Exposição homenagem para Maria Tomaselli.

30/abr

Onde os pássaros caem e as casas flutuam, é a nova exposição de Maria Tomaselli em exibição no Museu de Arte do Paço – MAPA Praça Montevidéu, Centro Histórico, Porto Alegre, RS.

Com foco numa homenagem que aborda diferentes aspectos da produção de Maria Tomaselli, a exposição “Onde os pássaros caem e as casas flutuam” traça um panorama que une obras da Pinacoteca Aldo Locatelli com obras do acervo particular da artista.

Sob curadoria de Nicolas Beidacki, a exposição mergulha no mundo pictórico e filosófico de Maria Tomaselli, abordando questões que vão das deformidades habitacionais até as agonias do corpo, numa mescla de passado e presente, sem desconsiderar desafios contemporâneos, como o sentido de um futuro ancestral e a abordagem que o mesmo trouxe para pensar o mundo que habitamos, seja nas ocas, nas casas ou em nós mesmos.

Ainda que aberta para visitação do público, a curadoria, considerando a condição de saúde atual da artista – que está em recuperação de um procedimento médico – optou por realizar uma atividade de encerramento em substituição ao evento de abertura. Assim, no dia 17 de maio, sábado, às 11h, no Museu de Arte do Paço, será realizada uma conversa pública com Maria Tomaselli e o curador para abordar a trajetória e os processos criativos da artista, recentemente homenageada no “XVII Prêmio Açorianos de Artes Plásticas”.

Em cartaz até 22 de maio

Contradições da contemporaneidade.

24/abr

A Galatea Salvador apresenta Ininteligibilidade, primeira exposição a itinerar de São Paulo para a capital baiana. Nessa exibição individual Isay Weinfeld apresenta obras elaboradas a partir de objetos garimpados em diferentes contextos, como em feirinhas e mercados ao redor do mundo. Em Salvador, a mostra traz seis obras diferentes daquelas que compõem a seleção original, incluindo três inéditas.

Pequenos objetos como bonecos de porcelana, flores e molduras, que à primeira vista transmitem delicadeza, conduzem o público em uma experiência estética em que o artista utiliza do humor e da ironia para evidenciar contradições da contemporaneidade, utilizando signos e símbolos até então tidos como rotineiros e convencionais. Ao exercitar sua faceta artística, Isay Weinfeld não busca criar discursos, mas desmontá-los com chiste.

Na ocasião da abertura, Isay Weinfeld lançará os catálogos Isay Weinfeld Works – Rizzoli New York e ISAY W – WEINFELD, ISAY, anteriormente lançados em São Paulo, e que apresentam de forma aprofundada a sua produção na Arquitetura e na Fotografia.

Até 31 de maio.

Dialogando com o Barroco.

15/abr

O Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC_BAHIA), unidade do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), vinculado à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult), recebe até o dia 13 de julho, a exposição “Sonia Gomes – Barroco, mesmo”, primeira mostra institucional da artista em solo baiano. Realizada pelo Instituto Tomie Ohtake, em parceria com o Ipac e patrocínio do Bradesco e Grupo CCR, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Rouanet) do Ministério da Cultura, a exposição propõe um diálogo entre a poética contemporânea da artista mineira e o legado do barroco brasileiro.

A mostra reúne cerca de 60 obras de diferentes fases da trajetória de Sonia Gomes, além de fotografias inéditas da artista em seu ateliê, registradas pela fotógrafa baiana Lita Cerqueira. A exposição ocorre em duas etapas, em Salvador e Ouro Preto (MG) que, posteriormente, convergem em uma única mostra no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, de novembro de 2025 a março de 2026.

Em Salvador, o público poderá desfrutar de uma programação diversificada, com encontros, oficinas e vivências realizadas no museu. A abertura aconteceu com a oficina educativa Palavra-semente, voltada para famílias e conduzida por Mariana Per, gerente de Educação do Instituto Tomie Ohtake. Foi realizada a mesa de debate Barroco ressignificado: memória e arte colonial em Salvador, com a participação da arquiteta Alejandra Muñoz, da historiadora Wlamyra Albuquerque e do urbanista Nivaldo Andrade, o público pode acompanhar uma roda de conversa com a artista Sonia Gomes, o curador Paulo Miyada, o diretor do MAC_Bahia, Daniel Rangel, e a artista Goya Lopes.

