A obra original de Antônio Poteiro.

16/mai

A CAIXA Cultural São Paulo inaugurou a exposição Antônio Poteiro – A luz inaudita do cerrado, em homenagem ao centenário do artista. Com curadoria de Marcus de Lontra Costa, a mostra – em cartaz até 27 de julho – reúne 53 obras, entre pinturas e esculturas, que abrangem diferentes fases da carreira de Antônio Poteiro.

Antônio Poteiro já era um ceramista conhecido quando começou a pintar, incentivado por nomes como Siron Franco e Cléber Gouvêa. Seu trabalho logo se destacou pelo uso vibrante das cores, composições densas e temas ligados ao cotidiano brasileiro – com ênfase na religiosidade, nas festividades populares e na vida rural. Autodidata, o artista construiu uma obra autêntica e original.

“As obras de Poteiro encantam as pessoas por sua capacidade de manipular diversas referências para a construção de objetos de grande potência estética e apelo filosófico”, afirma Marcus de Lontra Costa. “Popular em sua essência criativa, toda a trajetória do mestre Poteiro cria pontes entre percepções e saberes diversos. Ela retrata e reflete cenas do cotidiano. Ela cria histórias sobre fatos históricos e aproxima a arte e a religião como objetos da fé”, completa o curador.

Trata-se de uma exposição retrospectiva que destaca o acervo do Instituto Antonio Poteiro. A mostra reúne pinturas e esculturas, todas de autoria de Antonio Poteiro, produzidas a partir da década de 1960 até sua morte em 2010.

Sobre o artista.

Antônio Poteiro nasceu em 1925 na aldeia de Santa Cristina da Pousa, em Braga, Portugal, veio com a família para o Brasil quando ainda era bebê. Após uma passagem por São Paulo, o artista morou em Araguari e Uberlândia, ambas em Minas Gerais, onde deu início à sua trajetória artística como ceramista. Em 1940, a família de Poteiro se estabeleceu em Goiânia (GO), cidade onde o artista viveu a maior parte da vida, naturalizou-se brasileiro e consolidou sua carreira artística. Um dos nomes mais emblemáticos da cultura goiana, Antônio Poteiro deixou um legado singular nas artes visuais brasileiras.

Cores vibrantes e texturas de Sophia Loeb.

“Através da pintura, quero mostrar uma nova forma de enxergar o mundo”, diz a artista Sophia Loeb. Nascida em São Paulo e baseada em Londres, Sophia Loeb retrata com cores vibrantes e texturas uma maneira específica de ver o mundo através de um olhar que transita entre o micro e o macro.

Sophia Loeb obteve seu diploma de Artes Plásticas (Fine Art) e História da Arte na Goldsmiths University, em Londres, e fez seu mestrado na Royal College of Art, também em Londres. Suas obras compõem coleções internacionais renomadas e conceituadas, como o Institute of Contemporary Art em Miami, Green Family Art Foundation em Dallas e o  Museu de Arte Moderna em Fort Worth, nos Estados Unidos.

A artista utiliza a cor em suas obras de forma intuitiva, e a escolha de cores vivas fazem referência a uma natureza exótica. Para Sophia Loeb, cor é celebração: “A cor transmite alegria de viver e gratidão pela vida. Quero que as pessoas sintam isso ao ver minhas pinturas”, explica.

Próximas exposições

A obra “Peregrinos a você” (2024) participa da quarta edição da exposição “Aberto”, em cartaz em Paris até 08 de junho na Maison La Roche, casa projetada pelo arquiteto modernista Le Corbusier (1887-1965). Sophia Loeb realizará sua primeira exposição individual no Brasil na Carpintaria, no Rio de Janeiro, apresentada pela Galeria Fortes D’Aloia & Gabriel. A abertura acontece no dia 05 de junho.

Fonte: VEJA por Vitoria Monteiro de Carvalho.

Obras históricas e inéditas.

