Guillermo Kuitca na Pinacoteca – SP

22/jul

A Pinacoteca do Estado de São Paulo, Luz, São Paulo, SP, uma instituição da Secretaria de Estado da Cultura, apresenta a exposição “Guillermo Kuitca: Filosofia para princesas”. Com cerca de 50 obras, entre pinturas, desenhos e uma instalação, a mostra reúne trabalhos produzidos durante toda a sua trajetória artística, desde os anos 1980 até 2013. Kuitca, nascido em Buenos Aires, Argentina, 1961, é considerado um dos mais importantes pintores latino-americanos e sua obra trata de temas como deslocamento, isolamento, solidão e representações abstratas de espaço, como mapas, planos de teatro e plantas arquitetônicas.

 

Com curadoria de Giancarlo Hannud, curador da Pinacoteca do Estado de São Paulo, os trabalhos exibidos na mostra integram coleções públicas e privadas na Europa, Estados Unidos, Argentina e Brasil. Um dos destaques da mostra fica por conta da instalaçao “Le sacre”, (A sagração), de 1992, que ocupará o Octógono, espaço central da Pinacoteca. Formada por 54 camas, sobre as quais foram pintadas mapas de diversos lugares do mundo, “Le sacre” pertence ao Museum of Fine Arts de Houston, e já foi apresentada em museus como IVAM Centre del Carme, Valencia, em 1993, Fondation Cartier, Paris, em 2000 e o Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Madri, em 2003. “Le sacre, obviamente é um desenvolvimento do meu trabalho com colchões, retomando a primeira obra que fiz com esse objeto, uma série de três colchões que foi mostrada na Bienal de São Paulo de 1989. As camas de Le sacre são menores do que camas de verdade, por isso às vezes são chamadas de “camitas”. Eu queria brincar com a perspectiva e o tamanho das coisas; não estamos tão próximos delas quanto pensamos. Eu queria um olhar ampliado de algo, como a cama, um objeto tão próximo quanto nosso próprio corpo, para então visualizá-la dentro da casa, a casa dentro da cidade, e a cidade dentro do mapa. Um zoom que se aproxima cada vez mais, ou se afasta cada vez mais”.

 

 

Sobre o artista

 

Guillermo Kuitca é um dos principais artistas argentinos e começou seus estudos artísticos na década de 1970, no ateliê de Ahuva Szlimowicz. Radicado em Buenos Aires, tem uma carreira internacional de grande projeção, já tendo representado a Argentina na Biennale di Venezia, 2007. Também participou da Documenta IX, em 1992, e mais recentemente, em 2010, seu trabalho foi tema de uma retrospectiva intitulada “Guillermo Kuitca: Everything, Paintings and Works on Paper, 1980-2008″, que passou pelas seguintes instituições norte-americanas, Miami Art Museum, o Albright-Knox Art Gallery, em Buffalo, o Walker Art Center, em Minneapolis, e o Smithsonian Hirshhorn Museum and Sculpture Garden, Washington, D.C.

 

 

Até 02 de novembro.

Fotos inéditas na Anita Schwartz

Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, inaugurou exposição do consagrado fotógrafo alemão Thomas Florschuetz, que exibe nesta primeira exposição individual no Rio de Janeiro, 12 fotografias inéditas, em grandes formatos, produzidas entre 2008 e 2014. O artista, que se divide entre Berlim e o Rio de Janeiro, passou a integrar recentemente o time de artistas da galeria. Thomas Florschetz possui obras em importantes coleções, como MoMA, em Nova York; Maison Europeénne de la Photographie, em Paris; Museum of Fine Arts, em Boston e em Houston; National Museum of Photography, em Copenhagen; Museum of Contemporary Art, em Oslo; Staatliche Museen zu Berlin, entre muitas outras. Conhecido pela série “Early Bodyfigures”, na qual fez montagens de imagens de seu corpo, documentando uma espécie de performance em que revela várias partes de si mesmo, Thomas Florschuetz atualmente tem se concentrado em capturar uma experiência fragmentada de formas e espaços arquitetônicos e naturais. Na Anita Schwartz Galeria de Arte serão apresentadas 12 fotografias com tamanhos que chegam a 180cm x 225cm, e que ocuparão todo o espaço expositivo da galeria. As obras são de duas séries distintas: “Enclosure”, de fotografias relacionadas à arquitetura, com a qual o artista vem trabalhando desde 2001, e “Sem título”, com imagens tiradas na Índia, do torso de pessoas na rua.

