O feminino na escultura

02/jun

Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, inaugurou a exposição “Molde – Conversas em torno da escultura e do corpo feminino”, uma coletiva composta por artistas mulheres. A mostra reúne esculturas de treze artistas, de várias gerações: Ana Hortides, Carla Guagliardi, Celeida Tostes, Daisy Xavier, Daniela Antonelli, Estela Sokol, Gabriela Mureb, Lais Myrrha, Regina Vater, Wanda Pimentel, Maíra Senise, Maura Barros e Tatiana Chalhou.

 

A mostra terá 30 esculturas em diferentes materiais, como barro, madeira, cerâmica, bronze, vidro, minerais, osso, mármore entre outros, de treze artistas, em uma seleção que une trajetórias consagradas a jovens nomes da arte contemporânea brasileira.

 

Anita Schwartz, uma das mais destacadas, antigas e respeitadas galeristas brasileiras, nascida em Recife e radicada no Rio, atua no mercado da arte há mais de trinta anos. Desde 2008 a sede de sua galeria fica em um belo edifício de três andares, de quase mil metros quadrados, projetado por Cadas Abranches, no Baixo Gávea, construído especialmente para abrigar exposições e sua reserva técnica.

 

 
Até 1º de julho.

Três no Santander Cultural

31/mai

Dentro da proposta de valorizar o trabalho curatorial neste ano, o Santander Cultural, Porto Alegre, RS, inaugurou a exposição que leva o nome dos seus artistas integrantes: “Zerbini, Barrão, Albano”. Ao todo, são 43 obras, em diferentes técnicas, como pintura, gravura, escultura e fotografia. A seleção para cada artista ficou a cargo de um curador diferente. As obras de Luiz Zerbini, SP, tiveram a curadoria de Marcelo Campos. As de Barrão, RJ, de Felipe Scovino; e as de Albano, SP, por Douglas Freitas. “Foram seis cabeças dividindo o mesmo espaço”, explicou o diretor-superintendente do Santander Cultural, Carlos Trevi. Com estilos diferentes, o desafio foi promover o diálogo entre as diferentes linguagens de cada artista.

 

As esculturas de Barrão ocupam a parte central da galeria, com trabalhos na cor branca. “Geralmente meus trabalhos têm escala menor, mas como fiz obras especialmente para esta exposição, levei em conta o espaço e fiz em escala maior”, explica Barrão. As obras de Albano e Zerbini estão nas laterais. Zerbini apresenta monotipias, pinturas e, em primeira mão, três mesas, cujos superfícies de vidro lembram praias e ondas. Já Albano traz instalações que abordam a questão da luz e da sombra e um tríptico fotográfico.

 

 
Até 16 de julho.

Mostra Bienal com 30 artistas

Depois do sucesso da edição de 2015/2016, a CAIXA Econômica Federal orgulhosamente apresenta a segunda Mostra Bienal CAIXA de Novos Artistas, Centro, Galeria 4. A exposição, que reúne trabalhos de 30 novos talentos das artes visuais de todo o Brasil, aporta primeiro na CAIXA Cultural Rio de Janeiro. A curadoria é de Liliana Magalhães, premiada gestora cultural com experiência em mostras nacionais e internacionais; a expografia é do reconhecido cenógrafo Sérgio Marimba e, participando de uma intervenção exibida na abertura, o artista visual Batman Zavareze.

 

Durante quase dois meses, os cariocas terão a oportunidade de apreciar, em primeira mão, 37 obras de artistas contemporâneos provenientes de 12 estados brasileiros: Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. Os trabalhos que integram a exposição contemplam diversos suportes, de desenhos a esculturas, passando por fotografias, gravuras, instalações, intervenções, pinturas e vídeo.

 

O conceito curatorial desta edição gira em torno da configuração das relações urbanas no momento atual. De modo a concretizar essa abordagem, a curadoria priorizou trabalhos que apresentassem qualidades artísticas resultantes da experimentação e da força poética visual. Assim, não só a potência do assunto de cada trabalho, mas também a contundência da abordagem dos diferentes artistas determinou a escolha dos nomes presentes na exposição.

 

“As obras apresentadas na mostra têm um potente diálogo contemporâneo e revelam um panorama das linguagens e propostas de uma emergente geração das artes visuais. Suas narrativas revelam o artista como um ator social crítico, pleno de cidadania, que se expõe e nos projeta para as complexas relações que se dão nas grandes cidades”, explica a curadora Liliana Magalhães. “As questões de gênero, raça, consumo, política, ética, meio ambiente e afirmação de direitos humanos e civis aparecem como uma síntese do agudo momento de transformação que vivemos”, enumera.

 

Os participantes da coletiva tiveram seus trabalhos selecionados em duas etapas: primeiro, por uma comissão de seleção; e, finalmente, pela curadora. Foram 616 artistas concorrendo com 1.414 obras inscritas. Seguindo o regulamento, foram escolhidos nomes que ainda não exibiram trabalhos em exposição individual, colocando em prática mais uma iniciativa da instituição em divulgar novos artistas. “É uma grande oportunidade de visibilidade para os artistas que estão em início de carreira que apresentam trabalhos com originalidade, experimentação, inovação, conceito e contemporaneidade”, comenta o diretor executivo de Marketing e Comunicação da CAIXA, Mário Ferreira Neto.

 

Após a temporada no Rio, ainda em 2017, a exposição visitará São Paulo e Brasília. Ao longo de 2018, a mostra circulará por todas as outras unidades da CAIXA Cultural: Fortaleza, Recife, Salvador, Curitiba.

 

Participantes

Adriano Catenzaro (PR) – Adriano Catenzaro nasceu em 1979, em Curitiba, onde vive e trabalha. Formado em design gráfico e de embalagens, produz obras que exploram a colagem manual de recortes de papéis. Selecionado para o 5º Salão de Outono da América Latina e 24º Salão Curitibano de Artes Visuais, também foi premiado no IV Prêmio a La Ilustración Latinoamericana Diseño en Palermo.

