A representação do nu

05/jul

 

 

 

 

A Galeria Lume, Itaim Bibi, São Paulo, SP, inaugura a exposição “O Acervo do Nu”, com trabalhos dos fotógrafos Gabriel Wickbold e Gal Oppido, além do artista plástico Florian Raiss. A curadoria da mostra é assinada por Paulo Kassab Jr. Por meio de fotografias, esculturas e desenhos, a mostra apresenta algumas das mais diversas representações do corpo humano na arte contemporânea brasileira. Historicamente, entre os séculos XVI e XVIII, a representação do nu, através de modelos vivos, está fortemente relacionada às escolas de arte, com o desenho técnico e os estudos de anatomia. A idéia da “beleza ideal” clássica começa a se incluir nesse contexto a partir do século XIX, principalmente em esculturas. Especialmente no Brasil, neste período, surgem as diversas percepções da figura do corpo nu, tanto mais abstratas como realistas.

 

Entre as fotografias expostas, Gabriel Wickbold propõe a interação entre homem e natureza, em um ambiente onde o corpo se comporta meramente como base “limpa” ao inevitável domínio da natureza. Apesar da forte relação com a temática da influência humana sobre o ambiente, as questões fundamentais em suas obras são filosóficas, interiores. As imagens fazem referência à arte figurativa grega, em razão das cores, da força dos personagens e do realce à observação direta dos corpos.

 

Por sua vez, Gal Oppido investiga as ações da natureza como definidora da expressão corporal. O artista explora essas influências sobre o corpo e todas as suas possibilidades. Nas obras expostas, Gal fotografa corpos que saem do seu contexto habitual e interagem com formas e objetos influenciados pela força da gravidade.

 

Já as esculturas de Florian Raiss dão forma a figuras quadrúpedes, despertando um aprofundamento acerca do corpo e da dualidade da condição humana. A discussão suscitada em seu trabalho relaciona-se com a tese do ser humano em oposição ao seu “eu primitivo”, aborda o domínio nos impulsos de nutrir os traços que o diferenciam do animal.

 

De 11 de julho a 09 de agosto.

Novas Apostas

03/jul

 

A Galeria Laura Marsiaj, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a mostra “Idolatria Vã”, que reúne obras de novas apostas da arte pictórica, incluindo Camila Soato, indicada ao “Prêmio Pipa 2013″. Idolatria Vã foi, historicamente, um medo da religião católica de substituição dos deuses por imagens que fossem idolatradas. Na mesma época, na história da pintura, no século XX, foi solicitada a autonomia da obra, uma espécie de aniquilamento da imagem, mas a idolatria sobre a forma continuou. “Hoje, percebemos que os ídolos são outros, anônimos, banais”, afirma o curador e crítico de arte Marcelo Campos.
Embalados pelo tema proposto é que novos artistas apresentam seus trabalhos na Galeria Laura Marsiaj. Na mostra “Idolatria Vã”, será conhecido o talento desvendado por Marcelo Campos através de um ano de acompanhamento dos trabalhos de três artistas selecionados: os jovens pintores Bruno Drolshagen e Rodrigo Martins, mais Camila Soato, Pablo Lobato e a espanhola Irene Grau, que apresentarão uma bela e recente produção em torno da pintura figurativa, dialogando entre si.

 

Na escolha dos trabalhos, evidenciaram- se características comuns entre os artistas como o estranhamento diante da paisagem, um interesse por retratar pessoas e cenas banais, além da narrativa fantasiosa. Segundo Marcelo Campos, também agregam-se elementos afetivos distantes, domesticidades, estrangeirismos, e os efeitos de luz nas pinceladas. São 20 telas, em óleo e acrílico e 3 fotografias de Pablo Lobato, que serão apresentadas no anexo da galeria seguindo as particularidades da mostra.

 

Até 25 de julho.

 

Dois momentos: Caio Reisewitz e Saint Clair Cemin

25/jun

 

 

 

 

A Luciana Brito Galeria, Vila Olímpia, São Paulo, SP,  inaugurou as exposições “Tudo Vazio Agora Cheio de Mato”, fotografias de Caio Reisewitz, e “Fotini”, esculturas de Saint Clair Cemin. Reisewitz exibe uma seleção de nove obras sob uma narrativa inédita. Em outro espaço da galeria, Saint Clair Cemin volta para apresentar “Fotini”. Artista radicado nos Estados Unidos, Saint Clair é conhecido por lidar com uma diversidade de figuras, materiais e estilos de formas inusitadas e dramáticas.