 

 

Até 23 de agosto.

Marcelo Campos/Piti Tomé bate-papo na MUV Gallery

A artista Piti Tomé e Marcelo Campos, que assina a curadoria da mostra “entre uma e outra coisa todos os dias são meus”, participarão de um bate-papo na MUV Gallery, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ. Piti Tomé é artista visual e trabalha com fotografia, vídeo e instalação. Sua pesquisa abrange questões sobre a memória: a infância e o tempo. Na mostra, ma qual apresenta seis obras inéditas, Piti aborda a infância, o desaparecimento e a luta contra o esquecimento da memória. A artista trabalhou em cima de fotos que vem de diversos lugares e feiras de antiguidades, dando para este material um novo significado. São impressões sobre as folhas, com folhas desmembradas de livros médicos, dicionários estrangeiros, fazendo um jogo de palavras com as imagens, introduzindo objetos tridimencionais, sempre lembrando ausência e memória, ou a falta dela nas pessoas.

 

Dia: 31 de julho, quinta-feira, às 19h30.

 
A exposição continuará aberta para visitação até o dia 08 de agosto.

Mesa-redonda e Lançamento

21/jul

A Galeria Mamute, novo espaço de arte contemporânea, situado no centro histórico de Porto Alegre, RS, convida para mesa-redonda com os artistas residentes Andreia Vigo, Nelton Pellenz, Walter Karwatzki e a curadora Niura Borges.  Serão abordados o processo criativo e as produções desenvolvidas durante o projeto de residência artística  em vídeo da Galeria Mamute, a “Videoresidência Território Expandido”.

 

Neste mesmo dia ocorrerá o lançamento do catálogo do projeto e DVD com as obras dos artistas.  “Videoresidência Território Expandido” foi contemplado  com o Prêmio Rede Nacional Funarte Artes Visuais 10ª Edição.

 

 

Local: Galeria Mamute, Rua Caldas Júnior, 375, dia 23 de julho, às 18h.

 

Duas mostras na Emma Thomas

18/jul

A Galeria Emma Thomas, Jardins, São Paulo, SP, promove a abertura de duas exposições individuais. A saber: na Sala 1, Luiz Ernesto exibe “Pintura Muda”  e na Sala 2, Susana Bastos comparece com “Eixo”.

 

 

 

Sobre a pintura de Luiz Ernesto

 

Inventário dos objetos sós | Agnaldo Farias

 

 

À Má,

que ama

os objetos

 

Prato, espelho, copo, guarda-chuva, despertador, garrafa, lápis… Luiz Ernesto prossegue em seu inventário de objetos comuns, particularmente os que povoam nossas casas, membros imprevistos da nossa família, que vão chegando trazidos por nós mesmos ou presenteados ou ainda esquecidos por aqueles que nos visitam, vai saber como, quais são as rotas que eles traçam pelo mundo. Mas vão chegando e permanecendo, às vezes em razão de um interesse nosso por uma atividade qualquer, uma tarefa urgente que nos obriga a comprar matéria prima e instrumentos, e há também os que restam de gostos abandonados, produto dessa inexplicável ternura que em certos momentos da vida devotamos por uma determinada classe de coisas, um desejo de apego que também é a manifestação de uma vontade de estender nossos domínios. O elenco desses objetos é virtualmente infinito, a começar pelas roupas, nossa pele portátil mais à mão, que não mais usamos e que sempre nos esquecemos de dar, que se quedam quietas, suspensas e encerradas nos armários tendo aos pés o couro suado dos sapatos, enchendo-se de pó e da morrinha que inutilmente tentamos minimizar pelo recurso as flores secas que recheiam os sachês acetinados.

 

 

Os objetos contam com a nossa desatenção para continuarem por ali, coabitando nosso espaço; sobrevivem a nossa volta em parte porque nunca lhes deitamos a vista mas também porque adiar é uma prática doméstica. Por outro lado, há que se considerar sua notável habilidade no exercício da fuga e ocultamento, o quanto se esgueiram por debaixo e detrás dos móveis, no fundo das gavetas, como se refugiam cômodos nas prateleiras mais altas, como se prestam ao contato íntimo e promíscuo com outros objetos, transformando-se em tralha triste, socada e amafumbada no interior das caixas empilhadas nos porões, sótão, garagens e nos quartos denominados, a propósito, quartos de despejo.

