Curadoria de Paulo Herkenhoff e Ailton Krenak.

30/out

A FGV Arte, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, inaugurou a exposição “Adiar o fim do mundo”, com curadoria de Paulo Herkenhoff e Ailton Krenak, pensador indígena, escritor e ativista ambiental, membro da Academia Brasileira de Letras e uma das vozes mais influentes do pensamento contracolonial contemporâneo. Coincidindo com o período da COP 30, a mostra articula arte, ecologia e filosofia em torno de um enunciado que é, ao mesmo tempo, uma advertência e um convite: adiar o fim do mundo é reinventar o presente.

Inspirada na produção e no pensamento de Ailton Krenak, a exposição reúne mais de 100 obras de diferentes períodos e contextos culturais, com técnicas e suportes que abordam as urgências da crise ambiental, o legado do colonialismo, o racismo estrutural e os modos de resistência dos povos originários e das comunidades tradicionais. Mais do que uma metáfora, “Adiar o fim do mundo” é uma proposição estética e política que entende a arte como instrumento de reencantamento do mundo e de reconstrução das relações entre humanos e natureza. “Não se trata de uma exposição sobre o fim, mas sobre a continuidade da vida”, afirma Paulo Herkenhoff. “A arte aqui é compreendida como um território de insurgência e imaginação, capaz de propor novas alianças entre corpo, natureza e espírito. O diálogo com Krenak nos convida a repensar o lugar da arte dentro de uma ecologia da existência.”. “Enquanto insistirmos em olhar o planeta como um objeto a ser explorado, seguiremos acelerando o colapso. A arte, ao contrário, nos chama a ouvir a Terra e a reconhecer que ela também sonha, sente e fala.”

Entre os nomes reunidos pelos curadores estão Adriana Varejão, Alberto da Veiga Guignard, Aluísio Carvão, Anna Maria Maiolino, Ayrson Heráclito, Berna Reale, Camille Kachani, Cildo Meireles, Claudia Andujar, Evandro Teixeira, Hélio Oiticica, Ivan Grillo, Jaider Esbell, Jaime Lauriano, Marcos Chaves, Nádia Taquary, Niura Bellavinha, pajé Manoel Vandique Kaxinawá Dua Buse, Rodrigo Braga, Sandra Cinto, Sebastião Salgado, Siron Franco, Thiago Martins de Melo, Tunga e muitos outros. A coletiva inclui também 11 obras comissionadas, concebidas especialmente para a mostra, dos artistas Cabelo, Cristiano Lenhardt, Daniel Murgel, Ernesto Neto, Hugo França, Keyla Sobral, Rosana Palazyan, Rodrigo Bueno, Souza Hilo e do coletivo de artistas indígenas Apinajé.

O projeto ocupa todos os espaços da FGV Arte – instalações e jardins comissionados na esplanada e nos pilotis, além de obras na galeria principal -, estabelecendo um percurso imersivo em diálogo com a arquitetura modernista e o entorno da cidade. A exposição se amplia com ações educativas, oficinas e programas públicos que refletem a dimensão formativa e comunitária do projeto. Para Paulo Herkenhoff, o encontro entre arte contemporânea e pensamento indígena é um gesto de deslocamento epistemológico. “A modernidade ocidental construiu a ideia de humanidade como centro do mundo. Essa exposição propõe um deslocamento: o humano volta a ser parte de um ecossistema simbólico e espiritual”, reflete o curador.

Paulo Krenak conclui com um alerta poético e provocador: “Precisamos inverter o discurso da sustentabilidade, abrir fendas na lógica. Se o pensamento racional não dá conta de salvar o planeta, talvez o gesto poético possa”. Assim, “Adiar o fim do mundo” afirma-se como um manifesto visual pela vida em tempos de crise, em que a arte atua como linguagem de resistência, gesto de esperança e convocação ao cuidado com a Terra – organismo vivo, casa comum e horizonte possível.

A mostra permanecerá em cartaz até 21 de março 2026. 

Prêmio Jane Lombard de Arte e Justiça Social.

A artista e educadora Rosana Paulino é a vencedora do Prêmio Jane Lombard de Arte e Justiça Social 2025-2027, concedido pelo Centro Vera List de Arte e Política, em Nova York, em reconhecimento ao seu livro de artista de 2016, “História Natural?”, que explora as histórias entrelaçadas da ciência e da violência racial. A seleção de Rosana Paulino foi feita por unanimidade por um júri presidido por Chus Martínez e composto por Tony Albert, Carin Kuoni, Sennay Ghebreab e Gabi Ngcobo. Prêmio em dinheiro de US$ 25 mil e uma obra de arte de edição limitada encomendada a Yoko Ono. Como ganhadora do Prêmio, Rosana Paulino será tema de uma exposição individual na The New School, ancorada por uma das obras mais significativas do artista, apresentada em outubro de 2026 como parte do Fórum Vera List Center 2026. 

