Marco Maggi na Fundação Iberê Camargo.

19/nov

“La economía de la atención” é a primeira exposição de Marco Maggi na Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS. A mostra propõe uma reflexão sobre os modos como a atenção se constrói e é direcionada e permanecerá em exibição até 26 de março de 2026.

Com curadoria de Patricia Bentancur, que acaba de ser anunciada como a responsável pelo Pavilhão do Uruguai na Bienal de Veneza em 2026, a mostra apresenta doze trabalhos entre desenhos, instalações, elementos do cotidiano como rolo de tinta, bola de pingue-pongue, mesa de sinuca e colagens com papeis recortados, uma das marcas do artista. Na Fundação, ele criará uma obra inédita, de grandes dimensões, a partir de pequenos recortes em papel. Nascido em 1967 em Montevidéu, Marco Maggi divide seu tempo entre Nova York e a cidade natal criando trabalhos em pequenos fragmentos de papéis das mais diversas cores, materialidades e recortes. Utilizando humor, jogos de palavras e uma variedade de alusões visuais, Maggi incentiva seus espectadores a desacelerar e refletir sobre os detalhes e as complexidades de cada objeto. 

As obras de Maggi configuram um sistema visual de estruturas mínimas, quase imperceptíveis. Compreendê-lo é entrar em um código analógico de um algoritmo que se repetirá e reformulará uma e outra vez. Micro cortes em papel, incisões sobre acrílico ou grafite, que só existem a partir do intangível: a luz e a sombra.

A Fundação Iberê Camargo é uma obra de Álvaro Siza Vieira, um arquiteto que é capaz de direcionar nossa atenção a partir de ênfases espaciais e visuais mínimas. Uma pequena janela em um extenso muro cego nos induz a olhar para o exterior do museu. Enquanto Siza, neste caso, nos convida a olhar para longe, Maggi nos exige olhar de perto. Dois focos, aparentemente contraditórios, que não têm outra função senão economizar distrações, criar uma pausa para possibilitar um ato de observação ativa e concentrada. Marco Maggi compõe um protocolo de observação que é ativado apenas quando o corpo do espectador decide aproximar-se e manter o olhar. Em suas propostas, tanto os títulos de suas exposições quanto os de suas obras normalmente escondem um meta-sentido. A ambiguidade do título desta instalação não é um déficit de clareza, mas uma ferramenta crítica situada em um limiar de sentido deliberado. Por um lado, o da circulação, gestão e intercâmbio de um recurso escasso (economia) e, por outro, o da percepção, sensibilidade e capacidade de deter-se (atenção). A experiência da exposição se desdobra no terreno intermediário entre esses dois polos. Ela não designa univocamente, mas abre um campo de tensões que cada visitante deve negociar em seu percurso. Neste método de proximidade, não há espetáculo de impacto, mas relação; não há mensagem, mas cooperação; não há eficiência; há atenção. Sob esta perspectiva, seu trabalho não combate a aceleração com nostalgia, mas com técnicas concretas de lentidão, onde propõe possíveis práticas que, em nenhum caso, são diretrizes. Diante dos atalhos da velocidade, olhar devagar pode inclusive ser entendido como uma tecnologia cultural.

Patricia Bentancur

Curadora

A realidade fantástica de Bruno Novelli.

13/nov

O Museu Inimá de Paula, Belo Horizonte, MG, convidou o artista Bruno Novelli, em sua maior exposição individual “Sol de Ouro”, a uma fascinante odisseia a um mundo imaginário de natureza imaculada e vida selvagem. O ambiente onírico revela-se o verdadeiro protagonista nesta narrativa riquíssima de seres mitológicos em sua relação simbiótica hipotética em que homogeneidade humana não subjuga a pluralidade biológica. O pintor cria um universo sublime em cores, formas e texturas em 27 trabalhos que compõe a exposição no Museu, inclusa uma série desenvolvida própria para o espaço da instituição.

Até 30 de novembro.

 

Duas exposições individuais simultâneas.

A Galatea Salvador apresenta, a partir do dia 13 de novembro, duas exposições individuais simultâneas: Poli Pieratti: a invenção da maré, primeira individual da artista na capital baiana, e Estela Sokol: Chuva de prata, instalação inédita desenvolvida especialmente para o cofre da galeria. As mostras, com abordagens distintas, convergem em uma investigação sensível sobre espaço, percepção, materialidade e sensorialidade.