Para o Ipac, a chegada da mostra reforça a missão do Instituto de promover e valorizar expressões artísticas conectadas à memória, à identidade e à diversidade cultural brasileira. “Receber Sonia Gomes no MAC_Bahia é uma oportunidade de celebrar uma artista que transforma tecidos e memórias em obras que dialogam com a história, o território e as ancestralidades brasileiras – sobretudo negras e femininas”, como destacou Daniel Rangel, diretor do museu.

Livro e lançamento

A exposição é acompanhada pelo lançamento do livro Sonia Gomes – Assombrar o mundo com beleza, publicado pela editora Cobogó e organizado por Paulo Miyada. A publicação reúne imagens de obras recentes da artista, além de cadernos de anotações e cartas, revelando detalhes de seu processo criativo. O livro estará à venda no MAC_Bahia durante todo o período expositivo, com lançamento oficial previsto para o dia 25 de abril, em São Paulo.

A cor como ferramenta de exame.

11/abr

Julia Kater & Deni Lantz Alvorada Reveille.

A Galeria Simões de Assis, Balneário Camboriú, SC, apresenta até 12 de abril, Julia Kater & Deni Lantz: Alvorada / Reveille.

Texto de Lucas Albuquerque.

Alvorada. A primeira claridade. O instante crepuscular. A clara nata que prepara a chegada do sol. Um convite à redescoberta do mundo dia após dia. Esse momento, que tanto encantou os impressionistas no desejo fugaz de captar o preâmbulo cromático da precoce manhã, é o fio poético que une os trabalhos de Deni Lantz e Julia Kater. Seja nas colagens e recortes fotográficos de Kater ou nas pinceladas enceradas de Lantz, o que instiga esta seleção é menos o conteúdo de suas produções que a proposição imersiva em uma fenomenologia da cor, partilhada entre olho e pele na experiência sensível de suas poéticas. Uma aproximação que acentua a curiosa intenção de ambos sobre a figura, cuja aparição em suas composições se dá pelas bordas. Afeitos ao desejo de ultrapassar o invólucro aparente das coisas para vislumbrar as relações sensíveis que permeiam o tema representado e quem o representa, os artistas encontram como ferramenta de exame a cor. Valem-se da sensualidade das gradações cromáticas para propor novas maneiras de contemplar que muito se assemelham à primeira vista do dia, quando abrimos os olhos e vemos de modo borrado as formas fugidias do entorno. Lembra-nos, afinal, que alvorada é também toque do despertar, de recobrar os sentidos.

As fagulhas luminosas inaugurais são aqui sugeridas por Lantz ainda em tons soturnos. A textura riscada, quase ríspida, de alguns trabalhos, se dá pelo uso experimental da própria tinta: em seu estado endurecido, ela é pressionada diretamente contra o suporte, criando sulcos e rastros do caminho percorrido pelo pincel. Outros, todavia, carregam consigo uma camada sedosa, resultado do uso da cera de abelha junto à paleta cromática. Nesses diferentes acabamentos, em que o olho consegue tocar a superfície, repousam as mais tenras sensações das qualidades de incidência da luz sobre objetos e paisagens. É de maneira dúbia, contudo, que a realidade é, para Lantz, o tudo e o nada. Tudo, visto que em cada uma das telas é um pequeno índice da relação de equidade e escuta que o artista presta à terra, aos seus seres vegetais, aos fungos que a revolvem, e, enfim, a todo o ecossistema natural que resvala em sua prática pictórica, sempre embebida de seu aprendizado com a natureza. Nada, pois há um tanto de imaginação nossa, como do artista, em traçar um paralelo de composições tão abstratas com um tema em específico. Neste jogo de relações bipolares, sua pintura se torna, fundamentalmente, um campo de ensaio em que cada peça é o resultado de uma tênue equação entre o desejo do mundo material e o modo como Lantz maneja o espaço dessa dança.

Julia Kater, por sua vez, tem um compromisso com a imagem completamente divergente da premissa da fotografia clássica de capturar o instante ideal. Seu interesse é o de liberar a fotografia de sua função primeva. Por meio de recortes, faz um desenho-colagem de resquícios fotográficos de paisagens, sobrepondo-as na intenção de construir um outro horizonte. Assim, a superfície planar fotográfica, tão voltada à ilusão, conquista a tridimensionalidade em blocos configurados para agrupar as minuciosas camadas. O gesto do corte, por sua vez, cria outros desenhos – que podem ser percebidos como silhuetas de montanhas ou de dunas de areias, ou como a transmutação de uma sensação rítmica de um corpo perante uma música ou som. Aqui, seus trabalhos estabelecem uma ideia de variação pela cor, traçada na recombinação de fotografias de diferentes momentos do dia. O gesto do corte estabelece o ritmo da leitura das camadas sobrepostas, enquanto experimentos analógicos partilham do mesmo desejo de captura de algo que foge à representação fotográfica, atendo-se às falhas e borrões que conduzem o espectador a tatear a incerteza. Talhadas em tiras de céus, mares e incidências de luz natural, as composições de Kater rearticulam o sentido deste mundo para ansiar a chegada de um outro, inédito, ainda que mediante a evocação de um imaginário de tantas outras cenas de paisagens quaisquer.