 

Caio Reisewitz tem como objetivo mostrar um novo enfoque de pesquisa. Sem deixar de salientar sua preocupação com a ação e poder do homem, desta vez ele trabalha os espaços arquitetônicos, resgatando interiores de projetos históricos modernos ou católicos barrocos. De acordo com o próprio artista: “procuro registrar monumentos arquitetônicos brasileiros representativos e, a partir daí, pratico um exercício de reflexão e intervenção orgânica”. Esse processo criativo de fotomontagem intefere na história, transformando o registro e submergindo seus atributos originais.

 

Saint Clair Cemin exibe “Fotini”, nome próprio grego de mulher que, do ponto de vista etimológico, vem da palavra φως [fos – luz] e significa aquela que nasce da luz. A exposição empresta seu título da obra homônima, um martelo de aço de proporções agigantadas preso em uma caixa de vidro. Concebida como um dueto exclusivo, a exposição só se completa com outra escultura também de símbolo feminino,” Venus-Delilah”, uma tesoura em bronze, aberta, arrematada por formas marinhas e fixada em um altar de concreto.

 

Até 17 de agosto

Claudia Melli na Galeria Eduardo Fernandes

23/jun

 

O canto à capella é aquele entoado sem o uso de qualquer instrumento. Voz solitária. Esta remissão a um tipo de canto que nos endereça um chamado para um estado de quietude e interiorização pode ser visto como um gesto, mesmo que prosaico, que caminha na contramão de um mundo atual perpassado pelo ruído incessante. É desta natureza, mais próxima do murmúrio, de que nos fala as obras de Claudia Melli expostas desde o dia 19 de junho na Galeria Eduardo Fernandes, Vila Madalena, São Paulo, SP,  na mostra “Capella”.

 

 

Antes de qualquer gesto interpretativo é preciso recordar o processo de realização dos trabalhos da artista no que tange a técnica. Lembremos que o termo técnica,para os gregos antigos, significava arte. Ou seja, a téchne estava intimamente ligada ao processo de construção de uma poética, como mais tarde vai retomar Heidegger em seu texto “A Questão da Técnica”. Assim, as escolhas “técnicas” do artistas estão intimamente ligadas ao “conteúdo” da obra.

 

 

Quando enxergamos de longe um trabalho de Claudia cremos que estamos diante de uma fotografia. É somente um olhar mais atento e próximo que vai revelar que não se trata de uma foto, mas sim de desenho com nanquim sobre vidro. Esta conquista de um estado ilusório se dá através da alta precisão do desenho, do contraste entre o preto e o branco, entre claro e escuro. Mas o que tal técnica quer dizer, o que significa desenhar com nanquim sobre vidro no lugar de fotografar, mas ainda assim evocar o ato fotográfico? Esta pergunta é importante para chegarmos ao sentido do trabalho. O tempo que leva para a realização de cada obra (sempre única e não reprodutível), a concentração e o cuidado exigidos, o preciosismo que tal método demanda, todos estes elementos rimam com trabalhos nos quais a solidão se faz presente, nos quais nunca há presença de seres humanos.Tal modo de fazer encontra eco nos espaços vazios, permeados por presenças ausentes, ou mesmo paisagens que evocam certa melancolia, lembranças de um lugar já visto. Aí reside o parentesco com a fotografia, símbolo daquilo que congela um tempo e deflagra uma memória palpável de algo que já passou.

 

 

Sobre a artista

 

 

Nasceu em São Paulo, SP, 1966. Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Frequentou diversos cursos no Parque Lage, tendo como professores Luiz Ernesto, Fernando Cochiaralle, Charles Watson entre outros. Realizou exposições individuais em 2012,  “Entre o Perto e o Distante” na Galeria HAP – Rio de Janeiro, RJ, 2011, “Tudo da vida é um país estrangeiro” na Galeria Eduardo Fernandes – São Paulo, SP, 2010, “Série Azul” na Galeria Penteado – Campinas, SP, 2008, “ONDE” no Durex Arte Contemporânea – Rio de Janeiro, RJ e em 2005, “Série verde” no Instituto Arte Clara – Rio de Janeiro, RJ.Participou de importantes exposições coletivas no Rio de Janeiro, São Paulo, Nova Iorque, e na Galeria A. Kunstandel – OSLO, Noruega, além de espaços institucionais como o Museu da República e Casa França-Brasil, ambos no Rio de Janeiro, Brasil. A artista possui obras na Coleção Gilberto Chateaubriand – MAM-RIO, Col. Banco Santander, Col. Banco Espírito Santo, Brazil Golden Art Investimentos, Artur Lescher, Heitor Martis e Fernanda Feitosa.

 

 

Até 08 de agosto.

