Cartografia

10/mai

Rodrigo Torres está entre os artistas participantes da exposição coletiva “Mapas, Cartas, Guias e Portulanos”, Sala de Arte Santander, na Avenida Juscelino Kubitschek 2235, térreo, São Paulo, SP. A exposição traz um conjunto de mapas originais dos séculos XVI a XVIII do núcleo de cartografia da Coleção Santander Brasil, em um diálogo instigante com obras contemporâneas que se relacionam com questões como o mapeamento do espaço, das fronteiras, dos deslocamentos e fluxos territoriais, econômicos, culturais e subjetivos.

 

Com curadoria de Agnaldo Farias, a mostra ressalta o valor desse conjunto único que integra a coleção, ao mesmo tempo em que revela um olhar em sintonia com o contemporâneo, o que vem sendo uma preocupação do Santander em todas as suas ações culturais. Acreditamos que entender nossa trajetória histórica e refletir sobre o mundo em que vivemos contribui para desempenhar melhor nosso papel na sociedade, como organização e como indivíduos.

 

A cartografia dos séculos XVI a XVIII teve um papel fundamental para o conhecimento e domínio do território, bem como para difundir a imagem do Novo Mundo por toda a Europa. Hoje, é a arte contemporânea que dissemina, de modo poético e crítico, múltiplas ideias, visões e interpretações sobre o nosso país e nosso tempo.

 

A mostra apresentará 58 obras, sendo 10 mapas pertencentes à Coleção Santander Brasil, destacando-se o mais antigo de 1556, de autoria de Giacomo Gastaldi, que representa a costa brasileira.

 

 

Até o final de junho.

Virgilio Neves na Vila Nova

 

A definição da palavra “Volatilismos” não existe na língua portuguesa mas foi o termo que o artista plástico Virgílio Neves encontrou para definir a sua mais recente produção, composta por 11 telas, na Galeria Vilanova, Vila Nova Conceição, São Paulo, SP, com curadoria de Bianca Boeckel. Para ele, o desenho pode ter uma ação transformadora sobre o peso da tela e da pintura. Por isso, ao tentar redimensionar os diversos elementos que compõem uma pintura e intensificar a ação das linhas na superfície dela, Virgílio alcançou a sensação de leveza que buscava.

 

Entre 2013 e 2014 o artista usou canetas permanentes para criar sobre suas pinturas uma espécie de fragmentação visual com as linhas, gerando um certo efeito hipnótico que acabou dando nome à sua primeira individual:  “Hipnoses”. A partir de 2015, o trabalho ganhou um outro rumo. As canetas permanentes procuraram extrair da tela o peso imposto pelo pigmento, pela composição, pelas cores, pelas formas e pelos volumes. Foi um processo inusitado, que exigiu uma releitura e uma nova pesquisa de trabalho por parte do artista.

 

“As cores, por exemplo, tornaram-se menos vibrantes e mais densas do que nos trabalhos anteriores. As formas, mais volumosas e fechadas. Ao envolver as superfícies das telas com as linhas brancas das canetas permanentes, as formas se ‘ergueram’, criando uma espécie de volatilidade do todo. E ao modular ainda mais as linhas em curvas, interferi também na velocidade delas, proporcionando ao olhar uma nova relação com o tempo de observação”, define Virgílio Neves.

 

As linhas continuam sendo o elo entre dois momentos artísticos de Virgílio, mas a temática ganhou uma outra intenção, em função desse novo percurso.  “Em “Hipnoses”, sua série anterior, o olhar se diluiu ao redor de todo o campo visual; na inédita “Volatilismos”, o olhar ganhou um percurso, uma direção ascendente”, explica Bianca Boeckel, curadora da mostra.   Para Virgílio Neves, a temática se desdobrou para um novo campo de ação: “a busca pela leveza do todo na superfície da tela, como se o objetivo maior fosse torná-la mais leve que o ar. E é engraçada a ironia de se chegar à impermanência das formas usando canetas permanentes”, completa o artista.

 

 

De 12 de maio a 11 de junho.

