Roberto Magalhães em livro

05/ago

O artista Roberto Magalhães, um dos maiores coloristas de sua geração, e Leonardo Kaz, à frente da editora Aprazível, lançam, em parceria com a Galeria Marcia Barrozo do Amaral, Copacabana, Shopping Cassino Atlântico, Rio de Janeiro, RJ, o projeto “Sem pé nem cabeça”, que será oficialmente lançado na abertura da Art Rio, no stand da Galeria Marcia Barrozo do Amaral, que acontece de 9 a 13 de setembro, mas que já pode ser visto na Galeria.

 

A obra “Sem pé nem cabeça”, com tiragem de 50 exemplares, é uma moldura / caixa em acrílico (um livro objeto), com designer assinado por Lúcia Bertazzo, e acrílico produzido por Joana Angert. Cada trabalho, com cores de acrílico diferentes, recebe na tela um desenho original e único de Roberto Magalhães, de diversas épocas, como da década de 60, e outros mais recentes, da década de 90. Em uma das duas gavetas laterais está o livro inédito “Sem pé nem cabeça” que reúne todos esses desenhos do artista, com técnicas e tamanhos diferentes, como pastel oleoso, guache, aquarela, lápis de cor, nanquim, ou seja, todos os materiais possíveis de desenho. Na outra gaveta está um pergaminho com desenhos esotéricos de Roberto, da série “Viagem Astral”.

 

Segundo Marcia Barrozo do Amaral, este trabalho oferece várias possibilidades e recebe a proteção do acrílico, material que protege a obra ainda mais que o vidro.

 

Roberto fala das imagens, da quantidade de imagens diferentes que costumam brotar ininterruptamente em seu pensamento. De uma maneira inesgotável, segundo ele, ou melhor: como uma torneira aberta no mundo, sem forma e sem tempo.

 

 

Sobre o artista

 

Roberto Magalhães surgiu na cena artística brasileira no início da década de 1960. É um dos principais integrantes do grupo de jovens pintores que realizaram, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, a exposição “Opinião 65”, iniciativa revolucionária por trazer uma nova linguagem visual para as artes plásticas no Brasil.Ganhou, em 1966, o cobiçado prêmio de viagem ao exterior no XV Salão Nacional de Arte Moderna, no Rio de Janeiro. Fixou residência em Paris entre 1967 e 1969, desfrutando do prêmio recebido na IV Bienal de Paris e participou de exposições no exterior. Depois de oito anos sem expor – suas inquietações e questionamentos o tinham levado ao misticismo -, em 1975, Magalhães recomeçou sua vida artística, expondo e lecionando no Museu de Arte Moderna. Em variadas técnicas, Roberto Magalhães constrói uma longa trajetória, destacando-se como uma das referências nas artes plásticas no Brasil e consolidando-se no circuito internacional, incluindo passagens pela IV Bienal Internacional de Gravura (Tóquio, 1964), “Brazilian Art Today”/Royal Academy (Londres, 1964), “Opinião 65”/Museu de Arte Moderna (Rio de Janeiro, 1965), VII Bienal de São Paulo (1965), Museu de Arte Moderna (Rio de Janeiro, 1966), “Modernidade ― Arte Brasileira do Século XX”/Museu de Arte Moderna (Paris, 1987), Embaixada do Brasil (Londres, 1988), “Exposição Retrospectiva ― 30 anos”/Centro Cultural Banco do Brasil (Rio de Janeiro, 1992), “Xilografia/Xilogravura”/Museu de Las Artes (Guadalajara, Mexico, 1995), “Retrospectiva”/Museu de Arte Moderna (Rio de Janeiro, 1996), “Roberto Magalhães ― Pinturas, Dibujos y Grabados”/Museo de Arte Contemporáneo de Caracas Sofía Imber (Caracas, Venezuela, 1998), Instituto de Cultura Brasil-Colômbia (Bogotá, Colômbia, 2000), “Desenhos”/Instituto Moreira Salles (Rio de Janeiro, 2001), “Otrebor ― A Outra Margem/Caixa Cultural (Rio de Janeiro e Brasília, 2008), “Preto/Branco 1963-1966 ― Xilogravuras e Desenhos”/Parque Lage (Rio de Janeiro, 2011), “Roberto Magalhães ― Pinturas e Desenhos”/Art Museum of Beijing Fine Art (China, 2011).

