Mestre Didi na Simões de Assis, SP

16/fev

 

 

A Simões de Assis apresenta, em parceria com Graham Steele, a individual “Mestre Didi: Panteão da Terra”, em seu espaço em São Paulo.

Mestre Didi, emergência mítica – olhar universal
Didi é um sacerdote-artista.
Expressa, através de criações estéticas, arraigada intimidade com seu universo existencial onde ancestralidade e visão de mundo africanas se fundem com sua experiência de vida baiana. Tradição e contemporaneidade, civilizações replantadas e recriadas. “Evoluir sem perder a essência”, nas suas próprias palavras. Completamente integrado com o universo nagô de origem iorubana, revela em sua obra sua inspiração mítica, formal, material. A linguagem nagô com a qual se expressa é um discurso sobre a experiência do sagrado.
Mestre Didi absorveu o significado das múltiplas relações do homem com seu meio ético, social e cósmico, assimilando esses valores e modos desde sua infância. Iniciado aos 8 anos de idade, conviveu com grandes mestres africanos e desenvolveu sua vida iniciática e gosto estético em bem-estruturadas comunidades nagôs.
Suas obras carregam a experiência, o hálito, a respiração dos mais antigos aos mais novos, de geração em geração. Condensando sua história pessoal e sua capacidade de transcender.
Didi veicula intencionalmente, para além de sua própria vida, a energia mítica de sua trajetória iniciática, inscrevendo-se na vertente mitológica das artes, projetando uma energia poética de caráter universal.
Esse aspecto de incorporar iniciaticamente, de transcender gerações e de expandi-las é fundamental para a compreensão da capacidade de retextualização dinâmica de seu fazer estético afro-brasileiro.
Suas obras têm o poder de tornar presente a linguagem abstrato-conceitual e emocional elaborada desde as origens pelos seus antecessores. Elas têm o poder de tornar presente os fatos passados, de restaurar e renovar a vida. Através de suas atividades e obras, Didi contribui para reconduzir e recriar todo o sistema cognitivo emocional comunitário, em relação tanto ao cosmos quanto à realidade humana.
Suas obras se inscrevem na vertente mitológica das artes, projetam uma energia poética de caráter universal. Extrapolam o tempo. Didi redimensiona sua existência de homem indivíduo inserindo-se na corrente da ancestralidade, nos constantes renascimentos perpetuados e cultuados no Panteão da Terra, lama genitora, terra molhada, fecundada.
Didi, o Assogba, sumo sacerdote do Panteon da Terra, executa objetos rituais desde sua infância e adolescência. O discurso manifesto de suas obras, constituído de formas, cores e matérias, transporta, latente, o eidos – o conhecimento vivido, a emoção, a afetividade, as elaborações profundas passadas e presentes, o conjunto de teofanias evocadas, restituindo e renovando criativamente os princípios e a linguagem de sua tradição.
Em um movimento de recriação simbólica, Didi transporta materiais e técnicas tradicionais para uma arte contemporânea, traduzindo um conhecimento mítico e universal do qual é herdeiro. Por isso seu trabalho é autêntico no sentido emocional, moral e visual, proporcionando uma profunda coerência formal a suas criações. O trabalho de Didi é tradicional e novo.
Discorrer sobre Didi e sua criatividade estética implica discorrer sobre a arte afro-brasileira, implica abrir um leque epistemológico sobre a tradição, o religare, a visão de mundo da qual ele emerge e faz parte indissoluvelmente. Sua trajetória e criação estética emergem e recompõem, na continuidade e na descontinuidade do Brasil, o conhecimento, o pensamento e as subjacências emocionais dos princípios inaugurais reelaborados desde épocas remotas; antes de serem formas de arte, são criações que se encarregam de significar as múltiplas relações do homem com seu meio cósmico, social e ético. O conjunto de atividades e produções de Mestre Didi contribuem para expressar e transmitir o conhecimento universal cósmico, teológico e tecnológico dos afro-brasileiros.
Discorrer sobre sua obra diz respeito não apenas ao sacerdote-artista Didi, mas implica visibilizar e discorrer sobre a cultura afro-brasileira que se manifesta e magnifica através de sua criatividade; significa abrir um leque de conhecimentos sobre a tradição, o religare, a espiritualidade, a visão de mundo, a capacidade de um povo de expressar sua origem e seu enorme potencial de diálogo; diálogo que compõe e contribui para a complexa pluralidade cultural brasileira.
Conscientizar a trajetória de Mestre Didi, Deoscoredes Maximiliano dos Santos, intelectual, sacerdote, transmissor cultural, recriador lúcido de uma arte mítica de estética contemporânea, Doutor Honoris Causa, entre inúmeros títulos e condecorações. Um afro-brasileiro de olhar universal.
As manifestações estéticas magnificando o sagrado permeiam a tradição afro-brasileira. As criações de Deoscoredes Maximiliano dos Santos, emergentes desse universo, enriquecem e singularizam o patrimônio nacional.
Juana Elbein dos Santos
1992 – Texto originalmente publicado no catálogo da exposição “O Alapini-Escultor da Ancestralidade Afro-Brasileira” em 2013 no Museu Afro Brasil, São Paulo, SP.