Iole de Freitas na Bahia

Uma das mais celebradas artistas da cena contemporânea ocupa com suas esculturas todo o espaço da Roberto Alban Galeria, Ondina, Salvador, BA, apresenta a exposição “Iole de Freitas – A escrita do movimento”, com um site specific e 12 obras, entre inéditas e históricas, da artista mineira radicada no Rio, um dos expoentes do panorama contemporâneo. Com uma celebrada trajetória que inclui exposições no MoMA de Nova York, e na Documenta 12, em Kassel, Alemanha, Iole de Freitas ocupará todo o espaço da galeria, e criará no local um trabalho com 3,5 metros de diâmetro e seis metros de altura. Em junho, será lançado um livro-catálogo da exposição, com entrevista dada pela artista a Marc Pottier, curador da exposição, em design gráfico de Bitty Nascimento e Silva. A Roberto Alban Galeria representa Iole de Freitas na Bahia.

 

Além do site specific, estarão na Roberto Alban Galeria seis obras “Sem título” feitas este ano especialmente para esta mostra, em chapas de aço inox, como as duas esculturas com 2,20 metros e 2,45 metros, e outras quatro com dimensões que variam de 75cm a 40 centímetros. As obras recentes e inéditas mantêm a mesma investigação sobre a relação entre peso e leveza – “os grandes vôos e grandes escalas”, como observa Iole de Freitas – que a artista vem desenvolvendo desde 2000, e que passaram a ser feitas, desde 2013, com chapas de aço pesadas. Ela conta que esta investigação foi “radicalizada” na exposição realizada no Espaço Monumental do MAM Rio de Janeiro, entre julho de 2015 e abril último. E é o desdobramento deste trabalho, em outra escala, que será visto na Galeria Roberto Alban. “Esses trabalhos guardam a mesma tensão interna, e a investigação entre peso e leveza, já que trabalho com pesadas chapas de aço, e não com policarbonato”.

 

O curador Marc Pottier selecionou para “A escrita do movimento” dois trabalhos de 2013, em policarbonato e tubos de aço inox, que marcaram a produção desde 2000, um deles uma coluna vertical, com 2,70 metros. Estarão ainda na exposição outros quatro trabalhos emblemáticos feitos por Iole de Freitas em 1992 e recriados em 2013, em que utiliza telas metálicas em aço inox, latão e chapa de cobre. Na entrevista que estará no catálogo da exposição, o curador indaga à artista: “por que a palavra ‘dança’ surge tantas vezes quando estamos lendo os textos sobre seu trabalho?”, e pede para que ela comente o movimento que se vê em sua obra. “De fato a ideia  de movimento está impregnada tanto nas sequências fotográficas feitas a partir de fotogramas dos filmes Super 8 e 16 mm, nos anos 70, como nas grandes instalações realizadas em 2000 no Centro de Arte Hélio Oiticica, na Documenta de Kassel em 2007 e no MAM Rio em 2015/16. Ela percorre diversos e contínuos momentos da minha linguagem até hoje”, responde Iole.

 

 

Sobre a artista

 

Nascida em 1945, em Belo Horizonte, Iole de Freitas vive e trabalha no Rio de Janeiro. Estudou na Escola Superior de Desenho Industrial no Rio de Janeiro (ESDI), em 1964 e 1965. De 1970 a 1978 viveu em Milão, Itália, onde trabalhou como designer no Corporate Image Studio da Olivetti. A partir de 1973 produz e expõe seu trabalho artístico. Entre as diversas exposições individuais e coletivas em todo o mundo destacam-se: 9a Bienal de Paris (1975); 15a Bienal Internacional de São Paulo (1981); exposição itinerante “Cartographies” (1993), na Biblioteca Luis Ángel Aranjo (Bogotá, Colômbia), no Museo de Artes Visuales Alejandro Otero (Caracas, Venezuela), na National Gallery (Ottawa, Canadá), no Bronx Museum (Nova York, EUA) e na La Caixa (Madri, Espanha); Bienal Brasil Século XX (São Paulo, 1994); a individual “O corpo da escultura: a obra de Iole de Freitas”, curada por Paulo Venancio Filho, no Museu de Arte Moderna de São Paulo e no Paço Imperial do Rio de Janeiro (1997);  Projeto de instalações permanentes do Museu do Açude, no Rio de Janeiro (1999); individual no Centro de Arte Hélio Oiticica (Rio de Janeiro, 2000), “Iole de Freitas”, no Museu Vale (Vila Velha, 2004), e “Iole de Freitas”, no Centro Cultural Banco do Brasil (Rio de Janeiro, 2005), todas com curadoria de Sônia Salzstein; 5ª Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2005). Em 2007 Iole foi convidada para realizar um projeto específico para a Documenta 12, de Kassel, Alemanha, e em 2008 apresentou seu trabalho na Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre. Em 2009/2010 expôs na Casa França-Brasil (Rio de Janeiro) e na Pinacoteca do Estado de São Paulo, e participou da mostra “O Desejo da Forma” na Akademie der Kunst, em Berlim, Alemanha. De julho de 2015 a abril último, Iole de Freitas ocupou o Espaço Monumental do MAM Rio de Janeiro com obras de sua nova pesquisa escultórica. Sua trajetória encontra-se documentada em vários textos e publicações de renomados críticos de arte. É representada pela Galeria Raquel Arnaud desde 1988.