O Centro Vera List de Arte e Política anunciou a artista, educadora e pesquisadora brasileira Rosana Paulino como a vencedora do Prêmio Jane Lombard de Arte e Justiça Social 2025-2027. Rosana Paulino recebeu o prêmio pela importância e impacto de seu livro de artista de 2016, “História Natural?”. “Estamos entusiasmados em homenagear Rosana Paulino, cuja prática remodelou profundamente a forma como entendemos os legados coloniais e sua marca na vida contemporânea”, disse Carin Kuoni, Diretora Sênior e Curadora-Chefe do Centro Vera List de Arte e Política. 

Expansão junto à arquitetura e ao corpo.

29/out

Será realizada uma visita guiada com o curador Luiz Camillo Osorio na exposição do artista José Pedro Croft. A exposição pode ser vista até o dia 17 de novembro, apresentando cerca de 170 obras do renomado artista português. No dia 30 de outubro, às 16h, será realizada uma visita guiada com o curador Luiz Camillo Osorio na exposição “José Pedro Croft: reflexos, enclaves, desvios”, no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro. Durante a visita, que será gratuita e aberta ao público, o curador percorrerá toda a exposição.

A mostra ocupa todo o primeiro andar e a rotunda do CCBB RJ, com gravuras, desenhos, esculturas e instalações, que ampliarão o entendimento sobre o conjunto da obra do artista e sobre os temas que vem trabalhando ao longo de sua trajetória, como o corpo, a escala e a arquitetura. Esta é uma oportunidade de o público ter contato com a obra do artista, que já realizou exposições individuais em importantes instituições, como no Pavilhão Português na 57a Bienal de Veneza, na Itália (2017), na Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra, em Portugal (2020), na Capela do Morumbi, em São Paulo (2015), no Paço Imperial (2015), MAM Rio (2006), entre muitas outras.

“José Pedro Croft é um dos principais artistas portugueses da geração que se formou logo após a Revolução dos Cravos (1974). Ou seja, teve sua trajetória artística toda vinculada aos ideais de liberdade, cosmopolitismo e experimentação. Trata-se de uma poética visual que se afirma no enfrentamento da própria materialidade das linguagens plásticas: a linha, o plano, a cor, o espaço. Sempre levando em conta sua expansão junto à arquitetura e ao corpo (inerente aos gestos do artista e à percepção do espectador)”, conta o curador Luiz Camillo Osorio.

São Paulo ganhou novo espaço.

27/out

A cidade de São Paulo inaugurou um novo espaço expositivo voltado à Arte Moderna e Contemporânea. Localizado no sétimo andar do Itaú Cultural, na Avenida Paulista, o Espaço Milú Villela – Brasiliana: Arte Moderna e Contemporânea amplia o acesso do público ao Acervo Itaú Unibanco, considerado a maior coleção corporativa de arte da América Latina, com mais de 15 mil obras.

Com 280 m², o novo andar se junta ao Espaço Olavo Setúbal, inaugurado em 2014, e ao Espaço Herculano Pires, aberto em 2023, reforçando o compromisso da instituição em apresentar diferentes recortes da Arte e da Cultura brasileira. O espaço leva o nome de Milú Villela, psicóloga que presidiu o Itaú Cultural por quase duas décadas, entre 2001 e 2019. A entrada é gratuita.

A mostra inaugural, de longa duração, se chama “Brasil das Múltiplas Faces” e conta com curadoria de Agnaldo Farias e projeto expográfico do arquiteto Daniel Winnik. A exposição reúne 185 obras de 150 artistas, datadas de 1889 até os dias atuais. Nomes como Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Tomie Ohtake, Beatriz Milhazes, Cildo Meireles, Rosana Paulino e Adriana Varejão estão entre os destaques. Segundo Sofia Fan, gerente de artes visuais e acervos do Itaú Cultural, o novo espaço promove reflexões sobre identidade e diversidade por meio de diferentes narrativas visuais. “O foco em arte moderna e contemporâne traz uma continuidade destas relações, estimulando o olhar crítico e promovendo uma visita não linear e profundamente reflexiva”

Sobre a água e seus diferentes biomas.

