Exposição retrospectiva de Vik Muniz no Recife.

09/jun

O Instituto Ricardo Brennand, Recife, PE, convida para a exposição “A olho nu”, com obras de Vik Muniz. Artista reconhecido internacionalmente, Vik Muniz (1961, São Paulo) ganha uma completa e abrangente retrospectiva, com um conjunto de mais de 200 trabalhos produzidos desde os anos 1980 até os dias de hoje, percorrendo 37 diferentes séries, que ocuparão a Galeria Lourdes Brennand, com quase mil metros quadrados de área, e pé direito de sete metros.

O curador Daniel Rangel, diretor do Museu de Arte Contemporânea da Bahia, e observador do trabalho de Vik Muniz há 25 anos, destaca que a exposição “propõe um passeio pela produção do artista”. “Exploramos seus processos e caminhos por meio de um mergulho cronológico que lança luz sobre a criação de um artista cuja genialidade está explícita na rigorosa simplicidade que orquestra ao longo de sua robusta trajetória”, explica.

Neste raro e inédito conjunto de obras, o público verá a escultura “Concretismo Clássico” (2025), em mármores e granitos, produzida especialmente para esta retrospectiva no Instituto Ricardo Brennand, na qual Vik Muniz faz alusão às esculturas do local e também aos seus primeiros trabalhos, que eram tridimensionais. O público verá notórias séries do artista, que explorou diversos materiais – açúcar, feijão, lixo, diamantes, caviar, terra, cédulas de real (fornecidas pela Casa da Moeda), entre muitos outros – para discutir questões de nosso tempo.

A mostra ficará em cartaz de 13 de junho a 31 de agosto. A realização é do Instituto Ricardo Brennand em parceria com a Galeria Nara Roesler, e patrocínio do BC Investimentos S.A., a partir da Lei de Incentivo Federal à Cultura, do Ministério da Cultura.

No Octógono, dentro da Galeria Lourdes Brennand, haverá uma linha de tempo e será exibido um vídeo com depoimentos de Vik Muniz.

Exposição imersiva no Paço Imperial.

As incríveis imagens feitas pelo telescópio espacial James Webb, da NASA, foram a inspiração para a artista Amanda Coimbra criar as 35 obras da exposição “Luz estelar ecoando”, que será inaugurada no dia 14 de junho no Paço Imperial, Centro, Rio de Janeiro, RJ. Com curadoria de Natália Quinderé, serão apresentadas obras inéditas, produzidas desde o ano passado em diferentes suportes, como fotografias, caixas de luz, vídeo e instrumentos ópticos variados. A sala expositiva terá uma luz mais baixa, difusa, criando um ambiente escuro, contemplativo e estelar.

“A ideia é que a pessoa tenha uma imersão nesse cosmos, que é concreto e fictício ao mesmo tempo. Cada um pode ver e imaginar seu próprio universo, através de dispositivos que não são mais tão usuais, como o filme fotográfico, o monóculo e o retroprojetor. A intenção é se reconectar, voltar a olhar para as coisas de uma maneira mais lenta, ter essa pausa para imaginar o espaço”, afirma a artista Amanda Coimbra.

Para realizar os trabalhos, Amanda Coimbra fotografa o céu de forma analógica, usando uma câmera Rolleiflex. Com as imagens prontas, ela faz interferências no filme slide com objetos pontiagudos, em geral compassos, desenhando planetas, estrelas e elementos cósmicos na superfície da película. O resultado é surpreendente e o espectador precisa trabalhar sua percepção para entender o que é real e o que foi criado pela artista. Cores variadas surgem nas obras, seja através das interferências feitas por Amanda Coimbra com marcador permanente, seja pelo próprio processo de raspagem do filme fotográfico, que faz brotar tons de azul da sua superfície. “Os usos da luz são muito poéticos no trabalho de Amanda, pois atravessam todo o processo – desde pensar a medida incomensurável dos anos-luz, passando para a importância da luz na fotografia, o uso de uma caixa de luz para desenhar no filme, até os dispositivos utilizados na exposição. A exposição reúne essas multiplicidades de sentido da luz, para além do trabalho de imaginação de pensar o cosmo”, diz a curadora Natália Quinderé.