 

 

Alessandra Buffe (SP) – Formada em Artes Plásticas (FAAP) e Desenho Industrial (USP), Alessandra Buffe participou de exposições como Diálogos de Atelier – Gravurar (Santos, 2017); 4º SOAL – Salão de Outono da América Latina (SP, 2016);  Surrealismo Tenerife – Círculo de Bellas Artes de Tenerife (Espanha, 2015); escultura Árvore (2013) e  escultura Ciclo (2014), no Cemitério Memorial Parque das Cerejeiras – SP.

 

 

Ana Kawajiri (PR) – Ana Kawajiri é brasileira, nascida em Curitiba, Paraná. É artista plástica, historiadora da Arte e museóloga. Desde 2014 reside em Brasília, Distrito Federal. Cursou Pintura na Escola de Música e Belas Artes em Curitiba-PR e História da Arte e Museologia na École du Louvre em Paris, França. Realiza trabalhos em pintura, desenho, colagem, fotografia, bordado e arte-objeto.

 

 

Andrea Vasconcelos (ES) – Andréa Vasconcelos nasceu em 1964, em Linhares (ES). Vive e trabalha em Belo Horizonte, MG. Graduou-se em Artes Visuais pela Escola Guignard UEMG com habilitação em pintura em 2015.  Frequenta o Grupo de Estudos de Pintura Contemporânea no Ateliê Alan Fontes. Além disso, realizou residência artística no Ateliê de Pintura Steve Tyerman, na Austrália, nos anos de 2015 e 2016.

 

 

Cátia Lantyer (BA) – Baiana de Dias D’ávila e residente em Salvador, Cátia Lantyer é mestranda no Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura da Universidade Federal da Bahia. Participou do Circuito das Artes 2014, com o ensaio fotográfico “A urbis e a imagem”. Artista selecionada pelo projeto Mapa da Palavra, da FUNCEB, em 2016, fez parte de mesa redonda na Feira Literária de Cachoeira.

 

 

Cecília Urioste (PE) – Cecília Urioste nasceu em Recife em 1980, onde reside atualmente. Morou em Madrid em 2007, onde cursou o Master em Fotografia de Arte na EFTI. Participação na exposição coletiva Encontros de Agosto, no Centro Cultural Dragão do Mar (Fortaleza-CE), em 2016; selecionada pelo Funcultura para desenvolvimento da pesquisa artística – Recife, 2016.

 

Denise Silveira (RJ)Carioca, Denise Silveira formou-se em Design na UFRJ, onde seu desejo pelas artes plásticas foi despertado. Anos depois, retomou a antiga paixão e iniciou seus estudos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Na EAV, produziu uma série de experimentos com texturas diversas, dentre elas Nuvem, que integrará sua primeira exposição.

 

 

Elaine Stankiewich (PR) – Elaine Stankiewich é artista visual e designer. Nascida em Francisco Beltrão, em 1979, vive em Curitiba. Bacharel em Gravura e pós-graduada em Poéticas Visuais, na EMPAP-PR. Participou de mostras como Novas Poéticas RJ (2016); Arte na Fábrika, Curitiba (2016); 24º Salão Curitibano de Artes Visuais (2016); e o Núcleo de Artes Visuais SESI-PR (2015).

 

Felipe Seixas (SP) – Felipe Seixas (São Bernardo do Campo, 1989) vive e trabalha em São Paulo, onde se graduou em Design Digital pela Universidade Anhanguera. Entre suas principais exposições estão a sua primeira individual, ‘(I)matérico presente’, além de participação na 1° Bienal de Arte Contemporânea Sesc DF.  Em 2015, recebeu a Menção Especial no 22° Salão de Artes Plásticas de Praia Grande.

 

 

Fernando Bueno (GO) – Artista autodidata, astrônomo, fotógrafo e músico, Fernando Bueno nasceu em Guarulhos (SP) e atualmente reside em Goiânia (GO). Atualmente cursando Administração de Empresas, foi convidado para expor seus trabalhos em Londres, na Brick Lane Gallery (15 de julho de 2015) e em Florença (20 de julho de 2015).

 

 

Guilherme Malaquias (BA) – Nascido e criado em Salvador/Bahia, é formado em Arquitetura e Urbanismo na Universidade Salvador. Participa de projetos sociais realizados em algumas comunidades da capital baiana, em ações voluntárias. Integrou exposições coletivas, com mais destaque para as realizadas pela rede social Instagram. A partir daí, foi convidado para exposições em Brasília, São Paulo e Colômbia.

 

 

Jefferson Medeiros (RJ) – Nascido e criado em São Gonçalo (RJ), onde reside atualmente. Tem Licenciatura em História e Pós-Graduação em Ensino de Histórias e Culturas Africanas e Afro-brasileiras.

 

 

Joana Bueno (RJ) – Joana Bueno nasceu no Rio de Janeiro em 1982, cidade onde vive e trabalha. Começou a estudar artes no ano de 2000, em cursos livres de desenho, pintura e teoria da arte na EAV do Parque Lage. Possui curso superior em Artes e Indumentária. Inicia sua carreira como figurinista no teatro e cinema e depois como diretora de arte, atuando por quatro anos como carnavalesca.

 

 

João Paulo Racy (RJ) – João Paulo Racy é artista e diretor de fotografia. Nasceu em 1981, no Rio de Janeiro, e atualmente vive e trabalha entre Rio e São Paulo. Foi contemplado com o prêmio Aquisição no 42º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto (SP) e no 15º Salão de Artes de Jataí (GO). Participou de exposições no Brasil, Alemanha, Espanha e Argentina.

 

 

José Viana (PA) – Nascido em 1988, em Belém (PA), é graduado em Comunicação Social e estudou Artes Visuais no Instituto Nacional del Arte, em Buenos Aires (Argentina). Recebeu Prêmio Arte Monumento Brasil 2016, com a obra Ímpeto; selecionado para Temporada de Projetos / Paço das Artes 2016 como Raio Verde, duo com Camila Fialho, com a obra 330 (ou sobre uma única viagem).