24/out

O Museu de Arte do Paço – MAPA apresenta a exposição “SOBRE ÁGUAS”, da artista Vera Reichert, cujas obras convidam o público à contemplação e à reflexão sobre a relação entre a água e seus diferentes biomas. Praticante de mergulho submarino, a artista revela a sua habilidade em capturar a essência dessa substância vital em suas mais diversas formas, inspirando-se em suas vivências no fundo do mar para nos alertar sobre a necessidade de preservação dos recursos hídricos e de se combater a poluição das águas.

Lançamento do catálogo da exposição “SOBRE ÁGUAS” de Vera Reichert

Curadoria de André Venzon

Dia 25 de outubro, às 10h

 

Do espaço privado para o espaço da galeria.

23/out

A exposição “Olhar de Colecionador: Laurita Karsten Weege”, apresentada na Simões de Assis Balneário Camboriú, SC, materializa o atravessamento entre o espaço expográfico da galeria e o olhar especializado da colecionadora, uma parceria que reconhece as contribuições significativas de Laurita Karsten Weege ao projetar um encantamento pela arte. 

Abraham Palatnik, Alberto da Veiga Guignard, Alfredo Volpi, Antonio Malta Campos, Ascânio MMM, Carlos Cruz-Diez, Cícero Dias, Eleonore Koch, Emanoel Araújo, Estúdio Campana, Flávio Cerqueira, Gonçalo Ivo, Julia Kater, Juan Parada, Mano Penalva, Marcos Coelho Benjamim, Paulo Pasta, Schwanke, Sergio Lucena, Siron Franco, Vik Muniz e Zéh Palito integram o conjunto de artistas apresentados.

A mostra apresenta o moderno e o contemporâneo, em uma proposta que transpõe o espaço privado da coleção para o espaço da galeria.

Até 20 de janeiro de 2026.

 

O grande intérprete do Amor e da Modernidade.

20/out

Para celebrar a vida e o legado do poeta Vinícius de Moraes, que completaria 112 anos, o Museu de Arte do Rio (MAR) abriu a exposição “Vinicius de Moraes – por toda a minha vida” que ficará em cartaz até 03 de fevereiro de 2026.

Com curadoria de Eucanaã Ferraz e Helena Severo, a mostra reúne mais de 300 itens entre manuscritos, fotografias históricas, vídeos, livros raros, capas de discos, objetos e documentos pessoais, instrumentos musicais, esculturas e obras de arte de artistas amigos de Vinicius. 

“Vinicius de Moraes foi um dos construtores do Brasil moderno – aquele que se reconhece na poesia, na música, no afeto e na liberdade. Sua obra atravessa o século vinte como um fio de beleza e humanidade, revelando um país que aprendeu a cantar o amor e a emoção. Nesta exposição propomos um percurso sensível por sua vida e criação, pela alegria e delicadeza com que soube transformar o cotidiano em arte”; analisa a curadora Helena Severo.

A mostra propõe uma viagem afetiva e estética pela vida e pela obra de Vinicius de Moraes – o poeta, diplomata, dramaturgo, jornalista, compositor e cantor que marcou a cultura brasileira do século XX. Organizada em núcleos temáticos, a exposição percorre seus principais eixos de criação: a música, a poesia, o teatro, as artes visuais e as cidades que fizeram parte de sua trajetória.

Entre os grandes destaques está o espaço dedicado a “Orfeu da Conceição” (1956), peça teatral que inaugurou a parceria de Vinicius de Moraes com Tom Jobim. O núcleo apresenta croquis originais de figurinos de Lila Bôscoli e Carlos Scliar, cartazes de divulgação de Djanira, Scliar e Luiz Ventura, fotografias de José Medeiros registrando os ensaios da montagem e um desenho em alto-relevo de Oscar Niemeyer para o cenário do espetáculo, que estreou no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O público poderá conferir alguns instrumentos como o piano, utilizado em parcerias como a série “Os afro-sambas” (1966), com Baden Powell, também foi tocado por Tom Jobim durante ensaios da peça “A invasão” (1962), de Dias Gomes.

A mostra traz ainda obras inéditas, como gravuras e desenhos de Lasar Segall, Guignard, Di Cavalcanti, Carlos Leão, Oswaldo Goeldi, Augusto Rodrigues e Dorival Caymmi. Entre os destaques, está o quadro “Retrato de Vinicius de Moraes” (1938), de Cândido Portinari. As artes plásticas e visuais reafirmam a convivência de Vinicius de Moraes com grandes nomes de sua geração. Estão reunidas obras de Portinari, Guignard, Pancetti, Santa Rosa, Cícero Dias, Dorival Caymmi, Carybé e Carlos Scliar, artistas que foram amigos próximos do poeta.

