Diálogos na Carpintaria 

29/nov

Dando continuidade ao programa experimental da Carpintaria, espaço da Fortes D’Aloia & Gabriel, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ, a exposição “Opening Night” propõe um diálogo entre três artistas de diferentes gerações cujas práticas orbitam majoritariamente em torno da escultura. A norte-americana Lynda Benglis, a brasileira Erika Verzutti e o inglês Jesse Wine apresentam, em conjunto, quinze obras de suas produções recentes. A “noite de abertura” sugerida no título refere-se livremente ao filme homônimo do diretor norte-americano John Cassavetes de 1977, lançado no Brasil como “Noite de Estreia”. Na trama, uma atriz de meia-idade – vivida por Gena Rowlands – enfrenta uma crise de identidade enquanto ensaia sua nova peça de teatro. A exposição alude ao palco em que se desenrola a história ao apresentar uma única base para dispor todo o conjunto de trabalhos do trio. A plataforma transforma as esculturas em veículos análogos aos atores, ao mesmo em que borra o gap geográfico e geracional dos três artistas para sublinhar suas afinidades. Relacionando-se entre si, os trabalhos de Lynda, Erika e Jesse transmutam-se em poderosas alegorias da condição da escultura na contemporaneidade – munidas, nesta reflexão, de artifícios como a ironia, o experimentalismo na manipulação dos materiais e um vasto léxico de referências, diretas e indiretas, à história da arte.

 

Veterana do trio, a produção de Lynda Benglis, está profundamente enraizada na história da arte norte-americana. Seus trabalhos começam a ganhar notoriedade no fim da década de 60, quando sua obra surge como uma resposta à predominância masculina na prática da fusão entre pintura e escultura, oriunda de movimentos como o Minimalismo e o Process art. Marcadas por uma forte fisicalidade, as esculturas da série “Elephant Necklace” criam relações dinâmicas entre massa e superfície, onde a matéria maleável se torna rígida e vice-versa, em um processo de congelamento do gesto. Também integram a exposição duas obras com bronze e pedra da década de 90, “Man/Landscape” e “Landscape II.”

 

Na produção da paulistana Erika Verzutti o gesto também ocupa uma posição elementar. O seu fazer escultórico revela-se na investigação da natureza de objetos mundanos, dentre frutas, vegetais e materiais próprios da prática artística. Repleto de humor, seu exercício de livre associação dá origem a trabalhos que distanciam-se de uma identificação imediata, frequentemente evocando narrativas pessoais e relacionadas à história da arte. “Mulher Fruta”, por exemplo, alude à idealização do corpo em uma escultura de papier machê e isopor, ao passo que “Dieta ” retrata, em bronze, uma curiosa torre com ovos e bananas.

 

A ênfase no material manifesta-se também na obra de Jesse Wine. O jovem artista elege a cerâmica como material predominante e através de técnicas tradicionais desafia noções de composição, forma e narrativa. Trabalhos como “Modern Emotion” e “So Human” , ambos de 2017, fazem alusão crítica à representação do corpo na escultura moderna, enquanto “Santa Fe” e outros da mesma série trazem arranjos que flertam com a paisagem.

 

 

De 28 de novembro a 27 de janeiro de 2018.

Nuno Ramos “Los Desastres de la Guerra”

Euforia e Cinzas

 

Após reunir uma série de desenhos da série “Rocha de gritos” e pinturas em larga escala para sua individual “Grito e Paisagem”, na Galeria Anita Schwartz (de setembro a novembro deste ano), Nuno Ramos apresenta “y Lucientes”, um projeto solo inédito em homenagem a Goya que será apresentado na feira de arte Art Basel, em Miami Beach.

 

Nuno aponta nas pinturas de sua individual “Grito e Paisagem” uma “euforia raivosa”, onde cores e excessos suscitam uma reação criativa positiva frente ao contexto negativo que rege o ânimo brasileiro contemporâneo. Já em seu projeto para a seção Nova de Miami Basel – que exibe apenas projetos realizados a partir de 2015 –, a instalação “y Lucientes” é feita a partir de “Los Desastres de la Guerra”, série de gravuras de Goya com cenas da invasão napoleônica e da resistência madrilenha, presenciadas pelo próprio artista durante a Guerra da Independência Espanhola. Trata-se de um dos mais pungentes documentos sobre a perda de qualquer parâmetro civil ou humanitário atingindo toda uma população em seus direitos mais elementares.

 

A instalação é composta por 80 impressões das gravuras de Goya expostas à fumaça e à fuligem liberadas por uma solda de acetileno, “desregulada” de forma a soltar este estranho fumo. Trata-se, portanto, de desenhos únicos de fumaça e fuligem sobre gravuras, como monotipias, com atuações feitas pelo artista sobre o trabalho de Goya – o “y Lucientes” do título alude a isto. A fumaça negra impregna o papel como um gesto, mas não de tinta e sim de fuligem, cinzas, fumaça, detrito, como se as cenas de destruição e horror ganhassem uma nova materialidade, mais literal e similar ao que Goya retratou.

