Um sistema vivo e pulsante.

01/set

Os 90 anos de Maria Bonomi serão comemorados com exposição antológica no Paço Imperial do Rio de Janeiro com mais de 250 obras, ocupando 11 salas, em 900m2 !

A curadoria da maior retrospectiva da “dama da gravura”, reconhecida também como celebridade na arte urbana, é assinada por Paulo Herkenhoff e Maria Helena Peres.

Dos desenhos à arte pública, das xilogravuras às esculturas, dos cenários aos figurinos, a poética de Maria Bonomi se manifesta como um sistema vivo e pulsante, que se expande em cada detalhe de uma obra que se revela nos mais variados espectros de sua criação e de seus valores existenciais. Maria Bonomi é um marco definitivo na gravura brasileira com amplo reconhecimento internacional.

Exposição Crua na Abapirá.

28/ago

Mostra pop-up marca o lançamento da série homônima, apresentando a obra e o pensamento dos artistas Ronald Duarte, Carla Santana, Marcelo Conceição, arorá e Eleonora Fabião.

Nesta quinta-feira, dia 28 de agosto, até sábado, dia 30 de agosto, será apresentada a exposição pop-up “Crua”, na Abapirá, Rua do Mercado 45, Centro, Rio de Janeiro, que marca o lançamento da série homônima, apresentando, de forma inédita, o pensamento de cinco artistas visuais fluminenses dirigida e idealizada por Ana Pimenta e João Marcos Latgé. “Crua” tem um formato livre, estimulando a criatividade dos artistas e apresentando ao público seus pensamentos e obras. “Crua pretende ser uma janela para o mundo de cada artista”, afirmam os diretores. O projeto é apresentado pelo Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Política Nacional Aldir Blanc.

A exposição será montada de forma instalativa, com cinco telas e uma projeção. No sábado, dia 30 de agosto, os artistas e os diretores participarão de uma conversa com o público, às 15h, na qual falarão sobre seus processos criativos e sobre a série. Ampliando ainda mais o acesso, a partir do dia 9 de setembro, os episódios serão lançados semanalmente nos perfis no Instagram e no YouTube @crua_arte, na seguinte ordem: Ronald Duarte (dia 9 de setembro), Carla Santana (dia 16 de setembro), Marcelo Conceição (dia 23 de setembro), arorá (dia 30 de setembro) e Eleonora Fabião (dia 7 de outubro).

Na Casa Roberto Marinho

26/ago

Expoente da arte contemporânea, a carioca Beatriz Milhazes será tema de uma exposição na Casa Roberto Marinho, no Cosme Velho, a partir de 25 de setembro. Com curadoria de Lauro Cavalcanti, “Pinturas nômades” reúne e pinturas, gravuras, instalações e uma escultura suspensa, logo na primeira sala.

Mas o núcleo central da mostra são as intervenções site-specific criadas pela artista plástica ao redor do mundo, que serão apresentadas em maquetes, estudos e painéis pela primeira vez no país.

A partir de intervenções marcadas por formas orgânicas em fachadas, janelas e espaços de circulação, a artista transformou espaços como hospitais, metrôs e edifícios residenciais pelo mundo em experiências sensoriais. Dentre as 17 obras site-specific apresentadas, estão intervenções na Ópera de Viena; na Tate Modern, em Londres, na Fundação Cartier, em Paris, e no Museu de Arte Contemporânea de Tóquio. A mostra reúne ainda obras de referência da artista, como da pintora modernista Djanira.

De 25 de setembro a março de 2026.

Memórias e identidade.

18/ago

A abertura da exposição coletiva “Correspondências: memórias e identidade”, acontece no dia 20 de agosto no Centro Cultural Correios, Centro, Rio de Janeiro, RJ.

Com curadoria de Fabiola Notari, a mostra propõe uma reflexão sobre a materialidade da escrita e a memória afetiva das trocas epistolares. Reunindo livros de artista, instalações, pinturas, colagens, objetos, desenhos e bordados, as obras investigam como cartas, bilhetes e mensagens manuscritas podem se tornar espaços de memória, identidade e afeto.

Artistas participantes.

Aline Cavalcante, Ana Cris Rosa, Célia Alves, Christina Parisi, Clarissa M Zelada, Claudia Souza, Cris Marcucci, Daniela Karam Vieira, Irene Guerreiro, Leonor Décourt, Lidia Sumi, Lídice Salgot, Lucia Mine, Lucimar Bello, Maíra Carvalho, Margarida Holler, Renata Danicek, Rosa Grizzo, Sandra Lopes, Teresa Ogando, Tuca Chicalé e Vitória Kachar.