“Vinicius de Moraes – por toda a minha vida” reafirma o legado do poeta como um dos grandes intérpretes do amor e da modernidade, cuja obra permanece viva e presente. Para além de sua produção literária e musical, a exposição evidencia o homem que viveu intensamente as transformações culturais e comportamentais de seu tempo, ajudando a moldar a sensibilidade brasileira.

 

Carolina Cordeiro na Artissima 2025.

17/out

Oval Lingotto Fiere, Turim

A Galatea anuncia sua participação na Artissima, que acontece em Turim, Itália, entre 31 de outubro e 02 de novembro. Em sua estreia na feira, a galeria apresenta um projeto solo da artista Carolina Cordeiro (Belo Horizonte, Brasil, 1983), cuja prática multidisciplinar abrange desenho, fotografia, vídeo, escultura e instalação, explorando sistemas simbólicos e a dimensão poética dos materiais a partir das tradições culturais e espirituais brasileiras.

Ocupando o estande Fuxia 2, na seção New Entries, Carolina Cordeiro apresenta um novo capítulo da série América do Sal (2021/2025), que consiste em uma instalação composta por uma grande trama de barbante de algodão da qual pendem pequenas trouxas de sal envoltas em tecido. Disposta paralelamente ao chão e atravessando o estande, a obra convida o público à interação, uma vez que se deve passar por debaixo dela para chegar à parede de fundo, onde outros trabalhos da série serão mostrados.

Monocromática, silenciosa e, ao mesmo tempo, dotada de forte carga simbólica, América do Sal estabelece diálogo com as artesanias de diferentes povos que formam a identidade brasileira, com práticas vinculadas às religiões afro-brasileiras, especialmente o Candomblé. As trouxas de sal remetem tanto aos patuás, que são amuletos de proteção, quanto aos banhos e rituais de limpeza, que sempre devem ser feitos do pescoço para baixo – a mesma medida corporal que define a altura da instalação.

 

No Museu Chácara do Céu.

16/out

“O Rio de Ciro: A Cidade em Xilogravuras” pelo olhar de Ciro Fernandes.

Retratando a cidade maravilhosa através da força da arte nordestina, o Museu Chácara do Céu, Santa Teresa, Rio de Janeiro, RJ, abre as portas para a exposição “O Rio de Ciro: A Cidade em Xilogravuras”, celebrando a trajetória do artista plástico Ciro Fernandes e a sua paixão pelo Rio de Janeiro. A exposição, que permanecerá em cartaz até 30 de janeiro de 2026, se dá por meio de 76 obras autorais que transitam entre a técnica milenar da xilogravura e demais estilos, como pinturas, calcogravuras, litogravuras e nanquim. Obras que dialogam com as narrativas populares do nordeste e revelam a versatilidade do xilogravador, pintor, ilustrador, escritor e luthier, Ciro Fernandes, em diferentes linguagens visuais

Durante o vernissage, no sábado, 18 de novembro, os convidados poderão desfrutar de uma apresentação do violonista e compositor Jean Charnaux, trazendo a sonoridade carioca em diálogo com a experiência visual de Ciro Fernandes, com direito a uma vista deslumbrante da cidade do Rio de Janeiro.

Distribuindo as obras em diferentes núcleos temáticos, a mostra inicia com “O Rio de Ciro: um Caso de Amor”, que retrata a chegada do artista ao Rio de Janeiro e sua paixão pela Cidade Maravilhosa, com obras que capturam o ciclo urbano e cotidiano dos cariocas. O núcleo seguinte da mostra, “Lapa e Seus Mistérios”, revela a atmosfera boêmia e cultural do bairro, destacando figuras icônicas como Madame Satã e eternizando a diversidade e a essência das ruas da cidade.

A exposição segue conectando às raízes nordestinas por meio dos núcleos “A Tradição Cordelista Chega à Cidade Maravilhosa”, que narra a forma como o artista retomou a xilogravura nos cordéis urbanos da capital; e “A Natureza Exuberante de Ciro” (Sala Imersiva), que transporta os visitantes para dentro de uma sala de vidro com obras do artista em formato de “lambe-lambes” e adesivos, permitindo que as obras dialoguem com a vista panorâmica do Rio de Janeiro. Integrando diferentes formatos, a exposição não se restringe apenas a xilogravura, podendo também ser apreciadas as pinturas em tinta acrílica sobre tela; calcogravuras e litogravuras; ilustrações; artes em nanquim; além de capas de cordéis, LPs, matérias de jornal e livros de grandes escritores ilustrados pelo artista. 

