Por dentro dos Museus

26/fev

A Lustinha, novo selo na Luste, Ateliê Editorial & Multimídia de Marcel Mariano, chega ao circuito editorial e cultural para apresentar sua primeira publicação: “Por dentro dos Museus”. Um box acondiciona livros com narrativas, curiosidades e explicações de museus selecionados em três estados: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. “Uma série informativa, didática, porém leve e divertida que vai se infiltrar nos museus com os olhos de criança. Tudo para tornar essa experiência muito mais gostosa e divertida”, explica Lica Barros que idealizou o projeto e assina alguns textos em parceria com Monica Figueiredo, responsável pela concepção.

Ciente da importância dos museus para formação cultural de um país, a Lustinha traduz este conceito da conexão entre o passado, presente e futuro em uma linguagem acessível incluindo curiosidades e detalhes da arquitetura e das obras além de explicar termos próprios do segmento como acervo, técnicas, expografia e nomes dos principais artistas e profissionais envolvidos tanto em sua construção como criação. Com a série, que vai abarcar outras praças e instituições pelo Brasil e pelo mundo, coloca leveza na definição de que ao olhar para o passado pode-se conhecer o que foi feito para aprimorar mecanismos que podem influenciar o presente para que novos conhecimentos e técnicas sejam disponibilizadas para a sustentabilidade e informações das futuras gerações.

“Por dentro dos Museus” registra nove instituições em quatro cidades diferentes e, em cada uma, destaca 10 artistas que servem como introdução a um primeiro contato com sua coleção. Em São Paulo, tem-se o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), Pinacoteca de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP) e Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM). No Rio de Janeiro, o Museu do Amanhã, Museu de Arte Moderna do Río de Janeiro (MAM-Rio) e Museu de Arte do Rio (MAR). Em Belo Horizonte, o Museu de Arte da Pampulha (MAP) e em Brumadinho, o Instituto Inhotim.

Todas estas instituições – museus – estão a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento, abertas a todos os públicos, que também funcionam como centros culturais reunindo atividades como música, dança, teatro, fotografia, literatura, gastronomia e todo tipo de arte. Suas funções primordiais incluem as de conservar, investigar, comunicar e expor o patrimônio material e imaterial da humanidade e do seu meio envolvente com fins de educação, estudo e encanto. São estas histórias que a Lustinha, de Lica Barros, quer apresentar e aproximar de seu público!

O evento

Lançamento do box “Por dentro dos Museus”, Editora Lustinha, em 03 de março, domingo, das 15 às 18hs na Livraria da Travessa, Rua dos Pinheiros, 513, Pinheiros, São Paulo, SP. Idealização de Lica Barros, concepção de Monica Figueiredo com pesquisa e textos de Lica Barros, Carolina Porne e Beatriz Alves com patrocínio de Machado & Meyer Advogados.

As formas expansivas de Diambe

08/dez

A Simões de Assis, São Paulo, Curitiba, anuncia a representação de Diambe (Rio de Janeiro, 1993). Sua prática expande as noções de coreografia e escultura, desdobrando em instalações que também incorporam pinturas, filmes, têxteis e performances. Diambe explora possibilidades fabulativas de novos seres, elevando aspectos estéticos e ornamentais da natureza. Trata da materialidade ao lidar com o bronze e com formas reconhecíveis de povos diaspóricos, agora em novos arranjos, mimetizando outros seres ou criando novos integrantes de seu ambiente criado. Seu trabalho faz parte de relevantes coleções particulares e figura no acervo de importantes instituições, como: Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte do Rio (MAR), entre outros.  

 

História do funk no MAR

06/out

Música e artes visuais se unem em duas mostras que aportaram no Museu de Arte do Rio, Centro, Rio de Janeiro, RJ, que recebeu a exposição “Funk: Um Grito de Ousadia e Liberdade”, coletiva que conta a história do funk carioca, enquanto um casarão no bairro sedia “Ocupação Iboru”, desdobramento do álbum “Iboru”, de Marcelo D2.

Com mais de 900 obras, a principal mostra do MAR em 2023 recria a história do gênero musical que a batiza, indo dos bailes black da década de 1970 aos dias de hoje. São fotografias, pinturas, objetos, vídeos e instalações de mais de cem artistas, entre eles nomes como Hebert, Vincent Rosenblatt, Blecaute, Maxwell Alexandre, Panmela Castro, Gê Viana e Daniela Dacorso, dentre muitos outros.

