Ernani, celebra 111 anos

20/jun

Para celebrar os 111 anos da Ernani Leiloeiro – uma das mais tradicionais casas de leilão do Brasil – Horácio Ernani Rodrigues de Mello (quinta geração da família de leiloeiros) criou um evento especial. Obras de parte dos acervos do Comendador Osvaldo Riso, da Sulamérica Seguros, do Acervo da Galeria TAC e de outros comitentes serão expostas entre até 23 de junho,  na Vila Riso, São Conrado, Rio de Janeiro, RJ. Este formato permitirá apreciar obras de artistas renomados como – entre os destaques -, as “Bandeirinhas”, de Alfredo Volpi, um dos artistas mais importantes da segunda geração do modernismo brasileiro.

 

No conjunto apresentado, o “Buraco para jogar políticos desonestos”, de Cildo Meireles, é uma das obras mais impactantes. Nela, o artista propõe uma solução inusitada para a corrupção endêmica na política brasileira.  A obra criada em 2011 serviu de inspiração para a confecção de um grande painel que participou da Bienal de Istambul.

 

Os demais destaques são: as cores vibrantes da pintura “Alegria”, de Jorge Guinle, com seus traços intensos; “Pão de Açúcar”, pintura de Glauco Rodrigues; “Gibi”, de Raymundo Colares, confeccionado nos anos 1960 em papel colorido; “Retrato de Maria Portugal Milward”, peça rara de Alberto da Veiga Guignard.  No total, a exposição e o leilão vão apresentar aproximadamente 1000 peças, entre objetos de arte e antiguidades, do século XVIII ao XXI.

 

 

5ª geração

 

À frente da tradicional casa de leilões desde 2001, Horácio Ernani de Rodrigues de Mello, 43 anos, estreou em grande estilo no leilão da famosa “Coleção Noronha Santos”, com manuscritos de Olavo Bilac, Machado de Assis, Manuel Bandeira e até os originais de uma pauta musical assinada por Richard Wagner. Ernani representa a 5ª geração da família, que desde 1906 atua no mercado leiloeiro carioca. A sede da Ernani Leiloeiro está localizada no Palácio dos Leilões – mansão na Rua São Clemente, em Botafogo.

Embarca-Ações virtuosas

Intervenção urbana na Praça XV tem o objetivo de fazer as pessoas desacelerarem, com uma série de atividades, que incluem instalações artísticas, performances, música, dança, teatro, etc. Nesta terça-feira, dia 20 de junho, a Praça XV será ocupada das 15h às 20h, por uma grande intervenção urbana gratuita, que tem o objetivo de fazer as pessoas desacelerarem. Para isso, haverá instalações artísticas, performances, shows de música, dança, palestras, medição de pressão arterial, bike truck, etc. “O objetivo geral do projeto é realizar uma intervenção artística coletiva transformando um cenário urbano de passagens e correrias diárias em um campo imantado de ações virtuosas. Lançando o dia internacional do “decrescimento sereno” inspirado nas teorias de Serge Latouche (filósofo-economista francês) conclamamos os transeuntes – trabalhadores em seu retorno para casa a desacelerar as rotinas de angústias, des-Atenção e des-Afetos do dia-a-dia”, explica o curador Luiz Guilherme Vergara.  

 

Dentre os trabalhos apresentados estará a instalação “Fome”, de Carlos Vergara, composta por feijões que formam a palavra fome, a obra “Ambientes infláveis”, de Hugo Richard, a instalação “Faixa Democrática”, de Martha Niklaus, Suely Farhi e Adriana Maciel, a “Mandala de Sal Grosso”, de Jacira JL, entre outros. Haverá, ainda, o “coletor de angústias”, onde a artista Clarice Rosadas desenhará as angústias dos transeuntes.  Também haverá dança, teatro, massagens, medição de pressão arterial e muitas outras atividades gratuitas.  

 

O projeto nasceu da ideia das artistas – pesquisadoras, Lívia Moura (Mestrado Estudos Contemporâneos da Arte – UFF) e Gabriela Bandeira (Graduação em Artes – UFF), com curadoria de Luiz Guilherme Vergara, trazendo para dentro da sala de aula dos cursos de Graduação em Artes e Produção Cultural da UFF um convite para agir no mundo. Assim formou-se esta rede de ações coletivas de transfigurações de afetos no cotidiano. Inspirada também nas teorias de Serge Latouche do Decrescimento Sereno / Feliz, Lívia Moura traz a proposta de ação coletiva – “Vendo Ações Virtuosas” – ativando intervenções urbanas e iniciações humanas para uma alfabetização emocional”; Gabriela Bandeira, propõe um ativismo poético e afetivo, “Em-Barca”, coletando múltiplas respostas para a questão “Você já viu o mar hoje?”.