 

José de Arimatéa (PI) – Natural de Pedro II, Piauí, onde vive e atua até hoje, José de Arimatéa é formado em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Piauí, e atua como arte-educador. Participou de exposições coletivas e salões, sendo premiado duas vezes no Salão de Artes Plásticas de Teresina, na categoria Desenho (2011 e 2012).

 

 

Julie Brasil (RJ) – Julie Brasil nasceu na Guatemala, viveu em São Francisco, São Paulo e mora no Rio de Janeiro. É bacharel em pintura, mestre em Artes Visuais e atualmente é doutoranda em Imagem e Cultura pela UFRJ. Seu trabalho gravita entre os temas trauma, política, consumo e ironia. Participou de coletivas no Festival de Vídeos de Kassel, IBEU, SESC, Centro de Arte Hélio Oiticica, MUBE e Furnas.

 

Karine de Lima (DF) – Nascida em Belo Horizonte, atuou na área de meio ambiente por mais de dez anos. Após graduar em artes visuais na UFMG, mudou-se para Brasília, onde vive e trabalha. Desde 2016 se dedica à produção artística, na qual aborda  experiências humanas em relação à natureza e ao espaço.

 

 

Leonardo Savaris (RS) – Leonardo Savaris é natural de Caxias do Sul/RS, começou a fotografar em 2011 e, no ano seguinte, ingressou na faculdade de fotografia (Unisinos). Desde então atua como freelancer e vem aprimorando seu trabalho, merecendo destaque em publicações, exposições coletivas e concursos especializados. Destacam-se: Carta das Laranjeiras (BA), Paraty em Foco (RJ), Ateliê da Imagem (RJ), Mosaicografia (RS).

 

Lidia Malynowskyj (SP) – Nascida em Santos (SP), ingressou em 2008 no curso de Artes Plásticas na Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo, onde viveu até 2011. Depois, mudou-se para Bertioga, onde reside e trabalha. Selecionada para exposições coletivas como o Salão de Piracicaba, Praia Grande e Jataí. Participou de residências artísticas internacionais, na Islândia (2013) e Hungria (2015)

 

 

Lucas Lugarinho Braga (RJ)Aos 25 anos, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Graduado pela Escola de Belas Artes da UFRJ em Pintura (2016), participou de exposições coletivas no Centro Cultural Calouste Gulbekian (RJ), Castelinho do Flamengo (RJ) e o Museo Del Chopo (Cidade do México). Em 2016 esteve na Cidade do México, por meio da bolsa Becas de Estancias Creativa, oferecida pelo governo mexicano.

 

 

 

Luciano Feijão (ES) – Mestre em Artes pela Universidade Federal do Espírito Santo, foi membro fundador do grupo Célula de Gravura, em 2009, com pesquisa em litografia. Participou de exposições individuais e coletivas em Vitória (ES), São Paulo (SP), Los Angeles (EUA) e Cidade do México (México). Produz ilustrações profissionalmente para livros, jornais e revistas desde 2003. Foi professor no Departamento de Artes Visuais / UFES e hoje coordena o NUPIE – Núcleo de Pesquisa em Ilustração Editorial / UFES / SESC.

 

Luiz Guimarães (RJ) – Administrador de empresas formado pela Universidade Fumec (BH), com pós-graduação em Gestão Logística e Supply Chain pela Fundação Dom Cabral. De 2012 até 2016 foi diretor administrativo financeiro do Museu de Arte do Rio – MAR. É mestrando em História e Crítica de Arte pelo Programa de Pós-graduação em Artes (PPGARTES) da UERJ.

 

 

Marcela Antunes (RJ) – Graduada em Artes Visuais pela UERJ, Marcela Antunes atualmente cursa o Mestrado em Arte e Cultura Contemporânea na mesma instituição. Desde 2005 pesquisa relações entre as linguagens da performance e da fotografia. Participou de residências, festivais de performance e workshops no Brasil, Lituânia, Noruega, República Checa, Índia, México, Colômbia e Espanha.

 

 

Natalie Mirêdia (ES) – Natalie Mirêdia nasceu em 1992 em Vitória (ES) e se formou em Artes Plásticas na UFES. Atualmente mora em São Paulo e trabalha como artista e produtora cultural no Performe-se Festival. Participou de mostras no Brasil e exterior, como New Worlds: Violence Remains de Video/Performance Latinoamericano (Helsinki) e  Venice Experimental Video and Performance Art Festival (Veneza).

 

Natasha Ulbrich Kulczynski (RS) – Natasha Kulczynski nasceu e reside em Porto Alegre, é formada em Design e Artes Visuais, e atualmente cursa o mestrado em Artes Visuais pelo PPGAV (UFRGS). Participou do Projeto Cantigas do Mundo – Le Comptines á Travers le Monde, Espaço de Arte Sapato Florido, 2015; da exposição Expressões do Múltiplo, 2017; e coletivas na Pinacoteca Barão de Santo Ângelo, Porto Alegre, RS..

 

 

Paula Viana (SP) – Nascida em São Paulo em 1982, cidade onde graduou-se em Psicologia e vive até hoje, pela PUC-SP, em 2008. Atualmente trabalhando com criação em design gráfico, Paula Viana atua como professora de Arte e Experimentação para crianças e participa do Coletivo de Artistas da Casa Lumieiro.

 

 

Rafael Antonio Ghirardello  (SP) – Natural de São Paulo, onde reside, Rafael Antonio Ghirardello é graduado em Comunicação das Artes do Corpo (PUC/SP), com habilitação em Teatro e Dança, e com licenciatura em Artes Plásticas pela USP. Atua como cenógrafo e aderecista de teatro, incluindo espetáculos como Cacilda !!!!! e Macumba Antropofágica, do Teatro Oficina. Realiza trabalhos em artes plásticas para o cinema, teatro e cubo-branco.