Mulheres no CCBB

14/jun

“ELLES: Mulheres artistas na coleção do Centro Pompidou” é um dos cartazes do Centro Cultural Banco do Brasil, CCBB, Centro, Rio de Janeiro, RJ. Trata-se de uma exposição de obras de artistas mulheres da coleção do Centro Georges Pompidou/ Musée National d’Art Moderne, Paris, França, que abriga a maior coleção de arte contemporânea da Europa. O recorte apresenta desenhos, instalações, pinturas, esculturas, fotografias e vídeos de mais de sessenta artistas pioneiras que revolucionaram, cada uma a seu modo, os conceitos artísticos de seu tempo. Com humor, desprezo, sensualidade e ambigüidade, essas mulheres representam os principais movimentos de Arte Moderna, desde a abstração às questões contemporâneas mais prementes. A curadoria é assinada por Emma Lavigne e Cécile Debray e a organização geral é do próprio Centro Pompidou.

“ELLES” percorre a trajetória da arte contemporânea produzida por mulheres e oferece ao espectador diferentes ângulos de visão – oportunidades para explorar distintas visões e perspectivas a partir do universo de cada criadora. Muitas delas, inclusive, estão representadas em mais de uma seção, devido às características de determinadas obras.

 

As seções e as artistas

 

A primeira seção, “Tornar-se uma artista”, homenageia a pioneira Sonia Delaunay e está subdividida em três subseções: Pioneiras (obras das homenageadas e da portuguesa Maria Helena Vieira da Silva), “A parte do inconsciente” apresenta as surrealistas, com obras de Marie Laurencin, Dorothea Thanning e Germaine Dulac, entre outras e “Questionando o gênero”, trabalhos de Valérie Belin, Suzanne Valadon, Pipilotti Rist e outras.

 

“Abstração colorida/abstração excêntrica”, a segunda seção, também é dividida em três partes. Na primeira, “Excêntrica”, obras de Louise Bourgeois, Joan Mitchell e Maria Helena Vieira da Silva; “Colorida” abriga trabalhos de Marthe Wéry e Aurélie Nemours; e “Espaços infinitos”, a terceira subseção, contempla as artistas Geneviève Asse e Vera Molnar.

 

A terceira seção, “Feminismo e a crítica do poder”, talvez a mais provocativa e polêmica,  reúne a maior parte das obras. A subseção “Pânico genital”, subdividida em “Espaço doméstico” e “Reflexão”, apresenta trabalhos de Orlan, Nikki de Saint Phalle, Sonia Andrade, Hanna Wilke e outras. Na subseção “Enfrentando a história”, as brasileiras Anna Bella Geiger, Anna Maria Maiolino e Letícia Parente dividem a cena com Sigalit Landau e Marta Minujin.

“Musas contra o museu”, a terceira subseção, reúne ainda o vídeo “Museum Highlights: a gallery talk”, de Andrea Fraser, de 1989, o painel “Guerrilla Girls” (que será produzido no Brasil) e trabalhos das artistas Agnès Thurnauer e Sherrie Levine.
Na quarta seção, “O corpo”, o público pode conferir os trabalhos de artistas como Nan Goldin, Eleanor Antin e Carolee Schneemann, entre outras.

 

Em “Narrativas”, a quinta e última seção, figuram obras de Sophie Calle, Annette Messager e das brasileiras Rosângela Rennó e Rivane Neuenschwander, entre outras.

 

Sucesso desde o lançamento em Paris, em 2009, a exposição “ELLES: Mulheres Artistas na coleção do Centro Pompidou” foi exibida em Seattle, EUA, entre outras cidades.

 

 

Até 14 de julho.

Vanda Klabin Seleciona

A Galeria Athena Contemporânea, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a mostra coletiva “Entrecruzamentos”. A exposição, com curadoria de Vanda Klabin, terá como tema o corpo e apresentará fotografias de oito artistas importantes do cenário da fotografia contemporânea brasileira, entre eles Alaír Gomes, Alexandre Mury, Brígida Baltar, Eduardo Masini, Paulo Bruscky, Raquel Versieux, Raphael Couto, Yuri Firmeza e Rodrigo Braga. A mostra está no circuito do FotoRio 2013, Encontro Internacional de Fotografia do Rio de Janeiro.

 

“As fotografias não são somente pontos de referência, muitas vezes elas são detonadoras de ideias”. A frase de Francis Bacon, segundo Vanda Klabin, explica sobre o projeto de organizar a coletiva. Ela conta que o conjunto de obras proposto é um painel significativo de artistas atuantes no cenário da fotografia: “ – Essa mostra nasceu de um diálogo visual entre os trabalhos aqui apresentados, tendo o corpo como elemento constitutivo para sua realização, como um fluxo poético em suas múltiplas enunciações e desdobramentos conceituais, primordiais para a constituição do imaginário contemporâneo”, afirma Vanda.