 

Propositalmente, o evento será realizado na Praça XV, com o objetivo de atingir as milhares de pessoas que entram e saem diariamente da estação das barcas.

 

Programação:

15h- Início da intervenção

– Venda de produtos e alimentos no triciclo Imantado da Vendo Ações Virtuosas

– Sessão “Lange-rir” com Leticia Mattoso (venda de langerie e bate- papo com drinks)

-Escultura de Suco Verde com Priscila Piantanida

 

Nuvens:

Ações que acontecerão entre, a favor e contra os fluxos dos transeuntes em direção às barcas

– Você já viu o mar hoje? com Gabi Bandeira

– Ambientes Infláveis com Hugo Richard

– Faça sua Fé: distribução gratuita de Santinhos com Carol Cortes

– Peça para Viver: Joana M Caetano e Ana Resende

– Sinapses: Grupo Icó, Dasha Lavrennikov e Nora Nóra Barna com grupo de graduação de artes e produção da UFF: mestrandos do Curso de Pós Graduação da UFF: Estudos Contemporâneos da Arte e Cultura e Territorialidade

– Conectores: Diana Koler e Rafa Éis

– Faixa DEMOCRÁTICA – Martha Niklaus, Suely Farhi e Adriana Maciel.

-Entrevistas com os transeuntes sobre o “Lançamento do Dia Internacional do Decrescimento Sereno” com estudantes de graduação da UFF. Sobre a pressa nossa de cada dia?

 

15h às 18h

Atividades sobre as “Mesas Baldias” de Nuno Sacramento:

-Tire sua pressão- Tempo é Vida! (Enfermeiros despressionando)

-Massagem Nativa com Niara do Sol

-Portal de limpeza (laboratório de mandalas e amuletos com as artistas Jacira JL, Sondra Santos e Jeniffer)

– Coletor de Angustias (a artista Clarice Rosadas desenha as angustias dos transeuntes)

-Bate- papo sobre novas economias com Gabriela Valente (Sistema B), Niara do Sol (hortas/hospitais comunitários), Livia Moura ( VAV) e Luiz Guilherme Vergara (UFF)

 

18h:

Danças circulares do fogo com Carol Cortes em torno da mandala de sal grosso

e Tupife (bloco de pífanos e tambores)

 

Ambiente:

-Cartazes do colaboratório da ESDI (UERJ)

-Triciclo Imantado do VAV

– Mesas baldias do Nuno Sacramento

-Cadeiras de Marcia Brandão

-Feijões de Carlos Vergara

-Mandala de sal grosso de Jacira JL

-Estandartes Gabrila Macena e Mariana Monteiro

 

Local, dia e hora: Praça XV, Centro, Rio de Janeiro, RJ, terça-feira, dia 20 de junho, das 15h às 20hs, curadoria de Luiz Guilherme Vergara – Entrada franca

Para ver o Brasil

14/jun

A Oca, Parque do Ibirapuera, Portão 3, São Paulo, SP, exibe a exposição “Modos de ver o Brasil: Itaú Cultural 30 anos”. O evento celebra os 30 anos de atividades do Itaú Cultural e exibe cerca de oitocentas peças de um acervo de 15 mil obras do Banco Itaú. A mostra tem curadoria de Paulo Herkenhoff, em colaboração com Thais Rivitti e Leno Veras, e ocupa os 10 mil metros quadrados do espaço.

 

Entre as obras expostas, estão a tela “Povoado numa planície arborizada”, do pintor holandês Frans Post, e raridades como os mapas do século XVII: “Jodocus Hondius: AmericaSeptentrionalis”, “Henricus Hondius: Accuratissima Brasiliae Tabula”.

 

As peças foram organizadas em vinte núcleos espalhados pelos quatro andares do edifício, projetado por  Oscar Niemeyer. Cada piso tem uma organização temática por período: no térreo estão “São Paulo” e “De memória e matéria”; no subsolo “Da numismática à cibernética”; no primeiro andar, “Expressão e racionalidade”; e no segundo andar, “Uma invenção simbólica do Brasil: África e barroco”.