15/mai

A partir de 17 de maio a Central, Vila Buarque, São Paulo, SP, apresenta a segunda exposição individual de Sergio Augusto Porto. Com texto de Yuri Quevedo, “Espaço do Invisível” reúne obras históricas e projetos inéditos realizados especialmente para a ocasião.

Três núcleos de obras do artista guiam a exposição – dois deles exibidos ao público pela primeira vez. “É a oportunidade de ver uma pesquisa consistente, com poucos paralelos em sua época e que, apesar dessas características, se manteve à margem das antologias dedicadas ao início da arte contemporânea entre nós”, comenta Yuri Quevedo no texto crítico da mostra.

Sobre o artista.

Sergio Augusto Porto nasceu em 1946 no Rio de Janeiro, vive e trabalha em Salto, Brasil. O artista integra uma geração que busca romper com os paradigmas do projeto modernista. Forma-se entre o Rio de Janeiro e Brasília, recém inaugurada, onde frequenta o curso de Arquitetura da UnB. Nos anos 1970, Porto atraiu atenção ao se distanciar de uma abordagem artística convencional, restrita aos espaços institucionais ou aos ateliês, optando por uma prática mais ambiental, experimental e participativa. Destacam-se as participações no 4o Salão de Verão, MAM – Rio de Janeiro (1972), recebendo o prêmio de viagem à Europa; na 12ª Bienal de São Paulo (1973), que lhe rendeu o Grande Prêmio Latino-Americano da mostra; no 7º Panorama da Arte Atual Brasileira (1975), ocasião na qual recebeu o Prêmio-Estímulo/Objeto; e na 37ª Bienal de Veneza (1976), quando integrou a Representação Oficial do Brasil. Mais recentemente, seu trabalho também foi incluído em exposições como Mitologias por procuração, MAM – São Paulo (2013); Brasília – Síntese das Artes, CCBB – Brasília (2010); Arte como Questão: Anos 70, Instituto Tomie Ohtake – São Paulo (2007); Situações: Arte Brasileira Anos 70, Casa França-Brasil – Rio de Janeiro (2000).

O Jardim do MAM.

13/mai

O Sesc Vila Mariana, São Paulo, SP, recebe – até 31 de agosto – a exposição inédita “Jardim do MAM no Sesc”, uma correalização do Museu de Arte Moderna de São Paulo e do Sesc São Paulo. A mostra tem curadoria de Cauê Alves e Gabriela Gotoda e reencena na entrada do Sesc Vila Mariana elementos do Jardim de Esculturas do MAM.

A seleção de obras inclui peças que já integraram o Jardim do MAM, além de trabalhos do acervo do museu que dialogam com temas como natureza, cidade e materialidade. A montagem no Sesc Vila Mariana recria a dinâmica do Jardim de Esculturas, utilizando elementos cenográficos que evocam a topografia sinuosa do Parque Ibirapuera projetada pelo escritório do emblemático arquiteto paisagista Burle Marx, estimulando novas interações entre corpo, espaço e arte.

Artistas participantes.

Alfredo Ceschiatti, Amilcar de Castro, Bruno Giorgi, Eliane Prolik, Emanoel Araujo, Felícia Leirner, Haroldo Barroso, Hisao Ohara, Ivens Machado, Luiz 83, Marcia Pastore, Marepe, Mari Yoshimoto, Mário Agostinelli, Nicolas Vlavianos, Ottone Zorlini, Regina Silveira, Roberto Moriconi, Rubens Mano.

A luta ambiental de Frans Krajcberg.

12/mai

O MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, Avenida Paulista, Bela Vista, apresenta até 19 de outubro, a exposição “Frans Krajcberg: reencontrar a árvore”. A mostra reúne mais de 50 obras – entre esculturas, relevos, gravuras e pinturas – de grandes dimensões e formatos que desafiam o convencional, refletindo tanto o apreço do artista pela natureza brasileira quanto seu engajamento crescente com a denúncia das agressões ao meio ambiente.

