Artista havaiana

28/jan

A Gabriel Wickbold Studio & Gallery, Vila Nova Conceição, São Paulo, SP, inaugura seu espaço com a individual “Celestial Bodies – A Fotografia Subaquática de Christy Lee Rogers”, com curadoria de Gabriel Wickbold. Expostos pela primeira vez no Brasil, 11 trabalhos da artista visual havaiana Christy Lee Rogers compõem a mostra, exibindo seu domínio técnico em cenas inspiradoras, que representam corpos submersos em água, durante a noite, com efeitos naturais criados pela refração da luz.

 

A obsessão de Christy Lee Rogers com a água como ferramenta para quebrar as convenções da fotografia contemporânea ganhou força na última década, por meio de um mergulho contínuo no universo dos grandes mestres da pintura. Autora de imagens turbulentas em cor e complexidade, constrói cenas elaboradas de coloração coalescente e corpos que exaltam a figura humana como fonte de vigor e calor, em um processo frágil de experimentação. “O propósito por trás do meu trabalho é questionar e encontrar um lugar de compreensão em meio a loucura, a tragédia, a vulnerabilidade, a beleza e o poder da humanidade. Minha preocupação encontra-se em questões de liberdade, tanto no ganho quanto na perda”, reflete a artista. Sobre seu trabalho, Adam Jacques, jornalista do londrino The Independet, comenta: “A recompensa etérea é, de fato, sinônima de uma mistura de Mestres – os tons vívidos de Ticiano, os corpos tencionados de Rubens, o chiaroscuro de Caravaggio, mas também as pinceladas soltas e o movimento fluido de Delacroix; pistas, também, das ascensões celestiais ao estilo de Tiepolo que adornam muitas capelas venezianas do século XVIII”.

 

A mostra marca a inauguração da Gabriel Wickbold Studio & Gallery, espaço desenvolvido fora dos moldes de uma galeria convencional. “Vamos trabalhar em prol da memória fotográfica na cena cultural brasileira”, diz Gabriel Wickbold. Acerca da individual de Christy Lee Rogers, o curador comenta: “Os trabalhos têm uma relação muito forte com o ambiente da galeria. Eles são energéticos, acessíveis para diversos públicos, e ao mesmo tempo estimulam a reflexão com uma pesquisa profunda sobre a história da arte e um domínio técnico e autoral da fotografia”.

 

 

 

De 28 de fevereiro a 11 de março.

Frida Kahlo na Caixa Cultural-Rio 

26/jan

A Caixa Cultural, Centro, Rio de Janeiro, RJ, em parceria com o Instituto Tomie Ohtake, apresenta a exposição “Frida Kahlo: conexões entre mulheres surrealistas no México”, que reúne 30 obras da grande artista nascida no México. Em torno desses trabalhos de Frida Kahlo – 20 óleos sobre tela e dez em papel, entre desenhos, colagens e litografias – estão cerca de cem obras de outras quatorze artistas, principalmente mulheres nascidas ou radicadas no México, autoras de potentes produções, como María Izquierdo, Remedios Varo, Leonora Carrington, Rosa Rolanda, Lola Álvarez Bravo, Lucienne Bloch, Alice Rahon, Kati Horna, Bridget Tichenor, Jacqueline Lamba, Bona de Mandiargues, Cordélia Urueta, Olga Costa e Sylvia Fein.  Quando esteve em cartaz no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo,a mostra atraiu 600 mil pessoas. Integrará a exposição uma mostra de filmes, dedicados às artistas Alice Rahon, Rara Avis, Jacqueline Lamba, Leonora Carrington, Remedios Varo, além de Frida Kahlo.

 

Com curadoria da pesquisadora Teresa Arcq, “Frida Kahlo: conexões entre mulheres surrealistas no México” proporciona ao público brasileiro um amplo panorama do pensamento plástico da artista, e revela a intrincada rede e o potente imaginário que se formaram tendo como eixo sua figura. A exposição, que abrange pinturas, esculturas e fotografias – além de vestimentas, acessórios, documentos, registros fotográficos, catálogos e reportagens – ocupará todo o espaço expositivo do segundo andar da Caixa Cultural.

 

A exposição foi idealizada e coordenada pelo Instituto Tomie Ohtake, de São Paulo, e tem o patrocínio da Caixa, com apoio da Secretaria de Relaciones Exteriores do México (SER), Embaixada do México no Brasil, do Instituto Nacional de Bellas Artes (INBA), do Consejo Nacional para la Cultura y las Artes (Conaculta) e do Conselho de Promoção Turística do México (CPTM).

 

Durante toda a sua vida, Frida Kahlo, nascida em 06 de julho de 1907, em Coyoacán, México, onde morreu em 13 de julho de 1954, pintou apenas 143 telas. Dentre as 20 pinturas de Frida na exposição, seis são autorretratos. Há ainda mais duas de suas telas que trazem a sua presença, como em “El abrazo de amor del Universo, la terra (México). Diego, yo y el senõr Xóloti” (1933), e “Diego em mi Pensamiento” (1943), além de uma litografia, “Frida y el aborto” (1932). Imagens de Frida Kahlo estão presentes ainda nas fotografias de Nickolas Muray, Bernard Silberstein, Hector Garcia, Martim Munkácsi, e na litografia “Nu (Frida Kahlo)” (1930), de Diego Rivera.

