Projeto Educativo da 13ª Bienal do Mercosul

06/mai

 

 

Você se lembra do seu último sonho? Já imaginou transformá-lo em um filme?

 

Em uma parceria inédita, o Instituto Ling, Porto Alegre, RS, será o grande apresentador do Projeto Educativo da 13ª Bienal do Mercosul, e também um dos palcos de sua programação, reunindo uma série de atividades gratuitas, como oficinas, seminários e debates.

 

 

Abrindo a programação, apresentamos o projeto Hypnopedia – enciclopédia audiovisual de sonhos, de autoria do artista visual mexicano Pedro Reyes. A ideia parte de um dos três temas-chaves desta edição da “Bienal: Trauma, Sonho e Fuga”.

 

 

Buscamos sonhadoras e sonhadores que queiram transformar suas memórias oníricas em vídeos curtos, utilizando a linguagem audiovisual que acharem mais interessante para isso. Você será narrador(a) e diretor(a) deste vídeo, e poderá também atuar, animar, desenhar ou montar seu sonho da forma que quiser.

 

 

O projeto oferecerá encontros online e oficinas presenciais para discussão de ideias ou, ainda, para auxiliar tecnicamente na criação do material. Que tal participar dessa construção coletiva enviando suas memórias em vídeos de até um minuto? Quem quiser ajuda para colocar a ideia em prática pode participar do encontro que acontecerá no dia 9, às 19h, em formato virtual. Na data, a equipe da Bienal estará disponível para discutir e auxiliar tecnicamente na criação do material.

 

 

As inscrições são gratuitas.

 

 

Os vídeos selecionados serão divulgados nas redes sociais do projeto e farão parte da obra final de Pedro Reyes, filme que será exibido em um espaço expositivo da 13ª Bienal do Mercosul, com exposição de setembro a novembro deste ano em Porto Alegre, RS.

 

 

 

 

Tiago Sant’Ana na Alban, Salvador

05/mai

 

 

O próximo cartaz da Alban Galeria, Ondina, Salvador, BH, será a exposição “Estrelas flamejantes em manhã de sol”, do artista visual Tiago Sant’Ana, com abertura no dia 12 de maio, às 19 horas. Essa é a primeira mostra do artista baiano na galeria e reúne mais de 20 obras inéditas, especialmente produzidas para a ocasião, dando destaque à linguagem da pintura. O ensaio crítico que acompanha a exposição tem autoria de Marcelo Campos, curador-chefe do MAR – Museu de Arte do Rio e professor da UERJ. O título da exposição é inspirado num texto da década de 1960 do escritor americano James Baldwin, no qual ele tece uma comparação entre a mobilidade social do homem negro da diáspora e elementos celestes. Tendo esse ponto de partida, Tiago Sant’Ana traça uma metáfora em que céu, lua, luz e sombra dão visualidade a um conjunto de trabalhos onde a masculinidade negra assume uma posição central.

 

 

O conjunto principal de pinturas – em acrílica sobre tela e aquarela sobre papel – trazem uma associação do sol com uma posição de poder e da lua como uma alegoria para pensar em ciclos de vida e amadurecimento. Essa imagem se torna proeminente em trabalhos como “Sete luas”, em que, com olhar distante, como um sonhador, um homem é circundado pelo satélite natural da Terra em diferentes fases.

 

 

“Nesta exposição, eu criei uma série de imagens de poder. Seja um poder pelo dado energético dos próprios astros que figuram nas telas, seja porque esses homens retratados possuem uma complexidade e uma posição altiva frente à audiência. Eles têm um rosto nítido apresentado, possuem tensão e particularidades”, comenta o artista, cuja pintura é sua linguagem artística de pesquisa mais recente.

 

 

Na obra de mais de 2 metros de altura e que dá título à mostra, Tiago Sant’Ana traz um homem vestido com um terno à frente de um céu dramatizado por meio de cortinas. O personagem carrega na mão uma máscara de ouro e possui os pés descalços sob um chão de ladrilhos. A obra remete a uma tradição renascentista dos chamados “retratos de corpo inteiro”, no entanto, trazendo uma pessoa negra – que não era retratada numa posição de centralidade de maneira digna até muito recentemente na História da Arte ocidental. É torcendo esses sentidos e imagéticas, preenchendo brechas na representação ou mesmo torcendo o sentido dela, que a mostra do artista baiano toma corpo. A exposição faz parte do projeto artístico desenvolvido por Tiago Sant’Ana ao longo da sua carreira de trabalhar em intersecção com a história e com a memória. Neste caso específico, ao eternizar pessoas próximas e do seu círculo de amizades, o artista constrói uma espécie de pinacoteca afetiva, tornando esses rostos eternizados dentro da História da Arte.