A exposição segue em cartaz até 27 de setembro.

Wilma Martins na Galatea.

12/ago

A Galatea apresenta “Wilma Martins: territórios interiores”, individual da artista Wilma Martins, com obras da emblemática série “Cotidiano”, a ser inaugurada no dia 23 de agosto em sua unidade da rua Padre João Manuel, em São Paulo. A mostra conta com texto crítico assinado pela pesquisadora e curadora Fernanda Morse.

Desenvolvida entre 1974 e 1984, “Cotidiano” é considerada a série mais conhecida da artista. Nela, cenas de interiores domésticos – como salas, cozinhas e quartos – se entrelaçam com rios, plantas e animais, criando composições onde o real e o imaginário se encontram em harmonia. A brancura intimista dos espaços privados contrasta com a vitalidade orgânica da natureza, revelando um olhar poético e silenciosamente subversivo sobre os pequenos gestos da vida cotidiana.

A série foi redescoberta na exposição “Cotidiano e Sonho”, retrospectiva realizada em 2013, com curadoria de seu marido, Frederico Morais, importante crítico e historiador de arte brasileiro. Essa será a primeira exposição dedicada à artista desde a retrospectiva póstuma “Wilma Martins: território da memória”, realizada em 2023. É, também, uma oportunidade rara de ver um escopo tão abrangente da série “Cotidiano” reunido em uma só exposição.

Em cartaz até 18 de outubro.

Fotografias no Instituto Cervantes.

06/ago

Uma constelação transnacional de olhares contemporâneos entre Espanha e Brasil, propondo um deslocamento simbólico e crítico pelo território brasileiro, “Câmbio de Paradigma – Um Giro no Brasil”, com curadoria partilhada de Marta Soul e Ângela Berlinde, será aberta ao público no dia 14 de agosto, no Instituto Cervantes, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ. A mostra estabelece um diálogo inclusivo entre os dois países, compreendendo o “giro” como abertura a outras epistemologias, afetos e imaginários historicamente marginalizados. Como parte da programação oficial do festival FOTORIO 2025, a exposição reúne 12 artistas contemporâneos, sendo seis brasileiros e seis espanhóis, cujos trabalhos se articulam em torno de cinco eixos curatoriais: estruturas de poder; justiça social e racial; gênero e autorrepresentação; tecnologia e progresso; ecologia e justiça climática.

Trata-se de uma exposição que questiona quem olha, quem é olhado e a partir de onde se constroem as imagens. “Câmbio de Paradigma” é um espaço de ressonância, escuta e transformação coletiva. Por meio de dispositivos híbridos, instalações, colagens, vídeo e performance, os artistas participantes reconfiguram a fotografia como uma ferramenta crítica e sensível diante das estruturas hegemônicas da imagem.

Sobre os artistas e suas obras.

Do lado espanhol, Megane Mercury explora identidades migrantes e gentrificação urbana na série La Españoleta, enquanto Cristina Galán revela as contradições do eu hiperfiltrado nas redes sociais em Paul. Esteban Pastorino investiga a memória da técnica fotográfica a partir do uso de câmaras analógicas, e Agnes Essonti Luque propõe uma profunda reflexão sobre identidade afrodescendente em La máscara del duelo. Toya Legido alerta para a extinção de espécies no território ibérico em Lepidópteros en extinción, e Yun Ping constrói um diário visual de transformação e pertença em The body as a suit.

Do Brasil, Shinji Nagabe subverte a masculinidade normativa em Cavalo de Troia, propondo uma soberania queer em tensão com o imaginário da conquista. Denilson Baniwa, artista indígena, desmonta visualmente os relatos coloniais em Ficções Coloniais. Caio Aguiar (Bonikta) encarna o território amazônico como um corpo político e encantado em Memórias Enkantadas, enquanto a dupla Masina Pinheiro & Gal Cipreste apresenta Hunting Exercise: Blow, obra que ativa memórias queer e performativas a partir do corpo. A exposição celebra ainda a participação especial da artista local Betina Polaroid, que propõe um gesto de celebração e resistência queer com a instalação Espelhos & Películas e a performance Fluidez, ativada no dia 14 de agosto.

Centenário de Gilberto Chateaubriand.

05/ago

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio) inaugura no dia 09 de agosto a exposição “Gilberto Chateaubriand: uma coleção sensorial”, que abre as comemorações pelo centenário de nascimento de um dos maiores colecionadores da história da arte brasileira. A mostra estará em cartaz até 09 de outubro. De grande escala, a mostra reúne aproximadamente 350 obras de um dos mais representativos conjuntos da produção artística nacional. Desde 1993, cerca de 6.400 das 8.300 peças que compõem a Coleção Gilberto Chateaubriand estão sob a guarda do MAM Rio, consolidando uma parceria fundamental para a preservação e difusão da arte brasileira.