 

 

De 18 de maio a 19 de julho.

15 mil flores

O Museu Afro Brasil, Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, Parque Ibirapuera – Portão 10 (acesso pelo portão 3), São Paulo, SP, uma instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, abriu a exposição “A Luz do Mundo onde há Fronteiras” – uma instalação do artista japonês Nobuo Mitsunashi. Utilizando o Hanazumi, uma técnica centenária japonesa, o artista queima as flores em fornos em um processo delicado, onde elas são transformadas em peças de carvão, conservando a sua forma original.

 

Quem visita o Museu Afro Brasil, certamente já viu as esculturas situadas a entrada principal da instituição. Estas esculturas são de Nobuo Mitsunashi, que desde o início do mês está trabalhando em uma majestosa instalação composta por embarcações feitas de terra, madeiras, juta, folhas e bambus, além de flores carbonizadas, na técnica Hanazumi, uma tradicional técnica japonesa que surgiu como um modo de carbonizar flores para serem apreciadas na cerimônia do chá.

 

A exposição “A Luz do Mundo onde há Fronteiras” é um trabalho especialmente desenvolvido para o espaço do Museu Afro Brasil. Mitsunashi busca estabelecer uma rede de intercâmbios com a cultura brasileira por meio de curadorias e projetos especiais. E, desta vez, o artista reuniu na cidade de Mogi das Cruzes, no famoso Casarão do Chá – um patrimônio cultural nacional – uma equipe de assistentes japoneses para auxiliá-lo na produção deste mais novo projeto que se destaca com as 15.000 rosas carbonizadas que eternizam o efêmero, ocupando um espaço de 20m x 30m. Para obter o enegrecimento das rosas que mantém sua forma original, elas são levadas ao forno a uma temperatura de 300ºC por 3 horas, descansando por mais 3 horas para resfriamento.

 

A prática do Hanazumi envolve um antigo costume, de aproximadamente 500 anos, quando frutos, flores e arbustos eram utilizados como ornamentos nas cerimônias do chá e entre samurais generais, traduzindo elegância e nobreza. Dependendo do clã, existiam pessoas especialmente incumbidas de produzir Hanazumis, sendo várias as técnicas secretas e peculiares. Neste cuidadoso processo contra o efêmero, o negrume das peças eterniza a perenidade das formas.

 

Para o artista, o diálogo com o local e sua arquitetura, bem como com as histórias que o Museu Afro Brasil comporta é fundamental. “Vou produzir a minha obra utilizando este ambiente como elemento da própria obra. Serão produzidos os navios que de leste se dirigem ao oeste, expressando desta maneira o fluxo da história. Perto da escada central serão expostas 15.000 Hanazumis de rosas que simbolizarão o descanso dos espíritos.” explica Mitsunashi.

 

Os assistentes japoneses de Mitsunashi, vindos especialmente para este projeto, são: Akari Karugane, Maho Habe, Masashi Ishikawa, Motofumi Aoki, Taku Akiyama, Takuma Asai, Tomoko Mitsunashi e Yumi Arai.

 

 

 

Sobre o artista

 

Nobuo Mitsunashi (1960) graduou-se na Universidade de Arte de Musashino, em Tóquio. É um artista, de origem japonesa, bastante conhecido no cenário brasileiro. Já realizou inúmeras mostras coletivas e individuais em São Paulo. Destacam-se a participação na 21ª Bienal de São Paulo, em 1991; a mostra realizada na Pinacoteca do Estado, em 2002, onde possui obras expostas no acervo permanente da instituição e a exposição “Hanazumi”, mostra individual realizada no Instituto Tomie Ohtake em 2005.

 

Até 10 de julho.

