Em Curitiba

07/ago


Desenho, é a exposição que a SIM galeria, Curitiba, PR, apresenta de 12 de agosto até 23 de setembro, sob curadoria de Felipe Scovino. Participam os artistas André Komatsu, Cadu, José Damasceno, Juan Parada, Marcius Galan e Nicolás Robbio.

 
Texto da curadoria

 

Desenho,

 

A primeira particularidade dessa exposição é o seu título. A vírgula depois da palavra “desenho” indica, entre outras possibilidades, falha, descontinuidade ou a própria impossibilidade de se designar o que é essa prática artística diante de uma infinitude de possibilidades. Na contemporaneidade, o desenho se articula como um traço no papel, mas, acima de tudo, como uma gama de desvios e circunstâncias que o aproxima da tridimensionalidade e mesmo, eventualmente, do cinema. Essa exposição conta com obras de seis artistas (André Komatsu, Cadu, José Damasceno, Juan Parada, Marcius Galan e Nicolás Robbio) que pensam o desenho como um agenciamento poético que se relaciona de forma cada vez mais potente e crítica com as idiossincrasias de um mundo não só em constante mudança mas fundamentalmente com a visão de um mundo em colapso. Percebam que essas obras constroem uma atmosfera na qual a precariedade e o acidente estão acentuados e são partes constituintes de suas poéticas.

 

A exposição investiga o desenho, portanto, não como projeto, estudo ou algo “menor”, mas como um passo importante para entendermos o caminho desses artistas e, ao mesmo tempo, refletir sobre um campo ampliado dessa prática artística. Nas obras desses artistas, ele adquire muitas vezes uma circunstância tridimensional; passa a ter volume e textura e, em alguns casos, se mistura com a paisagem do cotidiano, como é o caso de Geometria acidental (2008), de Robbio. Essa obra é um vídeo no qual o artista destaca, por meio de inserções gráficas, formações geométricas que acontecem ao acaso mediante o caminhar de transeuntes por uma praça. Vetores detectam o vai-e-vem dessas pessoas, gerando relações geométricas específicas (trapézios, etc.) que aparecem e desaparecem na tela, obedecendo à mesma velocidade.

 

O diálogo entre essas obras cria uma conjunção estética pelo fato de aproximar temas como invenção de território, memória, geografia e política. São obras que têm a economia de métodos e de elementos como prática constante. Esses desenhos também percorrem um território que se coloca como presente e inconclusivo, transparente e ambíguo, enfim, um mundo de referências imbricadas que a descrição conceitual jamais esgotará. A mostra também discute o desenho pela sua “negatividade”, isto é, por uma estrutura que pode ser revelada como algo indeterminado ou uma aparição ambígua no espaço, já que, em muitos casos, o que se torna visível para os olhos são rastros ou mecanismos que evidenciam uma perda. É o caso da paisagem recortada, fora de ordem, difusa em sua própria estrutura, explícita na série Cada um, cada qual (2017), de Komatsu. Ou ainda na funcionalidade perdida e descreditada das Pinturas burocráticas (2013), de Marcius Galan. O desenho passa a ser uma presença permeada de furos ou fraturas, pois ele mais esconde do que revela. Contudo, é essa força “negativa”, oblíqua, estranha, desviante que interessa à curadoria. Expor uma função reversa do desenho: não mais a revelação de uma estratégia, plano ou ideia, mas a imposição de sua própria estrutura, como algo desafiador e problematizador. Eis a fina ironia da Escultura borracha, de Damasceno: a borracha perde sua função operacional de apagar o que se traçou, pois é mármore e impõe ao desenho a sua própria duração e a impossibilidade de se voltar atrás.

 

O desenho também é uma miragem, e podemos perceber essa acepção no conjunto horizontalizado de lápis, constituindo uma massa homogênea (Horizonte duplo, 2015, de Marcius Galan) que, a distância, estimula nossa imaginação a pensar numa janela ou brise-soleil. Entramos no terreno do acidente e do desenho como ocupação virtual de espaço, campo de experimentação e ampliação da obra bidimensional.

 

Interessa à exposição aproximar o desenho de circunstâncias ou dados imateriais, como é o caso da série Windline (2014).

 

Em parceria com o artista e designer Marcos Kotlhar, Cadu concebeu uma estrutura que sistematiza leituras do comportamento do vento em forma de desenhos. No aparato, dados colhidos por um anemômetro são interpretados por um software de leitura, que utilizando a velocidade como vetor de deslocamento e a direção dos pontos cardiais como coordenadas, produz comandos que movem uma caneta presa a um suporte numa área de desenho (…). O que se vê é o registro da volatilidade do comportamento do vento em uma mesma região.