Alvorada sugere um jogo entre o amanhecer e o anoitecer. Na relação quase tátil que Lantz e Kater estabelecem com a cor, os ciclos do dia e suas oscilações entre claridade e escuridão tornam-se alegorias mediadas pelas pinceladas e composições reunidas aqui. Lamber o céu, tatear o horizonte: o convite à candura de quem abre os olhos e é irradiado pelas faixas de luz da manhã como se fosse a primeira vez.

Lucas Albuquerque.

Até 12 de abril.

Um gesto de desejo e pertencimento.

10/abr

No meu jardim tudo se mistura

A Ocre Galeria, bairro São Geraldo, 4° Distrito, Porto Alegre, RS, apresenta a exposição individual “no meu jardim tudo se mistura”, de Téti Waldraff (Sinimbu, RS, 1959), com curadoria de Paula Ramos. A mostra revela o profundo vínculo da artista com a Natureza, que se manifesta em sua prática de desenhar, pintar e criar a partir das formas orgânicas e dos ciclos de vida observados em seus jardins.

Para Téti Waldraff, o ato de desenhar e pintar é também um gesto de desejo e pertencimento. É no cotidiano entre Porto Alegre e Faria Lemos, cercada por árvores, arbustos e flores, que ela encontra matéria e inspiração. O jardim é espaço de cultivo e de criação, um território onde o natural e o artístico se fundem. Ali, o ato de observar o desabrochar das flores se transforma em linhas, cores e formas. Seu ateliê é móvel, adaptável: um banco, um bloco de notas, papéis soltos. Em cada gesto, emerge o desejo de registrar o instante e a matéria viva que o compõe.

A exposição expande essa experiência sensível, ao mesmo tempo em que desdobra pesquisas formais e conceituais realizadas em projetos anteriores, a exemplo da série “Nos rastros do Jardim de Giz”. Produzidos durante o período de isolamento social, imposto pela Pandemia, os desenhos da série surgiram a partir do painel produzido por pela artista junto ao Centro Cultural da UFRGS, em março de 2019.

No dia 12 de abril, às 11h, a Ocre Galeria promove uma conversa com Téti Waldraff e mediação da curadora Paula Ramos, crítica, historiadora de arte e professora do Instituto de Artes da UFRGS. O evento é uma oportunidade para o público conhecer mais sobre o processo criativo da artista e os caminhos que levaram à construção da exposição. A entrada é franca e o espaço tem acessibilidade.

Até  03 de maio.

Uma seleta de pinturas.

02/abr

O pintor Eduardo Vieira da Cunha exibe, a partir de 02 de abril,  uma seleta de pinturas no Espaço Cultural HPM, Centro Histórico, Porto Alegre, RS. O conjunto de obras recebeu do artista o curioso título “Pintura à deriva”. Eduardo Vieira da Cunha possui uma linguagem altamente descritiva e literária. A mostra faz parte da série de exibições paralelas a realização da Bienal do Mercosul

Gosto de vermelho.

01/abr

O jovem escultor Leo Stockinger, radicado há duas décadas na Austrália, retorna ao Brasil para realizar exposição ndividual de esculturas em mármore e madeira na Galeria Stockinger, Moinhos de Vento, Porto Alegre, RS. Portando extensa vida profissional curricular com exibições no exterior, notadamente me museus e galerias australianas, nesta ocasião o artista participa da promoção oficial paralela da Bienal do Mercosul com apresentação de suas obras no catálogo editado especialmente para o evento que traz a categorizada assinatura do crítico de arte Jacob Klintowitz. Leo Stockinger – neto do consagrado escultor Xico Stockinger – exibe sua recente produção artistica carregada de forte e tensa empostação dramática com predomínio vermelho que obedece à oportuna titulação de  “vísceras, corpo e existência”.

Em exibição até 28 de abril.

A existência e as vísceras da existência.

A escultura de Leo Stockinger.