Poli Pieratti (Brasília, 1987) apresenta no salão principal da galeria uma série de 11 obras inéditas ancoradas no mito da ninfa Galatea, uma das Nereidas da Mitologia grega, para evocar o mar e a força feminina. Em Poli Pieratti: a invenção da maré, que conta com texto crítico da escritora e curadora Veronica Stigger, as telas iridescentes da artista estão situadas na zona limítrofe entre a abstração e a figuração, e fazem alusão a rochedos, ondas, falésias, corais e também à própria imagem de Galatea.

Já Estela Sokol (São Paulo, 1979) apresenta Estela Sokol: Chuva de prata, instalação no interior do Cofre da Galatea feita de 300 módulos fotoluminescentes que absorvem luz artificial à noite e irradiam luminosidade durante o dia no espaço escuro do ambiente expositivo. Com texto assinado por Alana Silveira, diretora da Galatea Salvador, a exibição propõe uma experiência imersiva e sensorial, em que luz, tempo e presença do público tornam-se elementos ativadores da percepção.

As exposições inauguram uma nova etapa da atuação da Galatea em Salvador, com a realização simultânea de duas mostras distintas nos espaços da galeria – o salão principal e o cofre. Essa expansão abre caminho para novas possibilidades de diálogo curatorial, ativação espacial e alcance de público.

 

Invisibilidade e pertencimento com poesia.

31/out

A exposição “Os Outros” marca a estreia individual do pintor Gustavo Schossler e apresenta pinturas a óleo de beleza densa e comovente. São obras que, por meio de rigor técnico e sutileza afetiva, reposicionam o olhar do espectador e fazem uma pergunta incômoda e essencial: quem é digno de ser pintado? Historicamente reservado a reis, generais e figuras dentro de padrões hegemônicos de beleza, o gênero do retrato ganha aqui uma nova dimensão. Gustavo Schossler direciona seu olhar para aqueles que raramente ocupam o centro da imagem: pessoas albinas, homens e mulheres trans, um imigrante africano. Rostos e corpos que por muito tempo permaneceram invisíveis na história da pintura encontram no trabalho do artista não apenas espaço, mas dignidade, beleza e pertencimento. 

“Os Outros” abre dia 1º de novembro no Museu de Arte do Paço, Centro Histórico, Porto Alegre, RS. O artista explora em sua pintura a alteridade como força criativa e humana. É no encontro com o outro, no diálogo com o que nos é diferente, que somos capazes de refletir sobre quem somos. Assim, suas pinturas não apenas retratam, mas instauram relações. O olhar do espectador é convidado a se deslocar, a atravessar fronteiras de estranhamento e, nesse processo, a reformular a própria percepção de mundo. 

Formado em desenho e pintura no Studio Escalier, na França – onde posteriormente também atuou como professor – e no Ryder Studio, nos Estados Unidos, Gustavo Schossler é herdeiro do que se chama de Clássico Contemporâneo: uma tradição que transmite técnicas de pintura há séculos, mas que hoje pode ser reapropriada para novas narrativas. O domínio técnico adquirido nesses anos é colocado a serviço de uma investigação sensível sobre identidade, alteridade e humanidade. Todas as figuras retratadas em “Os Outros” são pessoas que o artista conheceu ao longo dos últimos anos. Através de encontros casuais na rua, redes sociais, amigos de amigos o pintor foi selecionando pessoas interessantes, que fogem do padrão do que foi historicamente retratado. O contato direto, o tempo partilhado, a escuta atenta são fundamentais para sua prática: “Acho importante conhecer quem retrato. Busco usar o que aprendi para pintar essas pessoas com carinho e respeito, sem transformá-las em caricaturas do que são”, afirma.

A trajetória de Gustavo Schossler inclui participações em importantes exposições coletivas, entre elas a Herbert Smith Freehills Portrait Award, na National Portrait Gallery de Londres, um dos principais museus do mundo. Agora, com “Os Outros”, ele inaugura um novo capítulo em sua carreira, afirmando sua voz autoral com força e delicadeza. Mais do que retratos, suas telas são encontrosque desarmam preconceitos e convidam à empatia e nos lembram que é o contato com a diferença que nos completa. 