O público poderá se inspirar e imergir no cenário criativo de Ciro Fernandes, a partir da exibição de suas ferramentas de trabalho, como a prensa, materiais de entalhe e as matrizes de madeira das obras. Tais instrumentos auxiliaram a ditar as dimensões variadas das obras, sendo a menor com proporções de 28 x 32cm e a maior com 90 x 220cm. Como medida de democratização do acesso à cultura, a exposição contará com quatro oficinas programadas para crianças de escolas públicas da região de Santa Teresa. Usando gravuras de material reciclado (Tetrapack), os workshops trarão atividades lúdicas e culturais para as crianças, abordando a natureza do Rio de Janeiro e buscando a representação dos pássaros da cidade, à espelho do que inspira Ciro Fernandes.

“O Rio de Ciro: A Cidade em Xilogravuras” tem curadoria de Mariana Lannes, diretora de produção cultural e idealizadora de projetos artísticos, com atuação nacional em música, artes visuais, cultura popular e impacto social; além de Alessandro Zoe, fundador do escritório de gestão artística CRIVO, somando mais de 8 anos de experiência à frente de produções culturais em teatro, música e artes visuais

Sobre o artista.

Desde criança, Ciro Fernandes se encantou pelo desenho e pela arte, imerso na cultura dos cordéis e na tradição da xilogravura popular do sertão da Paraíba, desenvolvendo suas habilidades como gravurista. Ao longo da vida, o artista viveu em diferentes cidades do Brasil, como Natal e São Paulo, mas encontrou seu verdadeiro lar no Rio de Janeiro, onde se apaixonou pelas belezas da cidade, incluindo sua natureza exuberante, o Carnaval, as ruas do centro e da Lapa, e pelo efervescente movimento cultural do bairro. No auge dos 83 anos, Ciro Fernandes é um dos grandes nomes da cena artística brasileira, sendo considerado um patrimônio da xilogravura no país. 

 

A exposição, fica em cartaz até o dia 30 de janeiro de 2026

 

Panorama sobre a obra de Paulo Chimendes.

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul – MARGS, instituição da Secretaria de Estado da Cultura do RS – Sedac, apresenta a exposição “Paulo Chimendes – A travessia do tempo”, evento aberto ao público. A mostra permanecerá em exibição até 04 de janeiro de 2026 no 2º andar do museu na Galeria Superior 1.

“A travessia do tempo” é uma homenagem que celebra a trajetória de Paulo Chimendes (Rosário do Sul/RS, 1953), um panorama da ampla produção desenvolvida pelo artista desde os anos 1970, focalizando alguns dos segmentos mais notabilizados de sua diversificada obra. São apresentados mais de 60 trabalhos, em sua maioria provenientes da coleção do próprio artista, juntamente a itens que integram o Acervo Artístico do MARGS.

Paulinho – como é carinhosamente conhecido no meio artístico – foi destacado como jovem artista ainda nos anos 1970, com inúmeros prêmios e participações em salões de arte, com trajetória estritamente relacionada ao aprendizado e às experiências a partir do Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, onde ingressou aos 12 anos, em 1966, quando ainda funcionava no segundo andar do Mercado Público. Nesse ambiente, foi estimulado pelas lições e convívio com importantes professores e colegas, que figuram como nomes da história da arte sul-rio- grandense, a exemplo de artistas como Paulo Peres, Danúbio Gonçalves, Armando Almeida, Francisco Stockinger, Paulo Porcella, Clébio Sória, Vasco Prado e Fernando Baril.

O artista também tem a sua trajetória marcada pela atuação de décadas como técnico impressor de gravura, tendo colaborado com diversos outros artistas, como Alice Soares, Léo Dexheimer, Clara Pechansky e Mabel Fontana. Nesse trabalho, destaca-se o seu envolvimento com o MAM Atelier de Litografia de Porto Alegre, criado nos anos 1980 pelas artistas Maria Tomaselli, Anico Herskovits e Marta Loguercio, onde atuou junto a outros artistas, entre os quais nomes como Iberê Camargo, Francisco Stockinger e Vasco Prado. 

“A travessia do tempo” é resultado de mais de um ano de diálogo entre Chimendes e a equipe do Museu. A curadoria é de Francisco Dalcol, diretor-curador do MARGS, e Cristina Barros, curadora-assistente. A exposição também conta com texto de apresentação escrito pela artista e amiga Maria Tomaselli.