 

 

Há anos Luiz Ernesto vem pensando os objetos, colocando-os em suspensão. Toma coisas comuns, um prato de porcelana com a borda ornamentada por um relevo; dois guarda-chuvas pendurados lado a lado na parede, a espera de serem utilizados; um copo de plástico, desses cuja textura canelada sequer consegue impedir que se deforme quando o pegamos para beber água; um despertador de corda azul, de pé e de costas, ostentando as pontas achatadas das engrenagens com as quais acertamos seu funcionamento; uma folha de papel pautado, arrancada do caderno espiral e levemente amassado; um espelho que parece refletir uma cortina, que em lugar de abrir uma passagem, veda-a.

 

 

Os objetos são, como se vê, simples, mas o artista trata-os como se não fossem, ao contrário, como se fossem magníficos, resultado de uma operação longa e calculada, que principia sempre com uma fotografia, vale dizer, a escolha de um objeto, a construção de um ângulo e de uma pose, o retrato. A imagem sempre sofre uma edição: o objeto é eviscerado de seu contexto, separado da mesa, parede etc, em que foi fotografado. Embora a nitidez da imagem seja preservada, ela é fixada numa superfície turva constituída de fibra de vidro e resina epóxi. Sai assim do espaço real para ocupar o espaço pictórico, o espaço da linguagem, o espaço de produção da realidade.
Do objeto à imagem, da imagem à pintura, cada objeto selecionado por Luiz Ernesto, subtraído de seu contexto, sobra solitário. Somente ele e a luz que acusa sua presença. Pousado num lugar quase abstrato, um quadrilátero com pretensões de neutralidade não fora os rumores que atravessam seu corpo leitoso, manchando-o, desmentindo sua aparência atmosférica, deixando-o palpável o suficiente para que os objetos se acomodem nele e possam deitar suas sombras. Sob a luz, cada objeto é uma fábrica de produzir sombras.

 

 

O que são, afinal, os objetos? o que trazem consigo, embutidos? que sorte de enigmas? o quê e o quanto revelam? Indagações como estas flutuam sobre cada uma dessas pinturas.

 

 

Os objetos estão em repouso, estáticos, reluzentes em sua solidão montada sobre uma superfície que oscila entre nuvem e pedra, parede caiada e céu pesado, quase chão. Daí enigmáticas, daí magníficas. Esse lugar que as imagens ocupam paira acima de onde estamos, e converte-se em território propício a sugestões e devaneios, que o artista fertiliza através da inclusão de textos.

 

 

Luiz Ernesto vem abrindo um caminho singular no âmbito da pintura. Antes exclusivamente dedicada a representação de objetos, a partir do começo da década passada sua pintura passou a incluir palavras isoladas, verbos e substantivos. A incorporação da linguagem verbal, de natureza abstrata, coincidiu, como forma de compensação, com o tratamento cada vez mais “objetual” que ele passou a dar a sua pintura, trocando a tela de tecido convencional por planos realizados a partir de fibra de vidro, construídos a partir de sucessivas camadas de resina. Ao invés do suporte clássico, o tecido de linha à lona esticada no chassis, tema final das investigações pictóricas pertencentes ao alto modernismo, expresso nas pinturas monocromáticas, nas telas cortadas por Lucio Fontana, o artista optou por uma matéria-prima própria a indústria, amplamente utilizada em automóveis, pranchas de surfe, ainda que passível de ser trabalhada artesanalmente.