Lume na SP-Arte/Foto

A Galeria Lume participa da edição 2015 da SP-ARTE/FOTO, levando para seu stand um recorte de seu portfólio, com obras dos fotógrafos brasileiros Claudio Edinger, Gal Oppido e Penna Prearo, e do inglês Martin Parr. Entre as fotografias em exposição, o público encontra trabalhos diversificados como as séries “Rio de Janeiro”, de Claudio Edinger, “As Duas”, de Gal Oppido, a inédita “Celestinas”, de Penna Prearo, e “Amalfi”, uma prévia da individual de Martin Parr, que acontece ainda este ano.

 

Para 2015, a programação da galeria já incluiu as individuais de Alberto Ferreira e Kilian Glasner, a 1ª Coletiva Experimenta, além das feiras SP-Arte, Arte Lima e Paris Photo LA. Ainda estão previstas exposições de Florian Raiss, Claudio Alvarez e Martin Parr para este ano, bem como novas edições dos projetos paralelos Jazz na Lume e Sarau na Lume.

Novos Talentos: Fotografia Contemporânea

Com abertura no dia 12 de agosto, mostra terá a participação de 10 prestigiados artistas:

Alexandre Mury, Arthur Scovino, Berna Reale, Gustavo Speridião, Luiza Baldan, Matheus Rocha

Pitta, Paulo Nazareth, Raphael Couto, Rodrigo Braga e Yuri Firmeza.

 

Cinquenta trabalhos de dez consagrados artistas brasileiros estarão à disposição do público na

exposição “Novos Talentos: Fotografia Contemporânea no Brasil”, de 12 de agosto a 18 de

outubro, na Galeria 4 da CAIXA Cultural, Centro, Rio de Janeiro, RJ. Com curadoria de Vanda

Klabin e coordenação e idealização de Afonso Costa, a mostra apresenta visões fotográficas

variadas, com linguagens e processos de criação únicos que se utilizam de momentos políticos,

da mutabilidade da natureza e até do próprio corpo como experimento. A exposição faz um

interessante recorte de como a imagem vem sendo usada por nomes de diferentes gerações e

caminhos distintos, cujas produções vão muito além de um meio específico. Presente de forma

vibrante no mercado contemporâneo, a fotografia foi a vertente da arte que mais se

desenvolveu nos últimos anos. Diversas galerias se especializaram no assunto, leilões e feiras

passaram a existir com esse foco exclusivo. Diante desse novo cenário, a exposição apresenta a

fotografia compreendida como uma linguagem.

 

Paulo Nazareth apresenta a série Notícias da América, resultado de suas longas peregrinações

a pé e de carona pelo continente americano, onde imagens e acontecimentos mostram as

diversas realidades sociais, com a finalidade de expandir o conceito de pátria. Na série Rosa

Púrpura, Berna Reale, que está representando o Brasil na Bienal de Veneza, contou com a

participação de 50 jovens de Belém para discutir a questão da violência contra a mulher. “Me

incomoda muito o ser humano não se ver no outro e me assusta a violência se tornar íntima”,

explica a artista, que é também perita criminal do Centro de Perícias Científicas do Estado do

Pará.

 

Com um trabalho bastante político, Gustavo Speridião apresenta a série Movimento –

Ayotzinapa Vive!, que registra manifestações e atritos em regiões urbanas do México e do Rio

de Janeiro. “Comecei a ter sentimentos de querer mudar o mundo e procuro imagens que

refletem o processo revolucionário mundial”, diz. A violência, o desencanto, a condição da

miséria humana estão presentes na impactante série Brasil, de Matheus Rocha Pitta. O artista

mistura carnes vermelhas num processo mimético com as areias escaldantes de Brasília.