Com curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, e Laura Cosendey, curadora assistente, MASP, a mostra apresenta um panorama abrangente da produção de Frans Krajcberg (Kozienice, Polônia, 1921-2017, Rio de Janeiro, Brasil). Pioneiro na integração entre arte e ecologia, o artista se destacou por evidenciar questões ambientais no Brasil. Ao longo de sua trajetória, desenvolveu pesquisas artísticas ramificadas em eixos temáticos, como samambaias, florações, relevos e sombras. Essas investigações culminaram em obras criadas a partir de cipós, raízes, resquícios de troncos e madeiras calcinadas, além de pigmentos naturais, com os quais ele compõe o corpo de sua obra.

Frans Krajcberg rompeu com a tradição escultórica ao empregar elementos orgânicos e estruturas naturais como matéria-prima e suporte, desafiando os limites entre representação e figuração, além de fundir os campos da pintura, escultura e gravura. A flor do mangue, circa 1970, composta por madeira residual de árvores de manguezal e pigmentada com piche, reflete essa abordagem. Com sua grande escala e forma retorcida, a obra sensibiliza o observador para a vulnerabilidade e a resistência do ecossistema dos manguezais.

“De certa forma, a escultura é a própria árvore, ainda que resultante da justaposição de diferentes elementos naturais. A arte, para Krajcberg, precisa sair dos limites da moldura e reencontrar a natureza. Ele se afasta progressivamente da ideia de representar o mundo natural para incorporá-lo como corpo da obra. O caráter de denúncia emerge como um desdobramento natural desse processo, conforme Krajcberg percebia o potencial da arte de sensibilizar e comunicar sua luta ambiental”, comenta Laura Cosendey.

Em 1978, durante uma expedição pela Amazônia, Frans Krajcberg experiencia o que chamou de “choque amazônico” diante da exuberância da floresta equatorial. Anos depois, uma nova viagem – desta vez ao Mato Grosso – expõe o artista à devastação provocada pelas queimadas, marcando uma virada em sua trajetória, em que a natureza, além de ser inspiração, se torna causa a ser defendida. A expressão “reencontrar a árvore”, presente em suas reflexões, resume esse retorno da arte à natureza como fonte de criação e consciência ecológica.

“Frans Krajcberg: reencontrar a árvore” integra a programação anual do MASP dedicada às Histórias da ecologia. A programação do ano também inclui mostras de Abel Rodríguez, Claude Monet, Clarissa Tossin, Hulda Guzmán, Minerva Cuevas, Mulheres Atingidas por Barragens e a grande coletiva Histórias da Ecologia.

Sobre o artista.

Naturalizado brasileiro, Frans Krajcberg (1921–2017) nasceu na Polônia e, por ser de origem judaica, perdeu toda a sua família durante o Holocausto. Nos anos 1950, estabeleceu-se no Brasil, onde desenvolveu seu trabalho como artista. A partir da década de 1960, passou a viajar à Amazônia e ao Pantanal, coletando resquícios de troncos em áreas devastadas por queimadas. Em uma dessas expedições, redigiu, com Pierre Restany e Sepp Baendereck, o Manifesto do Naturalismo Integral (1978), que consolida seu pensamento socioambiental. Sua experiência ecológica também influenciou suas escolhas de vida, passando a residir em seu sítio em Nova Viçosa, cercado pela Mata Atlântica.

Catálogo.

Por ocasião da mostra, um catálogo amplamente ilustrado será publicado em edição bilíngue, em português e inglês, e em capa dura, reunindo imagens e ensaios comissionados que abordam a trajetória de Frans Krajcberg. O livro tem organização editorial de Adriano Pedrosa e Laura Cosendey, e textos de Cosendey, Felipe Scovino, Malcolm McNee, Paulo Herkenhoff e Patricia Vieira. Frans Krajcberg: reencontrar a árvore é realizada por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio da Vivo, apoio de Mattos Filho e apoio cultural da Henry Moore Foundation e do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC).