 

O desenho consegue condensar e vibrar, ao mesmo tempo, a densidade, o peso e o volume do vento. Por acaso, ciência e arte se fundem em meio a um regime de sensibilidade muito especial promovido por essa série de trabalhos. O desenho na obra de todos esses artistas funde-se entre ser projeto, ideia e realização no espaço. De forma geral, não há como distinguir pintura, escultura e instalação do desenho.
Felipe Scovino

 

Com Silvia Cintra+Box4

“Entre Rio e Pedra”, nova mostra de pinturas de Maria Klabin que abre dia 10 de agosto na galeria Silvia Cintra + Box 4, marca a volta da artista aos grandes formatos de tela. Ao todo serão seis pinturas a óleo baseadas em paisagens da Ilha Grande, no litoral do Rio de Janeiro.

 
Essa série é fruto direto da relação entre Maria e sua realidade ambiente, a ilha onde passou a infância volta através de imagens de sua memória que vão se justapondo a imagens captadas em fotografias feitas pela artista com o intuito de ajuda-la no processo de recriar este universo. O resultado são cenas que transitam entre a realidade e o sonho.

 
A praia, o mar, a natureza que sempre apareceram em suas pinturas, desta vez servem como fundo para o surgimento também de personagens. Pessoas na floresta, um homem dormindo, um catador de conchas, compõem esse cenário inconsciente. Mas, embora lidem com a subjetividade e a fluidez inerente à matéria da memória, essas pinturas mantém uma objetividade pictórica.

 

 

Sobre a artista

 
Natural do Rio de Janeiro, a artista graduou-se, em 1999, em Pintura e História da Arte na Brandeis University, Estados Unidos, onde ganhou o “Susan May Green Award for Painting”. Três anos mais tarde, em 2002, concluiu mestrado na Central Saint Martin, em Londres. Em 2003 passou a ser representada pela galeria Silvia Cintra+Box4 e desde então tem mostrado seu trabalho em importantes exposições e feiras no Brasil e no exterior.

 

 

Até 09 de setembro.

Flavio Cury na swissnex Brazil

03/ago

O artista plástico brasileiro Flavio Cury, da Universidade de Artes de Zurique (ZHdK), apresenta a instalação “Desexistir”, composta por duas projeções de vídeo e montagens de seu acervo pessoal de imagens. A inauguração de sua exposição, – a instalação “DESEXISTIR” -, acontecerá dia 04 de agosto, às 18 horas, no Lobby da swissnex Brazil, Rua Cândido Mendes, 157, Glória, Rio de Janeiro, RJ.

 

A instalação é uma resposta do artista a uma viagem para a Grécia e o Líbano no começo de 2017. O tema proposto para a viagem foi “Arte e Crise”. Como as “artes” podem reagir a uma crise humanitária sem instrumentalizá-la?

 

A resposta do Flavio Cury para a viagem e para o programa é uma reflexão sobre o conceito das fronteiras como limites fictícios inventados pelo homem. Em seu trabalho, ele investigou a existência absurda de fronteiras no alto mar.

 

A obra deixa espaço para várias interpretações. A cor do mar é vermelha ,o que suscita referências simbólicas. Pode, por exemplo, ser interpretada como uma insinuação à violência urbana no Brasil e às fronteiras como bordas invisíveis que separam a sociedade.

 

O trabalho é poético e as projeções são acompanhadas por um som, criado a partir da síntese granular do prelúdio da Suíte para violoncelo solo nº 1 em Sol Maior, de Johann Sebastian Bach. “Desexistir” não necessariamente tem que ser interpretado de uma forma política. Também é uma reflexão sobre atemporalidade, existência e jornada pessoal.

 
Até fevereiro de 2018.

Ney Amaral, livro e exposição

28/jul

Ao mesmo tempo que realiza exposição individual de fotografias com abertura no dia 02 de agosto, Ney Amaral revela uma volta ao mundo em 160 páginas no livro “Flying Carpet”, na Galeria Bolsa de Arte de Porto Alegre, Bairro Rio Branco/Floresta, em Porto Alegre, RS. Talento que também acompanha o profissional em sua organização na seleção de imagens a cada vez que edita seus trabalhos. A exposição é uma aventura para descobrir o mundo sem precisar arrumar as malas!

 

Trata-se de mais de 20 anos de viagens agora em exibição e compactadas em um livro. Com prefácio do escritor José Antônio de Souza Tavares e produção do artista, professor e fotógrafo Leopoldo Plentz, “Flying Carpet” traz diversos lugares da terra, capturados pelo olhar de Ney Amaral que possui outras edições fotográficas como “Desassossego da cor”, “Mongólia”, “Black White and COLOR”, “Window”, “Bricks”,“Namastê”, além de duas obras literárias:  “Cartas a uma mulher carente” e  “Desesperadamente vivo”.