A curadoria é de Marcelo Campos, curador-chefe do MAR, Amanda Bonan, gerente de curadoria do MAR, Dom Filó e Taísa Machado, com um time de consultores: Deize Tigrona, Sir Dema, Marcello B Groove, Tamiris Coutinho, Celly IDD, Glau Tavares, Sir Dema, GG Albuquerque, Leo Moraes e Zulu TR.

Na abertura, recebeu uma série de atrações, como apresentação de dança do Afrofunk Rio e show com MC Cacau cantando MC Marcinho.

Iole de Freitas no Instituto Tomie Ohtake

17/jul

 

Em instalação monumental inédita, a artista retoma a dança para sublinhar o movimento, o espaço e a forma. Ao entrar no grande hall do Instituto Tomie Ohtake, Pinheiros, São Paulo, SP, – até 17 de setembro – o visitante vai se deparar com uma surpreendente instalação de dimensão monumental concebida pela artista visual que completa cinco décadas de carreira. “Iole de Freitas: Colapsada, em pé”, com curadoria de Paulo Miyada, é uma mostra organizada em torno desta instalação, produzida com tubos metálicos e placas de policarbonato marcados pelo uso prévio como partes de instalações feitas pela artista nos últimos vinte e cinco anos. Essa nova peça apoia-se sobre o solo e se ergue como um abrigo aberto repleto de movimento.

“Ela dispensou a possibilidade de criar novas linhas e planos suspensos na idiossincrática arquitetura desse espaço de passagem e cruzamento desenhado por Ruy Ohtake, e desceu ao chão de seu ateliê as peças constituintes de dez de suas exposições. Tubos metálicos e placas de policarbonato marcados pelo uso (com arranhões, manchas, sujidades e desgastes) foram então girados, recombinados, aparafusados, soldados”, explica o curador chefe do Instituto Tomie Ohtake.

Para a concepção da obra, pela primeira vez em seis décadas, a dança retornou direta e explicitamente ao seu fazer artístico, como modo de apreensão do espaço e concepção da forma. Neste processo ela começou a experimentar fragmentos de dança, cenas curtas ou anotações corporais em meio à obra em construção. Conforme Paulo Miyada, mover-se, só ou na companhia de seu neto, Bento, transformou-se numa espécie de notação que antecipa e testa relações entre partes e formas. “Trata-se da dança como régua, sismógrafo, desenho, maquete, laboratório”, ele destaca.

A questão com o corpo contida neste imenso “acontecimento da obra construída” convida as pessoas a percorrer a instalação em livre movimento. “Essa peça é um abrigo aberto, uma cena à espera de atores voluntários, uma partitura espacializada de dança, um dispositivo de medição do corpo e do espaço; é uma máquina para a vivência de múltiplos estados de presença, para a experimentação de modos de aparecer e perceber-se”, completa Paulo Miyada. Os fragmentos filmados dessa experiência com a dança integram duas videoinstalações inéditas como parte da exposição desenvolvida em diálogo entre artista e o curador, que resultará ainda em uma publicação a ser distribuída gratuitamente.

Enquanto no Instituto Moreira Salles, em “Iole de Freitas, anos 1970 / Imagem como presença”, exposição em cartaz com curadoria de Sônia Salzstein, a artista apresenta uma parte de sua história reelaborada por uma instalação contemporânea, no Instituto Tomie Ohtake, ela abre novos caminhos em sua obra ao reprocessar elementos constitutivos de sua trajetória: a dança e a própria matéria de suas instalações.

Sobre a artista

Nascida em Belo Horizonte (MG), em 1945, Iole de Freitas mudou-se aos seis anos para o Rio de Janeiro, onde iniciou sua formação em dança contemporânea. Estudou na Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), cidade em que hoje vive e trabalha. A partir de 1970, viveu por oito anos em Milão, onde começou a desenvolver e expor seu trabalho em artes plásticas a partir de 1973. A artista participou de importantes mostras internacionais, como a 9ª Bienal de Paris, a 16ª Bienal de São Paulo, a 5ª Bienal do Mercosul e a Documenta 12, em Kassel, Alemanha. Além de comparecerem a individuais e coletivas em várias cidades do mundo, seus trabalhos integram importantes coleções, entre as quais, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP); Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP); Museu de Arte Contemporânea de Niterói; Museu Nacional de Belas Artes, RJ; Museu do Açude, RJ; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio); Museu de Arte do Rio (MAR); Bronx Museum (EUA); Winnipeg Art Gallery (Canadá); e Daros Collection (Suíça).