 

 

A presença de sentenças organizadas em desenhos próprios a poesia, algumas semelhantes a haikais, significou uma alteração substantiva de seu projeto original, transformando sua pintura em pintura-poesia, algo aparentado com o projeto “verbivocovisual”, nascido na esteira de James Joyce, responsável pelo termo, aqui instaurado pelos poetas Haroldo e Augusto de Campos, Décio Pignatari, José Lino Grunewald e Ronaldo Azeredo, e que visava garantir a integração entre som, sentido e visualidade. Em Luiz Ernesto, contudo, a imagem é mantida, prova de sua força e irredutibilidade e, conquanto suas poesias sejam cuidadosas no que se refere à forma e conteúdo, sua novidade consiste em confrontar os dois, ícone e símbolo, imagem e palavra, fazendo com que do entrechoque os sentidos se proliferem. Colocando-os juntos – justapostos, lado a lado, um sobre o outro etc, fica-se sem saber o que nasce antes, o que equivale a dizer que o trânsito entre ambas linguagens, entre imagem e texto, fecunda-as. Como prova, basta o exemplo do copo frágil, matéria branca sobre campo branco, parcialmente tomado pela sombra que se prolonga numa lâmina, por efeito da luz que incide sobre ele, e o jogo de palavras produzido pelo vocábulo “ínfimo”, com seu primeiro “i” retraído, grave, em contraposição a claridade de “dia”, contida no interior da palavra que fecha o verso.

 

 

O apuro em calibrar os poemas, garantindo que não se reduzam a legendas das imagens, espraia-se na série de fotografias que o artista apresenta nessa sua nova exposição, um benvindo desdobramento dessa pesquisa poética fundada no despojamento, na eloquência do silêncio e da solidão.

 

 

O amontado de lápis remete a queda e desarranjo do feixe em que anteriormente estavam organizados. Um acidente e, consequentemente um embaralhamento de cores, todas elas comedidas em seus corpos longilíneos exatos. Texto e imagem enlaçam-se na construção de um resultado que, não obstante sua fixidez, reconduz ao movimento ocorrido, a dança compreendida como a fonte de um arco de cores que jorra pelo ar.

 

 

Em várias dessas fotografias os objetos não estão a sós com as palavras, mas apresentados na situação em que estavam quando de seu registro. Os corpos e cores dos textos, dos objetos retratados e dos lugares em que estavam, chegam-nos juntos, e a tudo isso, a essa interpenetração de dimensões basculantes, ensina-nos Luiz Ernesto, chamamos espaço. Como acontece com o corpo liso e reflexivo da garrafa que condensa e expande o azul para o alto, em direção ao céu, para os lados, parede e mesa, fazendo desta a borda de um mar no qual flutua, horizontalmente exata, o verso hendecassílabo que afirma a poder dos objetos, por pequenos que sejam.

 

 

 

Sobre os trabalhos de Susana Bastos

O estágio de ser  por Luciana Garcia-Waisberg

 

 

Uma muda não é uma planta. Ela é o estágio de ser uma planta. Uma muda não se apreende, pois o que ela é agora já não será no próximo instante. Nem sempre é bela, pois seu desenho não possui um contorno definido. Sua forma poderia representar perfeitamente a esperança, na medida em que ela abrange a liberdade do começo de um ciclo e o frescor do futuro em aberto.

 

 

Em sua exposição Eixo, Susana Bastos apresenta um conjunto escultórico resultante de um processo de investigação de formas e espaços que evocam o limiar entre natural e artificial, entre perfeição e imperfeição, entre pureza geométrica e sensualidade orgânica.

 

 

Bagos de sementes, mudas de plantas e galhos secos fazem parte deste conjunto, onde cada instalação apreenderá um tempo contido no estágio de ser alguma coisa: De ser forma, de ser ideia, de ser matéria. E também de ser sonho, de ser esperança, de ser história.

 

 

Do sonho em ser semente, da esperança em ser muda e da história escrita por um galho seco, o tempo passa incessantemente em torno de eixos. O relógio conta o tempo, o planeta percorre o tempo e o homem define seu tempo. Em torno de eixos, o tempo passa e dá forma à história de todos os tempos. Em torno de eixos, ciclos se renovam.
Dos sete mil carvalhos semeados por Joseph Beuys às casas partidas ao meio por Gordon Matta-Clark, o estágio de ser é lidar permanentemente com algo novo, ora substituindo o passado, ora fissurando o presente, ora lançando esperança ao futuro, para poder trazer de volta (ao eixo) uma nova ordem que constrói, destrói e renova o ciclo espaço-temporal das coisas. E viver será sempre existir de novo, pois o que é agora será outra coisa daqui a pouco.

 

 

 

Até 21 de agosto.