 

Encontramos em “Flying Carpet”, imagens desde  Jaguarão, município do interior do Rio Grande do Sul, até Kashgar, na China e percorrendo diversos países como os Estados Unidos, Portugal, Suécia, Noruega, Japão, Turquia, Uzbequistão, Mongólia, Índia, Jordânia, Rússia, Israel, Uruguai, e outros lugares como o deserto de Gobi, a Amazônia e no Oceano Atlântico. Fotógrafo por paixão, radiologista por profissão. A facilidade em tirar fotos foi descoberta instintivamente, em uma de suas tantas viagens.

 

 

A palavra do cineasta Carlos Gerbase

 

OS VIAJANTES

 

Há muitos tipos de viajantes. Os discretos, que dizem que vão comprar uma garrafa de vinho na esquina, dão a volta ao mundo e não trazem o vinho. Os exibidos, que tiram a primeira selfie no táxi rumo ao aeroporto. Os líderes, que comandam uma grande caravana. Os que vão a reboque (como eu), que aproveitam cada minuto, mas não têm muita noção do que vai acontecer na hora seguinte, porque o líder ainda não contou. Os psicodélicos, que viajam sem sair de casa. E os que, como Ney Amaral, trazem o mundo no bolso quando voltam para casa.

 

“Flying carpet” é um retrato do mundo inteiro feito por um viajante que representa uma espécie inteira. O ser humano é muito frágil. Somos facilmente batidos numa luta justa por dezenas de outras espécies. Estranhamente, contudo, estamos espalhados por todo o planeta, graças à nossa extraordinária capacidade de adaptação. As fotos de Ney Amaral mostram os resultados dessa adaptabilidade. Alguém caminha no deserto, outro alguém cruza num barco uma imensidão líquida. Alguém vê o horizonte aberto numa estrada deserta, outro alguém vê dois arranha-céus que criam um novo e estranho horizonte.

 

Em lugares diferentes, surgem pessoas diferentes, com peles diferentes, roupas diferentes, sorrisos diferentes e sonhos diferentes. Ney Amaral trouxe para casa, e agora para nós, um mundo de diversidade, beleza e espanto. “Flying carpet” não deve ser colocado na estante. É melhor que fique em cima da mesa, à disposição de um olhar curioso, quem sabe até fortuito. A beleza das imagens saberá capturar esse cidadão descuidado e mostrar-lhe que o mundo está à sua espera. Nem que seja a reboque, através das fotos de Ney Amaral. E depois, quem sabe, numa viagem real, em que cada imagem é um endereço seguro para redescobrir o planeta que insistimos em destruir, mas que ainda nos abraça, nos consola e nos oferece toda sorte de encantos.

 

 

O autor falando

 

Alguém pediu uma breve biografia para colocar no site e logo me ocorreu dizer que sou médico, afinal, é o que fiz durante a maior parte da vida. Em seguida, porém, percebi que a medicina cedera espaço para várias outras atividades. Por força da complexidade da minha especialidade médica tornei-me empresário e para dar sustentação a esse trabalho passei por um treinamento que incluiu o mestrado em administração. Mas havia outras coisas também, menos complexas, mas igualmente desafiadoras. Quebrei a mandíbula numa navegada, mas voltei a navegar. Em 2010 velejei de Cape Town, na África do Sul, à Bahia como cozinheiro de bordo de um veleiro, sem nunca repetir um único cardápio durante os vinte e oito dias da travessia. Essa não foi fácil, confesso. Mas, logo em seguida, abandonei a cozinha para me dedicar a um projeto que eu desenvolvera justamente durante a travessia. A elaboração do meu primeiro livro, Cartas a uma Mulher Carente, lançado em março de 2010. A partir daí, tornei-me um catador de lixo. Verdade! Catador de lixo mesmo, porque livros são como os quadros do Vic Muniz feitos no lixão de Gramacho. O artista, assim como o escritor, revira as profundezas do lixo em busca do material que será transformado em arte. Dentro desse saco de gatos há otimistas, pessimistas, trágicos, hilários, cínicos, enfim, há todo o tipo de escritores e de livros, mas a fonte do material de onde saem os livros é quase sempre o mesmo: o lixo. Nem por isso os livros deixam de ser poéticos, comoventes, ou mesmo engraçados. A graça, a comoção e a poesia são boa parte do lixo que jogamos pela janela sem o menor cuidado, sobretudo quando atrapalham nossa relação com um mundo cada vez mais asséptico e organizado pelo projeto antropológico comportado dos homens bons. E é por isso que os escritores catam, separam, compactam e finalmente filtram esse lixo através das páginas dos livros. É para que o insustentável brilho das almas bem comportadas não ofusquem, de vez, o pouco que ainda nos resta de humanidade. Então comecei a fazer livros de fotografia. Já tenho cinco deles prontos. Mas o que realmente importa na minha biografia é que encontrei a Beatriz que me levou até o Olavo, Pedro e Felipe. Mas essa é outra história…

 

 

Até 12 de agosto.