 

 

Sanzio Marden (SP) – Mineiro de Ponte Nova, cresceu em Belo Horizonte e trabalhou com Patrimônio Histórico nos Estados do Ceará, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. Formado em Artes Plásticas pela Escola de Artes Visuais Guignard, em Belo Horizonte, especializou-se em Arte e Educação pela Universidade Estadual Vale do Acaraú-CE

 

 

Talitha Filipe (DF) – Nascida em Brasília, onde se formou em Arquitetura e Urbanismo pela UNB e reside até hoje, Talitha Filipe iniciou em 2011 sua segunda graduação, em Artes Plásticas, na mesma instituição. Em setembro deste ano inicia o mestrado na Faculdade de Belas Artes na Universidade do Porto, Portugal, na área de Arte e Design para o Espaço Público.

 

 

 

De 30 de maio a 23 de julho.

Biquínis no CCBB-Rio

17/mai

A exposição “Yes! Nós temos biquíni”, no CCBB Rio, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta os aspectos sociais, históricos e culturais de uma criação revolucionária no mundo da moda e a sua devida apropriação pelos brasileiros, transformando-a em objeto de desejo do mundo todo. O traje nasceu na França, em 1946, mas originou-se há séculos, como mostram as preciosas tangas marajoara do período pré-colombiano. Do pesado traje de banho do século 19 às novas modelagens do século 21, a exposição ressalta as mudanças de comportamento e conquistas da mulher nesse período, os padrões de beleza e sua relação com a arte. A curadoria é de Lilian Pacce.

 

A mostra reúne cerca de 120 obras, entre looks icônicos e históricos de moda praia, fotografias, pinturas, esculturas, vídeos, ilustrações, instalações, artefatos históricos e amplo material iconográfico. Performances, debates e um ciclo de cinema também fazem parte da programação da exposição, que ocupará o 2º andar do Centro Cultural.  A exposição é patrocinada pelo Banco do Brasil.          

 

“A moda, para além de seu propósito inicial que é vestir o corpo, sempre esteve relacionada a questões sociais, culturais, políticas e econômicas. Esta exposição traz uma diversidade, que sempre buscamos para a programação do CCBB e apresenta um diálogo entre o elemento de maior representação brasileira na moda mundial com obras de arte contemporâneas que desafiam o visitante a interpretar essas associações”, comenta o gerente-geral do CCBB Rio, Fabio Cunha.

 

O percurso começa com uma explicação sobre a criação do engenheiro francês Louis Réard, que ousou diminuir a calcinha de cintura alta e revelar o umbigo da mulher – símbolo do vínculo e da ruptura entre duas vidas, zona erógena, centro do corpo humano e do mundo, como se percebe na obra Um.Bigo, de Lia Chaia. Réard queria que sua ideia fosse tão explosiva quanto os primeiros testes nucleares no atol de Bikini – daí surge o nome da peça. Ilustrando modas, modismo e rupturas, uma linha do tempo mostra a evolução do traje de banho, com peças originais desde o século 19 até hoje, looks que sintetizam a imagem de cada década assim como as mulheres que fizeram a fama do biquíni ao longo da história.

 

Na sala seguinte, o visitante descobre que historicamente, apesar de ser uma criação francesa, o crédito pela invenção do biquíni poderia caber aos índios brasileiros e sua forma de cobrir o corpo. Tangas marajoaras datadas do período pré-colombiano, cedidas pelo Museu de Arqueologia e Etnologia – USP, mostram que os trajes já eram usados por aqui muito antes do descobrimento, mas não eram percebidos como “roupa” sob o prisma da moral dos colonizadores portugueses. A sala se completa com obras de artistas nascidos em outros países, mas que escolheram o Brasil para viver, como Claudia Andujar, John Graz e Maureen Bisilliat, que representam o encantamento dos estrangeiros com nossa cultura, e também biquínis inspirados na cultura indígena.

 

Temas fundamentais nos dias atuais, o empoderamento feminino e questões ligadas aos padrões de beleza impostos pela sociedade fazem parte do debate proposto pela exposição. A reflexão sobre o corpo e a praia acontece na próxima sala por meio do diálogo das obras de Marcela Tiboni, Claudio Edinger e Elen Braga com criações dos estilistas Amir Slama, Isabela Frugiuele (Triya) e Adriana Degreas, além da escultura de Tiago Carneiro da Cunha. Já a relação entre moda e arte é tratada pela inspiração mútua e parcerias inusitadas – Beatriz Milhazes, Glauco Rodrigues e Jorge Fonseca para Blue Man, J. Carlos para Salinas, Gonçalo Ivo e J. Borges para Amir Slama, Maria Martins para Adriana Degreas. No centro da sala, em destaque, Stripencores, obra de Nelson Leirner de 1967 que ganha um quinto elemento criado especialmente para a mostra.

 

A praia como território geográfico, social e até virtual surge em cenas do dia a dia nas imagens captadas pelas lentes de Alair Gomes, Cartiê Bressão, Fernando Schlaepfer, Frâncio de Holanda, German Lorca, Julio Bittencourt, Otto Stupakoff, Pierre Verger, Rochelle Costi,  Thomaz Farkas e Willy Biondani, além de vídeo de Janaína Tschape e de escultura de Eder Santos. Como contraponto, o trabalho elaborado por nomes que ajudaram a criar a identidade da moda praia brasileira (e projetá-la mundialmente) surge em imagens icônicas: Dalma Callado em foto que alavancou sua carreira internacional nos anos 1970, feita por Luiz Tripolli, e Gisele Bündchen clicada por Jacques Dequeker no início dos anos 2000, já famosa – e ainda Antonio Guerreiro, Bob Wolfenson, Claudia Guimarães, Daniel Klajmic, Klaus Mitteldorf, Marcelo Krasilic, Miro e Vavá Ribeiro.

 

Mas muito antes dos editoriais de moda, era o ilustrador e figurinista Alceu Penna quem “ditava” tendências na extinta revista “O Cruzeiro” com “As Garotas do Alceu”, verdadeiras it girls da época. A praia é vista também pelo traço das ilustrações de Carla Caffé, Filipe Jardim e Paulo von Poser. A sala traz ainda uma videoinstalação com grandes momentos da moda praia nas semanas de moda no Brasil, e uma série de manequins com biquínis e maiôs de caráter excepcional, seja pela construção, modelagem, material ou pela criatividade em si – prova de que o biquíni é a peça mais brasileira de todas.