Cultura visual urbana

Grafite e intervenção urbana são dois dos mais badalados fenômenos de cultura e de contracultura mundial. Este dois fatores têm encontro marcado na Onda Carioca, CasaShopping, Barra da Tijuca, RJ. São obras inéditas de seis artistas contemporâneos – Antonio Bokel, Joana Cesar, Mario Brands, Marcelo Macêdo, Pedro Sanchez e Piá (Marcio Ribeiro). Todos eles, de relação muito próxima com a arte urbana do Rio de Janeiro, criarão suas obras diretamente no local.

 

A mostra tem curadoria da Vanda Klabin. Cada artista terá liberdade para trazer as suas diversas soluções visuais, as técnicas que usam e suas múltiplas observações estéticas. “Eles vão reproduzir aquilo que os consagrou no cenário nacional: as suas trajetórias, registradas nos muros da cidade, que mostraram, ao longo dos últimos anos, uma natureza efêmera e transitória, com associações, afinidades, ou oposições entre as suas mais diversas formas de linguagem e de técnicas”, diz Vanda Klabin.

 

“A arte de rua e o grafite questionam o espaço público e exercem um papel importante no ambiente visual cultural no cenário urbano”, diz Francisco Grabowsky, diretor geral do CasaShopping. Para ele, a criação desse espaço no CasaShopping é uma marca poética na memória pública da cidade. “É uma forma de demonstrar a importância da iniciativa privada no circuito cultural e no incentivo da produção da arte contemporânea”, explica.

 

 

A partir de 19 de julho.

Investigações formais na Marcelo Guarnieri

17/jul

A exposição “Estrutura Quadro: Revisão e Desdobramentos”, exposição individual de Marcus Vinicius pode ser conferida na Galeria de Arte Marcelo Guarnieri, Jardins, São Paulo, SP.

 

Em sua primeira exposição na unidade de São Paulo da Galeria de Arte Marcelo Guarnieri, Marcus Vinícius exibe seu recente trabalho de pesquisa “Estrutura Quadro: Revisão e Desdobramentos”. Num total de 34 obras, divididas em 06 séries diferentes – “Listrados”, “Arrimados”, “Emendados”, “Acidados”, “Alumínio” e “Constructos”, o artista reafirma a característica e urgência de seu trabalho autoral: a investigação da “Estrutura Quadro”. O conceito nasce do processo do artista em retrabalhar o objeto quadro, a partir de sua estrutura e funcionalidade conhecidas, mas investindo-o em diversas possibilidades estéticas, com o uso de novos materiais.

 

No processo contínuo de investigação, a partir de problemas que surgem durante o caminhar, Marcus desenvolve soluções técnicas, formais e conceituais, que apontam desdobramentos. “Antigamente os trabalhos partiam de projetos prévios, mas agora os projetos são posteriores ao início do trabalho. O projeto vai acontecendo para resolver um trabalho iniciado, quando necessário”, aponta o artista.

 

Para a exposição “Estrutura Quadro: Revisão e Desdobramentos” – com obras com dimensões que variam de pequenos a grandes formatos, Marcus Vinícius retoma três séries desenvolvidas ao longo dos últimos 10 anos, os “Emendados” de 2001, os “Arrimados” de 2003 e os “Listrados” de 2004, além de sua produção experimental recente.

 

Entre as novidades para a exposição, destaque para os trabalhos acidados, alumínio, emendados e listrados. Nos “Acidados”, ácido sobre vidro transparente que recebe jateados e adesivos coloridos. Pequenos espaços criados pelos adesivos enfatizam a capacidade da obra em criar uma relação de fosco e reflexo; uma sensação ambígua de espaço e de interferência da cor do adesivo no vidro transparente. Nas obras em “Alumínio”, estruturas construídas com chapas de forro de alumínio escovado e vidro conferem importância ao material; a propriedade do material incorpora reflexos de cor e do entorno, ativando um espaço interno da obra.

 

Nos “Emendados”, quadros independentes juntam-se para compor uma única obra. A montagem horizontal do quadro cria um dinamismo entre as partes, formando uma unidade que só pode ser percebida através do deslocamento do olhar e do observador. Obras construídas em MDF, os quadros “Listrados” recebem vidros incolores apoiados, que são projetados para frente. Além do contraste entre o MDF pintado e os vidros coloridos, os projetados refletem o ambiente que circunda a obra.