Com Marcelo Guarnieri/SP

A pintura, no trabalho de Alice Shintani, é entendida como ponto de partida para imaginar e exercitar formas de aproximação com o outro. Vencedora do Prêmio de Residência SP-Arte 2017, Shintani apresenta, a partir de 12 de agosto, sua exposição individual na Galeria Marcelo Guarnieri, Jardins, São Paulo, SP.

 

A individual apresenta a produção dos últimos quatro anos de Shintani, que propõe uma abordagem menos especializada da tradição da pintura e história da arte para refletir sobre o estado das coisas no presente, tanto dentro quanto fora do circuito artístico. Essa reflexão, de maneira mais ampla, é uma reflexão sobre as possibilidades da experiência estética: como ela se constrói, onde e como podemos acessá-la. Defendendo a ideia de que tal experiência existe para além do campo da arte, ou seja, também no espaço cotidiano, Shintani transita entre contextos diversos, da galeria de arte ao depósito do mercadinho de bairro, reunindo em seu trabalho as questões geradas por essas vivências.

 

“Menas”, palavra que dá título à exposição, pode ser utilizada tanto como o feminino da palavra “menos” dentro de uma linguagem coloquial, quanto como expressão que denota ironia a algo que está sendo superestimado. Ambos os sentidos nos ajudam a adentrar o universo que Alice Shintani constrói em torno de suas pinturas, agora materializadas em papéis sanfonados e tecidos.

 

A mostra apresenta a instalação homônima, composta por cerca de 300 Sanfoninhas que, ora são acondicionadas em caixas de acrílico, ora são montadas sobre caixas maiores de papelão de produtos alimentícios e de limpeza – de origem brasileira e asiática. As caixas ocupam toda a sala principal da galeria, em conjuntos que se organizam de maneiras diversas, atingindo alturas que também variam, proporcionando ao espectador uma experiência imersiva.

 

“Menas” é uma mostra que convida a refletir sobre as ideias de movimento, elasticidade, alcance: seja do corpo e das caixas pelo espaço; das “Sanfoninhas” que se contraem e expandem revelando cores e formas distintas; dos tecidos que chacoalham com o vento, ou até mesmo da própria ação da artista, interessada em diminuir as distâncias e significados entre os gestos poético e político.

 

 

Sobre a artista

 

Alice Shintani foi incluída na publicação “100 painters of tomorrow”, da editora Thames & Hudson (2014) e foi contemplada com o prêmio-aquisição no II Prêmio Itamaraty de Arte Contemporânea (2013).  Com individuais e coletivas em locais como: Museu de Arte Contemporânea da USP; Paço Imperial, Rio de Janeiro; Centrum Sztuki Wspólczesnej, Polônia; Instituto Itaú Cultural, São Paulo; CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro: Museu Rodin, em Salvador; MON – Museu Oscar Niemeyer, Curitiba e Instituto Tomie Ohtake, São Paulo. Durante a última edição da SP-Arte/2017, Alice Shintani venceu o Prêmio de Residência com a instalação “Menas” e irá passar dois meses na Delfina Foundation, em Londres (Reino Unido).

 

 

Sobre a Galeria

 

Reconhecido nome da arte moderna e contemporânea em Ribeirão Preto (SP), o galerista Marcelo Guarnieri pertence à geração dos anos 80 que levou para a cidade no interior de São Paulo, exposições e mostras de nomes como Iberê Camargo, Siron Franco, Carmela Gross, João Rossi, Lívio Abramo, Amílcar de Castro, Tomie Ohtake, Volpi, entre outros. Dominada, até então, pelos artistas locais, em um trabalho de vendas informal, Guarnieri, ao lado de João Ferraz (hoje IFF) e colecionadores de artes, cultivou um espaço que hoje pode ser considerado o resultado de um trabalho de consolidação profissional de imagem e de um olhar estético técnico e apurado. Por um período de dois anos, Marcelo foi diretor do Museu de Arte de Ribeirão Preto – o MARP – em sua fase inicial. No ano de 2006 nascia a Galeria de Arte Marcelo Guarnieri com o desejo de criar um espaço fora do eixo Rio-SP, que dialogasse com nomes das artes moderna e contemporânea. Em oito anos, além das exposições mencionadas acimas, a participação em feiras e eventos nacionais e internacionais, atraíram apreciadores da arte para o endereço. Resultado da experiência e da percepção de Marcelo Guarnieri e de sua equipe: notaram que além da apresentação de nomes significativos do último período de produção artística, era necessário fortalecer, cultivar e estimular no público o entendimento da obra, do artista e do seu tempo de produção, por meio de visitas e atividades educacionais.