O Museu Afro Brasil Emanoel Araujo anuncia

28/abr

 

Em exposição e encontro com o artista, Andrey Guaianá  Zignnatto que fará revisão sobre os  movimentos da história da arte brasileira, reafirmando elementos das  culturas indígenas, reapropriados, no dia 29 de abril, a partir das 13h. O Museu Afro Brasil Emanoel Araujo, Parque do Ibirapuera, Portâo 10, São Paulo, SP, instituição da Secretaria da Cultura  e Economia Criativa do Estado de São Paulo, inaugura no próximo dia 29 de  abril, a exposição individual “Alicerce” do artista indígena Andrey Guaianá  Zignnatto, que apresentará ao público um total de 10 trabalhos produzidos  em diversas plataformas e técnicas (vídeo, objeto, instalação, serigrafia,  pintura). A mostra conta com a curadoria do próprio artista e tem como  destaque a instalação de mesmo nome, “Alicerce”, a maior já produzida por  Zignnatto – uma casa pré-moldada de concreto, apoiada sobre um conjunto  de dezenas de grandes vasos cerâmicos indígenas. O texto curatorial traz a assinatura de Sandra Ará Rete Benites.

O conjunto de trabalhos expostos propõe uma revisão sobre o processo de  desenvolvimento dos movimentos modernistas e contemporâneos da História  da Arte Brasileira, no qual Zignnatto identifica uma constante apropriação de  elementos das culturas indígenas por parte dos artistas na produção de seus  trabalhos, que dele excluíram, no entanto, os povos indígenas, o que  Zignnatto chama de “processo de grilagem cultural”.

Outro trabalho de destaque da mostra é o conjunto de 5 pinturas denominado “Espelho dos Juruás”. Nele, o artista retrata, em cada tela, sua boca, num gesto  que apresenta sua arcada dentária, semelhante à forma por meio da qual  escravos negros e indígenas eram avaliados por seus colonizadores. Abaixo  das imagens, encontram-se algumas das muitas frases de preconceito  dirigidas constantemente ao artista.

No dia da abertura, será realizada uma conversa entre o artista e Luiz Canê  Mingué, o Kenké (chefe) do povo Dofurêm Guaianá, povo originário da cidade  de São Paulo. A conversa será aberta ao público interessado e gratuita.

As obras da produção artística de Andrey Guaianá Zignnatto são consideradas  pelo próprio artista uma forma de buscar o equilíbrio entre as muitas e  diferentes forças dos universos urbanos e dos povos originários, de sua vida  em ambientes urbanos, inclusive de sua experiência na juventude como  pedreiro, com a ancestralidade indígena de sua família.

O projeto, contemplado no Edital Proac Expresso Direto nº 038/2021, conta  com o apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São  Paulo. Conta igualmente com o apoio da Alphaz Concept, cerâmica Gresca e Desaya  revestimentos.

 

Encontro com o artista Andrey Guaianá Zignnatto

O encontro será em torno da exposição “Alicerce” e contará com a presença  de Luiz Canê Minguê Guaianá, Chefe e líder espiritual do povo Indígena  Dofurêm Guaianá de São Paulo, para dialogar com Andrey que irá abordar na  conversa aspectos da montagem da mostra, de modo a que o público  participante conheça os bastidores do processo e tenha um encontro  privilegiado com o artista no dia da abertura.

 