São Paulo, Arqueologia Amorosa

03/fev

 

 

O Museu Afro Brasil, Parque do Ibirapuera, uma instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, inaugura no próximo dia 25 de janeiro a mostra “Arqueologia Amorosa de São Paulo”. Com curadoria do diretor-geral do Museu, Emanoel Araújo, a exposição fala dos muitos aspectos artísticos, sociais, culturais e perspectivas diversas dessa grande metrópole, por meio de fotos, manuscritos, objetos, fotografias e design, de renomados artistas, como Lina Bo Bardi, Paulo Mendes da Rocha, Flavio de Carvalho, Geraldo de Barros, Zanini Caldas, dentre outros.

 

A exposição vasculha a memória da capital paulista, trazendo à luz personagens da vida artística, obras públicas dos grandes arquitetos, desde Ramos de Azevedo, a memória de carnavais antigos da Avenida Paulista e dos blocos de Ranchos da periferia.

 

A grande modista da cidade, Maria Adelaide da Silva, e sua correspondência com a moda feminina dos anos vinte, também está retratada por meio de documentos vindos diretamente de Paris, propostas de croquis e seu retrato pintado pelo grande artista da época, Jacques Leclerc, em 1926.

 

Também integram a mostra objetos da Revolução Constitucionalista de 1932, assim como grandes lembranças do Quarto Centenário e da construção do Parque Ibirapuera, a exemplo da realização da Segunda Bienal Internacional, onde esteve a Guernica, do grande artista Pablo Picasso. Uma instalação mostra fragmentos de uma casa burguesa, numa referência às grandes residências da Avenida Paulista, advindas das riquezas do café. Um dos destaques é uma grande vista da Várzea do Carmo, manipulação tecnológica do artista Floro Freire, que apresenta uma nova visão da paisagem do século XIX de Militão Augusto de Azevedo.

 

Na mesma data, o museu inicia as homenagens ao “Extraordinário Mário de Andrade”, integrando a celebração dos Cem Anos da Semana de Arte Moderna, com a abertura da exposição “Padre Jesuíno do Monte Carmelo aos Olhos de Mario de Andrade”. A mostra traz ao Museu Afro Brasil grandes pinturas provenientes das igrejas das cidades de Itu e São Paulo, onde o padre artista exerceu, com primazia, seu ofício de pintor, músico e compositor. A pesquisa sobre as pinturas das igrejas e conventos da cidade de Itu foi uma das últimas pesquisas de Mário de Andrade, cujo olhar se voltou para esses artistas dos séculos XVIII e XIX.

 

Esta será a maior retrospectiva feita sobre as obras do padre Jesuíno do Monte Carmelo. A exposição conta com 27 obras de grandes dimensões de Jesuíno, muitas delas mostradas pela primeira vez, e tem curadoria de Dra. Maria Silvia Barsalini e Dr. Emerson Ribeiro, e colaboração da equipe do Museu Afro Brasil.

 

Sobre o Museu Afro Brasil

 

O Museu Afro Brasil, localizado no Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega, dentro do Parque Ibirapuera, conserva, em 12 mil m², mais de 8 mil obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas, de autores brasileiros e estrangeiros, produzidos entre o século XVIII e os dias de hoje. O acervo abarca diversos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiros, abordando temas como a religião, o trabalho, a arte, a escravidão, entre outros temas ao registrar a trajetória histórica e as influências africanas na construção da sociedade brasileira. Inaugurado em 2004, a partir da coleção particular do seu atual Diretor Curatorial, Emanoel Araujo, o Museu construiu, ao longo de mais de 16 anos de história, uma trajetória de contribuições decisivas para a valorização do universo cultural brasileiro ao revelar a inventividade e ousadia de artistas brasileiros e internacionais, desde o século XVIII até a contemporaneidade. O Museu exibe parte do seu Acervo na exposição de longa duração, realiza Exposições Temporárias e dispõe de um Auditório e de uma Biblioteca especializada que complementam sua Programação cultural ao longo do ano.

 

De 25 de janeiro a 30 de junho.

 

 

 

Subjetividade e Poéticas Negras

24/nov

 

 

Encontro com Artista: “Maré de Matos – Subjetividade e Poéticas Negras” será em comemoração ao Mês da Consciência Negra. O Museu Afro Brasil, Parque do Ibirapuera, Portão 10, São Paulo, SP, recebe a artista e pesquisadora transdisciplinar Maré de Matos para uma conversa acerca da imagem e da palavra, além do papel da arte no engajamento por justiça social.