 

Posicionada no centro da sala, uma escultura em forma de lápide e feita de granito escuro complementa a instalação. No topo desta lápide é possível ver o livro “Los Desastres de la Guerra”, de onde foram retiradas as imagens, imerso agora em breu e resina, como um inseto pré-histórico numa goma translúcida de tonalidade âmbar avermelhada, que quer trazer alguma reflexão temporal sobre aquilo que está ali submerso.

 

Como as cores que despertaram a “euforia raivosa” de sua exposição “Grito e Paisagem”, cenas em branco e preto cobertas de cinzas parecem anoitecer esta euforia e raiva em breu e solitude. Em Miami, Flórida, apelidada pelos americanos de capital do alvorecer (the sunshine capital) onde a confiança e a liberdade de expressão voam juntas aos pink flamingos, Nuno Ramos parece provocar o contexto local ao exibir sua densa instalação.

 

Ironia é uma ferramenta recorrente na obra de Nuno, e tanto aqui como nas pinturas mais uma vez acessa a instabilidade contemporânea, representada pela multiplicidade de suas técnicas e matérias – do viscoso, da pelúcia, do óleo e vaselina, à pedra, ao breu, à fumaça e às cinzas. Se este antagonismo material encharca a obra de ironia, temporalidade e instabilidade, sopra ao mesmo tempo no ouvido do observador o seguinte credo do artista: “a arte no fundo corresponde ao desejo inconsciente que têm os homens de não pertencer a credo nenhum”.

 

Raro Percurso – 52 anos da Galeria de Arte Ipanema

24/nov

A Galeria de Arte Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, abre no próximo dia 28 de novembro, às 19h, a exposição “Raro Percurso – 52 anos da Galeria de Arte Ipanema”, marcando a inauguração de sua nova sede em prédio com projeto arquitetônico de Miguel Pinto Guimarães. Dirigida por Luiz Sève e sua filha Luciana Sève, a Galeria de Arte Ipanema passará a ocupar o andar térreo e metade do primeiro andar da construção com quatro andares e dois subsolos, que abriga ainda três unidades destinadas a escritórios empresariais. Ao longo do período de exposição será lançado o livro “Raro Percurso – 52 anos da Galeria de Arte Ipanema”, pela Barléu, com texto do crítico Paulo Sergio Duarte, capa dura, formato de 21cm x 25cm, e 100 páginas. “Espero que um jovem que começa sua coleção, um jovem artista ou, mesmo, crítico possam ter uma ideia, embora tênue, do contexto em que nasce a Galeria de Arte Ipanema”, escreve Paulo Sergio Duarte. Para ele, o percurso de Luiz de Paula Sève no mercado de arte e de sua galeria é “coisa raríssima, para não dizer única no Brasil”.

 

Com atividades ininterruptas, a Galeria de Arte Ipanema volta assim ao seu tradicional endereço no número 27 da Aníbal de Mendonça, onde se instalou em 1972, e mostra nesta exposição inaugural de seu novo espaço sua íntima relação com a história da arte, e a força de seu acervo. Serão exibidas cerca de 60 obras de mais de 50 artistas de várias gerações e diferentes pesquisas, expoentes da Arte Contemporânea e do Modernismo, entre eles grandes mestres da Arte Cinética, do Concretismo e do Neoconcretismo. Junto a pesos-pesados da arte, a exposição também reunirá pinturas de artistas mais jovens, como a norte-americana Sarah Morris, conhecida por suas pinturas geométricas de cores vibrantes, inspiradas principalmente na arquitetura das grandes metrópoles – e os paulistanos Henrique Oliveira e Mariana Palma.

 

Em uma verdadeira festa para o olhar, a exposição se inicia com seis pinturas cinéticas da série “Physichromie” de Cruz-Diez – artista representado pela galeria -, que oferecem três diferentes conjuntos de cores de acordo com a posição do espectador: de frente, caminhando da esquerda para a direita, ou no sentido contrário. Esses trabalhos se juntam a outros grandes nomes da arte cinética, como um óleo sobre tela da década de 1970 e um móbile dos anos 1960 de Julio Le Parc; uma versão em formato de 55 cm da espetacular “Sphère Lutétia” , uma das três obras de Jesús Soto na mostra; uma pintura de mais de 1,60m da série “W” de Abraham Palatnik , entre trabalhos de outros cinéticos, como o relevo de quase três metros de largura de Luis Tomasello.