O nome da exposição, “Luz estelar ecoando”, também teve como referência os títulos das imagens do telescópio James Webb. “São títulos fantásticos, como a colisão de galáxias, a eclosão de estrelas, então pensei em fazer uma composição a partir do fenômeno galáctico que estou tentando criar ou mostrar. Como meu trabalho tem muito a ver com a luz, pensei nela ecoando, pois há várias camadas de estrelas que se repetem nas imagens de formas diferentes, além da fotografia analógica ser um processo muito relacionado com a luminosidade”, diz a artista.

Ao longo da mostra estão previstos uma visita guiada com a artista e a curadora e o lançamento do catálogo virtual da exposição.

Sobre a artista.

Amanda Coimbra nasceu em Brasília, DF, em 1989). Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Graduada em Artes Visuais pelo School of the Art Institute of Chicago (2011). Participou das residências artísticas Casa da Escada Colorida (2021-2022), DESPINA (2017), Espacio de Arte Contemporáneo (Montevidéu, 2017), Proyecto ‘ace (Buenos Aires, 2012) e Picture Berlin (Berlim, 2009). Desde 2010 mostra seu trabalho em exposições coletivas e individuais no Brasil, Estados Unidos, Alemanha, Suíça, Uruguai, Argentina e Perú. Em 2016 publicou o fotolivro “A Memória de um Álbum de Viagem”, com prólogo da curadora argentina Ana María Battistozzi. Em 2021 seu projeto “Nascer de Terras” foi contemplado pelo edital Retomada Cultural RJ (Lei Aldir Blanc – SECEC RJ). O resultado do trabalho produzido foi mostrado em uma exposição individual na Z42 com curadoria de Fernanda Lopes (2022). Participou do programa de acompanhamento para artistas “Imersões Poéticas”, com orientação de Cadu e Natália Quinderé e exposição coletiva do grupo no Paço Imperial (2023).

Sobre a curadora.

Natália Quinderé nasceu em Fortaleza, vive no Rio de Janeiro. Faz curadorias, pesquisa sobre arte e seus arredores e dança. Fez curadorias individuais de Ana Hupe, Eloá Carvalho, Pedro Victor Brandão, Luciana Paiva, Maria Baigur, Darks Miranda, Cristina de Pádula, Mayra Redin, entre outras. Dentre as curadorias coletivas destaca-se O trabalho trabalha trabalha e Formas de abandonar o corpo – parte 1. Idealizou Seis gentes dançam no museu, um projeto que intersecciona artes visuais, performance em dança e arte sonora (MAM, Rio). Em 2024, foi uma das residentes do Pivô (São Paulo). Foi selecionada para a última edição do Abre Alas (Gentil Carioca), em 2025. Alimentou uma plataforma chamada teteia (teteia.org), com colaborações de artistas e pesquisadoras. Atrelado ao trabalho de edição, traduziu ensaios de Hito Steyerl, Chantal Mouffe, Oksana Bulgakova, o curador Bonaventure Soh Bejen Ndikung, dentre outros

O conhecimento sobre o Caminho de Santiago.

04/jun

A exposição “Iacobus gaudet”, do prestigiado fotógrafo galego Manuel Valcárcel, entra em cartaz no Museu de Arte do Paço, Centro Histórico, Porto Alegre, RS.

A ação multidisciplinar no exterior tem como objetivo promover o conhecimento sobre o Caminho de Santiago, suas diferentes rotas e a essência da peregrinação. Depois de visitar a Cidade do México, Buenos Aires e São Paulo em anos anteriores, desta vez o projeto chega a Porto Alegre, onde será realizada uma série de filmes e palestras sobre a peregrinação. Além disso, a exposição “Iacobus gaudet”, ficará em cartaz por quase um mês.

As atividades destacam o valor cultural e turístico de uma das mais importantes rotas de peregrinação da Europa. Para as palestras, será apresentada a experiência de membros de algumas das Associações de Amigos do Caminho de Santiago no Brasil. Serão quatro dias em que eles falarão sobre o que o Caminho traz para quem o faz, experiências, cultura, acolhimento e o que é necessário para enfrentá-lo.

O Mês do Caminho de Santiago em Porto Alegre será realizado de 04 a 27 de junho.

Organizadores: Axencia Turismo de Galicia, Xunta de Galicia; Colaboradores: Fundación Catedral de Santiago, Turespaña, Associação dos Amigos do Caminho de Santiago de Compostela do Estado do Rio Grande do Sul ACASARGS, Cinemateca Capitólio e Coordenação de Artes Visuais – SMC/Prefeitura de Porto Alegre.