Bolsa de Arte, 45 anos

Ao longo de seus 45 anos de história, a Bolsa de Arte do Rio de Janeiro manteve contato com os grandes artistas brasileiros, modernos e contemporâneos, sem descuidar a nova geração emergente. Realizou dentre outras, algumas exposições individuais como as de Antônio Dias, Alfredo Ceschiatti, Iberê Camargo, Joaquim Tenreiro, Mira Schendel e Roberto Burle-Marx.

 

Quando foi criada, em 1971, a Bolsa de Arte do Rio de Janeiro apresentou uma inovação para a época: corpo de conselheiros formado por colecionadores, entre eles, José Carvalho, o fundador, e Antônio Salgado, Gilberto Chateaubriand, Hélio Beltrão, Jean Boghicci, João Condé, José Thomaz Nabuco e José Coimbra à frente da equipe. Realizou seu primeiro leilão no Copacabana Palace. Naquela ocasião o Jornal do Brasil de 28 e abril de 1971 registrou em suas páginas: “…No melhor estilo dos grandes leilões europeus, a Bolsa de Arte pretende chegar ao ponto de equilíbrio entre a criação artística e o seu valor no mercado.” Na mesma edição assinala que “…o leilão inaugural será dia 3 de maio, no Copacabana Palace. Serão oferecidas 82 obras, entre as quais diversas peças de Portinari, Manabu Mabe, Krajcberg, Darel, Antônio Bandeira, Djanira, Jenner Augusto, Di Cavalcânti, Pancetti, Volpi, Guignard, Visconti, Goeldi, Scliar, Tarsila do Amaral, Lasar Segall e Raimundo de Oliveira.” Nesse período, havia um pequeno grupo de galerias profissionais em atividade no Rio de Janeiro, o qual era formado pela Petite Galerie, mais Bonino, Ipanema e Relevo.

 

A Bolsa de Arte do Rio de Janeiro, como casa leiloeira, opera desde sua criação, especialmente em leilões de arte moderna e contemporânea, ocupando, a partir de então, o posto de agente propulsor do mercado de arte brasileiro no eixo Rio/São Paulo. Inovou no setor com a edição de catálogos, tornando-os itens de coleção. Realiza pesquisas, avaliações patrimoniais e particulares, catalogação de coleções e obras avulsas, restaurações e edições de arte. Outras de suas atribuições é a divulgação de obras de artistas nacionais dentro e fora do país, e a participação em feiras de arte. Sediada em Ipanema, Rio de Janeiro, mantém escritório nos Jardins, em São Paulo, onde realiza leilões com periodicidade e considerados pioneiros porque estabeleceram categorias específicas como os leilões de Fotografias, Design, Arte Contemporânea e Street Art. Sendo norteada por uma seleção rigorosa de obras de arte, os leilões da Bolsa de Arte do Rio de Janeiro balizam o setor. Em 1985 Jones Bergamin assume a presidência da Bolsa de Arte. Atualmente encontra-se sediada, desde 2001, nos Jardins, passando a atuar de modo efetivo também em São Paulo.

 

Entre suas realizações destaca-se em 2005, “Leilão de mobiliário do Copacabana Palace Hotel” ; exposição coletiva “Modernismo na Fotografia Brasileira”, sob a curadoria de Iatã Canabrava ; em 2008 o primeiro “Leilão de Fotografias”, com curadoria de Isabel Amado; em 2009, lançamento de novo segmento de atuação, o primeiro “Leilão de Design, Arte Contemporânea e Fotografia”, organizado por Thiago Gomide; “Leilão beneficente para a Fundação Eva Klabin”; Leilão beneficente para restabelecimento do produtor cultural Duncan Lindsay. Em 2013, “Superfície Moldulada Nº 4”, obra de Lygia Clark, tornou-se recorde de artista brasileiro vendida em leilão; colaborou com a exposição retrospectiva de Mira Schendel na Tate Gallery, Londres. Organizou em 2014 o leilão de fotografias “Paraty em Foco”; colaborou com a exposição retrospectiva “The Abandonment of Art, 1948-1988” de Lygia Clark no MoMA, NY. Realizou leilão beneficente durante a realização da ArtRio para o Hospital Pró-cardíaco no MAM e organizou, – em 2015 – , o “Leilão da Coleção Nelson Diz” em São Paulo. A obra “Vaso de flores”, de Guignard, alcança novo recorde de artista brasileiro vendida na história em leilão. Realizou leilão em benefício da Sociedade Viva Cazuza, no MAM-Rio, durante a feira ArtRio.