 

Na última sala, o visitante é convidado a compartilhar experiências de praia, diante das obras de Cássio Vasconcellos, Katia Maciel e Leda Catunda – e da pergunta que fica: qual é a sua praia? “A força de uma peça tão pequena como o biquíni brasileiro, basicamente quatro triângulos de tecido, está diretamente ligada ao emporaderamento feminino ao longo do último século e vai muito além da praia em si. A exposição pretende mostrar essas interfaces, seu impacto nas conquistas da mulher e o lifestyle criado em torno dele”, diz a curadora Lilian Pacce, autora do livro O Biquíni Made in Brazil. A cenografia é assinada por Pier Balestrieri, com comunicação visual de Kiko Farkas, consultoria de arte contemporânea de Sandra Tucci, coordenação geral e produção executiva da Com Tato Agência Sociocriativa.  

 

 

Palestra – A Revolução Feminina na Areia

 

31/05/2017, às 18h30 – Painel sobre as mudanças sociais que acompanharam a evolução dos trajes de moda praia e as conquistas femininas.

 

 

A palavra da curadora

 

Yes! Nós Temos Biquíni explora as conexões entre moda, arte, comportamento e história a partir do final do século 19, quando ir à praia era como tomar remédio: tinha apenas função terapêutica. Desde então, a praia se tornou um espaço democrático de lazer, onde convivem jovens e velhos, ricos e pobres, magros e gordos, atletas e sedentários, branquelos, bronzeados e gente de todas as cores com seus “corpos de praia”.

 

Acima de tudo, a exposição pretende mostrar a força da menor peça do vestuário feminino: o biquíni. E mais do que isso: o biquíni made in Brazil que, numa rara virada de jogo, se tornou objeto de desejo mundo afora. Apesar de ter sido criado na França, o Brasil se apropriou tão bem da peça que se tornou referência em moda praia; o Rio de Janeiro, seu melhor cenário, e a Garota de Ipanema, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, sua maior musa, seguida pela modelo Gisele Bündchen.

 

De um exemplar autêntico de 1895 (um vestido de lã com bloomer), passando pela conquista do maiô de perninha até chegar ao mínimo fio-dental, nota-se como os modelos de cada época refletem as respectivas conquistas da mulher – muitas vezes tema de grandes escândalos, seja com a atriz brasileira Leila Diniz expondo sua barriga de grávida num biquíni em 1971, seja com a prisão da nadadora olímpica australiana Annette Kellermann em 1907 por usar o então maiô masculino. A pesquisa deixa claro também que os protagonistas da história, tanto criadores como criaturas, não se deram conta da relevância de seus atos e do impacto que provocariam na sociedade e na arte ao longo do século 20.

 

E através da arte, o biquíni ganha outras perspectivas. A exposição cria diálogos e contrapontos entre arte e moda, de onde surgem texturas, cores e emaranhados ao mesmo tempo que levam para a praia do Rio de Janeiro o despojamento, a diversão, o despudor, o corpo solto. A obra Stripencores de Nelson Leirner de 1967 ganha um quinto elemento, o biquíni, criado especialmente para a mostra.

 

Os vários modos de estar e de ocupar estes territórios de liberdade que a praia, o sol, o mar e o biquíni permitem são retratados em obras de suportes variados como fotografia, pintura, escultura, vídeo, ilustração. De cada um deles surge uma interpretação, uma discussão ou o simples ato da contemplação.

 

As paisagens, a natureza, o comportamento ao ar livre e a apropriação de espaços geográficos, sociais e até virtuais indicam que o biquíni pode se apresentar de muitas formas, mas sempre traz consigo a busca da liberdade feminina e sua relação com o próprio corpo.

Lilian Pacce

   

   

De 17 de maio a 10 de julho.

Entre Objeto e Ser

A Galeria Marcelo Guarnieri, Jardins, São Paulo, SP, a mostra “Flávia Ribeiro. Entre objeto e Ser”, trabalhos, em grande parte desenhos e esculturas, produzidos entre 2014 e 2017. Apesar de se apresentarem visualmente distintos entre si, todos eles são parte integrante de um mesmo conjunto de interesses da artista, que passam pelas questões da matéria, do corpo e da linguagem, e embora sejam pensados como peças individuais, possuem uma forte relação de irmandade tanto no processo de produção, quanto na montagem da exposição. “Entre objeto e ser” é a primeira de mais duas mostras individuais de Flávia Ribeiro que serão apresentadas nas unidades do Rio de Janeiro e de Ribeirão Preto da Galeria Marcelo Guarnieri.

 

 

Galeria Marcelo Guarnieri | São Paulo

 

Suponhamos que inicialmente seja desenho. As formas que surgem desconexas na imaginação de Flávia Ribeiro precisam, em algum momento, de um papel para se materializar, mesmo que seja apenas na visão. Uma espécie de anteparo, talvez, por onde possa deslizar qualquer tipo de material que deixe seu rastro. Ganham a certeza do traçado para alcançar, logo depois, a maturidade de um formato. Desenho como ferramenta do pensamento, como um primeiro encontro presenciado pela artista, entre aquilo que estava dentro e que agora está fora de si.

 

Suponhamos que inicialmente não seja desenho. Desinvestido de sua função de projeto, o desenho existe apenas como um segundo encontro, uma forma de entender, no plano, aquilo que já foi modelado no espaço. Uma espécie de tradução. É assim que surgem, no papel, tipos diversos de algo parecido a estruturas empilhadas, que podiam bem ser esqueletos de cadeiras ou mesas sem tampo. Embora sustentadas por pernas finíssimas e desajeitadas, parecem robustas, e talvez por essa ambiguidade, nos deixem confusos sobre o seu tempo de vida: seriam ainda esqueletos, em processo de fortalecimento para um dia suportar a carne, ou seriam já esqueletos, pura carcaça? Não ocupam sozinhos o espaço do papel, dividem o plano com campos de cor que podem vir em amarelo ou cinza, delimitados pela forma assertiva de um retângulo. Talvez seja da cor que se trata a carne. Na segunda dimensão, é ela quem tenta preencher o vazio dos corpos-esqueletos construídos pela artista.