 

 

Sobre o artista

 

 

Tiago Sant’Ana tem alcançado destaque nacional e internacional, ganhando prêmios como o Soros Arts Fellowship da Open Society Foundation e a Bolsa ZUM do Instituto Moreira Salles. Recentemente, suas obras passaram a integrar o acervo do Denver Art Museum, nos Estados Unidos, e do MASP, em São Paulo. Atualmente, o artista está em cartaz em diversas exposições, como “The silence of tired tongues”, na Framer Framed, em Amsterdam, e “Encruzilhada”, no Museu de Arte Moderna da Bahia, em Salvador. Tiago Sant`Ana já participou de uma série de exposições no Brasil e em países como Estados Unidos, Holanda e Reino Unido, a exemplo de “Enciclopédia negra” (2021), na Pinacoteca de São Paulo, “Rua!” (2020) e “O Rio dos Navegantes” (2019), no Museu de Arte do Rio, “Histórias afro-atlânticas” (2018), no MASP e Instituto Tomie Ohtake, “Axé Bahia: The power of art in an afro-brazilian metropolis” (2017), no The Fowler Museum, “Negros indícios” (2017), na Caixa Cultural São Paulo e “Reply All” (2016), na Grosvenor Gallery UK. Suas obras também fazem parte de acervos como o da Pinacoteca de São Paulo, Museu de Arte do Rio e Museu de Arte Moderna da Bahia.

 

 

A exposição é uma realização da Alban Galeria que, com 30 anos dedicados à arte brasileira, realiza um programa expositivo anual com cerca de cinco mostras, promovendo e exibindo a produção artística de nomes consagrados e emergentes do cenário nacional, de diferentes gerações, práticas e regiões do país.

 

 

De 13 de maio até 01 de julho.

 

 

 

Na Casa de Cultura do Parque

 

A trajetória e o desenvolvimento do olhar do colecionador – reflexos do tempo e de suas experiências – dão direção à mostra coletiva “Setas e Turmalinas”, uma parceria com o espaço de arte Auroras, em cartaz na Casa de Cultura do Parque, Alto de Pinheiros, São Paulo, SP.

 

 

A escolha curatorial de Gisela Domschke tem como ponto de partida um eixo formado entre uma grande pintura de Francesco Clemente, artista que introduziu Ricardo Kugelmas ao mundo das artes em Nova York, e outra de Laís Amaral, uma de suas mais recentes aquisições. “Pode-se notar neste eixo uma travessia. Busquei absorver essa ideia de passagem, cruzamento e travessia na linha curatorial. No fundo, ao colecionar, você cria uma narrativa de maneira inconsciente e isso tem a ver com suas vivências”, explica Gisela Domschke.

 

 

No texto O Colecionador, o filósofo e ensaísta Walter Benjamin nota como as coisas vão de encontro ao colecionador, ou como ele as busca e as encontra. “Para o colecionador, a ordem do mundo se dá em cada objeto, e no arranjo inesperado com que as organiza – uma percepção quase onírica das coisas”, continua a curadora.

 

 

Ao todo, foram selecionadas mais de 70 obras de arte contemporânea, em tamanhos, técnicas e suportes distintos, como pintura, escultura, desenho, cerâmica e bordado, dos artistas Adriano Costa, Aleta Valente, Alex Katz, Alexandre Wagner, Alvaro Seixas, Ana Claudia Almeida, Ana Prata, Anderson Godinho, Anitta Boa Vida, Antonio Dias, Antonio Oba, Bruno Dunley, Cabelo, Caris Reid, Carolina Cordeiro, Cecily Brown, Cildo Meireles, Cisco Jimenez, Claudio Cretti, Coleraalegria, Dalton Paula, Daniel Albuquerque, David Almeida, David Salle, Eleonore Koch, Emannuel Nassar, Emanoel Araujo, Fabio Miguez, Fernanda Gomes, Flavia Vieira, Flora Rebollo, Francesco Clemente, Gabriela Machado, Gokula Stoffel, Guga Szabzon, Gustavo Prado, Ilê Sartuzi, Jac Leirner, Janaina Tschape, José Bezerra,  Juanli Carrion, Kaya Agari, Kaylin Andres, Laís Amaral, Leda Catunda, Lenora de Barros, Louise Bourgeois, Lucia Koch, Luis Teixeira, Marepe, Marie Carangi, Marina Rheingantz, Mauro Restiffe, Maya Weishof, Melvin Edwards, Moises Patricio, Ouattara Watts, Pablo Accinelli, Paolo Canevari, Paulo Whitaker, Renata de Bonis, Rodrigo Bivar, Santidio Pereira, Sergio Sister, Shizue Sakamoto, Sofia Borges, Sonia Gomes, Sylvia Palacio Whitman, Tadaskia, Tatiana Chalhoub, Thomaz Rosa, Tiago Tebet, Tunga, Valeska Soares, Yhuri Cruz e Yuli Yamagata.