Sobre o artista

Autodidata, professor de artes visuais e ativista de projetos sociais.  Trabalhou como ajudante de pedreiro dos 10 aos 14 anos de idade. Indígena  das etnias Dofurêm Guaianá e Guarani M’bya. Estas memórias afetivas e  ancestrais são a base para o desenvolvimento conceitual e dos métodos  usados na sua produção artística. Participou de exposições, entre individuais e coletivas, em museus, centros  culturais e galerias de arte no Brasil, Estados Unidos, Emirados Árabes,  França, Colômbia, Inglaterra, Itália, Peru e Argentina. Contemplado com 2  prêmios do Ministério da Cultura, sendo 1 pela Funarte e 1 pelo IPHAN (2014  e 2015); 5 prêmios da Secretaria de Estado da Cultura de SP pelo PROAC  (2014, 2015, 2017, 2021, e 2022); prêmio do 18º Festival Cultura Inglesa,  e indicado para o prêmio Jameel Art Prize do Victória & Albert Museum da  Inglaterra (2017). Possui obras em acervos importantes de instituições  públicas e privadas, como Perez Art Museum Miami – EUA, Bunker Artspace – EUA, Museu de Arte do Rio – Brasil, coleção Diane Solomon – EUA, coleção  Alfredo Setúbal (CEO Itaúsa) – Brasil, coleção família Marsano – Peru, coleção família Marinho -Brasil, entre outras. Desde 2002, realiza oficinas de arte para projetos humanitários que apoiam  pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade social, para refugiados da  guerra civil na Síria e Líbano, refugiados da Venezuela, crianças órfãs do  Abrigo Nossa Casa, Casa da Fonte, Centro de Referência do Idoso, Centro de  Referência da Assistência Social, Centro de Apoio Psicossocial adulto e  infantil, moradores da Rua Helvetia (região da Cracolândia SP), prostitutas  e ex-prostitutas atendidas pela Associação Magdala, Centro de Detenção  Provisória Bandeirantes entre outros.

 

Sobre o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo

O Museu Afro Brasil Emanoel Araujo é uma instituição da Secretaria de  Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo administrada pela  Associação Museu Afro Brasil – Organização Social de Cultura. Inaugurado em  2004, a partir da coleção particular do seu diretor curador, Emanoel Araujo,  o museu é um espaço de história, memória e arte. Localizado no Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega, dentro do mais famoso  parque de São Paulo, o Parque Ibirapuera, o Museu Afro Brasil Emanoel  Araujo conserva, em cerca de 12 mil m2, um acervo museológico com mais  de 8 mil obras, apresentando diversos aspectos dos universos culturais  africanos e afro-brasileiro e abordando temas como religiosidade, arte e  história, a partir das contribuições da população negra para a construção da  sociedade brasileira e da cultura nacional. O museu exibe parte deste acervo  na exposição de longa duração e realiza exposições temporárias, atividades  educativas, além de uma ampla programação

 

Mostra panorâmica de Jaime Lauriano

25/abr

 

O Museu de Arte do Rio (MAR) e Nara Roesler convidam para uma visita prévia à exposição “Aqui é o fim do mundo”, uma panorâmica da trajetória de quinze anos do artista Jaime Lauriano, no Museu de Arte do Rio, Centro, Rio de Janeiro, RJ. Será no dia 27 de abril, às 18h, com a presença do artista e do curador Marcelo Campos. Em seguida, será oferecido um coquetel no mirante do MAR. A exposição abre ao público no dia seguinte, 28 de abril.

 

Jaime Lauriano (1985, São Paulo) é um dos expoentes do novo momento da arte brasileira, que repensa a história oficial do Brasil. Ele tem participado de importantes antologias a respeito, e já integrou oito exposições no MAR, uma delas como um dos curadores, junto com Flávio Gomes e Lilia Scwarcz.  É dele o calçamento em pedras portuguesas na entrada do Museu, em que estão gravados os nomes das doze regiões da África que forneceram, por meio de seqüestros e outras ações violentas, a mão de obra escravizada levada ao Brasil. “Aqui é o fim do mundo” reúne mais de 40 trabalhos, produzidos entre 2008 e 2023. Cinco obras foram comissionadas especialmente para esta exposição, e são: as pinturas “Invasão da cidade do Rio de Janeiro” (2023); “Na Bahia é São Jorge no Rio, São Sebastião” (2023); as instalações “Afirmação do valor do homem brasileiro” (2023), e “Experiência concreta #9 (roda dos prazeres)” (2023), com bacias de ágata e desinfetante, e o vídeo “Justiça e barbárie #2″ (2023). A exposição integra a programação de dez anos do MAR.

Outros trabalhos nunca mostrados antes são “E se o apedrejado fosse você? #3″ (2021), desenho feito com pemba branca (giz usado em rituais de umbanda) e lápis dermatográfico sobre algodão; e o conjunto das três obras “Bandeirantes #1″ (2019), “Bandeirantes #2″ (2019) e “Bandeirantes #3″(2022), miniaturas de 20cm de monumentos em homenagem aos bandeirantes, fundidas em latão e cartuchos de munições utilizadas pela Polícia Militar e pelas Forças Armadas brasileiras, sobre base construída de taipa de pilão.