 

Sobre a artista

 

Maré de Matos é artista transdisciplinar. Mineira, do Vale do Rio Doce. Graduada em Artes Visuais na Escola Guignard (UEMG), Mestre em Teoria Literária (UFPE) e atualmente desenvolve o projeto “Museu das Emoções” no doutorado (Diversitas, USP). Exercita o tensionamento entre versão e verdade; história única e contranarrativas polifônicas; poder e posição. Pesquisa representação e responsabilidade, invenção da raça e narrativa de si, imaginário e delírio da modernidade, subjetividade e poéticas negras. Seus trabalhos situam-se, sobretudo, no vão entre os territórios da imagem e da palavra. Se interessa pelo atlântico negro como processo de formação; pela revisão como princípio e pela poesia como ferramenta política de emancipação. Atua em linguagens híbridas e defende o direito à emoção de sujeitos privados do estatuto de humanidade.

 

As cores de Paulo Pasta

22/nov

 

 

A Galeria Millan apresenta “Correspondências”, a quinta individual de Paulo Pasta na galeria, que marca também o lançamento de sua nova publicação. A mostra materializa a ideia originada na troca entre Pasta e o curador Ronaldo Brito, ocorrida entre abril e setembro de 2020, em plena pandemia mundial de Covid-19. A publicação registra tal troca, revelando a matriz do pensamento que organiza a exposição. Entre grandes e pequenos formatos, os cerca de 20 trabalhos reunidos na exposição trazem à luz a tarefa do pintor e as reflexões do crítico, fruto da tentativa de encontrar um refúgio em meio aos efeitos adversos de uma crise política e sanitária.

Ao longo daqueles meses, artista e curador trocaram uma série de e-mails, em que Pasta compartilhava fotografias de trabalhos e registros sobre seus processos, enquanto Brito o respondia com formulações, pensamentos e poemas. Nesse processo, intercorreram-se textos, pinturas, desenhos, referências e aproximações com trabalhos de diferentes autores – da pintura à literatura -, uma forma encontrada por ambos de vislumbrar o “futuro em meio à escuridão”. Pouco a pouco, desenvolveram a ideia de realizar uma publicação que registrasse o percurso dos pensamentos nas mensagens trocadas junto de uma exposição que pudesse, segundo Pasta, “mostrar os pequenos movimentos” que ocorrem em seus trabalhos.

Nas telas, a construção de movimentos próprios e internos à pintura coexiste com a sensação de um congelamento do tempo real vivido em confinamento e representa, por isso mesmo, um ato de resistência e tenacidade da pintura. De maneira singular, este caráter do trabalho de Pasta se mostra, nas palavras de Brito, como “um manifesto discreto contra o imediatismo e o oportunismo”. Para ele, a conformação da pintura de Pasta produz uma espécie de topologia das cores em que essas se interpenetram.

Na seleção apresentada, as formas e combinações cromáticas formam estruturas de pórticos, elementos que constituem o que Ronaldo Brito designa, em uma de suas correspondências, como “abstração existencial”. Tal formulação de Brito é capaz de revelar uma nova compreensão sobre o trabalho de Paulo Pasta. Para o crítico, Pasta é capaz de conduzir este gênero à sua versão contemporânea, ao pintar o mistério – “um dos poucos sentimentos pictóricos autênticos” – através de um colorismo mais aberto. Nas palavras do próprio artista, essa “existência abstrata” combina seu interesse simultâneo pela abstração e pelo figurativo.

O intuito da pintura de Paulo Pasta é de instigar uma transcendência através da cor; uma experiência sensorial, como também intentavam Matisse e Cézanne. Há, por exemplo, como analisa o crítico, o uso de um vermelho que se eleva sobre a superfície do mundo ou de um ocre esverdeado que se perde com o entorno cotidiano e, de repente, parece estar fora da tela. Tais cores partem da geometria para criar consigo uma outra poética do mundo. Com esta autonomia cromática, Pasta retém o tempo presente, sempre carregado pelos fantasmas do futuro -faíscas que resistem aos tempos obscuros da realidade.

 

Sobre o artista

 