 

 

Construtivismo e Neoconcretismo

 

De Sérgio Camargo estarão três significativos relevos em madeira pintada, e um deles, “Relief 13-83”, participou da Bienal de Veneza em 1966, onde o artista tinha uma sala especial com 22 obras. De Waltercio Caldas, integrará a mostra a escultura “Fuga”, esmalte sobre aço inox e lã. Um núcleo da exposição é composto por uma gravura de Richard Serra, pela obra “Maquete para interior”, de Lygia Clark, uma escultura em aço pintado de Franz Weissmann, uma escultura e uma pintura de Amilcar de Castro, duas pinturas de Aluísio Carvão e dois trabalhos de Ivan Serpa. A “Pintura nº 355”, do argentino Juan Melé , também integrará a mostra.

 

 

Mais pinturas – Abstracionismo, Expressionismo, Nova Figuração

 

Quatro pinturas de Alfredo Volpi – uma dos anos 1960 e três da década seguinte – também estarão na exposição, bem como conjuntos das famosas séries “Ripa” e “Bambu”, dos anos 1970, de Ione Saldanha, em têmpera sobre madeira. “52 anos – Um raro percurso” mostrará óleos sobre tela dos anos 1960 e 1950 de Tomie Ohtake e Manabu Mabe, dois artistas que participaram da exposição inaugural da Galeria Ipanema, em 1965. Arcangelo Ianelli, Abelardo Zaluar e Paulo Pasta também terão obras na mostra. A exposição apresentará pinturas de Iberê Camargo, Milton Dacosta, Maria Leontina, Jorge Guinle e Beatriz Milhazes. Raymundo Colares, artista que fez sua primeira individual na Galeria de Arte Ipanema, estará representado pela pintura “Midnaite Rambler”, em tinta automotiva sobre madeira. Wesley Duke Lee terá na exposição três pinturas em nanquim, guache e xerox sobre papel: “Nike descansa ”, “O Alce (Sapato com fita amarrando), e “Os mascarados”. “Tô Fora SP”, de Rubens Gerchmann, e duas pinturas de Wanda Pimentel, das décadas de 1970 e 90, se somam a quatro obras de Paulo Roberto Leal, artista que também teve sua primeira individual realizada pela Galeria Ipanema. Outros grandes nomes da arte contemporânea que integrarão a mostra são Frans Krajcberg, Cildo Meireles, Nelson Félix, Antonio Manuel e Vik Muniz.

 

 

Modernismo

 

Luiz Sève teve um contato privilegiado com grandes artistas, entre eles sem dúvida está Di Cavalcanti, de quem serão exibidas três óleos sobre tela. Outros grandes nomes do modernismo que estarão na exposição são Portinari, com a pintura “Favela”, Djanira, com “Sala de Leitura”, e Pancetti , com “Farol de Itapoan”.

 

 

Breve história de um raro percurso

 

A história da Galeria Ipanema se mistura à da arte moderna e sua passagem para a arte contemporânea, e seu precioso acervo é fruto de seu conhecimento privilegiado de grandes nomes que marcaram sua trajetória. Fundada por Luiz Sève, a mais longeva galeria brasileira iniciou sua bem-sucedida trajetória em novembro de 1965, em um espaço do Hotel Copacabana Palace, com a exposição de Tomie Ohtake e Manabu Mabe, entre outros. Até chegar à casa da Rua Aníbal de Mendonça, em Ipanema, em 1972, passou por outros endereços, como o Hotel Leme Palace e a Rua Farme de Amoedo.

 

 

Presença em São Paulo

 

De 1967 a 2002, Frederico Sève – irmão de Luiz – foi sócio da Galeria Ipanema, onde idealizou e dirigiu de 1972 a 1989 uma expansão em São Paulo, inicialmente na Rua Oscar Freire, em uma casa construída e especialmente projetada pelo arquiteto Ruy Ohtake. A Galeria Ipanema foi uma das precursoras a dar visibilidade ao modernismo, e representou, entre outros, com uma estreita relação, os artistas Volpi e Di Cavalcanti , realizando as primeiras exposições de Paulo Roberto Leal e Raymundo Colares. Nascido em uma família amante da arte, Luiz Sève aos 24 anos, cursando o último ano de engenharia na PUC, decidiu em 1965 se associar à tia Maria Luiza (Marilu) de Paula Ribeiro na criação de uma galeria de arte. Na família amante de arte, outro tio, o pneumologista Aloysio de Paula, médico de Pancetti, havia sido diretor do MAM. Luiz Sève destaca que é na galeria que encontra sua “fonte de prazer”. Uma característica de sua atuação no espaço de arte é “jamais ter discriminado ou julgado qualquer pessoa pela aparência”. “Há o componente sorte também”, ele ressalta, dizendo que já teve acesso a obras preciosas por puro acaso. A Galeria Ipanema mantém em sua clientela colecionadores no Brasil e no exterior, e já atendeu, entre muitas outras, personalidades como o mecenas da arte David Rockefeller, Robert McNamara – Secretário de Defesa do Governo Kennedy -, e o escritor Gabriel Garcia Marquez.