 

 

Em 2019, a exposição “Tensão, relações cordiais”, com curadoria de Tadeu Chiarelli, inaugurou a Casa de Cultura do Parque com uma proposta semelhante: o recorte da coleção da diretora executiva da Casa Regina Pinho de Almeida. Agora, três anos após a abertura, a Casa abre as portas para outro espaço cultural e obras de um colecionador convidado para ocupar a galeria principal. “Esta mostra para a Casa é marcante, pois propõe o encontro de dois espaços, com idealizadores que são colecionadores e têm ideais em comum, como a construção de um espaço plural, com diálogo do público com a arte e a cultura”, pontua o diretor artístico da Casa Claudio Cretti.

 

 

De 09 de abril a 12 de junho.

 

Fundação Iberê exibe Xadalu Tupã Jekupé

 

 

Fundação Iberê aborda o apagamento da cultura indígena

 

 

“Vamos caminhar sobre os raios do sol

Vamos caminhar sobre o som do trovão

Vamos caminhar sobre as palavras no tempo

Vamos caminhar sobre a bruma de fumaça

Vamos caminhar todos juntos

Vamos caminhar todos juntos

Ao alcançar a terra sem males todos iremos nos alegrar

Todos iremos nos alegrar”

Xadalu Tupã Jekupé

 

 

No dia 14 de maio, sábado, a Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, inaugura uma exposição inédita de Xadalu Tupã Jekupé, “Antes que se apague: territórios flutuantes”. Com curadoria de Cauê Alves, curador-chefe do MAM de São Paulo, a primeira individual do artista na instituição é, também, mais do que arte; aborda a questão do apagamento da cultura indígena na região oeste do Rio Grande do Sul, onde diversas etnias foram dizimadas. “O trabalho de Xadalu nos abre uma perspectiva da história a partir da visão dos que perderam as batalhas. Não apenas a Guerra Guaranítica, mas também as pequenas batalhas cotidianas, aquelas que silenciosamente vão sendo travadas e talvez nem sejam percebidas como uma batalha por quem venceu. Contribui para que outro modo de vida ganhe visibilidade e possa se tornar possível. Numa época em que as mudanças climáticas afetam a todos, a promessa de uma nova relação com a terra, antes que ela se apague completamente, só se cumprirá quando os saberes dos povos originários forem respeitados”, destaca Cauê.

 

 

“Antes que se apague: territórios flutuantes” apresenta 19 obras, que ocuparão o segundo andar da Fundação. Quatorze delas foram produzidas para esta mostra. Além do tamanho, que vem justamente para impactar, elas são memórias da infância de Xadalu Tupã Jekupé, bem como de sua mãe, de sua avó e de sua bisavó, na antiga Terra Indígena Ararenguá, na beira do Rio Ibirapuitã, em Alegrete. Memórias da casa de barro, sem luz elétrica, do fogo de chão e da pesca. Memórias das águas geladas que atravessavam todos os dias em busca de alimento e das infinitas noites escuras, apenas iluminadas pelas estrelas.