O triunfo da cor

A exposição denomina-se “O triunfo da cor”, abordando o pós-impressionismo: obras-primas do Musée d’Orsay e do Musée de l’Orangerie, em cartaz no CCBB, Centro, São Paulo. A mostra é uma realização em parceria com Musée d’Orsay e a Fundación Mapfre, a mostra conta com apoio do MinC, por meio da lei de incentivo à Cultura, e patrocínio do Grupo Segurador Banco do Brasil e Mapfre, BB DTVM e Banco do Brasil.

 
A exposição ocupa o térreo, subsolo, 1º, 2º, 3º e 4º andares do CCBB e apresenta 75 obras de 32 artistas que, a partir do fim do século XIX, buscaram novos caminhos para a pintura. O grupo formado por ícones do movimento impressionista, como Van Gogh, Gauguin, Toulouse-Lautrec, Cézanne, Seurat, Matisse, recebeu do crítico inglês Roger Fry a designação de pós-impressionista, por promoverem uma nova linguagem estética, baseada no uso intenso da cor, mostrando os caminhos de uma geração de artistas que ficou conhecida como pós-impressionistas, aqueles que promoveram uma revolução estética pelo uso da cor.

 
A exposição está dividida em quatro módulos: “A cor científica”, com uma seleção de obras inspiradas nos estudos de Michel Eugene Chevreul, cuja técnica consistia em aplicar na tela pontos justapostos de cores primárias e que se tornou muito conhecida nas mãos de Van Gogh.

 
O segundo módulo, “No núcleo misterioso do pensamento. Gauguin e a escola de Pont-Aven”, inclui obras de Paul Gauguin e Émile Bernard a partir de uma pintura sintética, com cores simbólicas e a presença de desenhos nos contornos e silhuetas, refletindo um mundo interior e poético.

 
No módulo 3, “Os Nabis, profetas de uma nova arte”, o tema é a ideologia de um grupo de artistas que defendiam a origem espiritual da arte, utilizando a cor como um elemento transmissor dos estados de espírito.

 
Já o quarto e último módulo, chamado “A cor em liberdade”, apresenta obras de artistas do final do século XIX e início do século XX, com inspirações que vão da Provence à natureza tropical. A curadoria é de Guy Cogeval, presidente do Musée d’Orsay, Pablo JimenézBurillo, diretor cultural da Fundación MAPFRE, e Isabelle Cahn, curadora do Musée d’Orsay. As obras expostas oferecem ao público a oportunidade de conhecer alguns ícones de um importante momento da história da arte e de poder ver de perto algumas das obras mais emblemáticas dos últimos tempos.

 
“O triunfo da cor” é mais uma exposição histórica sobre arte moderna, e que ficará em cartaz no CCBB de São Paulo até 07 de julho, e depois irá para o CCBB RJ, podendo ser visitada de 20 de julho até 17 de outubro.

Pinturas e objetos na SIM

06/mai

A SIM Galeria, Curitiba, Paraná, apresenta a exposição “Chafariz” em que o artista plástico Paolo Ridolfi apresenta seus mais recentes trabalhos de pintura e objetos.

 

O trabalho pictórico de Paolo Ridolfi, em janelas ora mais, ora menos figurativas, promove com a exposição “Chafariz”, sobretudo, uma série de encontros fortuitos entre cores incisivas, linhas vigorosas e superfícies diversas. Conservando o que é informal e comunitário, próprios do espaço que ocupa o chafariz, o título da exposição articula a integração em suas obras entre marcas de memórias individuais do artista – como traços de um rabiscar aprendidos na infância – e coletivas – como os índices tipográficos de cartazes urbanos que o cercam.

 

Paolo revela em “Chafariz” um momento de abertura em sua criação para a intervenção do acidental e do acaso revelados tanto na alteridade do seu inconsciente como na cidade ao redor. O movimento que primordialmente ordena e coordena toda a produção aqui cede lugar a graciosas surpresas que escorrem sobre suas telas, cobrem os tridimensionais rígidos, que espontaneamente evocam elementos recorrentes ao mesmo tempo em que convidam a presença de formas inéditas.