 

 

Até 23 de dezembro.

Pintura do Tipo Brasileira

21/nov

A Casa França-Brasil, Centro, Rio de Janeiro, RJ, inaugura no dia 21, terça feira, a exposição “Pintura do tipo brasileira” , com curadoria de Renata Gesomino. Artistas expositores: Antonio Bokel, Edmilson Nunes Nunes, Felipe Barbosa, Manfredo de Souzanetto, Marcos Cardoso, Raimundo Rodriguez , Rosana Ricalde e Victor Arruda (foto).

 

 

Palavra de Victor Arruda

 

Ao meu lado, “Cena carioca”, que pintei em fevereiro de 2014. Não tinha tido a oportunidade de mostrá-la publicamente. Muitas pessoas, críticos, galeristas, colecionadores e outros amigos já a viram. Poucas pinturas minhas criaram tanta controvérsia. Acho que isso significa que ela está viva.

Exposição Ao Quadrado

17/nov

A Galeria Mônica Filgueiras, Consolação, São Paulo, SP, exibe “Ao Quadrado”, exposição individual de pinturas recentes da artista plástica Beth Turkieniez. Composta por obras no formato quadrado, de medidas múltiplas entre si, a exposição pretende estabelecer o diálogo entre cores, intensidades e superfícies, num contínuo deslocamento das peças enquanto formação e finalização. “Ao Quadrado” parte do conceito de apresentar obras no formato em telas “mutáveis”.

 

“As obras vão em série numa trajetória onde as palavras são desnecessárias…”, comenta Beth Turkieniez. Em sua nova individual, a artista propõe uma expografia na qual as telas podem ser desmembradas e, aleatoriamente, dar origem a outra composição, construindo e reconstruindo o grande quadrado. As cores utilizadas são preparadas artesanalmente com pigmentos indianos, explorando tons de baixa intensidade e opacidade.

 

Em “Ao Quadrado”, as obras de Beth Turkieniez exploram as pesquisas desenvolvidas pela artista no campo da linguagem visual bi e tridimensional. Em suas palavras: “Construção vs. Reconstruçãoo, num jogo em que o xeque-mate se dá ao final do trabalho”.

 

 

Sobre a artista

 

Nasceu em Porto Alegre, RS, 1950. Reside em S. Paulo desde 1989. Estudou desenho com Paulo Peres, xilogravura com Danúbio Gonçalves, pintura com Ado Malagoli e Iberê Camargo, escultura com Sonia Ebling, Vasco Prado, Xico Stokinguer e Carlos Tênius, no Atelier Livre da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Graduada em Belas Artes e Arquitetura pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde desenvolveu pesquisas no campo da linguagem visual, bi e tridimensional.

 

 

Sobre a Galeria Mônica Filgueiras

 

Mônica Filgueiras, marchand que atuou no circuito das artes plásticas desde os anos 60, inaugurou sua própria galeria em 1980, com exposição individual de Antonio Dias. O espaço, há mais de três décadas, além de seu trabalho permanente baseado em seu acervo, realiza exposições regulares de artistas contemporâneos, que, dada a sua amplitude, tem uma forte repercussão no campo cultural. Hoje o espaço está sob a responsabilidade de Sandra Guimarães.

 

 

De 23 de novembro a 20 de dezembro.

Magliani – cartas e impressões

Em Jaguarão, cidade fronteiriça com o Uruguai, no Rio Grande do Sul, iniciativa visa dar visibilidade à trajetória de uma das principais artistas do estado. A ação norteada pela Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA, Campus Jaguarão, pode ser considerada como um território acadêmico de mobilidade e de transitoriedade de indivíduos advindos de diversos lugares do Brasil. Nesse sentido, percebeu a necessidade de criar uma Galeria Intercultural, que venha a facilitar o diálogo com os estudantes através das artes visuais, de maneira a proporcionar uma maior integração cultural entre a comunidade acadêmica e a comunidade externa. Maria Lídia dos Santos Magliani (Pelotas/RS/1946 – Rio de Janeiro/RJ/2012) foi escolhida para ser a homenageada, por sua irreverência e luta, com o nome da Galeria Intercultural Magliani – GIM, que agora inaugura na UNIPAMPA.