Até 16 de janeiro. 

 

Exposição de Guto Lacaz.

29/out

O Instituto Ling, bairro Três Figueiras, Porto Alegre, RS, apresenta “mezo-móbile: síntese do sublime e misterioso”, exposição individual de Guto Lacaz, artista consagrado com mais de cinco décadas de trajetória. Reconhecido por transformar objetos do cotidiano ao subverter suas funções usuais, estéticas ou arquitetônicas, Guto Lacaz também se destaca por suas instalações, performances e intervenções urbanas. Nesta mostra, o artista propõe uma instalação site specific inédita, concebida especialmente para dialogar com o espaço expositivo e com os visitantes do centro cultural. Na abertura da exposição, que acontece na terça-feira, 04 de novembro, às 19h, haverá uma conversa aberta ao público com o artista Guto Lacaz e sua filha, Nina Lacaz – convidada especial que atua no campo das artes com foco em pesquisa, curadoria e mercado. Para participar, basta fazer inscrição prévia e gratuita pelo site!

Mezo-móbile: síntese do sublime e misterioso.

Uma enorme placa de isopor ocupa o espaço expositivo; ela sobe e desce graças a roldanas, produzindo um movimento hipnótico que evoca um pulmão gigante em atividade. No centro dessa placa monumental, um espaço livre permite que pequenos grupos participem da instalação, criando momentos de proximidade entre desconhecidos que se encontram literalmente dentro da obra, enquanto ela respira ao seu redor. Mezo-móbile não nega a colaboração do visitante, mas a controla caprichosamente. Cinquenta anos depois de suas primeiras “máquinas de fazer nada”, Guto Lacaz cria uma instalação que oferece participação sob seus termos: a obra obriga o espectador a negociar – esperar que suba para atravessá-la, observar de fora enquanto desce, ou entrar no vão central e experimentar a respiração da sala ao redor do próprio corpo. A instalação simula um espaço expositivo convencional, mas perturba a fruição de forma provocativa. Subverte o conceito modernista do cubo branco – a própria galeria se torna obra e transforma sua arquitetura em arte. Não mais um receptáculo invisível, mas a protagonista da experiência. Aqui é o próprio cubo branco institucional que ganha vida autônoma e engole o espectador em seu vão, numa inversão conceitual que questiona décadas de convenções curatoriais. Mezo-móbile é, simultaneamente, irônico, democrático, sensível, impactante, tecnológico e cômico. Não há excessos, ornamentos ou efeitos gratuitos, apenas o movimento essencial que faz uma sala inteira ganhar vida. É essa capacidade de extrair o máximo poético do mínimo material que torna Mezo-móbile não apenas uma obra sobre cinquenta anos de uma carreira artística, mas demonstração prática de como essa carreira sempre operou: transformando o simples em sublime, o barato em precioso, o óbvio em misterioso.

Sobre Nina Lacaz.

Nina Lacaz nasceu em São Paulo, SP, 1995. É formada em Design de Moda pela FAAP-SP (2016) e atuou durante quase dez anos no setor, com destaque para o Estúdio Kant, sua marca autoral de estampas exclusivas inspiradas no Art Déco, no movimento neoconcreto brasileiro e em linguagens como Op Art e Arte Cinética. Em 2021, passa a atuar no mercado de arte contemporânea, integrando o departamento comercial de galerias paulistanas como Andrea Rehder Arte Contemporânea e Gomide&Co. Paralelamente, cursa especialização em Arte: Crítica e Curadoria pela PUC-SP (2023-2025), sob orientação do Prof. Dr. Fabio Cypriano. Sua monografia investiga a catalogação do acervo de Guto Lacaz, confrontando os desafios técnicos de documentar mais de cinco décadas de produção artística dispersa – entre intervenções urbanas, instalações site-specific, performances e objetos cinéticos – com as questões afetivas e metodológicas que emergem quando memória familiar e rigor documental se entrelaçam. Atualmente, atua na área comercial da Gomide&Co, em paralelo com a estruturação do primeiro inventário completo da obra de Guto Lacaz e o desenvolvimento de textos curatoriais.