Ariranha, São Paulo, SP, 1959, Doutor em artes plásticas pela Universidade de São Paulo, SP (2011), Paulo Pasta realizou exposições individuais em diversos espaços, como Museu de Arte Sacra de São Paulo, SP (2021); Instituto Tomie Ohtake e Anexo Millan, São Paulo, SP (2018); Instituto Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto, SP (2018); Paulo Darzé, Salvador, BA (2017); Palácio Pamphilj, Roma, Itália (2016); Galeria Millan e Anexo Millan e Museu Afro Brasil, São Paulo, SP (2015); Sesc Belenzinho, São Paulo, SP (2014); Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS (2013); Centro Cultural Maria Antonia, São Paulo, SP (2011); Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, RJ (2008); Pinacoteca do Estado de São Paulo, SP (2006); entre outros. Também participou de importantes exposições coletivas, entre elas: Vício impune: o artista colecionador, Galeria Millan e Galeria Raquel Arnaud, São Paulo, SP (2021); 1981/2021: Arte Contemporânea Brasileira na Coleção Andrea e José Olympio Pereira, Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, SP (2021); Pinacoteca: acervo, Pinacoteca de São Paulo, SP (2020); MAC-USP no Século XXI – A Era dos Artistas, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, SP (2017); Clube de Gravura – 30 Anos, Museu de Arte Moderna de São Paulo, SP, e Os Muitos e o Um, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, SP (2016); 30 x Bienal, Pavilhão da Bienal, São Paulo, SP (2013); Europalia, International Art Festival, Bruxelas, Bélgica (2011); e Matisse Hoje, Pinacoteca do Estado de São Paulo, SP (2009). Suas obras integram diversas coleções, entre as quais: Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Madrid, Espanha; Pinacoteca do Estado de São Paulo, SP; Museu de Arte Moderna de São Paulo, SP; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, RJ; Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, SP; Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro, RJ; Instituto Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto, SP; e Kunsthalle, Berlim, Alemanha.

Paulo Pasta: LUZ

03/set

 

 

O Museu de Arte Sacra de São Paulo – MAS / SP, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, abre “Paulo Pasta: Luz”, exposição do artista plástico Paulo Pasta, sob curadoria de Simon Watson. A mostra apresenta 19 telas dos últimos 10 anos, com dimensões que oscilam entre mural e laptop. “Pasta cria pinturas que são meditações físicas sobre a metafísica e mais palavras e emoções quando sabemos o que estamos mostrando …”, define o curador.

 

 

“Paulo Pasta: Luz” é a vigésima mostra individual institucional do artista e a primeira após a “Projeto e Destino”, no Instituto Tomie Ohtake de 2018, com curadoria de Paulo Miyada. Desde a sua primeira individual em 1983, Paulo Pasta faz exposições continuamente e suas obras são aceitas e abraçadas por instituições públicas e coleções privadas. Ao longo dos anos, sua prática de pintura evoluiu para uma meditação silenciosa sobre cor, espaço e luz. Poucas opções de cor – de três a seis matizes por tela, todos com valores tonais semelhantes – seus campos de composição sugerem um enquadramento com pilares arquitetônicos, entablamentos e vigas. Os contrastes sutis entre cores semelhantes fazem com que vibrem e se movam sutilmente para a frente e para trás no espaço. Eles sugerem elegantemente a captura de luz e alude às formas como a luz muda suas características ao longo do dia.

 

O aspecto formal das telas de Paulo Pasta sugere um diálogo permanente com Giorgio Morandi e Alfredo Volpi, bem como com Old Masters onde, de uma forma semelhante, possuem uma consciência populista. Eles nos levam para a rua. Eles nos convidam a conhecer o mundo ao nosso redor, de paredes e fachadas pintadas em cores vivas que podem ser encontradas no dia a dia e em todos os locais no Brasil. Exuberantes em cores e serenas em estrutura, as pinturas de Paulo Pasta são profundamente meditativas e afirmativas da vida.

 

 

Destacada por uma instalação mínima e iluminação dramática, a exposição “Paulo Pasta: Luz” é composta por quatro grandes pinturas em escala muralista (duas verticais e duas horizontais), cada uma ladeada por pinturas de tamanho médio que dialogam com suas cores e composições. A segunda, no espaço do claustro, são instalações do próprio estúdio do artista, onde em uma parede corrida você encontra um salão de meditação que interage de forma alegre a íntima.

 

“As pinturas de Paulo Pasta são uma manifestação física da presença da luz, como em um reflexo durante um passeio matinal. São também etéreas, sugerindo a imaterialidade da luz. Luz do espírito e da imaginação, luz que irradia e eleva.”

 

 

Simon Watson

 

 

Projeto LUZ Contemporânea

 

 

LUZ Contemporânea é um programa de exposições de arte contemporânea que se desdobra em eventos e ações culturais diversas, públicas e privadas. Desenvolvido pelo curador Simon Watson, o projeto, atualmente, encontra-se baseado no Museu de Arte Sacra de São Paulo. Nesse espaço, LUZ Contemporânea apresenta exposições temáticas de artistas convidados, de modo a estabelecer diálogos conceituais e materiais com obras do acervo histórico da instituição. Embora fortemente focada no cenário artístico brasileiro atual, LUZ Contemporânea está comprometida com uma variedade de práticas, cultivando parcerias com artistas performáticos e organizações que produzem eventos de arte.