Com curadoria de Pablo Lafuente e Raquel Barreto, o público será convidado a uma imersão nas camadas de significado, afeto e história que atravessam a coleção, ao longo de mais de cinco décadas cuidadosamente constituída por Gilberto Francisco Renato Allard Chateaubriand Bandeira de Mello (1925-2022), diplomata e presença marcante nas artes visuais do país. Segundo o próprio Gilberto Chateaubriand, o colecionismo surgiu por acaso, em 1953, durante uma viagem a Salvador, quando foi apresentado ao pintor José Pancetti (1902-1958) pelo colecionador Odorico Tavares. Ao visitar o ateliê, adquiriu não só a tela Paisagem de Itapuã, mas a paixão por colecionar.

De acordo com Pablo Lafuente, diretor artístico do museu, “a coleção de Gilberto consegue oferecer um panorama complexo da história da arte brasileira do século 20, atenta aos movimentos e artistas que a compuseram, tornando-se uma das mais importantes do país ao mesmo tempo que revela as relações fascinantes que Gilberto tinha com obras e com artistas”.

“Gilberto Chateaubriand se dedicou com intensidade à formação de uma das coleções particulares mais significativas que temos no Brasil. A coleção é única em sua habilidade de unir tradição e experimentação, incluindo desde os modernistas icônicos a jovens artistas de diversas regiões do país e suas propostas experimentais”, observa Raquel Barreto, curadora-chefe do MAM Rio.

Um olhar sensorial para a arte brasileira

Um século de arte no Brasil

Com obras de Adriana Varejão, Alair Gomes, Anita Malfatti, Anna Bella Geiger, Antonio Bandeira, Artur Barrio, Beatriz Milhazes, Candido Portinari, Carlos Vergara, Cícero Dias, Cildo Meireles, Djanira, Edival Ramosa, Gervane de Paula, Glauco Rodrigues, Iberê Camargo, Ione Saldanha, Ivan Serpa, José Pancetti, Lasar Segall, Luiz Zerbini, Lygia Clark, Maria Martins, Rubens Gerchman, Tarsila do Amaral, Tomie Ohtake e Vicente do Rego Monteiro, entre muitos outros, a exposição cobre cerca de 100 anos de arte no Brasil e permite ao visitante percorrer, de forma não linear, uma ampla e plural história da cultura visual do país.

A exposição “Gilberto Chateaubriand: uma coleção sensorial” é organizada em colaboração com o Instituto Cultural Gilberto Chateaubriand e tem patrocínio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, da Petrobras, da Light, do Instituto Cultural Vale e da Vivo através da Lei Federal de Incentivo à Cultura e da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro

FLECHA encerra temporada na Casa Brasil.

31/jul

A queima de um bastão de ervas e folhas secas marcam o encerramento da exposição FLECHA, da artista multidisciplinar Mercedes Lachmann, na Casa Brasil (ex-Casa França-Brasil), Rio de Janeiro, no domingo, dia 03 de agosto, a partir das 15h. A mostra é uma instalação imersiva, com som, imagem e esculturas, que tem raízes em saberes ancestrais femininos, explorando a conexão com o mundo vegetal, sob curadoria de Cristiana Tejo.

As folhas de plantas tropicais dispostas de forma performática na nave principal da Casa e as ervas que estão em secagem desde o início da temporada de FLECHA vão integrar o bastão, confeccionado por voluntários, acrescido de intenções, afetos e trocas de conhecimentos sobre as plantas e seus usos sagrados.

A exposição tem ainda 55 trabalhos de flechas de ferro, em formatos diferentes, quatro esculturas de madeira com vidro soprado, quatro totens – esculturas de restos de desmate, em composição com esferas de vidro com tinturas de ervas ou com outros vidros, bronze ou flecha, uma instalação de 11 elementos com hastes verticais que portam vidros com tintura de plantas, um braço de bronze, vídeos, um secador de erva e dois vídeos.

“FLECHA” foi apresentada em 2023 no Museu Internacional de Escultura Contemporânea (MIEC) de Santo Tirso, Porto, Portugal. A mostra, exibe no Rio com mudanças, que ampliam a ocupação conceitual do espaço, tem apoio da República Portuguesa e do Programa de Internacionalização do Departamento Geral de Artes de Portugal.

Subjetividade e destruição ambiental.