 

Entre as atrações está uma escultura de mais de cinco metros de altura, de Ascânio MMM, reconstruída para a ocasião. Obras antigas estão lado a lado com peças modernistas e contemporâneos, de artistas como Brecheret, Maria Martins, Hélio Oiticica, Portinari, Adriana Varejão, Gilvan Samico, Beatriz Milhazes, Vik Muniz, Vera Chaves Barcellos, Berna Reale, Siron Franco, Emanoel Araújo, Jaime Lauriano, Paulo Bruscky, Montez Magno, Ayrson Heráclito e Eder Oliveira dentre outros.

 

 

Até 13 de agosto.

Performance na Verve

12/jun

A performance “ Violação”, com Hélio Toste, será apresentada na Galeria Verve, Jardim Paulista, São Paulo, SP, dia 13 de junho, às 19hs. A curadoria é de Ian Duarte Lucas e tem a participação dos profissionais Eduardo Florence (Músico), Gabriel Goulart Ferreira (Câmera), Christian Saldanha e Francisco Machionne (Figurino) e Allis Bezerra (Foto). A coordenação é de Allann Seabra.

 

Qual a condição do Homem em nosso tempo?

Há um tempo que podemos chamar de nosso?

 

Colonizados através de discursos de ódio e poder, anos de história se repetem em uma sociedade que ignora leis naturais do ser humano desde o seu nascimento. Normas comportamentais impostas, que cultivam a valorização da intimidade e do autocontrole.

 

Comportamentos machistas construídos e impulsionados por homens que negam a vivência de sua feminilidade castrada, impossibilitando-os de presentear o mundo com momentos de delicadeza e sensibilidade. Homens com corpos controlados, “educados”, indivíduos autocentrados habituados à rotina e que tornaram raras às vezes o sagrado contato com a vida.

 

A vida coletiva tem sido cada vez mais vetada, a grande cidade nos aliena. Experiências como o nascimento de outro ser humano, um corpo nu desprovido de pudor ou despudor, nos faz entrar em contato, mesmo que através da sensação de constrangimento, com nosso lado humano e animal. Nossas vontades e anseios são por leis exteriores a nós, que vem senão de costumes ou de preconceitos.

 

O ser humano é o ser capaz da nudez. Nada no mundo ofende a natureza. É necessária a reinvenção do homem (com h minúsculo).

A Novíssima Geração 2017

O Museu do Trabalho, Centro Histórico, Porto Alegre, RS, promove de cinco em cinco anos a “A Novíssima Geração”, um projeto voltado aos jovens artistas que pintam e desenham. Exclusivo a artistas residentes em Porto Alegre e região metropolitana, com idade máxima de 29 anos, esta edição da “Novíssima” contou com 58 inscritos para a fase seletiva. Foram selecionados oito artistas pelo júri formado por Gabriela Motta, Fabio Zimbres, Gelson Radaelli, Egon Kroeff e Jailton Moreira.

 

Bruno Tamboreno, Daiana Schröpel, David Ceccon, Erica Maradona, Gustavo Assarian, Letícia Lopes, Manu Raupp e Marcelo Bordignon, são os integrantes da coletiva da 4ª edição da “A Novíssima Geração”. O júri também escolheu um entre os oito participantes para realizar uma exposição individual no Museu do Trabalho, em 2018. O artista contemplado vai ser anunciado durante a abertura da mostra no dia 13 de junho.

Sonhar em bits

06/jun

A Artur Fidalgo galeria, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, convida para a exposição “Como aprendi a sonhar em bits”, do artista plástico carioca Danilo Ribeiro que acontecerá no Centro Cultural Correios, Centro, Corredor Cultural, Rio de Janeiro.  A curadoria é de Marlon Silli e apoio da Artur Fidalgo galeria.

 

A mostra é composta por um conjunto de 16 obras inspiradas no universo dos vídeo games. A influência de jogos famosos, como Castlevania e Resident Evil, poderá ser percebida nas pinturas do artista. Entre os trabalhos, encontram-se telas de grande formato, estudos preparatórios e dípticos. Danilo Ribeiro levou quatro anos para concluir a produção dos trabalhos.

O artista trabalha com desenho e pintura e já participou de diversas exposições coletivas. Recentemente, alguns de seus trabalhos foram incluídos na exposição “A Cor do Brasil” e em “Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas”, ambas apresentadas no Museu de Arte do Rio, AR). Em 2012, Danilo Ribeiro foi um dos indicados ao Prêmio PIPA.

 

 

De 07 de junho a 06 de agosto.