 

 

Como escreve Cauê para o catálogo da exposição: “Quando Xadalu demarca Porto Alegre, com seus adesivos, cartazes, pinturas ou bandeiras, como “área indígena”, está completamente correto do ponto de vista histórico. Todo o Brasil já foi território indígena. Mais do que a reinvindicação do direito ao território, trata-se de uma reocupação simbólica dele. Uma espécie de reconquista que não é como a conquista colonial, que explora e destrói a terra, seja pelo garimpo, a monocultura ou a construção de cidades e monumentos, mas de modo singelo, chamando atenção para quem sempre esteve ali, sentado, resistindo, mas que foi praticamente apagado, como se os indígenas tivessem perdido sua visibilidade. É inegável que os lambes de Xadalu tencionam o espaço urbano ao agir sobre a noção de pertencimento, exclusão e demarcação simbólica da cidade.” Segue ele: “O trabalho de Xadalu Tupã Jekupé contribui para que outro modo de vida ganhe visibilidade e possa se tornar possível. Numa época em que as mudanças climáticas afetam a todos, a promessa de uma nova relação com a terra, antes que ela se apague completamente, só se cumprirá quando os saberes dos povos originários forem respeitados”.

 

 

Sobre a curadoria

 

 

Cauê Alves é doutor em Estética e Filosofia da Arte e, desde 2020, curador-chefe do MAM São Paulo. Professor do Departamento de Artes da Faculdade de Filosofia, Comunicação, Letras e Artes da PUC-SP, onde também foi coordenador do curso de Arte: História, Crítica e Curadoria. Durante 11 anos, também foi professor do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo.

 

 

Prêmio PIPA 2022

 

 

Pela primeira vez, Xadalu Tupã Jekupé é indicado ao Prêmio PIPA 2022, um dos mais relevantes prêmios brasileiros de artes visuais. Neste ano, fazem parte do Comitê de Indicação 25 nomes, formado por críticos e curadores, artistas, colecionadores e professores de todas as regiões do país.

 

 

Exibição de documentário em diálogo com a exposição

 

 

No dia 14 de maio, sábado, às 16h30, a Fundação Iberê Camargo exibe o episódio de Xadalu Tupã Jekupé para o documentário “Misturados”, seguido de um bate-papo sobre a produção com os diretores Luiz Alberto Cassol e Richard Serraria, o artista e Cauê Alves, curador da exposição “Antes que se apague: territórios flutuantes”.

 

 

A web série fala das influências e das trocas culturais presentes na vida e na obra de sete artistas nas áreas da música, do cinema, da literatura e das artes visuais que vivem no Rio Grande do Sul. A concepção de diversidade contida neste projeto é viva e inovadora, pois reconhece a equidade de etnias e de gênero e destaca significativas contribuições do patrimônio histórico e cultural do Estado, sem separar as culturas “em caixinhas” e sem manter os artistas em territórios isolados. A realização de “Misturados” é da Leososamusica Produções Musicais, com roteiro e direção de Luiz Alberto Cassol, Ricardo Almeida e Richard Serraria. A produção executiva é de Leo Sosa e a produção-geral de Ricardo Almeida.

 

 

A Fundação Iberê tem o patrocínio de Crown Brand-Building Packaging, Grupo Gerdau, Renner Coatings, Grupo Iesa, Grupo Savar, Grupo GPS, CEEE-D Equatorial Energia, DLL Group, Lojas Renner, Sulgás e Unifertil, e apoio de Instituto Ling, Ventos do Sul Energia, Dell Technologies, Digicon/Perto, Golden Lake Multiplan, Laghetto Hotéis, Coasa Auditoria, Syscom e Isend, com realização e financiamento da Secretaria Estadual de Cultura/ Pró-Cultura RS e da Secretaria Especial da Cultura – Ministério da Cidadania / Governo Federal.

 

 

De 14 de maio a 31 de julho.

 

Trabalhos inéditos de Betina Abramovitz

04/mai

 

 

 