 

Ao utilizar a cartela de cores de catálogo, as obras do artista refletiram a sua preocupação com uma linha de abordagem industrial e construtivista.

 

 

De 26 de julho a 23 de agosto.

artevida programação múltipla

16/jul

Com as três inaugurações de sábado, 19 de julho, a exposição “artevida” se completa. Ela tem quatro seções, sendo as principais “artevida” (corpo), na Casa França-Brasil, Centro, Rio de Janeiro, RJ, já em cartaz, e a do MAM-RIO, Parque do Flamengo, “artevida” (política). Este segmento é o mais pungente, com 160 trabalhos de 54 artistas. “artevida” é produzida pela ENDORA Arte Produções. Leia mais abaixo as informações gerais sobre esta segunda fase, com mais a instalação inédita de Georges Adéagbo, artista do Benin, premiado na Bienal de Veneza, no Parque Lage, e o Arquivo da argentina Graciela Carnevale, na Biblioteca Parque Estadual. Em cartaz até 21 de setembro, artevida é uma realização da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro com patrocínio de Itaú e Petrobras. A curadoria é de Adriano Pedrosa e Rodrigo Moura

 

 

Aberturas da segunda fase: sábado,19 de julho
15h – artevida (arquivo) Arquivo Graciela Carnevale, na Biblioteca Parque Estadual
17h – artevida (política), coletiva com 54 artistas, no MAM Rio
19h – artevida (parque), instalação inédita do beninense Georges Adéagbo, nas Cavalariças do Parque Lage

 

A exposição artevida, sob curadoria de Adriano Pedrosa e Rodrigo Moura,  se completa sábado, 19 de julho, com a abertura de artevida (política) no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, do Arquivo Graciela Carnevale na Biblioteca Parque Estadual e da instalação inédita do artista do Benin Georges Adéagbo nas Cavalariças do Parque Lage.

 

artevida, com 110 artistas e 350 obras do Brasil, Leste Europeu, Ásia, África, Oriente Médio e América Latina, é uma realização da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, com patrocínio de Itaú e Petrobras.

 

artevida (política), no MAM Rio, reúne cerca de 160 obras de 54 artistas, feitas sob regimes autoritários ou em resistência a eles, organizadas em tópicos como feminismos e racismo, democracia e eleições, mapas e bandeiras, guerra e violência, greves e revoluções. Este é um dos eixos principais da mostra, ao lado de artevida (corpo), em cartaz desde 27 de junho, na Casa França-Brasil.

 

Pensando na vocação de cada espaço, os curadores pautaram para a seção artevida (arquivo) coleções de artistas como o de Paulo Bruscky, inaugurado em 27 de junho, e o da argentina Graciela Carnevale (1942), do Grupo de Arte de Vanguardia de Rosario, que abre ao público em 19 de julho. No arquivo da artista, fotografias, documentos e recortes de jornais registram a agitação da cena artística da avant-garde argentina nos anos 1960.

 

Nas cavalariças do Parque Lage, no segmento artevida (parque), o artista beninense Georges Adéagbo começou, na sexta-feira, a montagem de sua instalação com itens que trouxe e com o que está comprando em brechós cariocas. Ele escolheu para esta obra inédita refletir sobre a relação África-Brasil, o fotógrafo francês Pierre Verger e a documentação da diáspora africana.

 

No palacete do Parque Lage, já aberto ao público, estão a instalação “RED [Shape of Mosquito Net]”, de 1956, da japonesa Tsuruko Yamazaki (1925) suspensa à beira da piscina, e trabalhos de Martha Araújo – peças de vestuário em tecido e velcro que permitem interatividade quando vestidas, e fotos de registros de performances com as roupas, no início dos anos 1980. O público pode vestir macacões com velcro da artista e colar o corpo na rampa de carpete.