 

A partir de imagens produzidas em São Paulo e no Chile, Luiza Baldan cria contrapontos para

os espaços solitários, onde a sensação de vazio, aliada ao silêncio, circula livremente em

cenários ora intimistas, ora urbanos. Luiza Baldan participará de outras exposições neste

segundo semestre, no Centro Cultural São Paulo e na galeria Bergamin & Gomide, SP.

 

A parceria entre o homem e a natureza estão presentes nas fotos de Rodrigo Braga, que cria

um documento visual extremamente perturbador. Yuri Firmeza registra as ruínas da cidade

histórica de Alcântara, primeira capital do Maranhão, construída no século XIX na esperança

de hospedar o imperador D. Pedro II. Atualmente o lugar tem um centro espacial, instalado

pela Força Aérea Brasileira. O artista aproveita a paisagem para mostrar o tempo

sedimentado, não linear, não cronológico. A série Ruínas propõe o pensamento crítico à lógica

de crescimento das metrópoles.

 

Já os artistas Alexandre Mury, Arthur Scovino e Raphael Couto utilizam o próprio corpo para

suas práticas artísticas. “As fotografias mergulham em territórios ambíguos, pois lidam com o

campo da performance, testando os limites do corpo em diversas situações estéticas”, diz a

curadora. Erotismo, rituais e mitologias estão presentes na série Nhanderudson – num ponto

equidistante entre o Atlântico e o Pacífico, de Scovino. O artista escolheu uma imagem central

que representa o Caboclo meio-dia, e fotografou, sempre neste horário, na Chapada dos

Guimarães, no Mato Grosso.

 

Alexandre Mury representa os quatro elementos naturais, ar, água, fogo e terra, a partir de

seu próprio corpo. Nos trabalhos, está presente uma poética da turbulência, em que parece

estar vulnerável, num esgotamento de suas forças. “Essa mostra é muito oportuna para reunir

nomes de prestígio da arte contemporânea brasileira e seus trabalhos mais recentes”,

comemora Mury, que recentemente teve sua produção exposta no SESC Glória, em Vitória, e

na Roberto Alban Galeria, em Salvador.

 

Para Raphael Couto, as ações de metamorfose do corpo se dão no detalhe, no fragmento.

Abrir pele, cortar, costurar, colar e rasgar são, segundo o artista, gestos destrutivos que se

tornam construtivos. Ele parte de uma sensibilidade corporal e acrescenta reflexão sobre a

linguagem plástica. “Estou muito feliz com a possibilidade de colocar o meu trabalho em

diálogo com artistas que admiro e que são referências para o meu trabalho”, diz Raphael.

 

 

A palavra da curadora

 

“As obras apresentadas servem como um interessante panorama de visualização da produção

da fotografia contemporânea nacional. A ideia da curadoria é tirar partido deste frescor em

uma mostra que reúne as obras mais próximas ao espírito inquieto desses artistas, cada um na

sua dimensão particular, sempre em incessante processo criativo. Eles repensam, rediscutem e

reinventam a extraordinária tradição fotográfica por meio de um pensamento plástico atual,

com desenvoltura artesanal, intelectual e imaginativa inéditas até aqui.”

 

 

A palavra do idealizador

 

“A foto é apenas um recurso do desenvolvimento do trabalho deste grupo. Tanto que seria

possível fazer uma exposição com os mesmos artistas usando outros meios como vídeo,

objeto, pintura, instalação, performance, etc. Tal diversidade de caminhos, seja pelo viés

político, social, estético, construtivo, visceral, performático, ambiental ou corpóreo, entre

tantos outros, delineia e pontua essa dita ‘nova identidade’, que norteia e reflete os rumos da

fotografia no país.”,

 

A mostra Novos Talentos: Fotografia Contemporânea no Brasil é produzida pela R&L

Produtores Associados, dos sócios Rodrigo Andrade e Lucas Lins.