Sobre o artista.

Guto Lacaz nasceu em São Paulo, SP, 1948. É arquiteto formado pela FAU de São José dos Campos (1974) e multiartista cuja produção transita entre intervenções urbanas, instalações site-specific, performances, ilustrações, objetos e design gráfico. Em 1978, o Prêmio Objeto Inusitado marca o início de sua carreira como artista visual, inaugurando uma trajetória dedicada às interações entre arte, humor, ciência e tecnologia. Sua obra integra a memória urbana paulistana, com trabalhos como “Auditório para Questões Delicadas” (1989), no lago do Parque Ibirapuera, “Periscópio” (1994), intervenção para o Arte Cidade II, “Adoraroda” (2017), no Largo da Batata, e os painéis “Quarta Revolução Industrial” (2018), na Avenida Paulista. Participou de exposições como a 18ª Bienal Internacional de São Paulo (1985) e a Gwangju Biennale (1995), além de individuais em instituições como MAM-SP, MASP, Pinacoteca do Estado de São Paulo e Chácara Lane. Em 2024, a retrospectiva “Guto Lacaz: Cheque-Mate”, com curadoria de Rico Lins e Kiko Farkas, ocupou três andares do Itaú Cultural, celebrando mais de 50 anos de produção artística ininterrupta e em plena atividade. Como ilustrador, colaborou com revistas como Caros Amigos, Wish Report e Joyce Pascowitch, além de publicar diversos livros. No design gráfico, criou logotipos, identidades visuais, capas de livros e cartazes, tornando-se membro da Alliance Graphique Internationale (AGI) em 2011. Entre seus prêmios destacam-se: Prêmio APCA (1988, 2007, 2017 e 2024, em diferentes categorias), Prêmio Abril de Jornalismo – Ilustração (1983, 1990, 1991), Bolsa Guggenheim (1995), indicação ao Prêmio PIPA (2016) e Prêmio ABCA Menção Honrosa (2024). Seu processo criativo, marcado pela influência da mecânica e eletrônica, foi tema do documentário “Guto Lacaz: um Olhar Iluminado” (2022).

A exposição estará em cartaz até 27 de dezembro, com visitação livre de segunda a sábado, das 10h30 às 20h. Visitas mediadas para grupos poderão ser agendadas previamente, sem custo, pelo site do centro cultural. Esta programação é uma realização do Instituto Ling e Ministério da Cultura / Governo Federal, com patrocínio da Crown Embalagens. 

 

Uma profusão de formas vegetais.

28/out

A exposição “Quando o corpo toca a terra”, da artista visual Beatriz Balen Susin, na Ocre Galeria, 4º Distrito, bairro São Geraldo, Porto Alegre, RS, tem curadoria de Paula Ramos, crítica e historiadora da arte, e apresenta 30 obras que retratam a Mata Atlântica em painel de 16m. de largura por 1,80cm. de altura. O painel impressiona pelo tamanho e, sobretudo, pela exuberância da pintura que contém. A mostra será aberta no dia  1º e permanecerá em cartaz até 29 de novembro.   

O painel é composto por 20 telas de 0,80cm de largura (e 1,80cm de altura), montadas lado a lado numa grande panorâmica. “Habitadas por uma profusão de formas vegetais, em uma paleta vívida e exuberante, as pinturas parecem exibir, progressivamente, um adensamento da experiência, como se fosse possível tatear a superfície das plantas, acompanhar o transporte da seiva, sentir a absorção das raízes, pulsar no ritmo da mata”, comenta a curadora, no texto de apresentação da mostra.

A exposição abriga ainda dez outras obras da artista sobre o tema da natureza. Cinco igualmente inspirados num trecho da Mata Atlântica em Santa Catarina e cinco, em papel, reproduzindo troncos de árvores de outros lugares. 