Los Carpinteros no Rio

Composta por mais de 70 obras, “Objeto Vital”, cartaz do CCBB, Centro, Rio de Janeiro, RJ, reúne parte da obra do coletivo artístico Los Carpinteros desde suas origens até hoje. A exposição pretende desvendar esse conceito da “vitalidade” que os objetos ganham através da arte, e essa descoberta é proposta por meio de uma arqueologia da obra dos artistas. Esta é a maior exposição já montada pelo coletivo cubano que apresenta três eixos temáticos: objeto do ofício, objeto possuído e espaço-objeto. Por meio da utilização criativa da arquitetura, da escultura e do design, os artistas exploram o choque entre função e objeto com uma forte crítica e apelo social de cunho sagaz e bem-humorado. O público poderá acompanhar todas as fases do coletivo, desde a década de 1990 até obras inéditas, feitas especialmente para esta exposição. A curadoria traz a assinatura de Rodolfo de Athayde. No dia 03 de maio aconteceu uma palestra com os artistas Marco Castillo e Dagoberto Rodriguez.

 

 

Sobre Los Carpinteros

 

O coletivo Los Carpinteros foi fundado em 1992 por Alexandre Arrechea, Dagoberto Rodriguez e Marco Castillo, e manteve-se essa configuração até 2003, ano em que Alexandre Arrechea sai do coletivo para cumprir carreira solo.

 

 

 

Até 02 de agosto.

Poesia na Caixa/Rio

02/jun

A CAIXA Cultural, Centro, Rio de Janeiro, RJ, reúne em sua Galeria 1, no dia 10 de junho (sábado), às 16hs, personagens de destaque da cena poética local e de outros estados no grande sarau de abertura da exposição “Poesia agora”. A mostra exibe trabalhos dos principais poetas em atividade no Brasil, fazendo um mapeamento do cenário da poesia contemporânea nacional, além de inspirar o público a criar seus próprios versos. O projeto tem patrocínio da Caixa Econômica Federal e Governo Federal.
Com curadoria de Lucas Viriato, criador do jornal de literatura “Plástico Bolha”, a exposição traz uma coletânea do trabalho de mais de 500 poetas brasileiros e estrangeiros, entre textos, livros, vídeos, fotos, registros sonoros e saraus. A ideia é abrir espaço para o trabalho de poetas em atividade que, apesar de serem pouco conhecidos, possuem uma produção relevante.

 

A criatividade, porém, não se limita ao talento dos escritores: instalações dinâmicas e instigantes, criadas pelo premiado cenógrafo mineiro André Cortez, agradam os mais diferentes públicos. “A mostra tem diversas camadas e atrai tanto quem quer conhecer a fundo a variedade da produção poética contemporânea quanto quem quer fazer um passeio leve e diferente”, explica o curador Lucas Viriato.

 

A exposição “Poesia agora” é um desdobramento do trabalho de edição feito por Lucas Viriato no” Plástico Bolha”, desde 2006. Fruto de um projeto universitário no departamento de Letras da PUC Rio, a publicação se tornou um dos mais respeitados jornais literários do país. A ideia de fazer uma mostra com base nesse trabalho nasceu quando o diretor do Museu da Língua Portuguesa, SP, Antonio Carlos Sartini, conheceu o jornal. Juntos, eles montaram uma grande exposição que atraiu cerca de 200 mil pessoas ao museu em 2015. Em 2017, a Caixa Econômica Federal assumiu o patrocínio do projeto, que, após ficar em cartaz na CAIXA Cultural Salvador agora chega ao Rio de Janeiro.

 

 

Poesia viva

 

Ao todo, são seis alas com obras em exposição, sendo algumas especialmente preparadas para a participação ativa do público. Assim, a mostra não só aproxima o leitor do poeta como também, por vezes, mescla esses papéis.

 

No “Escriptorium”, cercado de portas iluminadas com projeções de poemas, está uma grande mesa com 50 livros – cada um com uma palavra impressa na lombada. Ao empilhar de forma diferente os livros, o visitante poderá montar sua própria poesia a partir da combinação dessas palavras. Dentro de cada livro, estão apresentados oito poemas, somando o total de 400 trabalhos de diferentes autores. As demais páginas estão em branco e o visitante pode registrar sua poesia ali, lado a lado com a dos melhores poetas.