 

A homenagem tem o intuito de dar visibilidade à obra da artista e manter viva a sua história, estimulando que mais mulheres produzam e façam arte. Magliani nasceu em Pelotas e ainda criança se mudou para Porto Alegre com a família. Pintora, desenhista, gravadora, ilustradora, escultora, figurinista, cenógrafa e atriz. Na década de 1960 cursou Artes plásticas, e pós-graduação em pintura no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, sendo a primeira artista negra a ser formada pela Instituição embora tenha havido um artista anterior. Pioneiro, Djalma Santos, formou-se na década de 1950. Sua arte está voltada às temáticas da solidão humana, do corpo e da mulher. A exposição “Magliani – cartas e impressões” reúne um conjunto de 14 trabalhos, entre xilogravura, monotipia e gravura em metal, que se constituem como um pequeno diário visual. A série “Cartas” é o retorno da artista às cores intensas na sua pintura com um certo lirismo – embora mais dramático – mas que remete a seus primeiros trabalhos.

 

Essa exposição se tornou possível graças a uma parceria que a equipe gestora do projeto. Em reconhecimento da importância do conjunto de sua obra, a Câmara de Vereadores de Porto Alegre, inaugurou a Rua Maria Lídia Magliani, artista plástica gaúcha, no dia 30 de setembro desse ano, também uma importante iniciativa de um círculo de amigos da artista junto ao poder público visando preservar sua memória.

 

GIM configura-se como a proposta de uma galeria de arte no âmbito acadêmico, como um Programa de Extensão, ressaltando a importância desses espaços culturais na construção e na estruturação de novos poderes simbólicos, que dialoguem e sejam reflexo do convívio entre a comunidade acadêmica e a comunidade do entorno da UNIPAMPA, possibilitando a integração e o compartilhamento da produção cultural em diversas esferas do conhecimento e das linguagens artísticas. Nesta lógica, os objetivos da Galeria são: possibilitar, com a criação do espaço intercultural e multiuso, a produção e a propagação de outras linguagens estéticas dentro das artes e visuais; promover a experiência à comunidade acadêmica e fronteiriça, a expor seu trabalho de arte resultantes do diálogo integrador; estimular o trânsito da comunidade externa à UNIPAMPA para a visitação da GIM, bem como o olhar contemplativo e crítico do público para com as obras expostas.

 

 

De 20 de novembro a 05 de dezembro.

19 artistas na Luciana Caravello

Luciana Caravello Arte Contemporânea, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, inaugura, no dia 22 de novembro, a exposição coletiva “Ma”, com cerca de 20 obras recentes e inéditas, que tratam da importância da pausa e do silêncio, em um mundo com tantas informações. Com curadoria de Luisa Duarte, serão apresentadas pinturas, esculturas, objetos e intervenções de 19 artistas: Alexandre Canonico, Ana Linnemann, André Komatsu, Anna Maria Maiolino, Daniel Steegmann Mangrané, Fernanda Gomes, Leticia Ramos, Lucas Simões, Manoela Medeiros, Marcius Galan, Maria Laet, Mira Schendel, Nicolás Robbio, Paloma Bosquê, Rodrigo Cass, Romain Dumesnil, Túlio Pinto, Valdirlei Dias Nunes e Vivian Caccuri.

 

As obras da exposição possuem uma geometria sensível, com cores de baixa intensidade, que se contrapõem ao mundo atual, onde temos sempre muitas imagens, muitas cores e muitas informações por todos os lados. “São obras que caminham na contramão de um presente marcado pelo regime do espetáculo, da aceleração e da hipervisibilidade”, afirma a curadora Luisa Duarte.

 

A maioria das obras da exposição é recente ou inédita e algumas, como dos artistas Paloma Bosquê, Manoela Medeiros, Rodrigo Cass e Vivian Caccuri, foram produzidas especialmente para a mostra. Mesmo seguindo esta linha, a curadora optou por também incluir a obra “Buraco ao Lado”, de Anna Maria Maiolino, que faz parte da série “Desenho Objeto”, de 1976/2005. O emblemático trabalho, que foi incluído por se enquadrar na proposta da mostra, é composto por diversos papeis brancos sobrepostos e recortados, que são colocados dentro de uma caixa de madeira com vidro.

 

Alguns dos trabalhos da exposição possuem cores neutras e delicadas, como é o caso das obras de Fernanda Gomes, feitas com madeira e tinta branca, e Valdirlei Dias Nunes, que apresenta dois relevos em que placas de mdf são envoltas por uma fina camada de madeira de cedro, como se fossem quadros.

 

Em outros, a ideia da pausa aparece em obras que parecem ter tido o movimento interrompido, como “Cumplicidade #5”, de Túlio Pinto, em que uma grande barra de concreto e uma bola de vidro são segurados por uma corda, e “Corpo de prova n 17”, de Lucas Simões, em que um bloco de concreto não está totalmente apoiado no chão. Em ambas, a sensação é de que os objetos podem se movimentar a qualquer momento. Este também é o caso de “Ponto de Fuga” (2015), de Marcius Galan, em que o artista faz um rasgo na parede, onde coloca uma barra de ferro, que também é apoiada no chão.