Exposição Brígida Baltar – A pele da planta.

O Instituto Ling, Três Figueiras, Porto Alegre, RS,  inaugura no dia 10 de junho a exposição individual “A pele da planta”, de Brígida Baltar. Com curadoria de Marcelo Campos, a mostra apresenta uma seleção de obras da artista produzidas especialmente para esta exposição, reunindo desenhos, fotografias, esculturas e bordados.

O projeto original, concebido por Brígida Baltar em 2020 para o espaço expositivo, evoca a atmosfera dos jardins do centro cultural. Após seu falecimento, em 2022, a proposta foi finalizada em diálogo com o Instituto Brígida Baltar, respeitando sua poética e memória.

A mostra fica em cartaz até o dia 09 de agosto, com visitação gratuita de segunda a sábado, das 10h30 às 20h. Também é possível agendar visitas mediadas para grupos, sem custo, pelo site do  Instituto Ling.

No dia da abertura, haverá uma conversa aberta ao público com a participação do curador Marcelo Campos; de Tiago Baltar, filho da artista e diretor-presidente do Instituto Brígida Baltar; de Jocelino Pessoa, gestor cultural e diretor artístico do Instituto; e do artista Ygor Landarin, que foi assistente de Brígida Baltar e hoje segue trabalhando no Instituto Brígida Baltar. Para participar, é necessário realizar inscrição prévia, também gratuita, pelo site do Instituto Ling.

Alair Gomes: o erotismo no belo.

03/jun

Exposição no Paço Imperial, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, pela primeira vez, parte de acervo de fotos arquivado por mais de 25 anos, sob curadoria de Luiz Pizarro. Fruto do recorte de uma das séries da coleção reunida por Klaus Werner, jornalista alemão e grande amigo do artista, a exposição “Alair Gomes: o erotismo no belo” será inaugurada no dia 14 de junho.

Ao longo de anos, Klaus Werner comprou fotografias de diferentes séries de Alair Gomes, além de outras tantas adquiridas através de permuta por materiais que ele trazia da Alemanha, tais como papel fotográfico, filmes, entre outros itens. Agora, parte deste acervo de fotos sai da gaveta para ser exibido ao público, que terá acesso a um material inédito, com cerca de 60 registros em preto e branco.

Considerado até então, inédito e único no Brasil, seu trabalho conquistou reconhecimento internacional e nacional em 2001. Além disso, um conjunto de suas fotografias foi selecionado para a Bienal de São Paulo em 2012, e algumas obras fazem parte do acervo do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), do MAM/Rio e do Instituto Cultural Gilberto Chateaubriand. Sua obra foi tema do filme-documentário “A morte de Narciso” (2003), de Luiz Carlos Lacerda, que será exibido em uma das salas da exposição. A expografia e design são assinados pela Dupla Design.

“A série erótica aqui apresentada – toda ela originalmente manipulada, revelada e ampliada pelo próprio Alair, no laboratório em seu apartamento, que também servia como estúdio para fotografar os modelos – faz parte de um trabalho inovador e provocativo do artista, considerando, em especial, o período em que foram criadas: as décadas de 1970 e 1980. Ao capturar a beleza e a vulnerabilidade do corpo masculino, ele explorava a sensualidade, a intimidade e a relação do homem com seu próprio corpo, numa época em que a nudez masculina era bastante censurada, principalmente quando remetia à ideia de homossexualidade. Vale destacar também a importância da realização desta exposição em um espaço público (o museu do Paço Imperial, que celebra seus 40 anos), confrontando a beleza e o rigor estético da obra de Alair Gomes com o contexto sociocultural retrógrado e muitas vezes reacionário que temos vivenciado nos últimos anos”.

Luiz Pizarro

Sobre o artista.

Alair de Oliveira Gomes (1921-1992) nasceu em Valença, município do Rio de Janeiro. Formou-se em Engenharia civil e Eletrônica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A partir de 1965 passou a se dedicar à fotografia, produzindo ao longo de 26 anos mais de 170 mil negativos. Alair Gomes também foi criador e coordenador do setor de Fotografia da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, nos anos 1970. Entre 1976 e 1984, participou de mostras coletivas em Nova York, Paris, Rio de Janeiro e Toronto. Seu trabalho conquistou reconhecimento internacional e nacional em 2001, em uma grande mostra retrospectiva na Fundação Cartier de Arte Contemporânea em Paris, com imagens que integram o acervo da Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro.