Superação. Experimento. Emoções. Ilusões? Talvez ilusões da alma. Ou loucas ilusões. O mistério. O renascimento. Êxtase. O pigmento se torna carne. E a carne se torna um signo. E o signo se torna forma e símbolo. E isso nos devolve o mito primevo. Alvorecer. Pois se trata disso. O artista Léo Stockinger dialoga com o primordial e nos oferece, para nós que transitamos em transe por suas esculturas, a emoção de assistirmos o nascimento da vida. O vislumbre da jornada, a intimidade do mito.

Jacob Klintowitz

Coletiva A Coisa dRag.

Reunindo artistas emergentes e consolidados no circuito de arte brasileira, a mostra apresenta obras relacionadas ao fenômeno drag e seus elementos de transgressão. No dia 04 de abril, no Centro Cultural da UFMG, inaugura-se a exposição coletiva a Coisa dRag, Belo Horizonte, MG, reunindo produções de 34 artistas brasileires, sob curadoria de Sandro Ka e assistência curatorial de Elis Rockenbach.

A mostra é resultado de um amplo mapeamento realizado em 2024, integrado à pesquisa A dragficação como fenômeno cultural e problemática na produção artística contemporânea (PRPq/UFMG), desenvolvida na Escola de Belas Artes da UFMG. A partir desse levantamento, o conjunto exposto revela um recorte da produção de artistas atuantes em diversas partes do país.

Participam da exposição: Adriano Basilio, Amorim, André Venzon, Augusto Fonseca, Avilmar Maia, Caio Mateus, Camila Moreira, Carambola, Carolina Sanz, Cassandra Calabouço, Cavi Brandão, Cynthia Loeb, Dods Martinelli, Efe Godoy, Lili Bertas, Elis Rockenbach, Sarita Themônia, Glau Glau, Hugo Houayek, Ítalo Carajá, Karine Mageste, Lai Borges, Lia Menna Barreto, Lorenzo Muratorio, Maria Carolina, Rafa Bqueer, Renato Morcatti, Rodrigo Mogiz, Sandro Ka, Tatiana Blass, Téti Waldraff, Thix, Tolentino Ferraz e Victor Borém.

Até 16 de maio.

Intervenção artística inédita.

28/mar

 

O Instituto Ling, Bairro Três Figueiras, Porto Alegre RS,  recebeu com muita alegria o artista cuiabano Gervane de Paula para realizar uma intervenção artística inédita em uma das paredes da instituição. O público pode acompanhar gratuitamente a criação da nova obra, feita ao vivo durante o horário de funcionamento do centro cultural.

 A atividade faz parte do projeto LING apresenta: Quando as fronteiras se dissolvem, com curadoria de Paulo Henrique Silva, que tem o objetivo de aproximar o Rio Grande do Sul da cultura do Centro-Oeste, trazendo artistas visuais da região para desenvolverem obras inéditas no centro cultural.

O curador irá apresentar um panorama da arte produzida recentemente da região Centro-Oeste e o artista comentará a experiência e o resultado em bate-papo com o público, no dia 29 de março, sábado, às 11h.

Quando as fronteiras se dissolvem

Quando a linha do horizonte se desloca e as fronteiras deixam de pertencer aos mapas oficiais, emerge um campo múltiplo de vozes, imagens e gestos. Não há centro imóvel nem periferia silenciosa; existe, sim, um circuito de narrativas poéticas em constante movimento, uma paisagem de caminhos que se cruzam e ressoam. Ao valorizar a heterogeneidade, o projeto Ling Apresenta faz florescer uma cartografia viva, na qual cada região do país se liberta da rigidez hierárquica e cria pontos de contato entre si. Dessa forma, não se legitima um único lugar de fala, mas uma polifonia que insiste em modos alternativos de perceber e habitar o mundo. A arte contemporânea brasileira, por si só, desfaz ideias de um plano cartográfico hegemônico ao redefinir as relações entre regional e nacional, local e global, periferia e centro. Artistas que vivem e trabalham em Mato Grosso, Distrito Federal e Goiás, mesmo diante de delimitações políticas, econômicas e geográficas, persistem em estabelecer diálogos com as grandes metrópoles. Assim, projetam suas carreiras em âmbito nacional e internacional, comprovando que a distância não impede a potência criativa. A seleção de artistas apresentada propõe um olhar para um território que, embora geograficamente seja o centro do país, permanece à margem de políticas expressivas de fomento à arte contemporânea. Quando comparado à Região Sudeste, o Planalto Central converte-se em uma espécie de limbo. No entanto, compreender a produção artística do Centro-Oeste como um dos eixos da arte brasileira exige reconhecer que transformações sociais, políticas e econômicas superaram o antigo paradigma de periferia em estado de inferioridade. O imaginário do exótico, outrora associado às criações fora do eixo Rio-São Paulo, agora atrai atenção para a arte produzida no Planalto Central. Os artistas escolhidos para esta edição do projeto Ling Apresenta colaboram para construir uma história da arte horizontal, em que periferias e centros aparecem no mesmo mapa, reforçando a pluralidade de vozes que compõem o cenário nacional.