Os percursos nada óbvios de Alair Gomes

03/ago

POR VITOR ANGELO

 
Uma pequena pérola brilha em preto e branco, de forma intensa, no centro da cidade de São

Paulo. Desde sábado, a exposição “Alair Gomes – Percursos”, que fica até o dia 4 de outubro

na Caixa Cultural, na praça da Sé, joga luz não só para questões contemporâneas como o

voyeurismo e o desejo, a releitura do homoerotismo da Grécia clássica como o próprio status

da fotografia.

 

Alair Gomes, que teve seu trabalho reconhecido depois de sua morte, em 1992, utiliza as

contradições em seu jogo dialético de descobrir a essência da fotografia, o denominador

comum de uma imagem e isto só é possível de termos entendimento pela excelente curadoria

e montagem da exposição feita por Eder Chiodetto.

 

Logo na entrada da exposição temos as fotos até então inéditas feitas por Alair na Praça da

República, em São Paulo. É a antítese do que estamos acostumados a conhecer do que seria as

fotos de Gomes. Não estamos na região das praias, nem dos corpos seminus, apreciados à

distância por uma teleobjetiva, como nos seu conhecidíssimo trabalho conhecido como a série

fotográfica Sonatines, Four Feet. Aqui, ele se aproxima de seus objetos como identificação,

não como algo que deseja. Ele encara as pessoas com sua câmera, que sabem que estão sendo

encaradas e muitas vezes olham direto na lente, como reflexo. Elas estão razoavelmente

vestidas, mas aí entra outro um componente que o fotografo aprendeu com Antiguidade

Clássica e seu trabalho de fotografar as estátuas greco-romanas, conseguir extrair erotismo do

que vê.

 

Ele entende que o erotismo é um componente presente no êxtase e ora trabalha no campo da

sexualidade ora da religiosidade as confrontando no que existe de seus opostos e em suas

semelhanças como se fosse a síntese de uma Santa Teresa D’Ávila e um Marquês de Sade. Um

dos pulos do gato da exposição é colocar as Sonatines, de caráter mais terreno e físico com

seus Beach Triptychs que dialoga, à sua maneira (espiritual em carne), com os trípticos

religiosos da arte renascentista.

 

Existe também a questão da narrativa, ou movimento, como algo que se dá no tempo, e aquilo

que é estático, está hibernado de calor carioca e se dá no espaço. O que era um problema para

a pintura, a questão do movimento narrativo, para Alair é solução, está ali o que ele considera

o específico da fotografia, que a diferencia de outras artes visuais e podemos perceber isto de

forma clara nas Sonatines que contam uma história entre uma foto e outra. Mas isto não

invalida os closes estáticos e explícitos de pênis e ânus que encontramos em Symphony of

Erotic Icons, ali ele apreende aquilo que se dá no tempo (o sexo), como algo no espaço (o

desejo voyeur).

 

Os jogos em contradição que Alair cria em sua intensa experiência fotográfica também diz

muito de nós, da nossa vontade inerente de desejar, da solidão do olhar que deseja, da

distância (muitas vezes abissal, muitas vezes não) imaginada entre o que te erotiza e o prazer e

mais do que tudo: que aquilo que alimenta nosso desejo está muito mais em nós ( a tal

erotização) do que no que é desejado.