 

Suponhamos, então, que inicialmente seja o espaço. Testar peso, tamanho, equilíbrio e textura. Tocar, moldar e fundir para descobrir do que se trata. Mexer nas coisas e fazer parte delas, doar um pedaço do próprio corpo por meio do gesto. Ribeiro precisa trazê-las para a terceira dimensão, transformá-las, enfim, em coisas: coisas que pesam, imóveis sobre o chão ou pendentes no ar. Pesam também no tempo, quando fundidas em bronze, matéria que carrega o valor da história e o símbolo da eternidade. O bronze, aqui, dá corpo à estruturas tortas, aparentemente frágeis, mas que, evidentemente, jamais quebrarão; petrifica um galho de árvore, eximindo da matéria-orgânica seu desejo maior: a vida.

 

Aliás, não seria a própria experiência da vida uma questão no trabalho de Flávia Ribeiro? Bem distante da abordagem literal ou religiosa, Ribeiro nos permite refletir sobre ela a partir de noções como movimento e transformação. Seus objetos parecem estar sempre em trânsito, pulando da terceira para a segunda dimensão, ou da segunda para a terceira; assumem múltiplas formas de existência, sendo papelão e parafina para logo então ser bronze, ou ser guache para depois ser veludo; podem articular-se em módulos como peças soltas, o que lhes permite infinitas combinações; também podem ser pendentes a partir de pontos de apoio fixados na parede, atestando a força da gravidade que rege e organiza nossa forma de vida neste planeta; constroem-se a partir do desejo constante de cercar espaços cheios de vazios, reivindicando seu direito de existência entre o tudo e o nada; evidenciam, enfim, em suas superfícies, o vigor do gesto de uma mão inquieta, seja no traço do lápis, seja na modelagem da parafina. Assim, somos instigados a acompanhá-los, caminhando pra lá e pra cá de modo a alcançá-los, curvando a coluna ou esticando o pescoço, sentindo no corpo e na alma o efeito de suas variadas texturas, dimensões e atmosferas; aliviados quando diante das superfícies lisíssimas do gesso ou sufocados pelo preto absoluto de uma manta de feltro muito grossa. A relação que estabelecemos com os trabalhos de Flávia Ribeiro, aliás, não precisa ser mediada pelas palavras, afinal, ninguém precisa nos dizer que estamos vivos: podemos sentir.

 

 

De 20 de maio a 01 de julho.

Beatriz Milhazes no Rio

16/mai

Pintora por excelência, Beatriz Milhazes vem recentemente experimentando as potencialidades e desafios da escultura. O resultado desse processo, iniciado em 2010, pode ser visto na exposição “Marola, Mariola e Marilola”, a partir do dia 20 de maio, na Carpintaria, novo espaço da Fortes D’Aloia & Gabriel, no Rio de Janeiro, RJ.

 

São três grandes trabalhos tridimensionais, que apresentam forte sintonia com suas telas, gravuras e colagens, mas propõem novos e instigantes nexos perceptivos. Como se seus motivos característicos – como o círculo, a flor e o arabesco – tomassem conta do espaço e estabelecessem entre si um novo tipo de relação corporal, física, determinada também pelos intervalos entre elementos e pela posição do espectador. Dependendo do ângulo em que você observa a peça, forma-se um outro trabalho. É uma vivência concreta, em que o corpo da obra relaciona-se com o corpo do observador. “Esta possibilidade física é uma área de investigação que a pintura não oferece”, esclarece.

 

As três esculturas que dão título à mostra foram criadas ao longo de cinco anos de pesquisa – com a realização de diversas maquetes em tamanho natural – na Durham Press, estúdio na Pensilvânia, USA, onde Beatriz desenvolve, desde 1996, sua produção gráfica, em paralelo a uma intensa agenda de trabalho e exposições. São peças grandes, com altura que varia entre 2,26 e 2,89 metros e que lidam com o espaço de diferentes maneiras, quer potencializando o corpo da obra (as circunvoluções de Marola criam um corpo mais denso no espaço, com largura e espessura quase equivalentes), quer servindo como divisor de campos, como no caso de “Marilola”, que tem menos de meio metro de espessura e funciona quase como uma cortina. Inéditas no Brasil, as três peças foram exibidas nas galerias que representam a artista em Paris e Nova York (James Cohan Gallery, NY, e Max Hetzler, Berlin/Paris).

 

Os títulos, como costuma acontecer na produção de Milhazes, são interessantes chaves de leitura. Além de promoverem a conexão entre as obras, reafirmam a importância do ritmo, da sonoridade e da brasilidade em seu trabalho. A primeira e maior delas, que segundo ela ainda apresenta uma forte conexão com a ideia do móbile, remete ao ir e vir das ondas, à noção de movimento constante e sedutor.

 

“Mariola”, doce popular, também traz ecos da cultura vernacular que tanto alimenta a artista, enquanto “Marilola” brinca com a sonoridade, num jogo lúdico de palavras, num procedimento que se assemelha ao jogo espacial que ela cria a partir da associação de diferentes materiais e cores. Nas três peças, o conjunto é articulado a partir de um desenho em metal, que serve de suporte para os diferentes elementos. Há nessas composições uma lógica semelhante à da colagem, fortemente presente na pintura de Milhazes.

 

Tudo começou com um cenário feito por Beatriz para um espetáculo de dança de sua irmã, a coreógrafa Márcia Milhazes, em 2004. Ao criar uma espécie de lustre no centro do palco, ela foge pela primeira vez da ideia de painel que sempre havia regido seu trabalho cenográfico e coloca diante de si um desafio tridimensional que viria a se tornar cada vez mais agudo.