As obras de “Aqui é o fim do mundo” estão distribuídas em cinco núcleos: Experiência concreta, Colonização, Afirmação do valor do homem brasileiro, Recanto e Justiça e barbárie.

 

Vânia Mignone no Instituto Tomie Ohatake

13/abr

 

 

Um grande mural dedicado à tragédia yanomami recebe o público que poderá visitar mais de cem obras nos múltiplos suportes constituintes da trajetória da artista. Na esteira dos projetos que o Instituto Tomie Ohtake, Pinheiros, São Paulo, SP, tem realizado nos últimos anos para abrir novas investigações acerca da representatividade e da importância de artistas mulheres, o espaço paulistano traz agora a exposição “De tudo se faz canção” que, com curadoria de Priscyla Gomes, observa em retrospectiva a trajetória de Vânia Mignone, permanecendo em cartaz até 04 de junho.

Com um amplo panorama, a exposição, com mais de uma centena de obras, resgata os percursos da artista nos mais diversos formatos: desenhos, colagens, ilustrações para obras literárias, capas de discos, gravuras e pinturas. O conjunto reunido chama atenção pela vivacidade das cores, pela expressividade de figuras em grande dimensão, além da diversidade de suportes e técnicas que aparecerem conjugados, mostrando um vasto universo de experimentação, em que referências da propaganda, do design, do cinema, das histórias em quadrinhos e da música convivem com trabalhos em escalas distintas. Segundo Priscyla Gomes, “As narrativas exploradas por Vânia destacam-se pelo modo como ela articula desde questões prosaicas até aspectos latentes da cultura e da política brasileiras”.

A mostra empresta seu título de um verso da música Clube da Esquina nº 2, de Milton Nascimento, Lô e Márcio Borges, composta para o álbum homônimo de 1972. A partir das conversas entre a curadora e a artista, a proposta foi resgatar a importância da MPB no processo criativo de Vânia. A artista paulista faz recorrente alusão ao seu anseio de fazer de sua pintura canção, contagiando aquele que a observa. “Vânia construiu para si uma estrada, incorporando a música popular brasileira ao seu processo criativo cotidiano de ateliê”, destaca a curadora do Instituto Tomie Ohtake.

Priscyla Gomes enfatiza a síntese sinérgica que constitui o repertório da artista, marcado por letreiros de outdoors e pela xilogravura. “Seu vasto léxico remete-se ainda à qualidade de incorporar elementos fundamentais dessas referências, dentre eles, a coesa relação entre imagem e palavra”.

O mural em grande escala e cores vibrantes dedicado ao recente episódio da tragédia humanitária yanomami, prossegue a curadora, não nos deixa esquecer que fazer canção é também refletir sobre o silêncio e suas consequências, sobre como narrar o desmedido e o intragável. “Em meio a tantos gases lacrimogênios, os trabalhos de distintas épocas dessa retrospectiva nos convidam a fabularmos, criando nossa própria canção, uma viagem de ventania pelas estradas por Vânia trilhadas até aqui”, completa.

 

Sobre a artista

Vânia Mignone, 1967, Campinas. Vive e trabalha em Campinas. É Bacharel em Publicidade e Propaganda pela PUC-Campinas e Bacharel em Educação Artística pela UNICAMP. Entre suas exposições individuais destacam-se: Ecos, Museu de Artes Visuais da UNICAMP, Campinas (2019); Eu poderia ficar quieta mas não vou, SESC, Presidente Prudente (2017); Casa Daros, Rio de Janeiro; Cenários, Museu de Arte Contemporânea da USP, São Paulo (2014). Participou de diversas exposições coletivas como: Por um sopro de fúria e esperança, Mube, São Paulo (2021); Crônicas Cariocas para Adiar o Fim do Mundo, Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro (2021); Língua Solta, Museu da Língua Portuguesa, São Paulo (2021); 1981/2021: Arte Contemporânea Brasileira na Coleção Andrea e José Olympio Pereira, Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro (2021); Mulheres na Coleção do MAR, Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro; Mínimo, Múltiplo, Comum, Pinacoteca, São Paulo; 33ª Bienal de São Paulo – Afinidades Afetivas, Fundação Bienal, São Paulo (2018).