 

 

Artistas de artevida (política), por ordem alfabética:

 

Abdul Hay Mosallam, Anna Bella Geiger, Anna Maria Maiolino , Antonio Caro, Antonio Dias, Antonio Manuel, Aref Rayess, Artur Barrio, Beatriz González, Bhupen Khakhar, Birgit Jürgenssen, Carlos Ginzburg, Carlos Vergara, Carlos Zílio, Cecilia Vicuña , Cengiz Çekil, Cildo Meireles, Cláudio Tozzi, Clemente Padín, Emory Douglas, Gavin Jantjes, Goran Trbuljak, Gülsün Karamustafa, Hélio Oiticica, Horacio Zabala, Ion Grigorescu, Jo Spence, John Dugger, Juan Carlos Romero, Julio Plaza, Letícia Parente, Liliana Porter, Lotty Rosenfeld, Luis Camnitzer, Luis Fernando Pazos, Lygia Pape, Lynda Benglis, Margarita Paksa, Martha Rosler, Maurício Nogueira Lima, Mladen Stilinović, Nancy Spero, Nicola L., Nil Yalter, Oscar Bony, Paulo Bruscky, Rachid Koraïchi, Ricardo Carreira, Sanja Iveković, Sue Williamson, Teresa Burga, Teresinha Soares, Wanda Pimentel, Wesley Duke Lee.

 

 

Locais

 

Biblioteca Parque Estadual
Av. Presidente Vargas 1261 | Centro – RJ

Terça a domingo,  10 às 20h. Grátis.

 

Casa França-Brasil

Rua Visconde de Itaboraí 78 | Centro – RJ |

Terça a domingo, 10 às 20h. Grátis.

 

Escola de Artes Visuais do Parque Lage
Rua Jardim Botânico 414 | Jardim Botânico – RJ
Palacete: Segunda a quinta, 9 às 19h; sexta a domingo, 9 às 17h. Grátis
Cavalariças: Diariamente, das 10h às 17h. Grátis.

 

 

Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Av. Infante Dom Henrique 85 | Parque do Flamengo – RJ
Terça a sexta, 12 às 18h. Sábados, domingos e feriados, 11h às 18h.
(a bilheteria fecha às 17h30). R$ 14

Djanira na Caixa Cultural-Rio

09/jul

A Caixa Cultural, Centro, Rio de Janeiro, RJ, exibe “Pintora descalça”, um conjunto de obras de Djanira. Artista quase sempre autodidata, a paulista Djanira da Motta e Silva (1914-1979) chegou a ter aulas com o pintor Emeric Marcier e frequentou por algum tempo o Liceu de Artes e Ofícios no Rio, mas não foi além disso. À margem da academia, inscreveu seu nome na história da arte brasileira, ancorada em uma obra muito particular – marcada por enorme riqueza cromática, temas nacionais e uma então inusitada mescla de figuração e geometrismos. No ano em que ela completaria um século de vida, sua trajetória é celebrada na individual Pintora Descalça. A Caixa Cultural abriga 37 obras, a maioria pinturas a óleo, acrílicas e guaches, sobre variados suportes. Tema caro a Djanira, o universo dos trabalhadores surge em boa parte da seleção, como em Mineiros de Carvão (1974) e Trabalhadores da Cana (1966), uma eloquente mostra do seu talento. Santos, paisagens, retratos e evocações da brasilidade (em imagens de festas juninas, por exemplo) completam o acervo.

 

 

Curiosidade: o nome da mostra, Pintora Descalça, refere-se à simplicidade e à religiosidade da artista, que fez parte da Ordem das Carmelitas.

 

Fonte: Veja-Rio por Rafael Teixeira.

 

 

 

Até 20 de julho.

 

Em sua quarta edição, o Prêmio EDP nas Artes, parceria entre o Grupo EDP no Brasil e o Instituto Tomie Ohtake, com o apoio do Instituto EDP, anuncia os 10 finalistas para concorrer aos três primeiros lugares e participar da exposição no Instituto Tomie Ohtake, Pinheiros, São Paulo, SP: Bruno Rios e Sara Não Tem Nome, de Belo Horizonte/MG; Daniel Lie, Gabriel Torggler, Janaína Wagner e Pedro Galego, de São Paulo/SP; Felippe Moraes e Rodrigo Martins, do Rio de Janeiro/RJ; Flavio Yoshida, de Goiânia/GO e Ismael Monticelli, de Cachoeirinha/RS.