Entre os dias 05 e 28 de maio Betina Abramovitz apresenta obras inéditas na Rezende Galeria, que sempre abre espaço à exposições temporárias. As obras comparam as surpresas do nosso cotidiano a imprecisão da água na tela e retrata a beleza e a força das árvores, chamando a atenção para a importância da conscientização ambiental coletiva.
Betina Abramovitz sempre foi uma apaixonada por aquarelas, principalmente para retratar o que mais a encanta, a natureza e a água. Aliada à paixão pela aquarela está o interesse pelas árvores. Admiradora de Burle Marx, a artista vem, cada vez mais, estudando sobre o tema. Suas obras já foram expostas, além de em mostras no Rio de Janeiro, como na Hípica, nos Estados Unidos, mais precisamente na Flórida, na 18 edição do Palm Beach Show. Ela foi a mais jovem artista brasileira representada pela Saphira & Ventura Gallery. “Sua desenvoltura é ímpar e espontânea, e ela trabalha a difícil técnica da aquarela com sensibilidade, e mescla a poesia de suas cores, ora vibrantes, ora suaves, revelando habilidade e elegância”, define Saphira, sócio-fundadora e curadora da galeria. Seus trabalhos também foram expostos na Collab Miami Boutique Design Show, ambas em 2021. Quem também elogiou a trajetória de Abramovitz foi o Professor João Cândido Portinari, “Linda obra, sensível, delicadas tonalidades e transparências de verdes, nesta difícil técnica que é a aquarela. Parabéns à jovem artista”, completa.
Na mostra “Raízes da floresta”, Betina expressa sua ligação, desde muito jovem, com espaços ao ar livre e a conexão com os mais diferentes tipos de árvores. Ela conta que sempre morou, e ainda mora, próxima à natureza e isso colabora muito para o seu processo criativo e referências. Além disso, as constantes idas ao sítio da família fazem parte do interesse em retratar as paisagens através das cores e traços em suas aquarelas, uma mídia literalmente fluida, pois a água trabalha com o imprevisível. Ela diz que não apenas o que ela vê, mas os sons das matas que escuta também são inseridos em seus trabalhos. “Gosto de poder utilizar as cores para transmitir calor, frio, vento, emoção e sons”, conta ela. Betina ainda faz questão de mencionar que essa ligação, principalmente com as árvores, tem a ver com a admiração que ela tem pela avó materna, que sempre foi uma fortaleza para todos os membros da família. Uma mulher de coragem, forte e inspiradora. Graduada em design de produto pela PUC-Rio em 2019, Betina vem traçando a sua história na arte e também passou um semestre cursando design gráfico na Parsons The New School for Design, em Nova Iorque. Um de seus objetivos é fazer com que o público dê uma atenção maior às aquarelas, muitas vezes não valorizadas como deveriam. A artista de 28 anos pretende, através desta nova mostra, expor ao público a maravilha da imprecisão da vida através de suas aquarelas, além de atentar para a beleza da natureza  e a vontade e necessidade de preservar. Betina traz a importância de uma conscientização ambiental cada vez maior e conta que vem procurando utilizar materiais mais recicláveis, como pintar em folhas de bananeira, entre outras ideias. “A aquarela não é uma técnica considerada fácil, devido à imprecisão do movimento da água, assim como a vida. Mas não podemos deixar de admirar a beleza dela”, diz Betina.

Vinicius Gerheim em NY

 

 

 

Para a Independent Art Fair NY 2022, Nova Iorque, a galeria A Gentil Carioca tem o prazer de apresentar a primeira exposição solo internacional de Vinicius Gerheim. Em suas novas obras, tendo a repetição como principal recurso de linguagem, o artista rememora e reencanta elementos que fazem parte da identidade nacional de seu país e que fizeram parte de sua infância: as toalhas de mesa, os cobertores, seu quintal, seu jardim – lugares seguros para criação de seu repertório gestual. Foi nas cortinas saturadas de padrões que ele encontrou sua motivação para criar uma tensão entre figuras, fundos e tramas. Para Vinicius Gerheim, pode haver, por trás dessas cortinas, um jardim secreto onde ele possa existir, viver e amar com seu próprio corpo.

 

A GENTIL CARIOCA | RIO DE JANEIRO

Rua Gonçalves Lédo, 11 e 17 sobrado – Centro

+55 21 2222 1651

Whatsapp: +55 21 98560 8524

correio@agentilcarioca.com.br

 

 

A GENTIL CARIOCA | SÃO PAULO

Travessa Dona Paula, 108, Higienópolis

+55 11 32310054

sampa@agentilcarioca.com.br

 

 

Livro de Afonso Tostes na Mul.ti.plo

02/mai

 

 

Afonso Tostes lança o primeiro livro sobre sua obra, na Galeria Mul.ti.plo, Leblon, Rio de Janeiro, RJ. “Entre a cidade e a natureza” revê a trajetória do artista a partir de imagens de sua obra e relatos sobre o processo de trabalho, desde o início de sua produção até os dias de hoje.

 

Lançamento ocorre no dia 03 de maio, às 18h, em meio à exposição “As coisas que ainda existem”, onde ele apresenta trabalhos inéditos em carvão.