 

Teresa Arqc destaca que os autorretratos e os retratos simbólicos marcam “uma provocativa ruptura que separa o âmbito do público do estritamente privado”. “Em alguns de seus autorretratos Frida Kahlo, Maria Izquierdo e Rosa Rolanda elegeram cuidadosamente a identificação com o passado pré-hispânico e as culturas indígenas do México, utilizando ornamentos e acessórios que remetem a mulheres poderosas, como deusas ou tehuanas, apropriando-se das identidades destas matriarcas amazonas”, afirma. “Impressiona constatar como estas artistas subvertem o cânone para realizar uma exploração de sua psique carregada de símbolos e mitos pessoais”, observa a curadora. A presença vigorosa de Frida Kahlo perpassa ainda a exposição pelas obras de outras artistas que retrataram a sua figura icônica, como Cordélia Urueta. Por meio da fotografia, destacam-se os trabalhos de Lola Álvarez Bravo, Lucienne Bloch e Kati Horna.

 

 

Mostra de filmes

 

A Galeria 1, no térreo da Caixa Cultural, também com entrada gratuita, será transformada em espaço de exibição de filmes sobre as artistas Alice Rahon, Rara Avis, Jacqueline Lamba, Leonora Carrington, Remedios Varo e Frida Kahlo. A programação se repetirá nos mesmos horários, ao longo da exposição, com os filmes:

 

10h30 – Alice Rahon (2012), 64’, de Dominique e Julien Ferrandou (Produção: Seven Doc)

12h – Rara Avis – Bridget Tichenor (1985), 21’, de Tufic Makhlouf

12h30 – Jacqueline Lamba (2005), 120’, de Fabrice Maze (Produção: Seven Doc)

15h – The Life and Times of Frida Kahlo (2005), 90’, de Amy Stechler (Produção: Daylight

Films e WETA, Washington DC, in association with Latino)

17h – Leonora Carrington (2011), 107’, de Dominique e Julien Ferrandou (Produção:

Seven Doc)

19h – Remedios Varo (2013), 64’, de Tufic Makhlouf (Produção: Seven Doc)

 

 

Atmosfera criativa

 

A confluência dos grupos de exiladas europeias, como a inglesa Leonora Carrington, a francesa Alice Rahon, a espanhola Remedios Varo, a alemã Olga Costa (nascida Kostakovski) e a fotógrafa húngara Kati Horna, e das artistas que vieram dos Estados Unidos, como Bridget Tichenor e Rosa Rolanda, permanecendo no México o resto de suas vidas, além de outras visitantes vinculadas ao surrealismo, atraídas pelas culturas ancestrais mexicanas, como as francesas Jacqueline Lamba e Bona de Mandiargues, e a norte-americana Sylvia Fein, favoreceu a atmosfera criativa intelectual e uma completa rede de relações e influências com Kahlo e demais artistas mexicanas. “A multiplicidade cultural, rica em mitos, rituais e uma diversidades de sistemas e crenças espirituais influenciaram na transformação de suas criações. A estratégia surrealista da máscara e da fantasia, que no México forma parte dos rituais cotidianos em torno da vida, a morte no âmbito do sagrado, funcionava também como um recurso para abordar o tema da identidade e de gênero”, explica Teresa Arcq.

 

Paulo Miyada, curador do Instituto Tomie Ohtake, observa que a mostra permite confrontar uma face desafiadora do surrealismo, em que “a intensidade, dramaticidade e subjetividade das obras dessas artistas tornam este conjunto inquietante até para aqueles mais familiarizados com o movimento, que originalmente surgiu na França na década de 1920, tendo como maior predicado a tentativa de escapar do império do realismo e da racionalidade, acenando para o inconsciente, o acaso e o onírico”. “Na produção das artistas conectadas ao surrealismo que passaram pelo México, os tópicos já consagrados na discussão do surrealismo se multiplicam e extravasam muitas fronteiras, o que se reflete em imagens pungentes e inesquecíveis por suas cores e traços impositivos, pelos elementos da cultura nativa mexicana, pelos gestos confrontadores e pelo desprezo por qualquer convenção do que seja o bom gosto burguês tradicional”, completa.