 

 

As gravuras de Santidio Pereira no Uruguai

02/mar

 

Exposição do brasileiro Santídio Pereira abre o calendário de 2023 no dia 10 de março (sexta-feira), da Galeria Xippas Punta del Este. Esta é a primeira exposição individual do artista Santídio Pereira no Uruguai.

“Da Mata ao Morro” apresenta quatro pinturas, seis xilogravuras e seis guaches, um trabalho centrado na grandeza da Natureza, provocando ecos de atenção e reflexões sobre um tema tão latente. Ainda este ano, a mostra segue para a sede da Xippas em Paris.

“À primeira vista, é difícil entender como um artista de 26 anos já expôs em importantes instituições no Brasil e no exterior. Entre eles, o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP); a Pinacoteca do Estado de São Paulo; a Fundação Cartier pour l’Art Contemporain, de Paris; Power Station of Art, Xangai e agora em 2022 sua exposição individual no Iberê em Porto Alegre, Brasil. Além de fazer parte de coleções renomadas, como Cisneros Collection, EUA; Coleção de arte de SESC, São Paulo; Museu de Arte do Rio (MAR), entre muitos outros”, diz Emilio Kalil, diretor-superintendente da Fundação Iberê, que em maio do ano passado recebeu a primeira individual do artista em um museu, “Santídio Pereira – Incisões, recortes e encaixes”.

Nascido num pequeno povoado no interior do estado do Piauí, nordeste brasileiro, desde criança Santídio Pereira já demonstrava aptidão com as artes através das atividades socioeducativas do Instituto Acaia. O interesse pela xilogravura foi tomando corpo e, atualmente, é o principal suporte de sua pesquisa artística, cuja característica mais importante é a utilização de diversas matrizes em uma mesma composição, técnica ao qual ele denomina “incisão, recorte e encaixe”, o que subverte a função da multiplicidade tão característica da gravura. Dessa forma, as impressões sobrepostas acumulam camadas espessas de tinta em cores diferentes para recriar elementos da sua memória afetiva, como a fauna, flora, pessoas e objetos que fizeram parte de seu contexto. Dentre seus trabalhos mais emblemáticos estão os pássaros da Caatinga do Piauí e as bromélias da Mata Atlântica.

A exposição “Da Mata ao Morro” pode ser visitada até 30 de abril.

Galeria Xippas

Ruta 104, km 5 – Manantiales

Punta del Este – Uruguai

Visita guiada e conversa com Nadam Guerra

16/jan

 

Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, convida para a visita guiada da artista Liana Nigri em sua exposição “Gestos de Contato”, no dia 18 de janeiro, quarta-feira, às 18 horas.

A exposição reúne um conjunto de obras inéditas e recentes, em torno do gesto de modelar como ato escultórico, em que o corpo feminino é utilizado em contato direto com a matéria. “Gestos de Contato” abrange esculturas – em porcelana, terracota, metal, granito, mármore, desenhos a carvão, vídeo e fotografia.

Após a visita, Liana Nigri vai conversar com o artista e professor Nadam Guerra, que coordena o programa de residência para artistas da Ecovila Terra UNA, na Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais, onde ela criou a série “Ovo-Mundo”, em 2019, que resultou em esculturas de terracota e um vídeo com 2’10, presentes na exposição.

A mostra “Gestos de Contato” fica em cartaz até 28 de janeiro.

 

Sobre a artista

Liana Nigri nasceu em 1984, no Rio de Janeiro. É artista visual baseada no Rio de Janeiro. Sua pesquisa chama a atenção para a presença do corpo da mulher, uma observação íntima de marcas que evidenciam traços de tempo, experiências, contatos ou traumas. Encontrando voz dentro do espaço vazio de dobras da pele. Anualmente participa de residências artísticas, como LabVerde na Amazônia, “From the Laboratory to the Studio”, em Nova York, “In Context”, na Romênia, Terra Una, na Serra da Mantiqueira, e Despina, no Rio de Janeiro. Em breve será mestre do curso de “Estudos Contemporâneos das Artes” pela UFF, onde investiga a ideia de “Gestos de contato: corpo-matéria”.