 

A data de abertura da exposição marca também o lançamento do livro intitulado “Paolo Ridolfi” com organização da SIM Galeria e curadoria de Agnaldo Farias, assim fazendo da exposição “Chafariz” um marco de dupla importância na trajetória de Paolo Ridolfi e na trajetória da Arte Contemporânea no Brasil.

 

De 12 de maio a 18 de junho.

Barrão: Paleotoca

O Galpão Fortes Vilaça, apresenta a exposição individual “Paleotoca” de Barrão. Paleotocas são labirintos gigantes escavados por animais já extintos, como as preguiças. Essas tocas rementem-se a construções precárias, utilizadas por esses animais como proteção e abrigo para o clima hostil que havia há 10 mil anos. Para essa ocasião, as 20 esculturas em resina, com as quais o artista carioca dá continuidade a sua trajetória por entre o universo dos objetos e do colecionismo, procuram estabelecer uma relação direta com espaço físico que as acolhem, além de travar um dialogo com a questão do tempo e ritmo estabelecidos com o processo de produção e criação do artista.

 

Conhecido por sua produção escultórica dedicada à montagens com peças de cerâmica prontas, no último ano Barrão passou a investir num novo processo investigativo, que parte do gesso para chegar na resina como material elementar. Enquanto as colagens fazem com que os objetos percam suas qualidades primárias, as peças de resina monocromáticas (todas na cor branca) vão ainda mais além e demonstram uma qualidade de total disfunção da própria existência e adquirem uma nova atribuição. O artista inicia, dessa forma, uma pesquisa voltada para não fragmentação, por meio de uma coleção de objetos muito mais enxuta e econômica.

 

Essa nova investigação possibilitou ainda ao artista descobrir com mais liberdade as possibilidades estéticas, principalmente no que diz respeito ao gesto escultórico. Barrão explorou não só as vantagens da modelagem e suas possibilidades de repetição, mas também as diferentes formas de combinar, agrupar e empilhar objetos do uso cotidiano, como garrafas, galhos, isopor, caixas de som, fitas cassetes, etc., tudo replicado em composições aleatórias inusitadas. Em “Geo Milho”, de 2015/16, por exemplo, três espigas de milho adequam-se dentro do que seria uma moldura de isopor para compor um único objeto, ao passo que “Castelos de Cassetes – F.S. Torres”, 2015 traz cinco fitas cassetes acasteladas.

 

 

Sobre o artista

 

Barrão nasceu em 1959 no Rio de Janeiro, cidade onde vive e trabalha. Dentre suas exposições individuais, destacam-se: “Fora Daqui”, Casa França-Brasil, Rio de Janeiro, 2015; “Mashups”, The Aldrich Contemporary Art Museum, Ridgefield, USA, 2012; e “Natureza Morta”, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Portugal, 2010. Em mostras coletivas, o artista também já participou, entre outras, do Panorama de Arte Brasileira em 2007 e de exposições no MAC, São Paulo; Paço Imperial, Rio de Janeiro; Pinacoteca do Estado de São Paulo; além da antológica mostra “Como Vai Você, Geração 80?” no Parque Lage, Rio de Janeiro, 1984. Paralelamente, Barrão ainda integra desde 1995 o coletivo Chelpa Ferro, com Luiz Zerbini e Sérgio Mekler.

 

 

Até 18 de junho.

Burle Marx em NY

05/mai

Na sexta-feira (6), o arquiteto-paisagista Roberto Burle Marx (1909-1984) ganha uma retrospectiva em Nova York. Até 18 de setembro, o Jewish Museum (Museu Judaico), com sede no Upper East Side, em Manhattan, exibe quadros, maquetes de jardins, tapeçaria, vitrais, vasos, azulejos, capas de livros, colares e ilustrações do artista. Trata-se de uma produção tão prolífica – e de formas e estilos artísticos tão diversos – que Claudia J. Nahson, co-curadora da exposição, na tarde de segunda (2), um dia antes da exposição ser apresentada à imprensa, recebia telefonemas de colecionadores. “A última ligação foi de uma pessoa que tinha uma jóia desenhada por Burle Marx e queria saber se podíamos inclui-la na mostra”, explicou a curadora, que declinou a oferta. “Tem sido assim, pessoas nos oferecendo os mais variados tipos de trabalhos de Burle Marx”, completa Jens Hoffmann, o outro curador da exposição.