 

 

O primeiro ano de programação de LUZ Contemporânea, no Museu de Arte Sacra, foi concebido como uma trilogia que visa responder à pandemia. O ciclo teve início com João Trevisan: Corpo e Alma, sendo seguida por Esperança, coletiva com 12 artistas, e culmina com Paulo Pasta: Luz. A trilogia vai do escuro ao claro, dos noturnos de João Trevisan à meditação de Paulo Pasta sobre a luz.

 

 

Sobre o artista  

 

 

Paulo Pasta nasceu em Ariranha/SP, 1959.  Doutor em artes visuais pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo – ECA / USP (SP). Recebeu a Bolsa Emile Eddé de Artes Plásticas do MAC/USP (SP) em 1988. Dentre as exposições realizadas, destaque para individual na no Centro Cultural Maria Antonia, em 2011, para o Panorama dos Panoramas, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, em 2008, e para individual na Pinacoteca do Estado de São Paulo, em 2006. Como professor, lecionou pintura na Faculdade Santa Marcelina – FASM, entre 1987 e 1999, e desenho na Universidade Presbiteriana Mackenzie, entre 1995 e 2002. É professor da USP desde 2011 e, da FAAP, desde 1998. Realizou exposições individuais em diversos espaços, como Instituto Tomie Ohtake e Galeria Millan, São Paulo, SP (2018); Galeria Carbono, São Paulo, SP, e Paulo Darzé, Salvador, BA (2017); Embaixada do Brasil, Roma, Itália (2016); Galeria Millan e Museu Afro Brasil, São Paulo, SP (2015); SESC Belenzinho, São Paulo, SP (2014); Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS (2013); Centro Cultural Maria Antonia, São Paulo, SP (2011); Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, RJ (2008); e Pinacoteca do Estado de São Paulo, SP (2006), entre outros. Também participou de importantes exposições coletivas, entre elas: MAC-USP no Século XXI – A Era dos Artistas, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, SP (2017); Clube de Gravura – 30 Anos, Museu de Arte Moderna de São Paulo, SP, e Os Muitos e o Um, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, SP (2016); 30 x Bienal, Pavilhão da Bienal, São Paulo, SP (2013); Europalia, International Art Festival, Bruxelas, Bélgica (2011); Matisse Hoje, Pinacoteca do Estado de São Paulo, SP (2009); Panorama dos Panoramas, MAM-SP, SP (2008); MAM(na)Oca, Oca, São Paulo, SP (2006); Arte por Toda Parte, 3ª Bienal do Mercosul, Porto Alegre, RS (2001); Brasil + 500 – Mostra do Redescobrimento, Pavilhão da Bienal, São Paulo, SP (2000); e III Bienal de Cuenca, Equador (1991), entre outras. Suas obras integram diversas coleções, entre as quais: Pinacoteca do Estado de São Paulo, SP; Museu de Arte Moderna de São Paulo, SP; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, RJ; Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, SP; Museu de Belas-Artes do Rio de Janeiro, RJ; Colección Patricia Phelps de Cisneros, Nova York, EUA; e Kunsthalle, Berlim, Alemanha.

 

 

Sobre o curador

 

 

Simon Watson, nascido no Canadá e criado entre Inglaterra e Estados Unidos, Simon Watson é curador independente e especialista em eventos culturais baseado em Nova York e São Paulo. Um veterano com trinta e cinco anos de experiencia na cena cultural de três continentes, Watson concebeu e assinou a curadoria de mais de 250 exposições de arte para galerias e museus, e coordenou programas de consultoria em colecionismo de arte para inúmeros clientes institucionais e particulares. Nas últimas três décadas, Watson trabalhou com artistas emergentes e os pouco reconhecidos, trazendo-os para a atenção de novos públicos. Sua área de especialização curatorial é identificar artistas visuais com potencial excepcional, muitos dos quais agora são reconhecidos internacionalmente na categoria blue-chip e são representados por algumas das galerias mais famosas e respeitadas do mundo.

 

 

Sobre o museu

 

 

 

O Museu de Arte Sacra de São Paulo, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, é uma das mais importantes do gênero no país. É fruto de um convênio celebrado entre o Governo do Estado e a Mitra Arquidiocesana de São Paulo, em 28 de outubro de 1969, e sua instalação data de 29 de junho de 1970. Desde então, o Museu de Arte Sacra de São Paulo passou a ocupar ala do Mosteiro de Nossa Senhora da Imaculada Conceição da Luz, na avenida Tiradentes, centro da capital paulista. A edificação é um dos mais importantes monumentos da arquitetura colonial paulista, construído em taipa de pilão, raro exemplar remanescente na cidade, última chácara conventual da cidade. Foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 1943, e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Arquitetônico do Estado de São Paulo, em 1979. Tem grande parte de seu acervo também tombado pelo IPHAN, desde 1969, cujo inestimável patrimônio compreende relíquias das histórias do Brasil e mundial. O Museu de Arte Sacra de São Paulo detém uma vasta coleção de obras criadas entre os séculos 16 e 20, contando com exemplares raros e significativos. São mais de 10 mil itens no acervo. Possui obras de nomes reconhecidos, como Frei Agostinho da Piedade, Frei Agostinho de Jesus, Antônio Francisco de Lisboa, o “Aleijadinho” e Benedito Calixto de Jesus, entre tantos, anônimos ou não. Destacam-se também as coleções de presépios, prataria e ourivesaria, lampadários, mobiliário, retábulos, altares, vestimentas, livros litúrgicos e numismática.