 

Editado pela Cobogó, “Entre a cidade e a natureza” revê a trajetória do artista a partir de imagens de suas obras e relatos sobre o seu processo de trabalho, desde o início de sua produção até os dias de hoje.

 

Sobre o organizador

 

Daniel Rangel é mestre e doutorando em Poéticas Visuais da Escola de Comunicações e Artes da USP, graduado em comunicação social em Salvador, Bahia. Foi diretor-artístico e curador do Instituto de Cultura Contemporânea (ICCo) em São Paulo, diretor de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia, da Secretaria de Cultura do Governo do Estado e atuou como assessor de direção do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA). Desenvolveu projetos curatoriais para a 8ª Bienal de Curitiba, Brasil (2015), a 16ª Bienal de Cerveira, Portugal (2013) e a 2ª Trienal de Luanda, Angola (2010). Realizou ainda curadorias de mostras individuais de importantes artistas brasileiros, como Tunga, Waltercio Caldas, José Resende, Ana Maria Tavares, Carlito Carvalhosa, Eder Santos, Marcos Chaves, Marcelo Silveira, Rodrigo Braga e Arnaldo Antunes, e com este último recebeu, pela mostra “Palavra em Movimento”, o prêmio APCA 2015, de Melhor Exposição de Artes Gráfica.

 

Sobre o artista

 

Afonso Tostes nasceu em 1965, em Belo Horizonte. No final dos anos 1980, mudou-se para o Rio e iniciou os estudos na Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Laje, onde foi aluno de Daniel Senise, Charles Watson, entre outros. Começou sua trajetória com a investigação de formas orgânicas, inicialmente tendo como suporte a pintura e, mais tarde, voltando-se para a escultura. Sua primeira individual foi feita em 1996, no Centro Cultural São Paulo, onde mostrou suas pinturas. Em 2000, expôs telas de grandes dimensões no Paço Imperial, no Rio. Foi em 2001 que mostrou suas esculturas, na galeria carioca Paulo Fernandes. Desde então, mostra os desdobramentos de sua pesquisa escultórica em exposições como a Bienal do Mercosul (2005), a individual Baque Virado (MAM-RJ, 2011), entre outras. Atualmente vive e trabalha em São Paulo.

 

 

 

 

 

Eu sabia que era desejo

 

 

Exposição no Edifício Vera, Rua Álvares Penteado, 87,  Centro, 1º andar, São Paulo, SP. Com curadoria de Núria Vieira, a coletiva atualiza narrativas surrealistas a partir dos desenhos de Louise Bourgeois. Nos desenhos, pinturas, esculturas e instalações, os artistas materializam o sentimento por combinações entre símbolos, objetos e faturas que evocam o desejo no mais amplo sentido. São páginas de caderno, livros, escritos e manifestações de frases, que aparecem como citações que partem inicialmente dos desenhos de Louise Bourgeois. A exposição pretende abordar a atividade surrealista dialogando com intimidade e até, em um nível de pessoalidade com o desejo. São combinações potentes traduzidas em conjuntos de delicados desenhos, posicionados por ímãs contra a parede, em contraste com móveis antigos, pesados, que carregam história de casas e famílias, como herança, combinados à poesia visual, frases e leituras disponíveis para acesso imediato. Do lado de fora, para dentro da exposição.

 

 

Funcionamento normal: quinta e sexta, das 13h às 17h; sábados, das 11h às 17h

De 07 de maio até 03 de junho.

 

Transitoriedades Ocultas no CCC RJ

29/abr

 

 

Rose Aguiar e Sandra Gonçalves apresentam até 04 de junho, fotografias em duas salas no Centro Cultural Correios RJ, Centro, Rio de Janeiro, RJ.

 

 

Qual a perspectiva híbrida que uma imagem pode assumir? Perpassando pelo documental e o ficcional, é essa a proposta da exposição “Transitoriedades Ocultas”, que reúne trabalhos das artistas visuais, professoras e pesquisadoras Rose Aguiar e Sandra Gonçalves. A partir do dia 05 de maio, cada uma ocupará uma sala do andar térreo, sob curadoria de Cota Azevedo, totalizando 60 fotografias. As composições apresentadas são organizadas em dois grupos visuais de cor: o azul, com imagens que tangem o abstrato com a temática “água”, de Rose Aguiar; e o vermelho, cor eleita por Sandra Gonçalves para expressar questões do feminino.