28/jul

Tatiana Blass ocupa a Albuquerque Contemporânea com instalações, pinturas e esculturas que tratam do silêncio, do tempo e da destruição.

“Tornado Subterrâneo” é o título da exposição individual de Tatiana Blass, em cartaz na Albuquerque Contemporânea, Savassi, Belo Horizonte, MG. A artista apresenta um conjunto de obras que cruzam suportes como pintura, escultura, instalação e vídeo, articulando questões como incomunicabilidade, subjetividade e destruição ambiental. A mostra reúne trabalhos inéditos e outros exibidos anteriormente em diferentes cidades.

No primeiro piso da galeria, Tatiana Blass tensiona os limites entre cena e espaço, matéria e tempo. Em “Meia Luz”, série de sete pinturas de grande escala, a artista evoca narrativas ambíguas a partir de referências ao teatro e ao cinema, construindo atmosferas densas em formas e cores imprecisas.

Já os objetos da série “Teatro de Arena – Tornado Subterrâneo” abordam o impacto da mineração. Paisagens desérticas e figuras diminutas pontuam crateras, evocando a busca por um papel em um cenário de devastação ambiental e a fragilidade da ação humana diante da destruição.

A instalação “Metade da fala no chão – Bateria preta” recria, em nova versão, um de seus trabalhos mais emblemáticos: instrumentos de percussão cortados e preenchidos com cera silenciam qualquer possibilidade de som. Com forte apelo sensorial e rigor formal, Tatiana Blass propõe uma experiência imersiva na qual o silêncio, o derretimento da forma e o esvaziamento das figuras tornam-se alegorias potentes da nossa dificuldade de comunicação e ação no mundo contemporâneo.

Até 30 de agosto.

O evento imersivo de Paula Boechat.

25/jul

A artista Paula Boechat realiza no dia 02 de agosto um evento imersivo e sensorial no Estúdio Ipê, Estúdio Itanhangá, Rua Raul Pitanga, 39, Rio de Janeiro, RJ. Depois de se recuperar de uma grave meningite bacteriana contraída em 2023, Paula Boechat teve uma sequela auditiva que dá a ela a sensação de estar ouvindo um constante “zumbido de mar”. Apaixonada por praia (e água salgada), ela se apropriou dessa nova condição para proporcionar ao espectador experiências sensoriais, o que acontecerá no dia 02 de agosto.

Em “Mares de Dentro”, Paula Boechat expõe uma instalação com uma pintura penetrável, com uma performance seguida de shows da Bossa Noise (Bob N, Camila Kohn e Tati Cocteau), às 19h, da Banda GAZ, integrada por André Carneiro, Lula Montagna e Marcello Bressane (20h). O texto curatorial é assinado por Luana Aguiar e a produção de arte ficou a cargo de Walter Rosa. Em “Mares de Dentro”, todos os sentidos serão aguçados na pintura imersiva.

A fala da artista.

“O público poderá vivenciar um pouco deste momento mágico. É como se houvesse um oceano no meu cérebro; agradeço aos meus orixás por ser o som do mar que admiro tanto… Com certeza são memórias auditivas dos meus “tempos ouvintes”, que na pintura está presente com muita força em tom vermelho, como se estivesse misturado ao sangue humano. Esse vermelho magenta, misturado ao azul do oceano, tem gerado violetas intensos que permeiam essas camadas sensoriais e profundas”.

“Para mim, o trabalho de arte só acontece na troca – é tão ou mais importante o processo do que a obra em si. A pintura é um enigma, pois nunca sabemos o resultado final: é sempre difícil saber quando está pronta. Ter com quem trocar é muito enriquecedor”.

Sobre a artista.

Nascida em 1976, Paula Boechat vive e trabalha no Rio de Janeiro. Estudou desenho e pintura na Universidade da Califórnia em 1996. De 1997 a 2001 frequentou diversos cursos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e em 2000 se formou em Desenho Industrial. Em 2002, frequentou l’École des Beaux Arts em Paris onde residiu por 3 anos. Desde 1998 desenvolve projetos em pintura, vídeo, instalação, fotografia e performance. Ganhou o “Prêmio Rio Jovem Artista” da RIOARTE em 2000. Na mesma época conheceu Gabriela Moraes com quem formou a dupla PaulaGabriela, realizando exposições no Brasil e no exterior. A dupla explorava a perda da identidade no mundo contemporâneo, suas conexões e desconexões, através de fotografias, performances e instalações. Trabalharam juntas por 10 anos e receberam diversos prêmios. Paula já expôs seu trabalho em diversas cidades no Brasil e no exterior.