 

Sobre os artistas

 

 

Alair Gomes – O artista teve uma sala em sua homenagem na Bienal de São Paulo do ano passado e em 2009, teve uma exposição individual na MEP, Maison Européene de la Photographie.

Alexandre Mury – Vai realizar exposição individual na Caixa Cultural, Rio de Janeiro, em julho e tem obras no acervo do Museu de Arte do Rio e no MAM-Rio.

Brígida Baltar – Fez uma exposição individual nas Cavalariças do Parque Lage em 2012 e participou de uma exposição em abril no MAM, Salvador, Bahia.

Eduardo Masini – Realizará exposição individual no Museu Inimá de Paula, Belo Horizonte, MG, em agosto deste ano.

Paulo Bruscky – Realizou uma exposição no Laboratório Interactivo de Arte, Ciencia y Tecnologia – Plataforma Bogotá, Colômbia, onde teve seu trabalho discutido. Tem obras no acervo da Tate e MOMA.

Raphael Couto – Participou da exposição “A imagem em questão”, Parque Lage, 2012.

Raquel Versieux – Fez uma residência na Croácia com o lançamento de um livro chamado “Neven” e acabou de participar do Rumos Itaú Cultural, no Paço Imperial

Rodrigo Braga – Participou da Bienal de São Paulo em 2012 e após ganhar o prêmio ICCO SP-Arte 2013, cumprirá período de residência em NY no RU, Residency Unlimited.

Yuri Firmeza – Participa de exposição coletiva no MAR, Rio de Janeiro. Encontra-se com exposição em Santander na Espanha. Está na coleção do MAM, Centro Cultural Banco do Nordeste, entre outros.

 

 

De 18 de junho a 20 de julho.

Lucia Laguna na Fortes Vilaça

12/jun

A Galeria Fortes Vilaça, Vila Madalena, São Paulo, SP, apresenta a primeira exposição individual de Lucia Laguna em suas dependências. A mostra, que recebeu o título geral de “Jardim”, traz pinturas inéditas em acrílica e óleo, tendo como ponto de partida a paisagem cotidiana da artista.

 
A pintura de Lucia Laguna retrata o seu entorno: a paisagem do subúrbio do Rio de Janeiro, a arquitetura informal do bairro, o próprio atelier e o jardim de sua casa. São recortes apresentados de forma velada, quase abstrata, uma sobreposição de formas, linhas e campos de cor com elementos figurativos.

 
Lucia Laguna desenvolve uma técnica de trabalho única, em que imagens são produzidas em tinta acrílica por seus assistentes, seguindo diretrizes apontadas por ela, que passa então a consumi-las ou desconstruí-las usando tinta a óleo. São composições onde o processo da pintura parece nunca terminar, a imagem permanece viva e mutável diante de nossos olhos. A pintura não é apenas fruto da observação, mas igualmente de uma prática empírica de justaposição e reprocessamento de imagens do dia-a-dia gerando um acúmulo de memórias.

 
O jardim das telas de Lucia é urbano e carioca. Mostra-se misturado à pedras e vasos, os morros são tomados por casas e os quintais são cheios de entulho. Em “Jardim nº 11”, por exemplo, vemos apenas uma mesinha com casas ao fundo, não há verde na tela. A artista deixa grandes áreas cobertas por massas de tintas que vão do creme ao amarelo, dando a impressão de um campo ainda por ser preenchido. É um convite ao espectador para que projete suas próprias imagens sobre o acúmulo de memória resguardado sob o corpo da cor.

 
Já em “Jardim nº 10”, uma tela horizontal em grandes dimensões, a artista nos oferece um  panorama pessoal da cidade que habita. O verde de plantas e árvores aparece por entre esboços de casas e vasos, como se olhássemos pela janela de uma casa de um centro urbano onde tudo está sempre em permanente movimento.

 

 

 

Sobre a artista

 

Lucia Laguna nasceu em Campo dos Goytacazes, RJ, em 1941. Forma-se em Letras em 1971 passando a lecionar língua portuguesa. Em meados dos anos1990 a artista frequenta cursos de pintura e história da arte na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro. Faz sua primeira individual em 1998. Participa do Panorama de Arte Brasileira, MAM-SP em 2011, faz parte do Programa Rumos Artes Visuais, edição 2005/2006, do Instituto Itaú Cultural e em 2006 ganha o Prêmio CNI SESI Marcantônio Vilaça. Sua obra está na coleção do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e MAM de São Paulo, Museu Nacional de Brasília, entre outros. Recentemente participou da 30ª Bienal de São Paulo que atualmente itinera pelo interior do estado.