Em cartaz até 10 de agosto.

Endereço: Praça XV de Novembro, 48 – Centro – RJ

As imagens de Alécio de Andrade.

02/jun

A Pinakotheke Cultural, no Rio de Janeiro, convida para a exposição “Luz de Abril, Portugal, 1974″, com 38 fotografias de Alécio de Andrade (1938-2003) que registram a Revolução dos Cravos em curso no país europeu. O grande fotógrafo, radicado em Paris desde 1964, percorre Portugal “com sua Leica pendurada no pescoço”, como descreve o historiador francês Yves Léonard (1961), no livro homônimo que será lançado na exposição. “Passeando seu olhar sobre o Portugal da Revolução dos Cravos, Alécio de Andrade captou instintivamente a imagem de um povo há muito habituado às maiores misérias, infinitamente resiliente, exemplar à sua maneira. Um povo cujos olhares e sorrisos são ainda mais desarmantes por se oferecerem com reserva. Um Portugal à altura dessas mulheres e desses homens captados com empatia em seu cotidiano, na esquina de uma rua, num campo ou num desfile”, escreve o historiador. A idealização do projeto é de Patricia Newcomer, viúva de Alécio de Andrade. A impressão das fotografias é de Toros Lab, que sempre trabalhou com o fotógrafo. A exposição ficará em cartaz de 02 de junho a 19 de julho.

Um dos grandes nomes da fotografia, primeiro brasileiro a se associar à lendária Magnum Photos, agência francesa criada por Henri Cartier-Bresson (1908-2004), o carioca Alécio Andrade (1938-2003), também poeta e pianista, foi para Paris em 1964, onde viveu até sua morte. Amigo de Carlos Drummond de Andrade, James Baldwin e Júlio Cortázar – com quem fez o livro “Paris ou la vocation de l’image” (1981) – Alécio de Andrade colaborou com diversas publicações: “Manchete”, “Elle”, “Figaro Madame”, “Le Nouvel Observateur”, “Stern”, “Fortune”, “Newsweek”, entre muitas outras. No verão europeu de 1974 foi enviado a Portugal, onde registra a Revolução dos Cravos, iniciada em 25 de abril daquele ano. Com sua Leica, percorre o país, e 38 dessas fotos, em p&b e cor, estão na exposição, que lança a versão em português do livro “Luz de Abril, Portugal, 1974″ (Edições Pinakotheke, 2025), com texto do historiador francês Yves Léonard, especialista em Portugal. A publicação, com tradução de Bruno Ferreira Castro e Fernando Scheibe, tem 140 páginas e formato 16 x 23 cm, com 55 fotografias de Alécio de Andrade.

A Pinakotheke transformará a sala da exposição em um Cineclube, aos sábados, sempre às 15h, a partir de 28 de junho, também com entrada gratuita.

Mostra de Sebastião Salgado na FIRJAN.

30/mai

Mostra começou uma semana após a morte de um dos maiores fotógrafos da história. A Casa Firjan, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, abriu a exposição “Trabalhadores”, a primeira do fotógrafo Sebastião Salgado no Rio após sua morte, no dia 23 deste mês. A mostra com 149 fotos de um dos nomes mais importantes nomes da fotografia documental mundial na história já estava prevista e agora ganha ares de homenagem.

“Fomos surpreendidos e ficamos profundamente entristecidos com a notícia da morte de Sebastião Salgado. Originalmente, nosso objetivo era celebrar a genialidade de Salgado em vida, mas agora essa exposição ganha um significado ainda mais profundo: uma homenagem a esse grande homem, profissional e ativista que deixou um legado incomparável para a arte e para a consciência social”, diz a nota da Casa Firjan.

A exposição reúne fotografias em preto e branco, clicadas entre 1986 e 1992, que integram o livro “Trabalhadores”. As imagens retratam homens e mulheres em diversas atividades de trabalho ao redor do mundo, em cenas marcadas por força, dignidade e resistência.

Segundo os organizadores, a mostra estimula uma reflexão sobre o papel do trabalho em tempos de mudanças aceleradas. A curadoria e o design da exposição são assinados por Lélia Wanick Salgado, viúva do fotógrafo e parceira de longa data em seus projetos.

Instrumento para pensar o tempo.

