levess Joias by Elisabeth Vessoni, Lisia Barbieri, Lu Gerodetti , Marcel Motta , Maria Regina Mazza, Marilia Arruda Botelho, NEK, Noliver Maison, O Religare – Uma preciosa terapia, Ourivesaria Rio Preto, Ouro Preto Bellas Jóias, Ouroboros Arts by Fernanda Grizzo, Plume Jóias, PYXIS Joias, Raquel de Queiroz Joias, Regina Misk, Sabrina Azoury, Sádhana Jóias, Silvana Imbelloni Vaquero, SK Design, Somma8, Yonne Designer, Zus Studio, Juliana Monaco, escultor Emanuel Nunes, Regina Misk, Lena Emediato, Estúdio Leh.

 

 

Dias 29, 30 de abril e 01 de maio.

Horário evento: sexta-feira, sábado e domingo, das 11 às 19h

Conversa com a Casulo – dia 29 de abril, sexta-feira, às 18h30

Local: Art Lab Gallery/Rua Oscar Freire, 916 – Jardins, São Paulo, SP.

 

 

 

Tarsila, pioneira em Paris

10/mar

 

Pionnieres - Musee - du - Luxembourg

 

O Musée du Luxembourg, Paris, França, apresenta o trabalho de 45 artistas , 45 pintoras, escultoras, diretoras de cinema, cantoras, designers. De Suzanne Valadon a Tamara de Lempicka, a Mela Muter, Anton Prinner e Gerda Wegener, a Paris dos loucos anos 20 volta à vida em toda sua exuberância e riqueza, em formas tão múltiplas quanto fascinantes. E entre elas, a brasileira Tarsila do Amaral.

A exposição oferece uma visão global sobre o empoderamento das mulheres dos loucos anos 20. Das operárias fabris às lutas políticas pelos  direitos das mulheres, ao  empoderamento das artistas femininas e ações identitárias, todas as lutas que movimentaram as  classes feminista e feminina são exibidas, e essas mesmas lutas ainda são atuais, um século depois.

Fauvismo, abstração, cubismo ou surrealismo, dança, arquitetura, design, literatura e até ciências: essas mulheres pioneiras tomaram conta de todos os gêneros, sem colocar limites à sua arte.

Em Paris, na década de 1920, os códigos existenciais estão desmoronando com as festas noturnas . O Quartier Latin, Montparnasse e Montmartre são lugares de exuberância e liberdade: um terreno fértil para essas mulheres que querem conquistar o mundo das artes.

Esses artistas promovidos pelo Musée du Luxembourg lideraram grandes movimentos de arte moderna, embora seus papéis tenham sido esquecidos ou deixados de lado. O museu parisiense acolhe 100 anos depois esta exposição para dar-lhes o seu lugar de direito na história da arte.

Esses trabalhos feitos por mulheres pintoras, escultoras ou fotógrafas mostram a luta dessas mulheres por seu empoderamento. Tinham ateliês, galerias, editoras, retratavam descaradamente corpos nus, reivindicavam o direito de vestir, casar ou amar quem quisessem, sem ter que se prender às algemas que explodiam com um pincel.

O Musée du Luxembourg continua sua programação cultural com foco em artistas femininas, e estamos muito felizes com isso. Com sua nova exposição, chamada “Pionnières. Artistes d’un nouveau gênero dans le Paris des années folles” – Pioneiras. Artistas de um novo tipo na Paris dos loucos anos 20 – o museu nos leva a um mundo ainda desconhecido, mas infinitamente rico. Para descobrir de 2 de março a 10 de julho de 2022.

O Musée du Luxembourg ilumina os artistas dos loucos anos 20 com sua nova exposição. Pinturas, esculturas, fotografias, filmes, obras de arte têxteis e literárias: nenhum gênero artístico foi deixado de lado por essas mulheres multitalentosas que não pensaram duas vezes em abrir mão dos padrões de seu tempo para inovar.