 

“Em meio a uma época na qual a arte é convocada a escolher e verbalizar, constantemente, uma posição sobre o mundo, ou seja, possuir um discurso, escolher um lado, narrar situações do âmbito real, ‘Ma’ surge recordando a importância da pausa, do intervalo, do vazio necessário para que algo possa, novamente, ser dito de forma potente”, diz a curadora.

 

O nome da exposição vem da palavra japonesa “Ma”, que pode ser traduzida como a experiência do espaço que inclui elementos temporais e subjetivos. A exposição é a continuação de um projeto recente da curadora Luisa Duarte, que já realizou outras duas mostras seguindo esta mesma linha de pesquisa. O nome da mostra surgiu a partir de um texto da crítica e curadora Kiki Mazzuchelli sobre a obra de Paloma Bosquê, que estava presente em uma dessas mostras.

 

 

Sobre a curadora

 

Luisa Duarte é crítica de arte e curadora independente. É crítica de arte do jornal O Globo, desde 2009. Mestre em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica – PUC-SP. Doutoranda em Teoria da Arte pela UERJ em 2017. Foi por cinco anos membro do Conselho Consultivo do MAM-SP (2009-2013). Foi curadora de diversas exposições e do programa Rumos Artes Visuais, Instituto Itaú Cultural (2005/ 2006); integrou a equipe de curadoria de Hans Ulrich Obrist para a mostra “The Insides are on the Outside”, Casa de Vidro de Lina Bo Bardi, São Paulo, 2013; Foi organizadora, com Adriano Pedrosa, do livro ABC – Arte Brasileira Contemporânea, Cosac & Naify, 2014.

 

 

Sobre a galeria     

 

O principal objetivo da Luciana Caravello Arte Contemporânea, fundada em 2011, é reunir artistas com trajetórias, conceitos e poéticas variadas, refletindo assim o poder da diversidade na Arte Contemporânea. Evidenciando tanto artistas emergentes quanto estabelecidos desde seu período como marchand, Luciana Caravello procura agregar experimentações e técnicas em suportes diversos, sempre em busca do talento, sem discriminações de idade, nacionalidade ou gênero.

 

 

De 22 de novembro a 21 de dezembro.

Charles Watson, curso no MAM-SP

16/nov

Pesquisas das últimas décadas tem modificado expressivamente o que entendemos como criatividade e inovação, e sugerem que talento (a habilidade inata para uma atividade), se é que existe, não é um fator significante na construção de uma vida de contribuições criativas. Ao contrário do que o senso comum afirma, criatividade não é uma qualidade livre e autônoma, pois não pode ser dissociada do investimento vertical em uma atividade ou linguagem específica. Pessoas são potencialmente criativas, mas para desenvolverem conhecimento tácito são necessários fatores como uma relação passional com o assunto, intensa curiosidade, persistência e a coragem necessária para identificar e enfrentar as dificuldades que sempre vão surgir ao longo de um processo. No mundo real, não é a inspiração que produz o trabalho, é o trabalho o que produz inspiração. Ter uma ideia na cabeça não é o suficiente, é preciso concretizá-la: “Poesia não é feita de ideias, é feita de palavras”, diz Mallarmé a Degas.

 

 

Metodogia

 

Investigando fatores culturais, históricos, psicológicos e neurocientíficos, os encontros mostram como novas tecnologias de pesquisa nestas áreas estão esclarecendo os mecanismos envolvidos em processos de inovação e pensamento criativo. Amplamente ilustrado com textos, imagens e entrevistas, o workshop traça a relação entre altos níveis de motivação e desempenho criativo otimizado. O “MasterClass Sol na Barriga” consiste em 5 palestras escolhidas a partir de um repertório de 14 temas disponíveis neste módulo – esta escolha será efetuada de acordo com as particularidades da composição do grupo.

 

 

Temas

  1. Criatividade Definição: convergent / divergent, tolerância a ambiguidade, sim e não
  2. Criatividade e Limites: o campo semântico / necessidade da restrição no sistema
  3. O Mentor: Os Ombros de Gigantes
  4. Paixão, Motivação Intrínseca: O Sol na Barriga
  5. Talento/Trabalho Intenso
  6. A Regra de 10: 10anos / 10.000 horas
  7. Um Leão Por Dia: Prática Deliberada
  8. Processo Puro: O melhor lugar no mundo / Síndrome do segundo produto
  9. Curiosidade: Mistério e Espanto
  10. Persistência: Penso, logo desisto
  11. A Plateia: Um mal necessário?
  12. Abdicação do “Eu”: Flow
  13. A Crack In Everything: a engenharia do erro / risco, erro, medo de errar
  14. Dinheiro, Sucesso, Ética Criativa: Sucesso como fracasso

 

 

Dia 24 de novembro das 19h às 22h30 / Dias 25 e 26 de novembro das 14h às 18h

Carga horária: 12 horas divididas em 3 dias intensos

Público: publicitários, designers, artistas, estudantes, professores e demais interessados no processo criativo.