29/mai

O MuBE, Jardim Europa, São Paulo, SP, inaugurou exposição inédita da artista e escultora Laura Vinci. Com curadoria de Agnaldo Farias, FLUXOS, aborda as relações das obras com as questões da natureza e da paisagem, conectando com o espaço arquitetônico em movimento e reflexões sobre o tempo e explora as interfaces da arte, arquitetura e ambiente, enquanto dialoga com a icônica arquitetura do MuBE, projetada pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha.

“Laura Vinci transforma o espaço em organismo sensível. Em FLUXOS, ela faz da matéria um instrumento para pensar o tempo, a impermanência e as forças invisíveis que nos atravessam. Sua obra não se impõe, mas se insinua, instaurando uma escuta do ambiente e uma desaceleração do olhar. O público percorrerá os ambientes do museu ao sabor de uma atmosfera habitada por acontecimentos que provocarão a desaceleração de seus passos; um encadeamento de experiências a um só tempo sensoriais e contemplativas, dele exigindo atenção e escuta.”, comenta Agnaldo Farias, curador da exposição

Composta por estruturas metálicas e sistemas mecânicos, como nas peças com vapor a frio, que é empregado como matéria efêmera ocupando o espaço de forma orgânica e imprevisível, a instalação evoca a presença do ar e de forças invisíveis, instaurando um ritmo silencioso e constante. O público é convidado a percorrer o ambiente e se deixar afetar por uma atmosfera que provoca desaceleração, atenção e escuta do espaço, propondo assim uma experiência sensorial e contemplativa. A mostra “FLUXOS” é uma continuidade da pesquisa poética de Laura Vinci sobre estados de transformação, presença e impermanência. Ao ocupar o espaço do MuBE, se integra à arquitetura brutalista do museu e revela, em sua leveza e escala, uma dinâmica marcada pela impermanência.

A produção de Laura Vinci, transita por escultura, instalação e intervenções, com ênfase em experiências sensoriais e materiais em transformação. Ao longo de sua carreira, participou de importantes mostras institucionais, como a Bienal de São Paulo, além de realizar exposições individuais em grandes instituições de arte. Sua obra integra acervos públicos e privados e é reconhecida por sua sutileza formal e profundidade conceitual.

Até 07 de setembro.

Obras inéditas de Marcos Chaves.

20/mai

A Nara Roesler São Paulo convida para a abertura da exposição “Sangue Azul”, com novos e inéditos trabalhos de Marcos Chaves, no dia 07 de junho. Destacado nome na arte contemporânea, Marcos Chaves apresenta o resultado de uma pesquisa iniciada em 2013, quando imprimiu em tapetes fotografias que fez de tecidos da Coleção Eva Klabin, no Rio de Janeiro. Desde então, em meio a outros trabalhos, o artista vem fotografando tapetes que cobrem o chão de palácios construídos durante impérios na França e na Itália. Essas imagens capturadas se transformam novamente em tapetes, em diversos tons de vermelho, que estarão nas paredes da Nara Roesler São Paulo, revelando o olhar de Marcos Chaves sobre o desgaste sofrido pelos tecidos e pela geometria percebida nas várias camadas das tramas originais. “Gosto muito da ideia de degradê, da cor que vai sumindo, e de seu significado em francês também de degradado, coisa gasta, decadente”, diz o artista. Estarão também na exposição três trabalhos de Marcos Chaves feitos em 1992 e também em vermelho: “Our love will grow vaster than empires”, verso gravado em um pedaço de veludo e fincado na parede por um canivete suíço; a bolsa “Jaws”, e o par de sapatos de saltos altos “Sem título”.

Na grande sala de pé direito duplo, no lado esquerdo da galeria Nara Roesler, Marcos Chaves vai criar um ambiente imersivo com baixa iluminação, e foco nos tapetes pendurados nas paredes, todos produzidos em 2025. As dimensões das obras variam de 200 x 266 cm a 150 x 112,5 cm. Cobrindo todo o chão estará um carpete de 5,90 m x 8,39m, versão em grande escala de uma fotografia de 2013, feita de um veludo da Coleção Eva Klabin. Os tapetes nas paredes, em tons de vermelho, reproduzem as fotografias feitas pelo artista do chão acarpetado de locais históricos europeus, como o Palazzo Doria Pamphilj, construído em Roma, no século 16; a escadaria que leva ao único trono existente de Napoleão Bonaparte (1769-1821), no Castelo de Fontainebleau, na França, residência dos reis franceses, e que data dos primórdios do século 12; e a Ópera Garnier, projetada durante o reinado de Napoleão III (1808-1873), o décimo-terceiro palácio a abrigar a Ópera de Paris, fundada por Luís XIV. Alguns trabalhos criam uma perspectiva “ao contrário”, como o que traz os degraus para o trono de Napoleão, e que estará na fachada da galeria, na vitrine.