 

 

Até 08 de Novembro.

 

Livro no Museu Afro Brasil

13/mai

 

 

O Museu Afro Brasil, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP,  convida para o lançamento da publicação “Heranças de um Brasil profundo”. A partir de 13 de maio, com curadoria do diretor do museu, Emanoel Araujo. O livro com 364 páginas e mais de 200 imagens é o registro da exposição homônima em cartaz no Museu com mais de 500 peças, entre obras de arte e utensílios da cultura material indígena de raiz brasileira, além de fotografias e obras de arte contemporânea. O livro está disponível para venda na loja do museu.

 

Melvin Edwards em São Paulo

02/dez

 

 

O Museu Afro Brasil, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, gerida pela Associação Museu Afro Brasil, promove a exposição “Melvin Edwards – o escultor da resistência”, que oferecerá a apreciação de um conjunto de obras produzidas pelo artista estadunidense em diferentes momentos.

 

Com mais de 30 peças elaboradas em diferentes formatos e suportes, como metal, arame e aço; a individual traz obras produzidas pelo escultor estadunidense em sua última passagem ao país, em 2019. Já realizada em espaços como o Museu de Arte Moderna da Bahia e o Museu da República (RJ), a mostra conta com uma ampliação do número de obras em relação as exibições anteriores, permitindo uma visualização de momentos diversos dos quase sessenta anos de trabalho e pesquisa do artista plástico.

 

Em cartaz até 31 de janeiro de 2021, “Melvin Edwards – o escultor da resistência” também prestará homenagem à ex-esposa do artista, a poetisa Jayne Cortez, com a exibição de um de seus poemas e de faixas do disco Everywhere drums (1990).

 

 

Até 31 de janeiro de 2020.

Museu Afro Brasil retoma atividades 

20/out

 

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O Museu Afro Brasil, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, gerida pela Associação Museu Afro Brasil, retomará suas atividades presenciais a partir da próxima terça-feira, 20 de outubro, às 11h. Após mais de seis meses de paralisação em decorrência da pandemia da Covid-19, a retomada das ações com público presencial seguirá rígidos protocolos sanitários que buscam a manutenção da segurança e saúde de usuários e equipes do museu, conforme orientações de autoridades estaduais e municipais.

 

Entre as ações planejadas, estarão disponíveis as mais de 8 mil obras que compõem a exposição de longa duração do museu. Dividida em seis núcleos temáticos, a mostra aborda temas relacionados à arte, cultura, história e memória africana e afro-brasileira; visando promover o reconhecimento, a valorização e a preservação do patrimônio nacional.

 

 

A exposição temporária “Heranças de um Brasil Profundo” é outra mostra que estará aberta para visitação. Inaugurada em janeiro de 2020, com curadoria de Emanoel Araujo, nela o público poderá entrar em contato com fotografias, esculturas, pinturas e instalações que remontam aos universos culturais indígenas. Patrocinada pela EDP Brasil, com o apoio do Instituto EDP, Heranças de um Brasil Profundo possui mais de 500 peças produzidas em diferentes tempos, por diversos olhares indígenas e não-indígenas.

 

 

Por fim, uma instalação concebida por Emanoel Araujo presta uma homenagem aos 150 anos do poema “Navio Negreiro”, do poeta oitocentista Castro Alves. Realizada em diferentes planos, a montagem apresenta, em dimensões tridimensionais, a conhecida litogravura “Escravos negros no porão do navio”, de Johann M. Rugendas, ladeada por plotagens de Hansen Bahia, xilogravador alemão que radicou-se no Brasil. Outro destaque da instalação está em sua especial trilha sonora, cuja leitura do poema é feita pelas vozes de Caetano Veloso e Maria Bethânia, sob harmonia e ritmo de Carlinhos Brown.

 

O Museu Afro Brasil segue os protocolos e orientações legais para a reabertura e contato presencial. Seus funcionários estão sendo capacitados e a infraestrutura do prédio está adequada com as novas normas técnicas para o funcionamento de equipamentos culturais.