 

 

Até 23 de setembro.

Peticov : American Disasters

A Galeria Oscar Cruz, Itaim, São Paulo, SP, sob a curadoria de Charles Groisman (IdeaAction), apresenta pela primeira vez uma exposição de Antonio Peticov, artista que conta com importante trajetória pessoal com marcantes passagens nacionais e internacionais.

 

Nessa exposição, Peticov apresenta 43 pinturas de diversos formatos da série “American Disasters”, realizada em 2012, exibindo nesses trabalhos – de uma forma critica – os diversos eventos que mudaram definitivamente a face e a história dos Estados Unidos da América nos séculos XX e XXI. Os temas abordados pelo artista percorrem uma gama múltipla desde a explosão do “zeppelin” Hindenburg em 1937, passando pelo atentado das Torres Gêmeas em NY em setembro de 2001 até o furacão Katrina em 2005.

 

 

De 10 de agosto a 30 de setembro.

Carpintaria Para Todos

“Carpintaria Para Todos” é uma exposição coletiva formada por um único critério: a ordem de chegada dos participantes. No dia 10 de agosto, das 10h às 19h, a Carpintaria, Rua Jardim Botânico 971, Rio de Janeiro, RJ, estará de portas abertas para receber uma obra de arte de qualquer pessoa interessada em mostrar seu trabalho. Sem nenhuma curadoria, qualquer um poderá participar desde que siga as especificações listadas no texto-convite divulgado no site e nas redes sociais da Carpintaria.

 

O projeto funciona como uma releitura do evento homônimo realizado em setembro de 2012, no Galpão do Liceu de Artes e Ofícios, paralelo à 30ª Bienal de São Paulo. A proposta surgiu da reunião de alguns profissionais do campo da arte com um objetivo em comum: realizar uma exposição na qual presencia-se uma suspensão de valores e hierarquias, criando assim um espaço experimental de colaboração, que opere em rede e que se desdobre em múltiplos debates.

 

Com este intuito, o grupo resgatou a importante figura do curador norte-americano Walter Hopps (1932–2005), que desenvolveu uma série de projetos entre os anos 60 e 70, segundo ele mesmo, “imprevisíveis e irregulares”. Atuando sempre de maneira não convencional no circuito de arte contemporânea de seu tempo, Hopps se interessava em trabalhar outros formatos de curadoria e outras relações entre público e privado, tensionando a esfera institucional e o espírito anárquico da arte. Da mesma maneira, é relevante destacarmos como inspiração nomes como o do historiador e crítico de arte Walter Zanini (1925–2013), cuja atuação à frente do MAC-USP, de 1963 a 1978, contribuiu significativamente para ampliar os espaços de reflexão e exibição da arte, através de ambiciosos projetos expositivos como o JAC (Jovem Arte Contemporânea). Carpintaria Para Todos também dialoga e soma-se ao espírito colaborativo de outras ações artísticas que aconteceram e ainda acontecem na cidade do Rio de Janeiro, como Zona Franca, Alfândega, Orlândia e as exposições “Abre Alas”, realizadas há mais de uma década pela A Gentil Carioca.

 

No encerramento da exposição, sábado 19 de agosto, a partir das 17h, acontecerá uma conversa entre membros do comitê voluntário e os artistas participantes do projeto, tendo como eixo as práticas expositivas colaborativas na cena artística carioca e nacional. A conversa será pontuada pela exibição de trechos de filmes, vídeos e materiais de arquivo diversos.

 

Os organizadores e colaboradores voluntários deste projeto são: Alexandre Gabriel, Alessandra D’Aloia, Barrão, Bernardo Mosqueira, Eduardo Ortega, Laura Mello, Luisa Duarte, Marcelo Campos, Márcia Fortes, Mari Stockler e Victor Gorgulho. Os colaboradores estarão pessoalmente no local da exposição ajudando a receber as obras e montar a exposição.

 

 

Regulamento

 

Você está convidado a comparecer com uma obra de arte de sua autoria na Carpintaria (Rua Jardim Botânico 971 – Rio de Janeiro) na quinta-feira, dia 10 de agosto de 2017 das 10h às 19h. Nós iremos receber e instalar seu trabalho no espaço expositivo da galeria. A mostra estará aberta para o público do dia 10 a 19 de agosto, de terça a sexta, das 10h às 19h, e aos sábados, das 10h às 18h.