 

O primeiro resultado desse mergulho no espaço foi a série “Gamboa” (que esteve presente na mostra realizada há quatro anos no Paço Imperial), que para a artista ainda não pertenceriam ao campo escultórico. “Não considero que “Gamboa” lide com o volume, com o espaço arquitetônico, físico”, diz. Outra diferença em relação à experiência de Gamboa é o tipo de material utilizado. Enquanto o primeiro debruçava-se sobre elementos próximos à cultura do carnaval e da festa de rua, nas esculturas mais recentes Beatriz buscou propositalmente trabalhar com elementos mais resistentes, com materiais atraentes como os metais polidos, o acrílico e a madeira, transformada em suporte para intervenções pictóricas.

 

“Sou uma pessoa do bidimensional. Minhas ideias, conceitos estão totalmente ligados ao plano”, afirma, explicando como foi difícil e instigante esse desafio. “A maior dificuldade foi começar a raciocinar em três dimensões”, explica. Trata-se de um processo cheio de idas e vindas, no qual procurou “a partir do meu repertório, aprofundar, trabalhar verticalmente, evoluindo na tridimensionalidade”. “Foi quase uma aventura”, conclui Beatriz, que este semestre terá grande parte de sua obra reunida em um volume da série especial que a editora alemã Taschen dedica a grandes pintores contemporâneos. O livro, em grande formato, terá tiragem limitada (assinada de próprio punho pela artista) e será lançado em quatro idiomas: alemão, inglês, francês e português. Beatriz fará assim parte de um seleto grupo de homenageados que já inclui nomes como Jeff Koons, Cristopher Wool, Neo Rauch, Albert Ohelen, Darren Almond, Ai WeiWei e David Hockney.

 

“Marola, Mariola e Marilola”, que reforça a vocação experimental e de promoção de cruzamentos entre diferentes linguagens da Carpintaria.

 

 

 

Até 15 de julho.

 

 

Sobre a artista

 

Beatriz Milhazes é formada em Comunicação Social. Ingressou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage em 1980, onde estudou até 1983. Como professora de pintura, lecionou até 1996. Milhazes é considerada uma das mais importantes artistas brasileiras. Consolidou sua carreira no circuito nacional e internacional de artes visuais com participação nas bienais de Veneza  – 2003 -, São Paulo – 1998 e 2004 -, e Shangai – 2006 -, e exposições individuais em museus e instituições prestigiosas, como a Pinacoteca do Estado de São Paulo – 2008 -; Fondation Cartier, Paris – 2009 -; Fondation Beyeler, Basel -2011 -; Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa – 2012 ; Museo de Arte Latinoamericano, Malba, Buenos Aires – 2012 -; e, mais recentemente, o Paço Imperial, Rio de Janeiro,  – 2013-, e o Pérez Art Museum, Miami, USA,  – 2014/2015. Suas obras integram as coleções do Museum of Modern Art (MoMA), Solomon R. Guggenheim Museum e The Metropolitan Museum of Art (Met), em Nova York; do 21st Century Museum of Contemporary Art, no Japão; e do Museo Reina Sofia, em Madrid, entre outros. A artista vive e trabalha no Rio de Janeiro.

Nelson Felix na Millan

15/mai

A Galeria Millan, Vila Madalena, São Paulo, SP, apresenta até o dia 20 de maio, a exposição inédita de Nelson Felix “Variações para Cítera e Santa Rosa”. A mostra, que ocupa os espaços da Galeria e do Anexo Millan, reúne esculturas e desenhos que refletem as ações do quarto trabalho da série “Método poético para descontrole de localidade”, iniciada em 1984.

 

“O Método poético, como expressa o título, visa traduzir uma ideia de espaço, de construção poética, que amalgama locais por meio do desenho e ações semelhantes”, explica o artista. Como uma ópera e seus atos, as três obras anteriores – “4 Cantos”, “Verso” e “Um Canto Para Aonde Não Há Canto” -, foram realizadas em Portugal (2007/08), em Brasília (2009/11) e São Paulo (2011/13). E agora o quarto trabalho na Galeria Millan e no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro, simultaneamente.

 

“Como nos livros de poesia moderna, em que desenhos ou gravuras criavam uma relação entre texto e imagem, o “Método” possui um processo similar. Nesse sentido, esculturas, desenhos, ações, fotografias, vídeos e deslocamentos ilustram um texto, formando uma noção de lugar, que submete-se a um desenho no próprio globo terrestre”, revela Nelson Felix.

 

Em “Variações para Citéra e Santa Rosa”, como no projeto no MAM carioca, Nelson Felix elege o poema de Mallarmé “Um Lance de Dados Jamais abolirá o Acaso” para desestruturar a ideia de um só espaço expositivo. Partindo desse princípio, ele lança um dado, com o número seis em todas as faces, sobre um mapa-múndi, em uma data e hora estabelecidas e em um local incidental do curso de uma estrada. O dado, jogado, define seu acaso, não mais pela aleatoriedade do número, mas sim pela aleatoriedade de sua posição indicada sobre o mapa. Com isso, o artista viaja a Cítera, ilha jônica grega e a Santa Rosa, no pampa argentino.

 

Na Galeria e no Anexo Millan encontra-se em exposição, dezoito desenhos (em lacre, mármore, planta, cabo de aço, bronze e tecido) e sete esculturas (em mármore de Carrara, bronze, planta e tv), que remetem ao poeta francês e aos espaços percorridos pelo artista. “Existe hoje um entrecruzamento de fatores físicos e não-físicos acoplados ao entorno da arte, fatores como: informações, significados, história, hierarquia, tempo etc.; o nosso espaço atual, pelo menos em arte, não é mais tão limpo. Neste quarto trabalho, como nos anteriores, também reúnem-se ambientes externos e internos, mas seu interesse encontra-se nos múltiplos significados criados no próprio sítio da exposição”, conclui o artista.

Arte e vida

Em junho, a série “A Academia ocupa o ateliê” apresenta o curso “Arte e vida: do moderno ao contemporâneo”, com Ricardo Fabbrini nos dias 06, 13, 20 e 27 de junho. Uma promoção do Ateliê397, Pompéia, São Paulo, SP, quatro encontros com vagas limitadas.