 

Com 200 trabalhos de Burle Marx e três anos de preparativos, a mostra “Roberto Burle Marx: Brazilian Modernist” (modernista brasileiro) do Jewish Museum detem agora o crédito de ser a primeira grande retrospectiva do artista nos Estados Unidos, com direito a um livro-catálogo (US$ 50), escrito e editado pela dupla de curadores e que põe em perspectiva para o público internacional o trabalho de Burle Marx, além de apresentar alguns de seus seguidores. A mesma exposição, patrocinada pelo Deutsche Bank, segue em julho de 2017 para Berlim. Em novembro de 2017 (e até março de 2018), ela será apresentada no Museu de Arte Moderna do Rio.

 

Embora Burle Marx tenha criado e supervisionado mais de 2 mil projetos de paisagismo internacionais, outras facetas da versatilidade artística dele ainda continuam totalmente desconhecidas nos Estados Unidos, sendo raramente discutidas na mídia. “Ainda tendemos a ser míopes em se tratando da arte moderna que vem de fora”, explica Hoffmann. “Mas existe atualmente uma maior seriedade em explorar o modernismo fora da América do Norte ou da Europa, sem aquela ênfase total no fetichismo e exotismo pelo quais o movimento costuma ser visto”. Nos últimos meses, o Museu de Arte Moderna de Nova York, o MoMA, confirmou essa tendência, organizando duas exposições que “linkavam” também o trabalho de Burle Marx: “Lygia Clark: The Abandonment of Art, 1948–1988″ (organizada em 2014) e “Latin America in Construction: Architecture 1955–1980″ (exibida no ano passado).

 

A curadora Claudia descreve os diversos estilos de Burle Marx como “um planeta dentro de si próprio”. Exemplos desses mundos do paisagista estão por todos os lados do museu. São fotos do calçadão da praia de Copacabana; desenhos do Arco da Lapa; um auto-retrato, retratos do pai (o judeu alemão Wilhelm Marx) e da mãe (a católica Cecília) e telas inspiradas por Henri Matisse, Cândido Portinari e pelo movimento Cubista.

 

Também expostas estão maquetes para o Ministério da Saúde e Justiça, do Rio de Janeiro, desenhos com a perspectiva do Parque do Flamengo, do jardim suspenso da sede do Banco Safra, em São Paulo, do Parque Del Este, em Caracas, e o design de um mural que Burle Marx criou para o lobby do prédio (projeto do arquiteto austro-americano Richard Neutra) Amalgamated Clothing Workers of America, em Los Angeles. Boa parte dos itens expostos na retrospectiva vieram do sítio do artista em Guaratiba, no Rio.

 

A maior obra da exposição ocupa toda a grande parede do amplo salão do Jewish Museum. Trata-se de um item de tapeçaria em lã, de 26,38 m de largura por 3,27m de altura, comissionado pela prefeitura da cidade de Santo André. Permanentemente exposta no Salão Nobre do Paço andreense, na região do ABC Paulista, a obra agora está fazendo sua segunda viagem internacional (a primeira foi para Paris) desde sua criação em 1969. “Trata-se de uma de minhas peças favoritas. Não somente pelo tamanho colossal, mas pela concentração harmoniosa de estilos de Burle Marx, como o design, pintura e arquitetura”, diz Hoffmann.

 

Os diversos estágios do mais importante projeto de Burle Marx nos Estados Unidos, o calçadão e jardins do Biscayne Boulevard, em Miami Beach, estão documentados na exposição. Há também curiosidades como os projetos não executados do jardim da Organização dos Estados Americanos, na capital americana de Washington D.C., em parceria com o paisagista nascido na Itália e criado na Suíça e Brasil Conrad Hamerman.

 

A homenagem à religião do pai ganha destaque na exposição, com itens nunca antes exibidos. Uma maquete de quatro pilares da sinagoga Congregação Judaica do Brasil, no Rio, foi o derradeiro projeto do artista, em 1994. O Jewish Museum apresenta os desenhos de oito vitrais (não executados) da sinagoga Beit Yaakov, no Guarujá, 1985, e os esboços do projeto para o “Jardim da Árvore da Vida”, inspirado nos ensinamentos da Cabala, que seria construído em Jerusalém.

 

Jens Hoffman credita sua introdução ao “riquíssimo universo de Burle Marx” à artista francesa Dominique Gonzalez-Foerster, em 1999, época em que trabalharam juntos em uma exposição apresentada em Barcelona. Quando os curadores do Jewish Museum bateram o martelo a respeito da retrospectiva de Burle Marx e começaram a fazer visitas ao Brasil, se depararam com a influência do paisagista na obra de artistas contemporâneos e de diversas mídias. A exposição analisa sete deles, incluindo a francesa Dominique.