 

Dos 153 inscritos, foram selecionados 23 artistas. Após entrevistá-los via skype, o júri indicou a lista dos 10 finalistas. Os jovens artistas plásticos que se inscreveram para esta edição são provenientes de 13 Estados brasileiros: 100 de São Paulo; 18 do Rio de Janeiro; 08 de Minas Gerais; 07 do Rio Grande do Sul; 04 do Distrito Federal; 04 do Espírito Santo; 03 do Paraná; 02 de Goiás; 02 do Rio Grande do Norte; 01 do Mato Grosso do Sul. 01 de Pernambuco; 01 do Ceará; 01 da Bahia, além de um holandês residente no Brasil.

 

Compuseram o corpo de jurados: Ana Luiza Bringuente (Coordenadora da Ação Educativa do Instituto Tomie Ohtake); José Augusto Ribeiro (Curador da Pinacoteca do Estado de São Paulo); José Spaniol (Artista e Professor Universitário); Juliana Freire (Galerista da Galeria Emma Thomas); Olívia Ardui (Curadora do Núcleo de Pesquisa e Curadoria do Instituto Tomie Ohtake) e Virgílio Neto (Artista e 1º Lugar da 3ª Edição do Prêmio EDP nas Artes).

 

Os três vencedores, que serão anunciados na abertura da mostra, terão sua produção acompanhada por críticos durante um ano. Caberá ainda ao primeiro colocado uma bolsa de dois meses no The Banff Centre, no Canadá, ao segundo uma viagem ao exterior, pelo programa Dynamics Encounters, e ao terceiro cursos no Instituto Tomie Ohtake. Na edição anterior, em 2012, os vencedores foram o brasiliense Virgílio Neto (1º lugar), seguido pelo sergipano radicado em São Paulo Alan Adi (2º lugar) e pelo paulista André Terayama (3º lugar), enquanto a carioca Fernanda Furtado recebeu a menção honrosa. O vencedor Virgílio Neto ressalta o avanço que o Prêmio EDP nas Artes proporcionou à sua carreia:

 

“Quanto ao Prêmio EDP, há duas coisas que são importantes destacar. Uma é ter o seu trabalho exposto para um júri, para pessoas que estão no sistema da arte, mostrar e conversar com essas pessoas. A outra é participar de uma exposição, principalmente no Instituto Tomie Ohtake, um lugar muito importante para o circuito e que dá visibilidade nacional. Além disso, tem a troca e o diálogo com outros colegas artistas. Já Banff foi a primeira grande residência que fiz, nunca tinha ido para a América do Norte. Foram dois meses de contato íntimo com o meu trabalho, porque lá você fica isolado e com toda uma infra-estrutura disponível para produzir e pensar sobre a sua obra. Há um grande respeito ao artista. A exposição que fiz depois, pela Funarte, surgiu, em grande parte, a partir dessa residência, dessa experiência”.

 

O prêmio replica a experiência do Grupo EDP em desenvolver talentos nas artes plásticas. As edições anteriores nos mostraram que há jovens com grande potencial, mas sem oportunidades para projeção neste cenário.

 

 

 

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Sobre o Instituto EDP

 

Instituição sem fins lucrativos responsável pelo desenvolvimento e coordenação das ações ambientais e sócio-culturais da EDP e suas controladas.
Sobre a EDP Energias do Brasil

 

EDP Energias do Brasil, que adota a marca EDP, é a holding que consolida ativos de energia elétrica nas áreas de geração, comercialização e distribuição (EDP Bandeirante e EDP Escelsa). É controlada pela EDP Energias de Portugal.

 

 

Sobre o Instituto Tomie Ohtake

 

O Instituto Tomie Ohtake, inaugurado em 2001, em São Paulo, é referência na América Latina por seu espaço diferenciado para exposições e por sua forte atuação no campo das artes no Brasil e no exterior. Suas exposições já conquistaram vários prêmios, entre os quais: ABCA – Associação Brasileira dos Críticos de Arte, como a melhor do Brasil de 2004; APCA – Associação Paulista dos Críticos de Arte, como melhor exposição de 2007; ABCA – Associação Brasileira dos Críticos de Arte pelo conjunto da programação, em 2007; APCA – Associação Paulista dos Críticos de Arte melhor iniciativa cultural pela programação, em 2008; APCA – Associação Paulista dos Críticos de Arte melhor exposição obra gráfica e indicação Prêmio Bravo melhor programação cultural, em 2009.

 

 

 

Inauguração da exposição e anúncio dos vencedores: 03 de outubro.

 

 

Exposição: Até 26 de outubro.