 

Em outra ala, o público é convidado a participar de um desafio: escrever um poema sem utilizar uma das vogais. Os poemas mais criativos serão impressos em formato lambe-lambe e expostos na mostra. Assim, a exposição vai sendo modificada ao longo do tempo, subvertendo a ideia de que uma mostra literária apresenta somente obras antigas e já consagradas.

 

O espaço “Poesia de rua” também tem grande apelo entre os visitantes. Se, nas demais salas, as portas eram iluminadas, agora elas parecem tapumes e muros da cidade. E, dessa vez, o público age como curador, selecionando as melhores poesias e pichações por meio de fotos tiradas por ele mesmo em sua cidade. As fotos poderão ser enviadas através do e-mail participepoesiaagora@gmail.com ou postadas nas redes socias em modo público com a hashtag #PoesiaAgora. As melhores imagens serão selecionadas e exibidas ao longo da exposição.

 

 
Até 06 de agosto.

Artista premiado

Kiluanji Kia Henda, artista angolano, venceu o Frieze Artist Award 2017 e irá criar uma nova instalação performática naquela feira internacional de arte contemporânea entre os dias 04 a 08 de outubro em Londres, no Reino Unido.

 

O júri do prêmio, que recebeu candidaturas de mais de 80 países, anunciou que escolheu o projeto de Kiluanji Kia Henda, nascido em 1979, em Luanda, cidade onde continua a viver e a trabalhar em áreas que cruzam a fotografia, vídeo e performance. Criado em 2014, Kiluanji Kia Henda é o primeiro artista africano a vencer este prêmio.

 

A proposta do artista, vencedora do Frieze Artist Award 2017, tem como título “Under the Silent Eye of Lenin”, e consiste numa instalação de duas partes, inspirada no culto do marxismo-leninismo no período pós-independência de Angola.

 

O artista faz um paralelo entre esse culto, e as práticas de feitiçaria durante a guerra civil no país, aplicando também narrativas de ficção científica usadas durante a Guerra Fria entre as então superpotências mundiais dos Estados Unidos e União Soviética. A instalação pretende suscitar a reflexão sobre a ficção e o seu poder de manipulação como arma em situações de extrema violência. “Under the Silent Eye of Lenin” irá mudar ao longo da apresentação da feira de arte.

 

O júri do prémio foi composto por Cory Arcangel (artista), Eva Birkenstock (diretora da Kunstverein, em Dusseldorf, Alemanha), Tom Eccles (diretor executivo do Center for Curatorial Studies, em Nova Iorque, Estados Unidos) e Raphael Gygax (curador), com Jo Stella-Sawicka (diretora artística das Frieze Fairs) como presidente.

Roitman na Galeria André

O pintor Herton Roitman inaugurou “De tudo fica um pouco…”, exposição individual na Galeria de Arte André, Jardim América, São Paulo, SP, na qual encontra-se em exibição doze desenhos, quinze telas e quatro assemblages. A curadoria é de Sonia Skroski que assina a apresentação e revela a biografia do artista. Natural de Porto Alegre, após residir um por três anos em Belo Horizonte, Roitman vive e trabalha em São Paulo. Intitula-se um catador de resíduos da memória afetiva. Em casa guarda cartas, selos, moedas antigas, a colagem move seu estado artístico, através de mutações quando da colocação de tintas e outros elementos sobre os recortes ou misturado com o desenho.

 

É no silêncio que surge uma relação íntima com o processo de criação sobre papel ou tela. Para Roitman o papel é o “sagrado”, em qualquer estilo, gramatura ou textura. O artista guarda especial preferência pelo desenho em bico de pena que interpreta como uma escrita poética. A cor e a textura são os elementos mais gratificantes em sua criação, seja em papel, tela ou em objetos. Após escolher uma ou mais cores em seu trabalho, passa um tempo descobrindo novas texturas, novas cores. A cor é a base da sustentação de seus trabalhos, preferindo a geometria ao figurativo e revela sua admiração por Mondrian e Paul Klee. Roitman foi ator, cenógrafo, figurinista premiado e diretor teatral. Sua formação inicial foi nas artes cênicas e desde 1986, dedica-se exclusivamente às artes visuais, mas o teatro encontra-se com o artista no espírito e em suas criações. Ouvindo música erudita e convivendo com as criações de sua mãe, – a conceituada modista Rafaela Roitman -, fez seu primeiro figurino em 1964, para a peça de Moliére, “Tartufo”, e ganhou o prêmio de Melhor Figurinista, mas sempre pintando,  desenhando e fazendo colagens.

 

 

 

Até 24 de junho.