 

São eles: o pintor venezuelano baseado em Lisboa Juan Araujo, a escultura paulista Paloma Bosquê, a fotógrafa italiana Luisa Lambri, o artista nova-iorquino Nick Mauss, o músico americano Arto Lindsay (que criou três composições musicais especialmente para a exposição) e a artista carioca Beatriz Milhazes, esta última com a instalação “Gamboa”, série de cinco esculturas suspensas e comissionadas para o lobby do museu, apresentada concomitantemente com a exposição do paisagista até 18 de setembro. “O mais importante legado deixado por Burle Marx foi o que ele fez para proteger a natureza com seus designs e arte, e que seres humanos podem comunicar-se com a natureza sem destruí-la”, diz Milhazes em entrevista para o livro da exposição. Texto e fotos por Marcelo Bernardes/Fonte: baixomanhattan.blogfolha.uol.com.br

Performance

04/mai

Neste sábado, 07 de maio, o artista Stephan Doitschinoff realiza a performance “Marcha ao Cvlto do Fvtvrv”, que se relaciona com as três obras inéditas que apresenta na mostra “Educação como matéria-prima”, em cartaz no Museu de Arte Moderna de São Paulo, que discute processos pedagógicos na arte. Com a ação aberta ao público, o paulista junto com os membros do Cvlto do Fvtvrv aprofunda sua pesquisa sobre apropriação de estruturas simbólicas e instituições conservadoras como o exército e a igreja, por exemplo, sempre presentes na sua obra.

 

O percurso do trajeto começa às 15 horas na entrada do Museu de Arte Contemporânea (MAC), o antigo prédio do Detran. Os participantes e o público seguem em cortejo pela Passarela Ciccillo Matarazzo, atravessando por cima das movimentadas pistas da Avenida Pedro Alvares Cabral, entrando no Parque Ibirapuera pelo portão 3 e caminhando até o MAM. No auditório do museu, o artista junta-se a convidados especiais para apresentar o Hino dos Três Planetas e o Hino dos Fantasmas Neoliberais, ambos criados pelo artista em parceria com a cantora Lia Paris e a dupla Mixhell, formada por Iggor Cavalera e Laima Leyton.

 

Depois da apresentação, os membros do Cvlto e o artista convidam o público para participar do Balcão de Adesão, em que divulgam mais informações sobre a organização, além de exibir os Hinários, a Pirâmide, o Elucidário. “A obra desdobra-se em diferentes vertentes que incluem pintura, instalações, arte pública, vídeo, música e performance. Nessas abordagens, o trabalho é permeado pela linguagem criptografada e simbólica”, explica o artista, que realiza uma marcha por ano, sempre com atrações inéditas e diferentes, aberta ao público e com muitas adesões.

 

Para participar da ala frontal do cortejo e receber um broche do Cvlto do Fvtvrv, é necessário chegar no ponto de encontro com 30 minutos de antecedência vestindo camisa social branca fechada até o colarinho, calças e sapatos pretos. Para seguir a marcha e entoar os cânticos, a participação é livre.

 

Sobre o artista

Artista revelação pela Associação Paulista de Críticos de Arte, Stephan Doitschinoff realiza ações e exposições em espaços institucionais como o Museu de Arte Contemporânea de San Diego (EUA), a Fondacion Cartier (FRA), além de MAM, MASP, Museu Afro Brasil e o Centro Cultural Vergueiro. Atualmente, é representado pela galeria Jonathan Levine em NY, pela galeria LJ em Paris e está presente na coleção The Isabel and Agustin Coppel, no México. Doitschinoff tem dois livros publicados pela editora alemã Gestalten – CALMA: The Art of Stephan Doitschinoff (2008) e CRAS (2012), além do documentário TEMPORAL (2008).

 

SERVIÇO :

07 de maio (sábado)

Horário: das 15h às 17h30

Ponto de Encontro: em frente ao MAC Ibirapuera (antigo DETRAN)
Concentração, distribuição de broches e adereços : 14h30
Saída da Marcha: 15h
Chegada ao MAM : 15h30
Início do culto no Auditório MAM: 16h
Balcão de Adesão:16h30