Paulo Henrique Silva

Sobre o curador.

Paulo Henrique Silva foi aluno e, posteriormente, professor na Escola de Artes Oswaldo Verano, mantida pela Prefeitura de Anápolis (GO), graduou-se em Artes Visuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG) em 2021. Desde 2004, dedica-se à curadoria, com foco no estudo e na pesquisa da arte contemporânea produzida na Região Centro-Oeste do Brasil, bem como nas relações entre artistas e acervos. Projetos recentes incluem as mostras Entre Acervos, Dialetos 1 e 2, Novas Aquisições, Um Acervo em Construção, Fotografia, Fotografia no Acervo do Mapa, Conversas – resistência e convergência e Vozes do Silêncio. Também organizou o 1º Salão de Arte Contemporânea de Goiás (2022) no MAC/GO, que enriqueceu o acervo do Museu de Artes Plásticas de Anápolis (MAPA) com obras de importantes artistas da cena contemporânea brasileira. Paulo Henrique já atuou como curador em mais de onze edições do Salão Anapolino de Arte e tem contribuído significativamente para a ampliação do acervo do MAPA e o fortalecimento da arte contemporânea no interior do Brasil. De 2020 a 2024, foi responsável pela Coordenação do Fundo Municipal de Cultura e Editais na Diretoria de Cultura de Anápolis, além da Curadoria e Gestão do Museu de Artes Plásticas de Anápolis (MAPA) e da Galeria de Artes Antônio Sibasolly.

A nova série de Vik Muniz.

20/mar

A Multiarte, Fortaleza, CE, convida para a abertura da exposição “Dinheiro Vivo” no dia 27 de março. Um dos grandes nomes da arte, com reconhecimento internacional, Vik Muniz mostra em Fortaleza quinze trabalhos da série “Dinheiro Vivo”, iniciada em 2022, feita exclusivamente com cédulas descartadas pela Casa da Moeda. A série compreende dois grupos de trabalhos: os que reproduzem os animais que estampam as notas, e as criadas a partir das pinturas de paisagens brasileiras dos chamados artistas viajantes do século 19. Para a exposição na Multiarte, Vik Muniz criou especialmente a obra “Paisagem no interior da mata tropical no Brasil com figuras, a partir de Johann Moritz Rugendas” (série “Dinheiro vivo”, 2025).  A pintura original de Rugendas, em óleo sobre tela, com 46 x 36 cm, feita em 1842, e pertencente a uma coleção particular de São Paulo, estará em exibição, ao lado da recriação de Vik Muniz. A exposição é uma parceria entre a Multiarte e a galeria Nara Roesler, que representa o artista. O artista, nascido em 1961, em São Paulo, e que divide seu tempo entre Nova York e o Rio de Janeiro, é filho de pai cearense, de Santa Quitéria. No dia da abertura, Vik Muniz falará sobre seu trabalho.

Victor Perlingeiro, diretor da Multiarte, ressalta: “O trabalho de Vik Muniz dialoga de maneira poderosa com as questões do mundo contemporâneo. “Dinheiro Vivo” é uma exposição multifacetada, que aborda temas como paisagem, ecologia, imagem e o próprio dinheiro, tanto como conceito quanto como material. Ter essa individual em Fortaleza consolida a Multiarte como uma galeria que busca conectar o público a artistas de relevância internacional, como Vik, que tem feito exposições nos museus mais prestigiosos do mundo, e está presente em coleções institucionais de grande importância, como o Pompidou, em Paris, Reina Sofía, em Madri; Museum of Contemporary Art, em Tóquio; Guggenheim e Whitney Museum, em Nova York, e a Tate Gallery, em Londres. Dessa forma, buscamos fortalecer o circuito artístico regional e nacional”.

Eduardo Bueno, no texto do catálogo que acompanha a exposição, escreve: “Dinheiro morto: eram mil folhas de notas descartadas que seriam recicladas. Tais cédulas Vik tratou de transmutá-las em células de novos organismos, já que em seu DNA de artista está o dom de transubstanciar”.