 

 

O ponto onde as narrativas apresentadas convergem é o contexto de trânsito entre algum lugar da memória iconográfica e do faz de conta. Tanto Rose quanto Sandra tratam a fotografia como um campo que instiga a visão para além do olhar, seja pelo viés da sobreposição da imagem sucessiva ou ainda pela aproximação do ponto focal retratado. A narrativa do conceito dos trabalhos se estabelece facilmente. É necessário um ato de “começar a ver”, que não reconhece um caminho exato de uma identificação com a realidade meramente mimética.

 

 

“O campo formal do documentário, do registro, torna-se contaminado pelo subjetivo e imaginário em “Transitoriedade Ocultas”. Se há um espaço de discurso da criação de uma obra que não pode ser captado pelo outro, na fotografia haveria então uma visão míope. Algo de uma certa incapacidade linguística de traduzir por completo a imagem retratada. Mesmo quando ocorre um registro verossímil da realidade, o fato, a foto, torna-se um território carregado de símbolos ocultos específicos e repletos de uma ambivalência da imagem documentada, que, por vezes, se tornam invisíveis. Quase sempre, não reveladas. Segundo Susan Sontag, pensadora e crítica de arte, “…a fotografia é o inventário da mortalidade. Sendo assim, transitórias e ocultas”, afirma a curadora, Cota Azevedo.

 

 

O real é abstrato ou não? É o que Rose Aguiar parece interrogar em suas fotos aquáticas. A temática escolhida pode colocar o espectador no contexto da cena projetada: um participante ativo, ou um voyeur a querer adentrar no cenário vislumbrado. As distâncias focais curtas podem articular uma história ambígua. A escolha de composição em suas fotografias mostra ainda a natureza das coisas cambiantes de uma imagem. A vitalidade também encontra a sua ponte em Sandra Gonçalves. A escolha pela paleta de cor forte (vermelha, carnal e carnívora) das suas fotos infringe o cenário costumeiro, como se a proposição da imagem testemunhasse seu tempo e seus atravessamentos. A artista opta por levantar questões do feminino através de uma sucessão de camadas fotográficas, em uma infinitude de leituras estruturais e historiográficas onde os temas não são banais.

 

 

Sobre as artistas

 

 

Rose Aguiar nasceu no Ceará, foi criada no Rio de Janeiro e mora em Nova Friburgo desde 1979. Graduada em Artes (Educação Artística) no Bennett, possui três pós – graduações (Universo, UNIRIO e UNB) na mesma área. Trabalha com desenho, xilogravura, aquarela e fotografia há mais de 40 anos e atualmente sua pesquisa se volta para a fotografia, com o tema “Água”, com imagens que instiguem e causem estranhamento no espectador. Realizou exposições individuais e coletivas no Brasil (Fortaleza, Goiás, São Paulo, Porto de Galinhas, Rio de Janeiro e Nova Friburgo) e no exterior (Nova York, Portugal, Osaka, Paris, Palermo, Milão). Participou de Exposições pelo MUSA Contemporary Art durante quatro anos em diversas cidades europeias e com a Galeria Heclectik Art. Trabalhou durante 30 anos como professora de artes na Rede estadual de Ensino em Nova Friburgo (IENF). Teve como mestres Ivan Serpa, Lydio Bandeira de Melo, Eduardo Sued, Antônio Grosso e Chalib Jabour, orientação de Lia do Rio, Marcia Zoé Ramos, Sara Figueiredo.

 

 

Sandra Gonçalves nasceu na cidade do Rio de Janeiro e atualmente mora e trabalha em Porto Alegre. É artista visual, fotógrafa, professora e pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Desde 2000, a artista se dedica à linguagem da fotografia, atua tanto com a técnica da fotografia analógica como a digital produzindo uma imagem híbrida. Ambos os processos estão vinculados as reflexões sobre o ser-no-mundo contemporâneo. Seu currículo contabiliza mais de 40 exposições coletivas, além de sete individuais, no âmbito internacional e nacional. Ainda este ano lançou pela editora Origem o livro fotográfico “Cápsula”, sobre os trabalhadores de atividades insalubres, no caso específico das carvoarias existentes no centro urbano da cidade do Rio de Janeiro. Sandra foi selecionada no Edital Público de Ocupação Centro Histórico Cultura da Santa Casa de Porto Alegre. 2022. A mostra está marcada para setembro deste ano em Porto Alegre, RS.