Investimento: 5 parcelas de R$ 130,00.

 

 

Sobre Charles Watson

 

Charles Watson é educador e palestrante, especializado no Processo Criativo / Problem Solving e Desempenho Otimizado. Formado em Arte e Literatura pela Bath Academy / Bath University na Inglaterra, leciona na Escola de Artes Visuais do Parque Lage desde 1982. Suas numerosas conversas e entrevistas filmadas com criadores dentro e fora do Brasil deram início a uma extensa pesquisa sobre o processo criativo que hoje abrange várias disciplinas – ciência, negócios, literatura, música, filosofia e arte – focando nas similaridades encontradas na formulação de conceitos inovadores. Realiza palestras em empresas desde a década de 80, quando foi convidado a expor suas ideias para empresas como Coca-Cola, Shell, Deloitte Touche Tohmatsu e Arthur Andersen entre outras. Além dessas atividades acadêmicas e educacionais, Charles é um entusiasmado construtor de veleiros. A abrangência de suas experiências tem resultado em palestras únicas, provocativas e às vezes desconcertantes, abordando temas aparentemente tão distintos quanto sistemas complexos, física, música, arte contemporânea e esportes radicais, sempre com uma pitada de humor britânico.

 

Informação e inscrição cursos@mam.org.br ou 5085-1314 / Sócios do MAM têm 20% de desconto.

Mostra Sylvio Back 8.0

A Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Praia do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, – em parceria com a Cinemateca de Curitiba, a Universidade Federal do Paraná (Pró-Reitoria de Extensão e Cultura), a Universidade Estadual do Paraná e a Faculdade de Artes do Paraná – apresenta, de 20 a 26 de novembro de 2017, com entrada gratuita, a “Mostra Sylvio Back 8.0 – Filmes Noutra Margem”, que comemora os oitenta anos do premiado cineasta Sylvio Back – nascido em Blumenau, SC, 1937 -, com a exibição de seus doze longas-metragens, todos remasterizados. A mostra esteve anteriormente, com grande sucesso de público, em Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre.

 

A programação é composta pelos filmes “Lance Maior” (1968), “A Guerra dos Pelados” (1971), “O Contestado – Restos Mortais” (2010), “Aleluia, Gretchen” (1976), “Rádio Auriverde” (1991), “Yndio do Brasil” (1995), “Cruz e Sousa – O Poeta do Desterro” (1999), “República Guarani” (1982), “Guerra do Brasil” (1987), “O Universo Graciliano” (2013), “Lost Zweig” (2003) e “Revolução de 30” (1980).

 

Complementando a mostra, uma exposição de fotografias de seus filmes e um catálogo, a ser distribuído aos espectadores, com ensaios das professoras Rosane Kaminski e Solange Stecz, – autoras de estudos sobre Sylvio Back -, e do cineasta catarinense, Zeca Pires, além de texto do próprio Back comentando o significado simbólico de seus oitenta anos. O catálogo traz ainda verbete da Enciclopédia do Cinema Brasileiro atualizado sobre a obra do cineasta, que abrange 38 filmes, 24 livros publicados, dez roteiros, nove poemas, além de contos e ensaios.

 

 

A palavra do cineasta

 

Sylvio Back comenta que “…nesse embalo de garimpo existencial é que topei dar passagem a esta inestimável retrospectiva fílmica para cravar minha nova idade”. “…Que os filmes falem por mim, eles sempre foram melhores do que eu! Que o digam as dezenas de colaboradores com quem, prazerosamente, compartilho a honra e a obra que, se subsiste, é graças ao estro e à expertise deles”.

 

O cineasta revela que guarda “…ralas e rasas glórias do passado a festejar”. “Pelo contrário. Em quantas meu cinema foi omitido, esquecido, desqualificado, ridicularizado, vitima de incompreensões, ou surdamente, patrulhado à direita e à esquerda, só porque caminho com os próprios pés e não alimento espírito de horda. Jamais flertei com o público, a crítica ou a mídia”. “São seis décadas circunavegando pela cultura brasileira a bordo de uma obra aberta, que não procura apascentar almas ou fundar verdades unívocas, nem levar o espectador pelas mãos. Adoro deixá-lo na maior orfandade, apenas com suas idiossincrasias, literalmente, consigo próprio. Ele cá e os filmes incólumes nas telinhas e telonas pelos anos afora”, completa.