Osgemeos comunicam

31/jul

A partir de amanhã, 01, das 23:57 até 00:00 de cada noite do mês de Agosto, estaremos

apresentando uma animação dos nossos personagens, em meio a um dos lugares mais

urbanos e emblemáticos do mundo: no Times Square, em NYC. “Conexão Paralela” é o titulo

deste nosso novo projeto que participará do “Midnight Moment”, apresentado pela The Times

Square Advertising Coalition (TSAC) e Times Square Arts em parceria com a Galeria Lehmann

Maupin e produção da Birdo Studio. Em seus tradicionais painéis eletrônicos e bancas de

notícias, a Times Square sinaliza as 23:57 a contagem regressiva de se tornar durante 3

minutos uma galeria de arte digital a céu aberto. Através desse momento, queremos

estabelecer uma conversa entre o imaginário e o mundo real, conectar as pessoas com os

aspectos alegres e mágicos que cada indivíduo tem dentro de si através dos sonhos.

Lançamento da ST.024

29/jul

 

Chega ao circuito cultural a edição número 1 da ST.024, portfólio de imagens em formato de

revista que será lançada dia 04 de agosto na Zipper Galeria, Jardins, São Paulo, SP, com ensaios

de João Castilho, Luiz Braga, Julio Bittencourt, Alexandre Battibugli e Drago, além de uma

agenda dos eventos de fotografia. A proposta do publisher Renê de Paula é oferecer uma

experiência tátil com a fotografia, um contato lento e sensível com a imagem impressa – tão

incomum nos dias de hoje, especialmente em razão da quantidade infinita de imagens

disponíveis no ambiente virtual.

 

Disponibilizada unicamente em versão impressa, a ST.024 não possui textos, apenas

fotografias, e reúne todos os recursos técnicos disponíveis em sua criação, para que a

reprodução das imagens fique o mais próximo possível do que se encontra no arquivo original,

produzido pelo fotógrafo. A publicação ainda possui um encarte, em formato de pôster, com

duas imagens selecionadas entre os principais editoriais de cada edição. “Os leitores vão

encontrar na St.024 um ambiente plural, pautado sempre pela qualidade e pela busca de

proporcionar experiências transformadoras para aqueles que, de alguma forma, se comunicam

através de imagens.”, comenta Renê de Paula. Em um primeiro momento, a ST.024 terá

periodicidade bimestral e poderá ser encontrada nas principais bancas e livrarias de São Paulo,

e muito em breve em todo o Brasil. A edição número “zero” foi lançada em novembro de

2014, e teve Andy Summers como fotógrafo convidado, autor da capa e do editorial principal.

Com Sergio Gonçalves

27/jul

A Sergio Gonçalves Galeria, Centro, Rio de Janeiro, RJ, inaugurou a exposição individual “Sobre Águas”, do artista plástico Newman Schutze. Nessa mostra, o artista paulista apresenta 16 obras inéditas incluindo 6 telas e 10 desenhos sobre papel. As obras de Schutze são afeitas às longas durações. O tempo sempre comparece como elemento constitutivo do trabalho, mesmo quando a ideia é desafiá-lo, como nos desenhos quase instantâneos feitos a nanquim. O artista é conhecido por esses desenhos em que utiliza aguadas para obter um efeito bem diluído da tinta sobre o papel.

 

Depois de três anos de atuação no Centro Histórico do Rio de Janeiro, a Sergio Gonçalves Galeria inaugurou novo espaço no CasaShopping, na Barra da Tijuca. O lugar passa a ser mais uma opção para os amantes da Arte Contemporânea no Rio de Janeiro.

 

 

 Até 29 de agosto.

Registro

O Sesc Santo André, Vila Guiomar, Santo André, São Paulo, SP, como parte da programação de atividades paralelas à mostra “A Experiência da Arte”, promoveu a palestra Ideias Sobre Experiência nas Artes, com o curador Paulo Miyada. Na ocasião, o convidado conversa com o público sobre arte, estética e as inúmeras possibilidades de vivenciar experiências de visitas em exposições, desde as tradicionais até as formas experimentais e artísticas. A exposição A Experiência da Arte conta com a curadoria de Evandro Salles e nove obras, independentes entre si, dos artistas Cildo Meireles, Eduardo Coimbra, Eleonora Fabião, Ernesto Neto, Waltercio Caldas, Wlademir Dias-Pino e Vik Muniz. Entre esculturas, fotografias, instalações, obras sonoras, performances e poemas visuais, a mostra propõe uma imersão plena no universo poético da arte, ao apresentar peças com diferentes abordagens e estratégias de relação com o público: algumas de total interatividade, outras reflexivas ou inteiramente contemplativas.