Doação física e ganho espiritual

A execução do trabalho ocupou a artista – que completará 79 anos – em dois turnos de maio a agosto passado. “Foi uma grande doação do meu corpo, mas espiritualmente representou o começo de muitas coisas. Do ponto de vista mental, me sinto jovem, tanto que quero fazer outros painéis. Não esmoreço, não me entrego. Tenho essa força, não desanimo jamais”, diz Beatriz Balen Susin. Ex-professora de Artes da Universidade de Caxias do Sul (UCS), RS,  – sua cidade natal -, ela se define como expressionista. “Sou movida pela emoção. Não planejo antes. Já saio com a tinta. Se desenhasse antes, gastaria a emoção. Adoro desenhar com o pincel, com gesto largo”. A cor é um capítulo à parte na sua atividade. “Pra mim, tudo funciona na base da cor. Tanto em paisagens como em figuras as cores vão entrando e mudando durante o processo de criação. Tenho essa mania de transformar as coisas em cores”.

A exposição coincide com a primeira COP realizada no Brasil. A Mata Atlântica, bioma presente em 17 estados do país, será um dos temas debatidos no maior evento das Nações Unidas sobre as mudanças do clima no planeta, em Belém (PA). O desafio do Brasil é alcançar o desmatamento zero em todos seus biomas até 2030, e a Mata Atlântica, por seu histórico de resistência e recuperação, pode ser o primeiro a atingir a meta. Como pessoa e artista intrinsicamente ligada à Natureza, Beatriz Balen Susin torce para que isso aconteça e para que todos possam conviver com a beleza da floresta preservada.  

 

Arte com vinho canônico e água benta.

27/out

O Instituto Ling, bairro Três Figueiras, Porto Alegre, RS, recebe o artista goiano Valdson Ramos para realizar uma intervenção artística inédita em uma das paredes da instituição. De 27 a 31 de outubro, o público poderá acompanhar gratuitamente a criação da nova obra, durante o horário de funcionamento do centro cultural. Será possível acompanhar, em tempo real, o processo criativo, as técnicas empregadas e os movimentos do artista. Após a finalização, o trabalho ficará exposto para visitação até o dia 27 de dezembro, com entrada franca.

No dia 1º de novembro, às 10h, o artista participará de um bate-papo com o público e o curador Paulo Henrique Silva, no qual comentará sua experiência, os resultados do projeto e compartilhará mais sobre sua pesquisa. A participação é gratuita. A atividade faz parte do projeto LING apresenta: Quando as fronteiras se dissolvem, com curadoria de Paulo Henrique Silva, que tem o objetivo de aproximar o Rio Grande do Sul da cultura do Centro-Oeste, trazendo artistas visuais da região para desenvolverem obras inéditas no centro cultural.

Sobre o artista

Valdson Ramos (Formoso, GO, 1972) é artista visual e arte-educador, graduado em Artes Visuais pela UFG e mestre em Ciências Sociais e Humanidades pela UEG. Suas obras exploram a iconografia religiosa brasileira, utilizando vinho canônico e água benta para refletir sobre questões contemporâneas. Participou de exposições em diversos espaços, como o Centro Cultural São Paulo (São Paulo, SP), Palácio das Artes (Belo Horizonte, MG) e o MAC (Goiás, GO). Entre suas premiações, destaca-se o 4° Salão Nacional de Pequenos Formatos do Museu de Arte de Britânia (2024). Vive e trabalha em Anápolis, GO.

Sobre o curador:

Paulo Henrique Silva (Anápolis, Goiás) foi aluno e professor na Escola de Artes Oswaldo Verano, mantida pela Prefeitura de Anápolis (GO), e graduou-se em Artes Visuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Desde 2004, dedica-se à curadoria, com foco no estudo e na pesquisa da arte contemporânea produzida na Região Centro-Oeste do Brasil. Projetos recentes incluem as mostras Entre Acervos, Dialetos 1 e 2, Novas Aquisições, Um Acervo em Construção, Fotografia no Acervo do Mapa, Conversas – resistência e convergência e Vozes do Silêncio. Foi curador em mais de onze edições do Salão Anapolino de Arte e tem contribuído significativamente para a ampliação do acervo do MAPA e o fortalecimento da arte contemporânea no interior do Brasil. De 2020 a 2024, foi responsável pela Coordenação do Fundo Municipal de Cultura e Editais, Curadoria e Gestão do MAPA e da Galeria de Artes Antônio Sibasolly, em Anápolis. 

 

Sobre a água e seus diferentes biomas.