 

Serão aceitas obras de todas as naturezas – desenho, colagem, fotografia, pintura, escultura, instalação, vídeo, filme, performance e o que mais você inventar – e sua participação estará garantida desde que:

 

Você leve em pessoa o seu trabalho;

 

O seu trabalho passe pela porta (1,80 x 2,10 m);

 

Você traga todo o material necessário para a sua instalação, exposição e funcionamento. Haverá montadores para auxiliar na montagem;

 

A sua obra de arte preserve a integridade física e respeite os outros trabalhos em exposição, o público e o espaço expositivo;

 

Você entregue sua obra nas mãos da produção que escolherá o local de instalação do trabalho. Caso queira deixar um material impresso relacionado ao trabalho, iremos disponibilizar um local para consulta;

 

Se o trabalho for uma performance, o horário de apresentação será definido em acordo

 

com a produção. O registro em vídeo ou foto da sua performance poderá ser exposto posteriormente na mostra;

 

Você se comprometa a retirar a sua obra do local expositivo ao final da exposição, no prazo estipulado pela produção;

 

Qualquer dano ou perda da obra durante a sua montagem, exposição e/ou retirada será considerada como parte do processo. Haverá segurança e monitoria durante a exposição, mas a produção não pode garantir ressarcimento de eventuais danos;

 

A Carpintaria não fará o intermédio comercial das obras dessa exposição, mas os interessados poderão contatar diretamente os artistas. Haverá uma lista com a ficha técnica das obras e o e-mail dos artistas na recepção.

 

 

Mais informações: carpintaria@fdag.com.br

Novíssimos 2017

Tudo novo de novo. Pela primeira vez no endereço que acaba de inaugurar, a Galeria de Arte IBEU, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ,  apresenta, no dia 1º de agosto, a 46ª edição do Salão de Artes Visuais Novíssimos 2017, o único salão de arte do Rio de Janeiro. A edição deste ano tem curadoria de Cesar Kiraly e conta com a participação de 11 artistas que apresentarão trabalhos em pintura, instalação, objeto, fotografia, vídeo, desenho e performance. Os selecionados são Amador e Jr. Segurança Patrimonial Ltda (RJ), Ana de Almeida (RJ), Ayla Tavares (RJ), Betina Guedes (São Leopoldo, RS), Caio Pacela (RJ), Clara Carsalade (RJ), Felipe Seixas (SP), Jean Araújo (RJ), Juliana Borzino (RJ), Leandra Espírito Santo (RJ/SP) e Stella Margarita (RJ). O artista em destaque de “Novíssimos 2017” será divulgado na noite de abertura e contemplado com uma exposição individual na Galeria de Arte Ibeu em 2018.

 

Já participaram de Novíssimos artistas como Anna Bella Geiger, Ivens Machado, Ascânio MMM, Ana Holck, Mariana Manhães, Bruno Miguel, Pedro Varela, Gisele Camargo, entre outros.   

 

“Novíssimos 2017” tem como proposta reconhecer e estimular a produção de novos artistas, e com isso apresentar um recorte do que vem sendo produzido no campo da arte contemporânea brasileira em suas diversas vertentes. Até 2016, 610 artistas já haviam participado de “Novíssimos”, que teve sua primeira edição em 1962. Nesta 46ª edição, a proposta curatorial diz respeito à interrogação da distância entre as imagens da vigília e do sono.

 

“Foram escolhidos artistas em início de trajetória que se propuseram a pensar a experiência dessa forma expandida. O onírico surge atrelado aos mais diversos suportes, em formas escultóricas de pano, fotografia, na interação do concreto com aparato eletrônico, no conflito do rosto com matérias que insistem em cobri-lo, nas estratégias de captação de vídeo. Podemos contemplar os percursos dos artistas, mas também tivemos a oportunidade de indicar trabalhos que nos pareceram exemplares de boa direção na proposta que nos foi submetida”, afirma Cesar Kiraly.

 

 

Sobre alguns participantes

 

 

Amador e Jr Segurança Patrimonial Ltda

Antonio Gonzaga Amador – Mestrando em Estudos Contemporâneos das Artes PPGCA/UFF. Graduado em Pintura pela EBA/UFRJ em 2013. Participou de cursos e oficinas na Escola de Artes Visuais do Parque Lage entre 2012 e 2014. Integrou o Laboratório Contemporâneo para jovens artistas na Casa Daros, em parceria com o Instituto MESA e o Coletivo E em 2014. Cursou em 2016 o acompanhamento de processos artísticos no Saracvra . Dentre as exposições que participou destacam-se a 27° Mostra de Arte da Juventude (Ribeirão preto/SP), com premiação; 35° salão Arte Pará – 2016 (Belém/PA), premiado como ‘Amador e Jr. Segurança Patrimonial Ltda.;  Salão Arte Londrina 4 – Alguns Desvios do corpo (Londrina/PR). Atualmente desenvolve pesquisa artística sobre o corpo e sua condição biográfica de possuir diabetes tipo 1, o comportamento metódico e a rotina, e o contexto social e econômico do açúcar no Brasil.