Uma coleção visita o Instituto Tomie Ohtake.

07/mai

O Instituto Tomie Ohtake, Pinheiros, São Paulo, SP, exibe até 25 de maio a “Coleção Vilma Eid – Em cada canto”, exposição que se dedica a examinar o histórico acervo de Vilma Eid, que nos últimos quarenta anos construiu uma coleção singular, reunindo trabalhos de mais de 100 artistas entre os ditos populares, modernos e contemporâneos. A mostra integra o programa de exposições Instituto Tomie Ohtake visita, que busca criar conexões com colecionadores e agentes do circuito da arte, proporcionando acesso a coleções que, em parte, são pouco exibidas ao grande público.

Com uma atuação fundamental na valorização da arte popular no Brasil, Vilma Eid construiu uma coleção onde obras de artistas populares, modernos e contemporâneos convivem e dialogam, abrangendo diversos contextos e épocas do país. Em sua casa, a galerista dispõe as obras de tal forma a criar conexões inesperadas. Trabalhos de artistas modernos e contemporâneos como Geraldo de Barros, Mira Schendel, Paulo Pasta ou Tunga convivem com os ditos populares, como José Antonio da Silva, Isabel Mendes da Cunha, Itamar Julião ou Veio. As duas salas que compõem a mostra trazem conexões entre artistas e obras encontradas na casa da colecionadora e outras propostas pela curadoria. Estão lá representadas questões recorrentes na História da Arte: a relação entre tradição e inovação; temporalidade e espaço; cor e forma ou figuração e abstração.

Instituto Tomie Ohtake visita Coleção Vilma Eid – Em cada canto é uma realização da Casa Fiat de Cultura e Instituto Tomie Ohtake  via Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura, e conta com o patrocínio da Stellantis, sob a chancela Apresenta; do Itaú Unibanco, sob a chancela Platina; do Redecard sob a chancela Prata; BMA Advogados, sob a chancela Bronze e Galeria Estação, sob a chancela Apoio.

Artistas participantes

Agnaldo Manuel dos Santos, Agostinho Batista de Freitas, Alcides Pereira dos Santos, Aldo Bonadei, Alex Cerveny, Alexander Calder, Amadeo Luciano Lorenzato, Amilcar de Castro, André Ricardo, Anna Maria Maiolino, Antonio Ballester Moreno, Antônio de Dedé (Antônio Alves do Santos), Antônio Poteiro (Antônio Batista de Souza), Arnaldo Ferrari, Arthur Luiz Piza, Artur Pereira, Aurelino dos Santos, Cardosinho (José Bernardo Cardoso Júnior), Carlos Fajardo, Carmela Gross, Célia Euvaldo, Chico da Silva (Francisco Domingos da Silva), Chico Tabibuia (Francisco Moraes da Silva), Cícero Dias, Clovis Aparecido dos Santos, Conceição dos Bugres (Conceição Freitas da Silva), Eduardo Berliner, Eleonore Koch, Elza de Oliveira Souza, Emmanuel Nassar, Erika Verzutti, Ernesto Neto, Fabrício Lopez, Geraldo de Barros, Germana Monte-Mór, G.T.O. (Geraldo Teles de Oliveira), Heitor dos Prazeres, Iole de Freitas, Itamar Julião (Itamar de Pádua Lisboa), Ivan Serpa, Izabel Mendes da Cunha, Jadir João Egídio, Jandyra Waters, João Pereira de Andrade, Jorge Guinle, José Antonio da Silva, José Bernnô, José Bezerra, José Resende, Judith Lauand, Judith Scott, Julia Isidrez, Júlio Martins da Silva, Julio Villani, Lafaiete Rocha, Leda Catunda, Leonilson (José Leonilson Bezerra Dias), Lia Chaia, Liuba Wolf, Lúcia Suanê, Luiz Paulo Baravelli, Madalena Santos Reinbolt, Marepe, Maria Auxiliadora, Mario Rubinski, Mestre Vitalino (Vitalino Pereira dos Santos), Mira Schendel, Mirian Inêz da Silva, Nelson Felix, Neves Torres, Nhô Caboclo (Manoel Fontoura), Nino (João Cosmo Felix), Noemisa Batista dos Santos, Nuca de Tracunhaém (Manoel Borges da Silva), Paulo Monteiro, Paulo Pasta, Paulo Pedro Leal, Pedro Figari, Placedina Fernandes do Nascimento, Ranchinho (Sebastião Theodoro Paulino da Silva), Rodrigo Andrade, Rubem Valentim, Santídio Pereira, Sergio Camargo, Sonia Delaunay, Thiago Honório, Tunga, Ulisses Pereira Chaves, Vânia Mignone, Véio (Cícero Alves dos Santos), Victor Vasarely, Waltercio Caldas, Zé do Chalé (José Cândido dos Santos), Zica Bérgami (Maria Elisa Campiotti Bérgami).