 

 

Sobre Paulo Miyada

 

É curador do Instituto Tomie Ohtake, onde coordena o Núcleo de Pesquisa e Curadoria desde 2011 e ministra cursos pela Escola Entrópica. Em 2013, concluiu mestrado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Atualmente é também curador adjunto do Panorama da Arte Brasileira de 2015.

 

 

Sobre o Sesc Santo André

 

Inaugurada em 09 de março de 2002, a unidade possui 31.684,87 metros quadrados de área, nos quais lazer, esporte e cultura estão presentes em permanente atividade. O projeto arquitetônico, de autoria de Tito Lívio Frascino e Vasco de Mello, oferece ao público espaços amplos, confortáveis, agradáveis, que abrigam os mais atuais conceitos em arquitetura e equipamentos. As instalações compreendem teatro, espaço de eventos, biblioteca, CDteca, área de convivência, lanchonetes, parque aquático, quadras, salas de múltiplo uso, salas de ginástica, odontologia, internet livre, estacionamento, vestiários e gramado.

 

Com capacidade para receber 4.500 pessoas por dia, o SESC Santo André atua como um polo regional, atendendo às várias comunidades simultaneamente, beneficiando diretamente a categoria comerciária que nelas reside e trabalha. O SESC tem claramente esse objetivo e essa vocação. É mais uma unidade desenvolvendo seu trabalho de natureza educacional, elegendo a educação informal, como cursos, oficinas, palestras, seminários e atividades físicas competentes, prazerosas e interativas, sempre em busca do novo e do atual, democratizando a cultura, no aprimoramento da cidadania.

Pedro Lobo na 1500 Babilônia

A 1500 Babilônia, Leme, Rio de Janeiro, RJ, exibe “Espaços Aprisionados”, do fotógrafo brasileiro Pedro Lobo, com curadoria de Miguel Rio Branco. Utilizando a fotografia de arquitetura como meio de tecer comentários sobre as pessoas que vivem e ocupam as moradias retratadas, o artista leva este olhar para a Penitenciária do Carandiru, apresentando 13 imagens feitas durante os últimos dias de ocupação pelos presos e momentos antes da demolição do complexo prisional.

 

A temática na produção de Pedro Lobo gira em torno de moradias populares e os que ali habitam, provavelmente como resultado do interesse pela arquitetura, sua área de formação. Registrou favelas do Rio de Janeiro, comunidades e outros aglomerados semelhantes em cidades do sudoeste brasileiro, com o objetivo de mostrar o empenho dessas pessoas em manter a dignidade, apesar de todos os problemas, já que não possuem outra saída a não ser viver nestas comunidades excluídas. A convite de Maureen Bisiliat, fotógrafa, video maker e escritora brasileira, fotografou a carceragem do Carandiru, em São Paulo, como parte de um projeto de memória da penitenciária. Logo constatou que os encarcerados se referiam às celas como “barracos”, termo usado para identificar as casa nas favelas, e passou a captar imagens com o mesmo objetivo de seus trabalhos anteriores. Na série Espaços Aprisionados, Pedro Lobo desvenda estes ambientes de reclusão, mostrando as condições de limpeza e conservação das celas, bem como os trabalhos de arte nas paredes e portas – resíduos materiais das poucas formas de expressão pessoal permitidas. Com pesar, desperta a lembrança de que tudo aquilo se perdeu quando os prédios da penitenciária foram demolidos, e retrata, para a posteridade, os resquícios de memórias das rebeliões e do massacre de 111 presos, ocorrido em 1992.