 

 

Programação

 

20 a 26 de novembro de 2017

 

  • Dia 20 (segunda-feira) 19h – Abertura oficial – Exibição de “Lance Maior” (1968), seguida de conversa com Sylvio Back

 

  • Dia 21 (terça-feira) 17h – “A Guerra dos Pelados” (1971) – 19h – “O Contestado – Restos Mortais” (2010)

 

  • Dia 22 (quarta-feira) 17h – “Aleluia, Gretchen” (1976) – 19h – “Rádio Auriverde” (1991)

 

  • Dia 23 (quinta-feira) 17h – “Yndio do Brasil” (1995) – 19h – “Cruz e Sousa – O Poeta do Desterro” (1999)

 

  • Dia 24 (sexta-feira) 17h – “República Guarani” (1982) – 19h – “Guerra do Brasil” (1987)

 

  • Dia 25 (sábado) -17h – “O Universo Graciliano” (2013) – 19h – “Lost Zweig” (2003)

 

  • Dia 26 (domingo) 17h – “Revolução de 30” (1980) – 19h – “Lance Maior” (1968)

 

 

Sobre o cineasta

 

Sylvio Back é cineasta, poeta, roteirista, produtor e escritor. Filho de imigrantes – pai húngaro e mãe alemã – nasceu em Blumenau, Santa Catarina, em 22 de julho de 1937. Autodidata, inicia-se na direção cinematográfica em 1962, tendo realizado e produzido até hoje trinta e oito filmes – curtas, médias e os longas-metragens: “Lance Maior” (1968), “A Guerra dos Pelados” (1971), “Aleluia, Gretchen” (1976), “Revolução de 30″ (1980), “República Guarani” (1982), “Guerra do Brasil” (1987), “Rádio Auriverde” (1991), “Yndio do Brasil” (1995), “Cruz e Sousa – O Poeta do Desterro” (1999); “Lost Zweig” (2003); “O Contestado – Restos Mortais” (2010); e “O Universo Graciliano” (2013). Publicou vinte e quatro livros, entre poesia, contos, ensaios e os argumentos e roteiros de seus filmes. É um dos cineastas mais premiados do Brasil, com 76 prêmios nacionais e internacionais. Sua obra poética, especialmente, a erótica, é reconhecida pelos críticos como uma das mais importantes da atualidade. É fundador e presidente eleito da DBCA (Diretores Brasileiros de Cinema e do Audiovisual), associação de gestão coletiva pela defesa de direitos autorais no Brasil e no exterior.

Marilou Winograd nos Correios/Rio

14/nov

“Assim como Lewis Carroll em Alice no País das Maravilhas, pretendo levar o visitante da minha exposição para “o outro lado do espelho”, afirma, metaforicamente, Marilou Winograd. A artista visual comemora duas décadas de carreira na individual “a obra como espelho” no Centro Cultural Correios, Centro, Rio de Janeiro, RJ. A curadoria é de Ruy Sampaio. Obras grandes – instalações de 3 metros de altura por 6 metros de largura -, formam conjuntos ao lado de outras menores, como as quarenta caixas acrílicas que ostentam dedais, agulhas e fios de cobre que tecem redes de memórias que se ampliam, na concepção da artista. Fotografias ampliadas com layers de outras imagens rasgadas e sobrepostas funcionam “como se atravessassem os espelhos através das camadas da obra, numa viagem ao tempo/memória do visível, tornando o invisível parte da obra”, explica a artista.

 

 

Obras ocupam 650m² em três salões do terceiro andar

 

Na sala lateral, o site specific “Memórias do Corpo” traz 468 fragmentos e duas fotos impressas em lona de três metros por seis metros. No salão central, cerca de quatro conjuntos de fotos de tamanhos variados compõem painéis de 1,20 metros a 8 metros, impressos em papel fotográfico, acrílico e aço inoxidável, telas com volumes e um objeto com espelho “Le Baiser Mis a Nu”. Na terceira sala, uma obra branca ocupa posição central, em contraponto à instalação “Equilibrium”, com 40 caixas de acrílico, agulhas e fios de cobre.

 

 

Sobre a artista

 

Nascida no Egito, Marilou Winograd chegou no Rio de Janeiro em 1960. Formada em Artes no CEAC (Centro de Arte Contemporânea), IBA (Instituto de Belas Artes) e EAV (Escola de Artes Visuais do Parque Lage), participou de exposições individuais, coletivas, congressos, seminários no Brasil e no exterior (1971/2017). É uma das curadoras e idealizadoras do projeto Zona Oculta – entre o público e o privado – com 350 artistas mulheres (2004/11), do projeto Acesso Arte Contemporânea com 158 artistas visuais (2011/17) e de muitas exposições coletivas, ocupações e convocatórias. Em 2002, publicou o livro ¨O Silêncio do Branco¨, relato visual da sua viagem à Antártica num contraponto com a sua obra.

 

 

Até 07 de janeiro de 2018.