 

Ayla Tavares

Nasceu no Rio de Janeiro, em 1990. Graduada em Design Gráfico pela PUC-Rio, tem formação em Arte Educação pelo Instituto a Vez do Metre/Universidade Cândido Mendes. Também frequentou a Escola de Artes Visuais do Parque Lage.

 

Betina Guedes

Artista visual e professora. Doutora e mestre em Educação (UNISINOS), RS. Atua na UNISINOS. Sua produção artística tem como eixo a memória e suas articulações com a cidade, o corpo e a escrita.

 

Caio Pacela

Nascido em 1985 no interior Estado de São Paulo, mudou-se no ano de 2000 para o Estado do Rio de Janeiro. Atualmente vive em Niterói, RJ, onde mantém seu estúdio. Graduado desde 2013 em Pintura pela EBA (Escola de Belas Artes) da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Desde o ano de 2014 frequenta cursos livres na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. ​Atuou como freelancer entre 2002 e 2012 desenvolvendo ilustrações de estampas para três diferentes marcas de surfwear brasileiras e na criação de personagens para projetos e instituições. Hoje dedica-se inteiramente à sua própria produção.

 

Felipe Seixas

Vive e trabalha em São Paulo. Formado em Design Digital (2011) pela Universidade Anhanguera, São Paulo. Participou dos cursos “A escultura como objeto artístico do século XXI” com Ângela Bassan (2015) e “Esculturas e Instalações: possibilidades contemporâneas” (2016) com Laura Belém, ambos na FAAP e do grupo de acompanhamento de projetos do Hermes Artes Visuais, com Nino Cais e Carla Chaim (2016). Em 2017, fez sua primeira exposição individual: (I) matérico presente, com curadoria de Nathalia Lavigne, na galeria Zipper (projeto Zip’Up). Participou da XIX Bienal Internacional de Arte de Cerveira 2017 (Portugal) e da 2ª Bienal Caixa de Novos Artistas, com itinerâncias pelo Brasil. Em 2016 participou da 1ª Bienal de Arte Contemporânea do Sesc-DF. Em 2016 recebeu o prêmio Menção Honrosa no 15° Salão de Arte Contemporânea de Guarulhos e em 2015 recebeu o prêmio Menção Especial no 22° Salão de artes Plásticas de Praia Grande.

 

Jean Araújo

Jean Araújo nasceu em Vitória da Conquista (BA) em 1975, mas foi aos 24 anos de idade que passou a dedicar-se à pintura. Em 2011, morando no Rio de Janeiro, passou a executar trabalhos dentro de uma pesquisa do POP ART. Mas foi em 2013 que passou a dedicar-se exclusivamente ao universo das artes plásticas. Desde então realizou duas mostras individuais, uma no Rio de Janeiro e outra em Minas Gerais. Paralelamente o artista começou a frequentar cursos no Parque Lage e em outras instituições como forma de aprofundar e aprimorar seu conhecimento técnico-acadêmico.

 

Leandra Espírito Santo

Indicada ao Prêmio Pipa 2016. Volta Redonda, RJ, 1983. Vive e trabalha entre o Rio de Janeiro, RJ e São Paulo, SP. Participou de mostras coletivas em galerias, museus e instituições brasileiras e internacionais, tais como: Palácio das Artes, Belo Horizonte, MG (2016); Galeria A Gentil Carioca, Rio de Janeiro, RJ; Circus Street Market, Brighton, Inglaterra; Casa do Olhar – Secretaria de Cultura de Santo André, SP (2014); Paço das Artes, São Paulo, SP (2014/2012); Centro Cultural Justiça Federal, Rio de Janeiro, RJ; e Museu de Arte Contemporânea do Mato Grosso do Sul, Campo Grande, MS; Complexo Cultural Palácio das Artes, Praia Grande, SP; Centro Universitário Mariantonia, São Paulo, SP; Sesi Cultural, Barra Mansa, RJ; Galeria Casamata, Rio de Janeiro, RJ; Sala Preta, Barra Mansa, RJ (2013); Circo Voador, Rio de Janeiro, RJ (2012/2013); Museu de Arte de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, SP; Galeria Gravura Brasileira, São Paulo, SP; Liceu de Artes e Ofícios, São Paulo, SP (2012); e Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, SP (2010).

 

 

De 1º de agosto a 15 de setembro.

Fotografias no MAR

26/jul

Ao longo do século XX a fotografia consolidou-se para além do referencial documental que marcara seu surgimento. Transbordando as práticas científicas – das ciências naturais às ciências sociais -, a prática fotográfica sofisticou-se imensamente em sua apropriação pela arte. Artistas reinventaram não somente a dimensão estética da imagem fotográfica como também seu próprio estatuto documental, inserindo a fotografia no campo da ficção e da reinvenção do mundo. Desde então, foram inúmeras as viradas na prática e no entendimento da fotografia, atravessada por sua própria desmaterialização ou, mais recentemente, compreendida como dispositivo para relações que a extrapolam.