24/out

O Museu de Arte do Paço – MAPA apresenta a exposição “SOBRE ÁGUAS”, da artista Vera Reichert, cujas obras convidam o público à contemplação e à reflexão sobre a relação entre a água e seus diferentes biomas. Praticante de mergulho submarino, a artista revela a sua habilidade em capturar a essência dessa substância vital em suas mais diversas formas, inspirando-se em suas vivências no fundo do mar para nos alertar sobre a necessidade de preservação dos recursos hídricos e de se combater a poluição das águas.

Lançamento do catálogo da exposição “SOBRE ÁGUAS” de Vera Reichert

Curadoria de André Venzon

Dia 25 de outubro, às 10h

 

Do espaço privado para o espaço da galeria.

23/out

A exposição “Olhar de Colecionador: Laurita Karsten Weege”, apresentada na Simões de Assis Balneário Camboriú, SC, materializa o atravessamento entre o espaço expográfico da galeria e o olhar especializado da colecionadora, uma parceria que reconhece as contribuições significativas de Laurita Karsten Weege ao projetar um encantamento pela arte. 

Abraham Palatnik, Alberto da Veiga Guignard, Alfredo Volpi, Antonio Malta Campos, Ascânio MMM, Carlos Cruz-Diez, Cícero Dias, Eleonore Koch, Emanoel Araújo, Estúdio Campana, Flávio Cerqueira, Gonçalo Ivo, Julia Kater, Juan Parada, Mano Penalva, Marcos Coelho Benjamim, Paulo Pasta, Schwanke, Sergio Lucena, Siron Franco, Vik Muniz e Zéh Palito integram o conjunto de artistas apresentados.

A mostra apresenta o moderno e o contemporâneo, em uma proposta que transpõe o espaço privado da coleção para o espaço da galeria.

Até 20 de janeiro de 2026.

 

Panorama sobre a obra de Paulo Chimendes.

16/out

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul – MARGS, instituição da Secretaria de Estado da Cultura do RS – Sedac, apresenta a exposição “Paulo Chimendes – A travessia do tempo”, evento aberto ao público. A mostra permanecerá em exibição até 04 de janeiro de 2026 no 2º andar do museu na Galeria Superior 1.

“A travessia do tempo” é uma homenagem que celebra a trajetória de Paulo Chimendes (Rosário do Sul/RS, 1953), um panorama da ampla produção desenvolvida pelo artista desde os anos 1970, focalizando alguns dos segmentos mais notabilizados de sua diversificada obra. São apresentados mais de 60 trabalhos, em sua maioria provenientes da coleção do próprio artista, juntamente a itens que integram o Acervo Artístico do MARGS.

Paulinho – como é carinhosamente conhecido no meio artístico – foi destacado como jovem artista ainda nos anos 1970, com inúmeros prêmios e participações em salões de arte, com trajetória estritamente relacionada ao aprendizado e às experiências a partir do Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, onde ingressou aos 12 anos, em 1966, quando ainda funcionava no segundo andar do Mercado Público. Nesse ambiente, foi estimulado pelas lições e convívio com importantes professores e colegas, que figuram como nomes da história da arte sul-rio- grandense, a exemplo de artistas como Paulo Peres, Danúbio Gonçalves, Armando Almeida, Francisco Stockinger, Paulo Porcella, Clébio Sória, Vasco Prado e Fernando Baril.

O artista também tem a sua trajetória marcada pela atuação de décadas como técnico impressor de gravura, tendo colaborado com diversos outros artistas, como Alice Soares, Léo Dexheimer, Clara Pechansky e Mabel Fontana. Nesse trabalho, destaca-se o seu envolvimento com o MAM Atelier de Litografia de Porto Alegre, criado nos anos 1980 pelas artistas Maria Tomaselli, Anico Herskovits e Marta Loguercio, onde atuou junto a outros artistas, entre os quais nomes como Iberê Camargo, Francisco Stockinger e Vasco Prado. 

“A travessia do tempo” é resultado de mais de um ano de diálogo entre Chimendes e a equipe do Museu. A curadoria é de Francisco Dalcol, diretor-curador do MARGS, e Cristina Barros, curadora-assistente. A exposição também conta com texto de apresentação escrito pela artista e amiga Maria Tomaselli.