 

Os encontros analisam as tentativas de embaralhar arte e vida, com ênfase nas intervenções urbanas, a partir dos anos 1990. Fabbrini examina as intervenções que teriam por finalidade, segundo o curador Hans Obrist, construir “espaços e relações visando à reconfiguração material e simbólica de um território comum”. Sua finalidade seria – nos termos do artista Rirkrit Tiravanija – constituir durante certo tempo, novos espaços de interação – “plataforma” ou “estação”-: “um lugar de espera, para descansar e viver bem”, em que “as pessoas conviveriam antes de partirem em direções distintas”. Seriam intervenções que “mediante pequenos serviços” corrigiriam, segundo Nicolas Bourriaud, as falhas nos vínculos sociais ao redefinirem as referências de um mundo comum e suas atitudes comunitárias. Seria um lugar de esperança e mudança, porém não nostálgico, porque dissociado da ideia já devidamente arquivada, que orientou as vanguardas, de utopia. O curso perguntará, assim, se o investimento da arte de vanguarda na transformação do mundo segundo o esquema revolucionário orientado por uma “utopia política” foi substituído por um “realismo operatório” voltado para a “utopia cotidiana, flexível” (ou “heterotopia”, no termo de Michel Foucault). Por fim, examinará a relação entre a arte contemporânea e o ativismo urbano – como grupos feministas, negros, LGBT, ou em coletivos contra a gentrificação, de denúncia da vulnerabilidade social, do Parque Augusta ao Ocupe Estelita – que tensionam estética e política, sem ceder à ameaça de ver suas ações transformadas em “mercadoria vedete do capitalismo espetacular”, na expressão de Guy Debord.

 

 

Programa:

Aula 1 – 06/06

Caminhadas estéticas: do dandy ao dadá.

Aula 2 – 13/06

As Derivas: Surrealismo e Situacionismo

Aula 3 – 20/06

Estética Relacional: Nicolas Bourriaud e Jacques Rancière

Aula 4 – 27/06

Cidade, Utopia e heterotopia

 

 

Sobre Ricardo Fabbrini

 

Ricardo Fabbrini é professor doutor em Filosofia no curso de Graduação e no Programa de Pós-graduação em Filosofia no Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo; e professor do Programa de Pós-graduação Interunidades em Estética e História da Arte da USP. Possui graduação em Direito pela Faculdade de Direito da USP e em Filosofia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da mesma Universidade. É doutor em Filosofia pela USP, onde obteve também o título de mestre. É autor de “O Espaço de Lygia Clark” (Editora Atlas) e “A arte depois das vanguardas” (Editora Unicamp). Tem experiência na área de Estética, atuando principalmente nos seguintes temas: estética, filosofia da arte, arte contemporânea, arte moderna, e arte brasileira.

Individual de Marina Weffort

A galeria Cavalo, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, apresenta “Tecido”, a primeira mostra individual de Marina Weffort na cidade. Nessa exposição a artista reúne 10 obras inéditas, parte de sua pesquisa na elaboração de composições geométricas através do minucioso desfiamento de tramas sintéticas. Como resultado dessa investigação, Marina cria trabalhos que são algo entre finas membranas orgânicas, que se movimentam e reagem ao ambiente no qual são expostas, e desenhos estruturais, que se relacionam com as linhas arquitetônicas do antigo casarão de Botafogo onde a galeria se localiza.

 

Os trabalhos são esticados na parede e sustentados por alfinetes, mas apesar da real tensão que arma cada um, a geometria presente neles é atraentemente maleável – talvez por ter sido construída das lacunas do plano inicial. Através da incisão, Marina decide quais fios obedecerão as direções cartesianas e quais passarão a se comportar independentemente, consoando com os corpos dos espectadores.

 

 

De 18 de maio a 24 de junho.

 

Suzana Queiroga no MNBA

Completando dez anos de criação, o projeto “Ver e Sentir através do toque” do Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, RJ, voltado para a acessibilidade e a sustentabilidade, inaugura uma nova fase: o foco agora se volta para a arte contemporânea.

 

Nesta nova etapa a convidada é a artista visual Suzana Queiroga, integrante da famosa Geração 80 do Parque Lage, cuja exposição o MNBA abre na Sala Mario Barata, no dia 16 de maio, às 12h, em evento integrante da 15ª Semana dos Museus, promovida pelo IBRAM.

 

Um dos destaques da mostra é a obra “Topos”, um relevo em gesso doado em 2009 ao MNBA, produzida já com a intenção de participar de um projeto educativo, no qual a relação com a obra pudesse ser estimulada a partir da percepção tátil.

 

Além desta, serão exibidas outras três obras, sendo que uma delas será produzida na abertura da exposição, focando no desenvolvimento de uma rica experiência sensorial com cegos e videntes. Suzana Queiroga vai apresentar um mapa interativo da região onde se localiza o Museu Nacional de Belas Artes, além de outras obras que poderão ser tateadas.

 

O trabalho “Topos” será ambientado num novo contexto, onde a percepção visual pode ser minimizada e outros sentidos precisam ser ativados, o relevo, junto a outras obras, ganha novas dimensões e um espaço ampliado. Em um ambiente com pouca iluminação e sem informação textual, pretende-se acionar outros sentidos, que as cores ganhem som, cheiro, textura, sentimentos e sensações.

 

“É um caminho a ser percorrido com o corpo, onde o tempo é ativado e uma narrativa se inicia. Aqui, dar espaço aos outros sentidos é uma oportunidade singular de reaprender o mundo”, explicam os curadoes Daniel Barretto, Simone Bibian e Rossano Antenuzzi, todos técnicos do Museu Nacional de Belas Artes/Ibram/MinC.

 

Paralelamente, haverá uma mesa-redonda com a artista e seus convidados, discutindo o tema da ciência e arte, incluindo a participação de uma neurocientista.
Iniciado em 2007, o projeto previu a possibilidade do toque em reproduções em baixo relevo e algumas maquetes, feitas a partir do acervo artístico do museu, de obras especialmente selecionadas para este trabalho. O objetivo foi possibilitar a experimentação estética e o conhecimento sobre história da arte e processos artísticos, tornando-os acessíveis às pessoas cegas e com baixa visão, de forma a democratizar o acesso à cultura.