 

Sobre Nadam Guerra

Artista e doutor em artes com a tese “Como tornar-se um Artista Mago”, Nadam Guerra é professor na EAV Parque Lage e no Instituto de Artes da UERJ. Coordena o programa de residência para artistas da Ecovila Terra UMA, na Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais, que desde 2007 já recebeu mais de 200 artistas para imersão em contexto rural e florestal. Fez as exposições individuais: Pintura da Lua (2020), Galeria Archidy Picado, em João Pessoa (2018); Paço Imperial, no Rio de Janeiro (2016); Galeria Luciana Caravello, Rio de Janeiro (2015); Centro Cultural Banco do Nordeste Fortaleza (2015); e Galeria do IBEU, Rio de Janeiro (2013). Tem obras em parceria com outros artistas como Michel Groisman (coletivo DESMAPAS) e Domingos Guimaraens, com quem criou em 2003 o Grupo UM, e o coletivo Opavivará!. Tem trabalhos nas coleções MAM Rio e Museu de Arte do Rio. Entre as exposições coletivas recentes, participou: SIART Bienal da Bolívia Literatura exposta, e Casa França Brasil, no Rio de Janeiro (2018); Alucinações à beira mar, MAM Rio (2017-19); Trust in Fiction, no CRAC Alsace (Centre art contemporain), em Altkirch, França, e Das Virgem em cardumes, no Museu Bispo do Rosário, Rio de Janeiro (2016); 1ª. Bienal do Barro, em Caruaru, Pernambuco; Colloque international Performances, no Musée d’Art Contemporain, Marselha, França; Arte Actual, México (2014). Foi curador de festivais e eventos de performance como Cinema Manual Convida (Espaço Sesc, 2003), Visor (vários locais, 2004 – 2005), V::E::R, (2005 – Parque Lage, 2011 – Terra UNA), Sara-há (Saracura, 2016), Panorama de Dança (2017) e Corpos Críticos (2018, 2019).

 

Universo lúdico de descobertas

12/jan

 

Em exibição na Casa do Parque, Alto de Pinheiros, São Paulo, SP, a exposição de Leando Muniz, “Domingo” encontra-se em seus últimos dias. Resguardar a importância do contato entre o mundo da arte e a produção, aliando a criação ao processo de desenvolvimento do produto e a adequação do mesmo nas diversas situações socioeconômicas, são aplicadas e subvertidas de diversas maneiras na arquitetura doméstica brasileira.  Revisitando a estética dos quintais, que comumente cumprem a função prática de não apenas serem um espaço de lazer mas, sobretudo, de serviço, a exposição “Domingo”, de Leandro Muniz, explora, com uma nova série de pinturas diretamente nas paredes do espaço expositivo e outras  realizadas sobre tecidos de tricoline, um universo lúdico e de descobertas, ao mesmo tempo que nos coloca diante de novas formas de pensar os suportes e as maneiras de produzir arte nos dias de hoje.

Com texto crítico do curador independente, pesquisador e professor, doutorando Tarcísio Almeida, “Domingo” ocupa dois espaços expositivos da Casa, sendo eles o “Projeto 280×1020″ e “NoDeck”, ao lado de  “Amálgama do tempo”, de Flávia Ribeiro, José Spaniol e Tiago Mestre e Hoshigaki, de Mariana Serri.

 

Sobre o artista

Leandro Muniz nasceu em São Paulo, em 1993. Atua como artista e curador. Formado em artes plásticas pela USP, é assistente curatorial no MASP. Foi repórter na revista seLecT entre 2019 e 2021 e fez parte do grupo de estudos Depois do Fim da Arte, coordenado por Dora Longo Bahia. Já expôs em espaços e projetos como o Museu de Arte do Rio, Casa de Cultura do Parque, Galeria Aura, DAP Londrina, Espaço das Artes USP, Sesc, Fábrica Bhering, Casa Alagada, Ateliê397, entre outros. Foi curador das mostras Pulso (Bica plataforma, 2021), Torrente (Galeria Karla Osório, 2020), Esquadros (Partilha, 2020), migalhas (Galeria O Quarto, 2019), Lampejo (Galeria Virgilio, 2019), Disfarce (Oficina Cultural Oswald de Andrade, 2017), entre outras. Seus textos podem ser encontrados em publicações e portais como Arte que acontece, Relieve Contemporáneo, Terremoto e Revista Rosa, além de catálogos e exposições. Ministra regularmente cursos e conferências em espaços como MASP, Pinacoteca, Plataforma Zait e EBAC.