 

Com forte sensibilidade, Pedro Lobo permeia o ambiente tenso da carceragem e agrega traços de humanidade a esta paisagem carregada de dor e violência. Nas palavras do fotógrafo: “Estas imagens não são a respeito de crimes, ou criminosos, mas sim sobre seres humanos que se encontram, ou se colocaram, em situações extremamente adversas e que, apesar de tudo, decidiram não abandonar a luta por uma existência digna.”.

 

No dia 1º de agosto, a partir das 14h, acontece um encontro com Pedro Lobo, no espaço da 1500 Babilônia, ocasião em que os presentes poderão conversar com o artista sobre sua produção, processo criativo e outros temas relacionados. A direção é de Alex Bueno de Moraes.

 

 

Até 17 de outubro.

Na Galeria Eduardo Fernandes

A artista Claudia Melli abre mostra inédita na Galeria Eduardo Fernandes, Vila Madalena, São Paulo, SP. Claudia Melli, que acaba de encerrar uma temporada de três meses no MAM-Rio, onde apresentou um recorte de sua carreira, expõe em São Paulo um trabalho totalmente novo em sua trajetória. Na mostra “E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música”  Claudia Melli exibe uma instalação de 26 metros composta por 37 peças de tamanhos variados, unidas de maneira linear, ocupando toda a extensão da galeria.

 

A artista utiliza nas peças a mesma técnica dos últimos trabalhos, nanquim sobre vidro, e explora limites entre o desenho e a pintura, que remetem à fotografias. Claudia Melli usa lâminas de vidro onde encontrou seu suporte ideal. Ela o banha em nanquim diluído em água e desenha na parte de trás com  nanquim. “O vidro tem sido o suporte que melhor responde à minha intenção de aproximar o desenho da fotografia. Para isso trago para o trabalho questões que são do universo da fotografia, como enquadramento, veracidade da imagem e principalmente a luz. A luz é potencializada pela transparência e reflexividade do vidro, características próprias desse material que está longe de ser um suporte passivo. Sua transparência deixa vazar o que está atrás, o tempo todo nos vemos e vemos o entorno refletidos quando observamos o trabalho,

 

Nesta instalação a artista conversa com o público sobre o humano. Ela conta que a linguagem do corpo ultrapassa as barreiras da  língua, as barreiras culturais, é a fala mais potente e honesta que se pode ter. Usou como referência os movimentos de Pina Baush, coreógrafa e bailarina alemã, ícone e criadora da “dança-teatro” contemporânea, focada no elemento humano e na sensibilização e reflexão do público. “Quando comecei a pensar essas imagens tinha em mente como as individualidades se relacionam, se fragmentam, se conectam,  desconectam, e seguem sendo únicas”, diz a artista. É notório, na história da arte, que fotógrafos tenham se inspirado na obra de grandes pintores e na forma como eles captavam a luz. Goya, Caravaggio e todo o impressionismo francês fazem parte dessas referências. A exposição “E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos pelos que não podiam escutar a música” percorre justamente o caminho inverso: o código fotográfico é o caminho para a artista chegar a seus desenhos.

 

 

Sobre a artista

 

Claudia Melli nasceu em São Paulo, onde morou até os 14 anos. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1980, onde construiu sua formação artística. Começou a se interessar por pintura no final dos anos 90 e passou a frequentar aulas no Parque Lage, de pintura, desenho, gravura, teoria, arte digital, entre outros. Claudia Melli vem traçando sua carreira utilizando o desenho, a luz, o enquadramento e o pensamento da fotografia. Já participou de exposições individuais no Rio de Janeiro, São Paulo e em Basel (Suiça), e recebeu em 2012 o II Prêmio Itamaraty de Arte Contemporânea. Seus trabalhos estão em coleções como o Instituto Figueiredo Ferraz; Coleção Gilberto Chateaubriand – MAM RJ; Coleção Banco Espírito Santo ; Artur Lescher; Heitor Martins e José Olympio Pereira.

 

 

Até 17 de outubro.