Livro para Hélio Oiticica e Waldemar Cordeiro.

A Pinakotheke São Paulo, Rua Ministro Nelson Hungria, 200, Morumbi, realiza o lançamento do livro “Encontro/Confronto – Hélio Oiticica e Waldemar Cordeiro”, seguido de conversa com Analivia Cordeiro, Max Perlingeiro e Paulo Venancio Filho, no dia 10 de março, às 11h, último dia da exposição.

O livro, que acompanha a exposição, é publicado pelas Edições Pinakotheke, formato de 21 x 27cm, com imagens das obras expostas, fac-símiles de documentos e textos históricos, e de correspondências endereçadas a Hélio Oiticica, textos de Max Perlingeiro, Luciano Figueiredo, Paulo Venancio Filho, Analivia Cordeiro, e da única fotografia conhecida de Hélio e Waldemar juntos, sentados lado a lado em um almoço no MAM Rio.

A mostra reúne 37 obras dos dois artistas que participaram ativamente dos movimentos neoconcreto e concreto, respectivamente, que defendiam diferentes caminhos da arte nos anos 1950 e 1960. Idealizada por Max Perlingeiro, que divide a curadoria com o artista Luciano Figueiredo, um dos grandes especialistas na obra de Hélio Oiticica, e Paulo Venancio Filho, pesquisador dos dois movimentos, a exposição propõe uma reflexão, já distanciada pelo tempo, dos encontros e dos confrontos entre esses dois artistas. A exposição celebra ainda o centenário de nascimento de Waldemar Cordeiro.

 

Exploração da vitalidade cromática.

06/mai

A Galeria Espaço Arte MM, Jardim Paulista, São Paulo, SP, apresenta até 31 de maio a exposição coletiva “Intensidade”, reunindo cerca de 22 obras de artistas brasileiros – Carlos Eduardo Zornoff, Cássio Lázaro, Fernando Cardoso, João Carlos Galvão, Kenji Fukuda, Luiz Carlos Ferracioli, Marli Takeda, Martins de Porangaba, Sou Kit Gom, Yugo Mabe e Yuli Geszti. A mostra propõe uma reflexão sobre a utilização da cor, especialmente matizes vibrantes e luminosas, como elemento essencial na criação artística.

A cor, enquanto ferramenta de expressão, se apresenta não apenas como um recurso estético, mas como um veículo significativo de comunicação. Ao longo da História da Arte, a cor sempre esteve intrinsecamente ligada à emoção, à construção de atmosferas e à definição da identidade visual. Na exposição “Intensidade”, a escolha de tons intensos e saturados revela a força da cor como elemento formador da obra, que, ao interagir com o espaço da galeria, transforma o ambiente e desafia a percepção do público.