 

MAB ao vivo: Conversa com Marcelo D’Salete  

21/jul

 

Museu Afro Brasil, São Paulo, SP, –  instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, gerida pela Associação Museu Afro Brasil, organização social de cultura – informa que hoje,  21 de julho, às 17h, ocorrerá a primeira live do projeto MAB ao vivo. Trata-se de uma ação em parceria com a campanha #CulturaEmCasa  que busca abrir diálogos entre artistas contemporâneos, intelectuais, ativistas e as propostas curatoriais do museu. Junto de nomes de destaque nas artes plásticas, música, teatro e literatura nacionais, o Museu Afro Brasil realizará conversas para ampliar o diálogo entre os trabalhos dos convidados, a conexão com a missão da instituição e o dia a dia da sociedade brasileira.

 

Feita de maneira totalmente remota (online), as atividades buscam utilizar redes sociais e canais de comunicação virtual para envolver os públicos em um cenário onde o contato presencial é reduzido.

 

O primeiro encontro conta com a participação de Marcelo D’Salete. Vencedor do Prêmio Eisner de 2018, D’Salete é um dos principais nomes dos quadrinhos e da literatura brasileira contemporânea, sendo autor de títulos já consagrados como Angola Janga (2017), Cumbe (2014) e Encruzilhada (2011). Além disso, também é professor e mestre em história da arte pela USP; tendo exposto suas obras no Museu Afro Brasil, SESC Araraquara, entre outros.

 

Acompanhe para saber mais!

INFORMAÇÕES

Quadrinhos, literatura, história e arte afro-brasileiras

Convidado: Marcelo D’Salete / Mediação: Renato A. Rosa

Data: 21 de julho de 2020, às 17h.
Onde? Plataforma #CulturaEmCasa. Para assistir basta clicar aqui.

Exposições dos 15 anos do Museu Afro Brasil

13/nov

Museu Afro Brasil inaugura conjunto de exposições em celebração ao 20 de novembro. Walter Firmo, João Câmara, Castro Alves e jovens artistas contemporâneos da Bahia estão entre os destaques das aberturas que também celebram os 15 anos da instituição. Juntas, as mostras reúnem mais de 300 obras.

 

O Museu Afro Brasil, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, gerida pela Associação Museu Afro Brasil – organização social de cultura, promove no próximo dia 20 de novembro, quarta-feira, a partir das 11 horas, a abertura de uma série de exposições em celebração ao Mês da Consciência Negra e em homenagem aos 15 anos da instituição.

 

Integram este largo panorama das artes plásticas do país as mostras: Castro Alves – 150 anos do poema O Navio Negreiro, instalação de Emanoel Araujo, As gravuras aquareladas de Rugendas – Doação de Ruy Souza e Silva, Walter Firmo – Ensaio sobre Bispo do Rosário, Rommulo Vieira Conceição – Tudo que é sólido desmancha no ar, A geometria de Paulo Pereira, Anderson AC- Pintura muralista e Elvinho Rocha – Pinturas do inconsciente. Um painel em homenagem aos 150 anos de nascimento da famosa mãe-de-santo baiana Mãe Aninha (Eugênia Anna dos Santos), fecha o núcleo brasileiro da mostra.

 

Já os artistas estrangeiros estão representados no conjunto de exposições através do trabalho de Alphonse Yémadjè e Euloge Glélé, ambos do Benim, que apresentam as individuais Alphonse Yémadjè – Símbolos dos Reis Ancestrais do Benim e Euloge Glélé – Esculturas dos Deuses Africanos do Benim. Completam a programação expositiva Arte Nativa – África, América Latina, Ásia e Oceania – Coleção Christian Jack-Heymès, que reúne máscaras e esculturas dos quatro continentes visitados pelo colecionador francês radicado no Brasil, e Melvin Edwards – Fragmentos linchados, formada por seis esculturas em ferro deste que é considerado um dos mais importantes artistas estadunidenses de sua geração.

 

Castro Alves – 150 anos do poema O Navio Negreiro

 

Instalação criada por Emanoel Araujo, a obra homenageia os 150 anos do seminal poema “O Navio Negreiro”, do poeta romântico e abolicionista baiano Castro Alves (1847-1871). Realizada em diferentes planos, a instalação tridimensionaliza a conhecida litogravura de Rugendas “Escravos negros no porão do navio”, ladeada por plotagens de Hansen Bahia (1915-1978), xilogravurista alemão radicado no Brasil, que ilustram o suplício dos negros escravizados. Também integra a instalação o áudio do célebre poema nas vozes de Caetano Veloso e Maria Bethânia, com participação de Carlinhos Brown.

 

As gravuras aquareladas de Rugendas – Doação de Ruy Souza e Silva

 

As 12 litogravuras icônicas de Johan Moritz Rugendas (1802-1858), recentemente doadas à coleção do Museu Afro Brasil pelo colecionador Ruy Souza e Silva, contextualizam a vida da população negra escravizada do século XIX. Essas imagens foram originalmente publicadas no luxuoso álbum “Voyage Pittoresque dans le Brésil”, editado em Paris pela Casa Engelmann & Cie., entre 1827 e 1835. Rugendas chegou ao Brasil em 1821 como documentarista e desenhista da Expedição Langsdorff, que percorreu 16 mil km pelo interior do país com objetivo de constituir um inventário completo do Brasil.