Na primeira sala da exposição, Marcos Chaves vai mostrar três objetos, também na cor vermelha. O primeiro é “Our Love Will grow vaster than empires” (2025), verso do poeta inglês Andrew Marvell (1621-1678) inscrito em um pedaço de veludo e fincado na parede por um canivete suíço. A obra é derivada de um trabalho de 1991, “MessAge”, com canivete e plástico. Os dois outros trabalhos são “readymade”, de 1992 – a bolsa “Jaws”, descoberta por Marcos Chaves em uma feira tipo “mercado de pulgas”, e “Sem título”, um par de sapatos de salto alto encontrado na rua, em uma área frequentada por travestis.

O texto crítico é de Ginevra Bria, curadora com vinte anos de trajetória, dedicada a examinar as artes moderna e contemporânea no Brasil. Ela é professora-assistente na Unicamp, onde finaliza sua dissertação iniciada há seis anos para seu PhD em História da Arte na Rice University, em Houston, EUA – “The Non color Indigeneity”. Na Art History of Scientific Racism in Brazil, 1865-1935. Em seu texto sobre a exposição de Marcos Chaves na Nara Roesler São Paulo ela enfatiza: “Em total admiração pela prática da pintura, que Chaves nunca abordou e formalizou, “Sangue Azul” entrelaça fotografias, instalações e esculturas”. “Mas, como eixo expositivo, a fotografia toma emprestado os títulos das obras às contradições de supremacia da nobreza, da política e das uniões de razão de ser históricas (citando espaços de poder como Fontainebleau, Pamphilij e Garnier”. Ginevra Bria destaca ainda que “neste projeto, entre o lento apagamento das dimensões verticais e horizontais, cada elemento representado, ou ampliado, é hipostasiado num movimento temporal, enquanto a nobre dinâmica dos vermelhos é intemporal. E enobrecida”.

Em exibição até 16 de agosto.

Obras históricas e inéditas.

15/mai

A partir de 17 de maio a Central, Vila Buarque, São Paulo, SP, apresenta a segunda exposição individual de Sergio Augusto Porto. Com texto de Yuri Quevedo, “Espaço do Invisível” reúne obras históricas e projetos inéditos realizados especialmente para a ocasião.

Três núcleos de obras do artista guiam a exposição – dois deles exibidos ao público pela primeira vez. “É a oportunidade de ver uma pesquisa consistente, com poucos paralelos em sua época e que, apesar dessas características, se manteve à margem das antologias dedicadas ao início da arte contemporânea entre nós”, comenta Yuri Quevedo no texto crítico da mostra.

Sobre o artista.

Sergio Augusto Porto nasceu em 1946 no Rio de Janeiro, vive e trabalha em Salto, Brasil. O artista integra uma geração que busca romper com os paradigmas do projeto modernista. Forma-se entre o Rio de Janeiro e Brasília, recém inaugurada, onde frequenta o curso de Arquitetura da UnB. Nos anos 1970, Porto atraiu atenção ao se distanciar de uma abordagem artística convencional, restrita aos espaços institucionais ou aos ateliês, optando por uma prática mais ambiental, experimental e participativa. Destacam-se as participações no 4o Salão de Verão, MAM – Rio de Janeiro (1972), recebendo o prêmio de viagem à Europa; na 12ª Bienal de São Paulo (1973), que lhe rendeu o Grande Prêmio Latino-Americano da mostra; no 7º Panorama da Arte Atual Brasileira (1975), ocasião na qual recebeu o Prêmio-Estímulo/Objeto; e na 37ª Bienal de Veneza (1976), quando integrou a Representação Oficial do Brasil. Mais recentemente, seu trabalho também foi incluído em exposições como Mitologias por procuração, MAM – São Paulo (2013); Brasília – Síntese das Artes, CCBB – Brasília (2010); Arte como Questão: Anos 70, Instituto Tomie Ohtake – São Paulo (2007); Situações: Arte Brasileira Anos 70, Casa França-Brasil – Rio de Janeiro (2000).