A utilização de cores vibrantes nas pinturas e esculturas expostas reflete a busca desses artistas pela intensidade e pelo impacto visual, criando uma tensão entre a forma e a cor, que se complementam e se potencializam mutuamente. Este uso da cor não é mera ornamentação; é, antes, uma linguagem que dialoga diretamente com a construção simbólica e material das obras. A seleção dos artistas e seus trabalhos é fruto de uma pesquisa cuidadosa da galeria, com o objetivo de exaltar artistas brasileiros que possuem mais de 20 anos de dedicação à arte. Cada um, à sua maneira, utiliza a cor como uma forma de afirmar sua identidade artística, desenvolvendo uma linguagem única e complexa. O espaço expositivo da galeria proporciona um contraste deliberado, permitindo que as cores das obras se destaquem, criando um ambiente que potencializa a experiência do espectador e instiga uma nova reflexão sobre o papel da cor na arte contemporânea.

Focalizando a preservação da memória negra.

A primeira exposição individual de Lázaro Roberto, um dos grandes nomes da fotografia afro-brasileira, encontra-se em exibição até 31 de maio na galeria Nonada, Praça da Bandeira, Centro, São Paulo, SP. “O Lente Negra” apresenta, pela primeira vez, o trabalho autoral do fotógrafo baiano sob sua própria assinatura.

Poucos nomes na fotografia brasileira carregam o peso histórico e a relevância de Lázaro Roberto. Aos quase 70 anos, o fotógrafo que dedicou sua vida a documentar a história do povo negro no Brasil inaugura, enfim, sua primeira exposição individual. Sua presença em exposições sempre se deu através do Zumvi Arquivo Fotográfico, coletivo que ajudou a fundar e que se tornou referência na documentação e preservação da memória negra no Brasil.

Desde os anos 1990, Lázaro Roberto se consolidou como um dos grandes protagonistas da fotografia afro-brasileira. Com um olhar que une fotografia documental e experimental, seu trabalho se transforma em ato político, preservando histórias e expandindo narrativas que o Brasil não pode esquecer. O reconhecimento de sua obra vai muito além do território nacional. Suas fotografias fazem parte de importantes coleções, como as do Instituto Moreira Salles, do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) e do Itaú Cultural, além da prestigiada coleção do The Institute of Chicago. Esses acervos atestam o impacto de sua visão artística, que dialoga com a complexidade da identidade afro-brasileira e sua inserção no patrimônio cultural global.

Para o crítico britânico Oliver Basciano – colaborador de publicações como ArtReview, Frieze, The Guardian e The New York Times -, Lázaro Roberto “é um caso que muda a história”. Seu ensaio crítico reforça a grandiosidade do fotógrafo, destacando como sua trajetória representa um divisor de águas na construção da memória negra no Brasil. Esta exposição não é apenas um marco na trajetória de Lázaro Roberto, mas um momento decisivo em seu reconhecimento enquanto artista autoral. Mais do que um compromisso com a memória coletiva, seu trabalho ganha agora uma nova dimensão, que o coloca no centro da cena artística e lhe restitui o lugar que sempre lhe pertenceu – o de um artista de renome internacional, cujo legado se impõe com a força e a relevância que lhe são devidas.

Um espaço de formação.

24/abr

Completando 15 anos de história e compromisso com a arte contemporânea, desde sua fundação, em 2010, a Galeria Tato, São Paulo, SP, tem sido um espaço dedicado à arte contemporânea; consolidou-se como um ambiente de pesquisa, experimentação e construção de trajetórias no circuito da arte.  Hoje, com sede na Barra Funda e atuando na representação de artistas, também desenvolve programas de formação, como a Casa Tato, Clínica para Artistas e 6×6, fortalecendo as conexões entre os profissionais e artistas, já são mais de 200 impactados.

Um novo momento!

Em 2024, a Galeria passou a representar um time de sete artistas de diferentes regiões do Brasil. Suas obras refletem múltiplas poéticas, técnicas e pesquisas, fortalecendo ainda mais o acervo da TATO.

Artistas representados: Ana Michaelis, Anna Guerra, Desirée Hirtenkauf, Juniara Albuquerque, Lucas Quintas, Luiz 83 e Pedro Hórak.