Até o dia 10 de julho, corra e descubra “Pionnières. Artistes d’un nouveau genre dans le Paris des années folles ” – Pioneiras. Artistas de um novo tipo na Paris dos loucos anos 20. Esta exposição mostra mulheres que, pela primeira vez no início do século XX, puderam frequentar uma grande escola de arte e desfrutar de um ensino de arte que até então era apenas para homens.

Família Gomide no MAM-SP

15/jul

 

 

Encontra-se em cartaz no Museu de Arte Moderna de São Paulo, MAM, Ibirapuera, até o dia 15 de agosto a exposição “Desafios da modernidade – Família Gomide-Graz nas décadas de 1920 e 1930”.

 

 

A palavra da curadoria

 

 

Quando a canonização do movimento modernista tende a se fechar em torno de um número restrito de seus expoentes, é hora de alargar o campo de investigação e enveredar por sendas menos exploradas, em busca de artistas e modalidades diversos daqueles já consagrados.

 

 

Entre tantos aspectos da revolução cultural das primeiras décadas do século XX, aqui nos interessa a arte que informa o cotidiano e põe a vida doméstica em sintonia com a grande onda de modernização da sociedade. Vale lembrar que a criação de ambientes e objetos de linhas “modernas” iniciada nesse período está na origem do que hoje entendemos como “design de produtos”.

 

 

A partir do sucesso da Exposição de Artes Decorativas de Paris, em 1925, o art déco ganha repercussão internacional e chega ao Brasil. Antonio Gomide, sua irmã Regina e o marido dela, John Graz, seriam os arautos dessa tendência em São Paulo. Com obras taxadas de “decorativas”, os protagonistas dessa vertente do modernismo são vistos, muitas vezes, como artistas “menores”. No entanto, os três são modernistas de primeira geração. Graz participa da Semana de Arte Moderna a convite de Oswald de Andrade, entusiasmado com as telas que vê na mostra do pintor suíço recém-chegado a São Paulo. Na mesma exposição, as criações têxteis de Regina não chegam a impressionar o crítico. Essa indiferença revela a incompreensão da importância que a fusão de arte e artesanato teria na Europa do entreguerras. Por seu turno, Antonio Gomide, residente em Paris, traz, em 1926, um conjunto de pinturas de sua autoria para expor na capital paulista, provando ser um pintor maduro e familiarizado com o cubismo e a Escola de Paris.

 

Formados na Escola de Belas Artes de Genebra e com larga vivência da cultura europeia, eles se fixam em São Paulo, numa época em que a cidade passa por grandes transformações, sob o impacto da industrialização e da massa de imigrantes que aqui busca “fazer a América”. Diante de um mercado de arte restrito e conservador, Graz logo vê que não daria para viver de pintura. Procura então introduzir ambientes modernos em moradias da alta burguesia. Bem-sucedido, pauta seu trabalho pelo conceito de “arte total”. Em busca da unidade formal, tudo é desenhado por ele. No mobiliário, sobressai a dominância de formas geométricas, a adoção de materiais industrializados, como os tubos metálicos e a madeira folheada. Não se trata de produção em série, mas de fatura artesanal e exclusiva. Regina participa de seus projetos, com tapetes, tapeçarias, cortinas e almofadas. Versátil em várias técnicas, não é simples colaboradora – dá aulas em seu ateliê e funda a fábrica Tapetes Regina. Antonio Gomide também atua em várias frentes. Transita da pintura a óleo ao afresco, dos vitrais aos biombos e objetos decorativos, sempre com competência e buscando alguma estabilidade financeira.

 

A modernidade do trabalho desses artistas vem da dissolução de fronteiras e hierarquias entre modalidades artísticas e da atividade projetual dedicada à criação de murais, vitrais e tapeçarias, em diálogo com a arquitetura. Seu público: a elite simpatizante do modernismo, viajada e culta, de cafeicultores em decadência e industriais em ascensão.

 

 

Maria Alice Milliet