 

 

 

Reapresentação de instalação

 

 

Após dois anos trancados no “bunker”, o Exército Monarca, de Fábio Carvalho, volta a levantar vôo. Será  no Memorial Municipal Getúlio Vargas, Glória, Rio de Janeiro, RJ, a partir de 07 de maio, com a reabertura da instalação “Parada II” e permanência em  cartaz até 19 de junho.

 

 

“Parada II”, de Fábio Carvalho, é uma instalação com mais de 750 bandeirinhas de papel de seda com impressão de soldados portando fuzil, com asas de borboleta saindo das costas, que ocupará a área de exposições temporárias do Salão Principal do Memorial Municipal Getúlio Vargas, com curadoria de Shannon Botelho. A impressão das bandeirinhas foi feita uma a uma, com o uso de carimbos de borracha produzidos à mão pelo próprio artista, a partir de um desenho original de sua autoria.

 

 

O uso da imagem da borboleta monarca (Danaus plexippus) em vários dos trabalhos do artista vai muito além do fato de borboletas serem normalmente associadas ao universo feminino, frágil e delicado, que em oposição aos símbolos usualmente aceitos como masculinos, de força e virilidade, como os militares, formam a principal dialética da sua produção artística, que procura levantar uma discussão sobre estereótipos de gênero, e questionar o senso comum de que força e fragilidade, virilidade e poesia, masculinidade e vulnerabilidade não podem coexistir. Seu uso surge ainda como um contraponto à camuflagem dos uniformes militares. As borboletas monarca são tóxicas, e por isso evitadas pelos predadores. Há outras espécies de borboletas não venenosas que mimetizam o padrão exuberante da monarca, que assim são igualmente evitadas pelos predadores. Camuflagem e mimetismo são estratégias opostas de sobrevivência e proteção, que objetivam confundir e enganar, ao se fingir ser algo que não se é.

 

 

As linhas de bandeirinhas são dispostas perpendicularmente às duas paredes, em sequência ordenada, começando do alto, descendo suavemente a cada nova fileira, até ficarem na altura do chão ao final do corredor da galeria. Desta forma, até um certo ponto se poderá entrar na instalação, até que a massa de bandeirinhas impeça o espectador de seguir.

 

 

“Parada” é sobre ordem, a imposição de uma certa ordem, que padroniza, anula diferenças, ignora a diversidade, dita um ritmo, uma regra arbitrária de ocupação dos espaços, cartesiana, regular, mas que apesar de todo o esforço de padronização, de robotização dos corpos e mentes, a menor e mais singela interferência (a entrada do público na exposição) já desestabiliza esta ordem rígida e monótona, insere movimento, poesia, beleza (através do movimento de ar gerado pelo deslocamento das pessoas no interior da instalação).

 

 

Pela primeira vez, desde que os “Monarcas” surgiram em 2014, há algumas bandeirinhas vazias, em branco, em meio aos soldados alados. Seu significado, entretanto, o artista faz questão de manter em segredo – “eu acho muito mais interessante e rico que cada pessoa tente elaborar por si mesma o que seriam estes vazios, estas ausências”, afirmou Fábio Carvalho. Outro detalhe, mais sutil, é que de imediato vemos essa ordem/rigor, mas se olharmos de perto, de dentro, é uma aparência, uma fachada (precária); há defeitos, emendas, rasgos, amassados; a vida real, suja, orgânica, entrópica, sempre se impõem à ordem rígida e artifical, arbitrária, que para ser preservada exige trabalho, esforço, reforço, força (violência).

 

 

A exposição “Parada II” foi originalmente inaugurada em 14/02/2020. Por causa da pandemia de Covid19, iniciada em março daquele ano, ela foi fechada pouco tempo depois, e permaneceu fechada até agora. Apesar da fragilidade material da obra, ela permaneceu praticamente intacta nestes 27 meses de “reclusão”.

 

 

Sobre o artista

 

 

Fábio Carvalho, encontra-se em atividade desde 1994, apresentando em em seu curriculum 17 exposições individuais e mais de 150 coletivas, no Brasil e exterior. Integrou importantes projetos de mapeamento da produção emergente no Brasil nos anos 1990, e fez exposições por quase todo o território nacional. Já integrou mostras na Alemanha, Argentina, Cuba, Espanha, Equador, EUA, Inglaterra, Itália, Portugal, República Checa, entre outros. Participou de 7 Residências Artísticas em Portugal e 4 no Brasil.