 

Atento à riqueza dessa linguagem, o Museu de Arte do Rio, Praça Mauá, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a partir de 19 de agosto, a exposição “Feito poeira ao vento | Fotografia na Coleção MAR”, Pavilhão de Exposições | 1º andar, extraída de sua significativa coleção de fotografias, com nomes como Marc Ferrez, Kurt Klagsbrunn, Pierre Verger, Walter Firmo, Evandro Teixeira, Luiz Braga, Rodrigo Braga, Marcos Bonisson, Rogério Reis, dentre muitos outros. Também integram a “Coleção MAR” experimentos em plataformas diversas da imagem, como o livro, o filme, a instalação, a pintura ou a performance, configurando a operação fotográfica como um gesto capaz de ir além de si mesmo e, com isso, demonstrando a potência da produção da imagem em termos históricos e atuais. A exposição é um panorama dessa constelação de imagens, sensibilidades, vocações e experimentos.

Radaelli no MARGS

24/jul

No próximo dia 25 de julho, o pintor Gelson Radaelli abre a exposição individual “NEON”, com curadoria de Icleia Borsa Cattani, ocupando as galerias Ângelo Guido, Pedro Weingartner e João Fahrion, do Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, em Porto Alegre, RS.

 

A trajetória profissional de Radaelli remonta há pelos menos trinta anos, dividida em pesquisas cromáticas e formais que constituem diferentes fases muito marcantes, sempre sobrepondo camadas e criando empastamentos, numa combinação instigante entre figura e gesto.

 

Nessa exposição, será mostrada a sua produção mais recente, realizada no primeiro semestre deste ano. Boa parte das pinturas é constituída por painéis de grandes formatos, executados com perceptível redução na paleta de cores do artista. Elas remetem, de certo modo, à sua produção de 1988, na qual realizava pinceladas soltas, em preto e branco, sobre folhas de revista. Essas inspiraram a série subsequente de telas em preto e branco, que perdurou por mais de vinte anos.

 

No momento atual, a cor rosa domina o espaço em diversos matizes. No início da série, ela substituiu o branco do fundo. A seguir, começou a aparecer como protagonista colocada em pinceladas largas junto ao preto e o branco. Essas três cores criam uma dinâmica no espaço da tela, associadas à gestualidade e aos empastamentos provocados pelas pinceladas largas e ágeis. Manchas de vários tons de cinza criam um contraponto às pinceladas nítidas, atenuando em parte o contraste dos extremos. Harmonia e conflito, nitidez e ambiguidades coexistem, definindo um novo universo nas pinturas de Radaelli.

 

Sobre o artista

 

Gelson Radaelli nasceu em 1960, pintor e desenhista, graduado em Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Quando tinha 6/7 anos já queria ser artista. Nessa época ganhou do padrinho de crisma, telas, pincéis e tinta a óleo e nunca mais parou de pintar. Participa de exposições desde 1982. No ano de 1990 fez sua primeira individual na Galeria João Fahrion  do Museu de Arte do Rio Grande do Sul. Realizou várias exposições individuais em Porto Alegre, interior do estado e em outras cidades do Brasil, como Curitiba (Sala Miguel Bakun) e Belém do Pará (Galeria Municipal de Arte). A participação em salões e exposições coletivas é extensa: Salão Cidade de Porto Alegre / Centro Municipal de Cultura (1986), Catálogo Geral / MARGS (1991), Olhar Contemporâneo / MACRS e Projeto Macunaíma / IBAC FUNARTE (1993), Sobre Tela / Pinacoteca Barão de Santo Ângelo, IA, UFRGS (2001), Paisagens Interiores / Instituto Moreira Salles, Porto Alegre (2009),são algumas delas. Criou eventos relacionados a artes visuais e organizou exposições: Maratona da Pintura, Metroarte; Correndo o Risco; Sobre Tela; entre outras. Em 1986 editou um jornal de artes visuais chamado PRA VER e posteriormente trabalhou como diretor de arte nos jornais de cultura O CONTINENTE e TRINTA DIAS DE CULTURA, do governo do estado do RS. Em 1996 ganhou o Prêmio Açoriano de Literatura pelos desenhos do livro SOBRE CORPOS E GANAS em coautoria com o poeta dois Santos dos Santos. Em 2009, com a exposição PAISAGENS SUSPEITAS, realizada na galeria Bolsa de Arte, foi indicado ao Açoriano de Artes plásticas, o qual ganhou no ano seguinte, com a exposição TORMENTA, na Galeria Iberê Camargo da Usina do Gasômetro.

 

 

Até 10 de setembro.