 

 

De 22 de junho a 03 de agosto.

Cildo Meireles no Museu Reina Sofia

30/mai

A obra de Cildo Meireles encontra-se em exibição no Museu Reina Sofia, Madrid, Espanha. A mostra – de caráter retrospectivo – apresenta mais de cem obras do artista brasileiro, é uma oportunidade única para descobrir novos aspectos do trabalho de Cildo Meireles, um dos mais célebres artistas contemporâneos.
Cildo Meireles reproduz nesta exposição algumas das instalações mais importantes da sua história, ao lado de outras inéditas, como “Amerikka”, e outras apresentadas pela primeira vez na Espanha, como “Olvido” e “Entrevendo”. Além delas, fazem parte da retrospectiva desenhos, pinturas, esculturas e peças sonoras.
O conceituado artista foi vencedor do “Prêmio Velázquez” em 2008 e tem em sua carreira artística, um grande número de exposições internacionais como a Documenta de Kassel e as bienais internacionais de Veneza e São Paulo. A exposição foi organizada, em parceira, pelo Museo Nacional de Arte Reina Sofía, Museu de Serralves no Porto, Portugal, e HangarBicocca em Milão, Itália.

 

Até 14 de outubro.

Evento – Rain Room

A primeira coisa que você vai notar sobre a Rain Room, uma instalação que abriu no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, é a umidade tropical. A segunda coisa é o som de centenas de galões de água jorrando de um teto artificial. Finalmente, depois dos seus olhos se adaptarem à escuridão, você finalmente consegue ver: a Rain Room, um espaço de 1.000 metros quadrados em um estado de chuva perpétua.

 

Mas você nunca se molha. Graças a oito sensores de movimentos instalados acima da sala, a água que cai do teto abre espaço quando você anda pela sala, deixando você completamente seco. A sensação de andar por uma parede de água e continuar seco é sinistra – e observar como as pessoas reagem é parte da diversão. “A Rain Room coloca pessoas fora da zona de conforto, extraindo a base das respostas automáticas e brincando com a intuição”, explica seus criadores, o coletivo de arte e tecnologia londrino rAndom International. “Observar como esses resultados imprevisíveis se manifestam, e a experimentação com este mundo de comportamento pouco perceptível, é a base da nossa força motriz.”

 

Os designers da rAndom International passaram os últimos três anos desenvolvendo a tecnologia usada na instalação. Recriar a chuva não é tão fácil como parece. Água caindo de 6 metros de altura se comporta diferente da água que cai das nuvens, por exemplo. E milhares de galões de água em um espaço público causa problemas específicos de saneamento. Para lidar com isso, a equipe do MoMA criou a própria instalação para a Rain Room, aproveitando um terreno baldio ao lado do malfadado American Folk Art Museum. Os artistas, por sua vez, ficaram em silêncio em relação às especificações da tecnologia – eles argumentam que tudo faz parte da magia.

 

A Rain Room é o tipo de instalação que museus sempre sonharam: espetacularmente experimental e acessível para quase qualquer tipo de audiência. Este tipo de atração é o que deve começar a surgir em museus, que sofrem para atrair espectadores.

 

Até 28 de julho.

Livro na Milan

23/mai

A galeria Milan, Vila Madalena, São Paulo, SP, realizou – dia 23 de maio – o lançamento de livro sobre a obra do artista plástico Paulo Pasta. O livro é um levantamento dos trabalhos do artista desde a década de 1980 até a atualidade, apresentando mais de 160 obras que evidenciam as diferentes fases de sua trajetória. A autoria é de Roberto Conduru, com o selo da Editora Barléu. São 215 páginas em capa dura.

 

Sobre o artista

 

Nasceu em Ariranha, SP, 1959. Doutor em artes visuais pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo – ECA / USP, SP. Recebeu a Bolsa Emile Eddé de Artes Plásticas do MAC / USP, SP, em 1988. Dentre as exposições realizadas recentemente, destaque para individual na Fundação Iberê Camargo, em 2013, no Centro Cultural Maria Antonia, em 2011, para o Panorama dos Panoramas, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, em 2008, e para individual na Pinacoteca do Estado de São Paulo, em 2006. Como professor, lecionou pintura na Faculdade Santa Marcelina – FASM, entre 1987 e 1999, desenho na Universidade Presbiteriana Mackenzie, entre 1995 e 2002, e pintura na USP, em 2011 e 2012. Leciona na FAAP desde 1998.