 

Walter Firmo – Ensaio sobre Bispo do Rosário

 

Interno por quase toda sua vida na Colônia Psiquiátrica Juliano Moreira, no Rio de Janeiro, o artista Arthur Bispo do Rosário (1911-1989) foi retratado neste comovente e único ensaio fotográfico produzido por Walter Firmo no ano de 1985. As imagens expostas captam extraordinários momentos de Bispo, prolífico criador em sua expressividade, muito além de seu inconsciente criativo. No total, a mostra apresenta 23 fotografias.

 

Rommulo Conceição – Tudo que é sólido desmancha no ar

 

Um conjunto de fotografias da série “Entre o espaço que eu vejo e o que percebo, há um plano”, de 2016 – 2017, desenhos sobre fotografias da série “Tudo que é sólido desmancha no ar”, de 2017, e duas esculturas/instalação, entre elas “Duas pias, ou quando o lugar se transforma em conteúdo”, compõe a individual do artista baiano radicado em Porto Alegre, RS.

 

A Geometria de Paulo Pereira

 

Vinte e nove esculturas trazem a público a geometria de caráter quase minimalista da produção do artista. Sua produção é caracterizada por um jogo entre forma e conteúdo a partir do uso de madeira escura como o jacarandá, aliada a cortes metálicos de movimentos sinuosos que alimentam uma imaginação construtiva que torce formas côncavas e convexas.

 

Anderson AC – Pintura Muralista

 

Um total de 14 obras, entre pinturas e infogravuras, colocam o público em contato com a pintura espessa e expressionista do artista baiano, cuja produção, marcada pela consciência de um mundo cheio de diferenças sociais, se relaciona com a produção de murais urbanos.

 

Elvinho Rocha – Pinturas do inconsciente

 

 Élvio Rocha exibe 44 obras, entre pinturas em tinta acrílica sobre tela e guaches sobre papel, que mostram sua representação dos símbolos guardados em seu subconsciente. “Mais que pintura, essa é a revelação de uma mente sequiosa de se comunicar com o universo da criação artística”, escreve Emanoel Araújo, curador da mostra individual.

 

Euloge Glélé – Esculturas dos Deuses Africanos do Benim 

 

Conhecido pelas esculturas de máscaras tradicionais dos gèlèdes, o artista natural do Benim apresenta nesta individual 21 estatuetas de argila cozida com representações de personagens de cerimônias tradicionais encontradas nos terreiros dos povos fon.

 

Alphonse Yémadjè – Símbolos dos Reis Ancestrais do Benim

 

Nesta individual, o veterano artista africano apresenta 10 obras criadas a partir do aplique ou “appliqué”, técnica de junção, justaposição, costura ou enlace de materiais têxteis sobrepostos, cujo conjunto resulta num verdadeiro livro de histórias em quadrinhos.

 

Arte Nativa – África, América Latina, Ásia e Oceania

 

Na exposição são apresentadas 51 esculturas, além de tecidos, indumentária tradicional e colares do antiquário e colecionador francês de arte tribal, radicado em São Paulo desde os anos 1970. O raro e precioso conjunto de peças revela as descobertas de Christian em suas inúmeras viagens por diferentes continentes. O livro “Fetiches – diário de uma coleção de arte tribal” é uma primorosa edição de autor e tem distribuição pela Editora Olhares.

 

João Câmara, Rap e Samba no Dia da Consciência Negra

 

Também será aberta nesta quarta-feira, dia 20 de novembro, às 11h, no Museu Afro Brasil, a exposição “João Câmara – Trajetória e Obra de um Artista Brasileiro”. Com curadoria de Emanoel Araujo, a mostra apresenta um conjunto com cerca de 50 obras (entre pinturas e litografias) do artista paraibano radicado em Pernambuco e conhecido por refletir em sua obra as raízes da cultura nacional.

 

No mesmo dia, paralelamente a abertura das exposições, acontece do lado externo do Museu Afro Brasil, às 11h, apresentação do bloco “Pega o lenço e vai”, de Mauá. O período da manhã do dia 20 reserva ainda o lançamento do livro “Fetiches – Diário de uma coleção de arte tribal”, de Christian-Jack Heymès.

 

Às 16h, no Auditório Ruth de Souza, o premiado MC, poeta e produtor paulista Rincon Sapiência, encerra a programação do dia com um bate-papo aberto ao público. No encontro, o artista falará sobre as influências musicais do oeste africano presentes no single “Meu Ritmo”, seu mais recente videoclipe. Participa do encontro a pesquisadora de danças e ritmos africanos, Kety Kim Farafina.