 

Sobre a curadora

 

Teresa Arcq, historiadora de arte, Mestre em Museologia e Gestão em Arte e em Arte Cinematográfica pela Universidade de Casa Lamm na Cidade do México, trabalhou como curadora chefe do Museu de Arte Moderna da Cidade do México entre 2003 e 2006. Foi co-curadora da exposição A Arte de Mark Rothko – Coleção da The National Gallery of Art, e de várias exposições do acervo permanente, destacando-se a de Remedios Varo. A partir de 2007, como curadora independente produziu para o Museu de Arte Moderna da Cidade do México Remedios Varo – Cinco Chaves, uma retrospectiva em comemoração ao centenário do nascimento da artista inspirada em seu livro homólogo; e Alice Rahon – Uma surrealista no México, que também foi apresentada no El Cubo, em Tijuana. Arcq é Professora de História da Arte no Centro de Cultura Casa Lamm. Publicou vários ensaios e faz palestras sobre arte moderna mexicana, movimento avant-garde europeu e mulheres surrealistas no México, Estados Unidos, Europa e Ásia.

 

 

 

De 29 de janeiro a 27 de março.

Escultor francês na Bahia

16/jan

Depois do grande sucesso em Ouro Preto (Patrimônio Mundial da Unesco), e em Belo Horizonte, o Palacete das Artes (equipamento vinculado ao Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural/Secretaria de Cultura) receberá no dia 19 de janeiro, às 19h, a exposição “Lendas e Aparições”, do artista francês Daniel Hourdé.

 

De qualidade excepcional, a mostra contará com esculturas em bronze e aço que descrevem o corpo humano com detalhes meticulosos, além de vigorosos desenhos feitos em carvão sobre papel e instalações. As obras são representadas pela Galerie Agnès Monplaisir (Paris/França).

 

“Lendas e Aparições” ficará em cartaz em Salvador até março, depois, seguirá para o Rio de Janeiro.

 

Sobre o artista

 

Daniel Hourdé nasceu em 1947 em Boulogne, França. Estudou na Escola de Belas Artes de Grenoble (cidade universitária localizada no sopé dos Alpes) e, em seguida, continuou a sua formação na Escola de Belas Artes de Paris, cidade onde vive e trabalha.

 

 

De 19 de janeiro a 16 de março.

Os incríveis anos 60

09/out

A Pinacoteca Ruben Berta, Centro Histórico, Porto Alegre, RS, exibirá a exposição “OS INCRÍVEIS ANOS 60 – britânicos na Pinacoteca Ruben Berta”, um verdadeiro tesouro escondido. Por ter sido poucas vezes mostrada na sua totalidade, e por não existirem telas com este perfil na maioria dos museus brasileiros, a exposição é uma rara oportunidade de apreciar o trabalho de artistas britânicos vistos como visionários nos anos 60, época culturalmente revolucionária.

 

A exposição apresenta peças criadas por nomes que no calor daqueles “anos incríveis” já haviam conquistado importantes lugares no mundo das artes como Graham Sutherland, John Piper, Kitaj e Alan Davie. Mas também de um artista, como Allen Jones, naquele momento apenas iniciando uma carreira que o tornaria, como os demais, uma referência da Arte Pop no mundo inteiro. Outros tantos, ao longo das décadas seguintes atuariam com trajetórias constantes, seja como professores, ou projetando-se no mercado de arte internacional, como Michael Buhler ou Mario Dubsky.

 

As linguagens destes trabalhos – consoantes com as profundas mudanças da sociedade dos anos 60 – influenciaram sucessivas gerações de brasileiros que miraram nestas expressões atuantes na Inglaterra. Estas obras que aportaram na capital do Rio Grande do Sul são representativas dos desdobramentos lírico, expressionista e informal da pintura e apontam para a consagração dos elementos pictóricos que compuseram a Arte Pop, em especial nos procedimentos gráficos desenvolvidos pela publicidade e pela propaganda.

 

A Pinacoteca Ruben Berta foi doada à Prefeitura de Porto Alegre em 1971 pelos Diários e Emissoras Associados, conglomerado pertencente à Assis Chateubriand. O magnata das comunicações empreendeu entre 1965 e 1967 a criação de cinco museus – entre eles a Pinacoteca Ruben Berta – instalados em diversas regiões do país. Um dos nichos destas coleções era formado por obras de artistas britânicos adquiridas em galerias londrinas obras de Alan Davie, Michael Buhler, Allen Jones, John Johnstone, Neville King, Bill Maynard, John Piper, Patrick Procktor, Graham Sutherland, Mario Dubsky e Peter Behan.

 

 

De 13 de outubro a 30 de novembro.

Palestra de Fernanda Feitosa

29/set

O novo projeto do Baretto Londra, Hotel Fasano, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, que promove palestras sobre o mundo das artes, realiza seu primeiro encontro, aberto ao público, na próxima quinta feira, 1º de outubro. Fernanda Feitosa é quem irá conduzir o “Alpha Talks”, ela é a diretora da SP-Arte – Feira Internacional de Arte de São Paulo, considerada o mais relevante evento do mercado de arte no hemisfério sul. Fernanda Feitosa irá tratar da SP-Arte e do mercado da arte no Brasil. A ideia do projeto é das jovens Manuela Sève e Renata Thomé.

 

“Semeando o campo de novas ideias e propostas inovadoras, acreditamos que colecionadores e interessados podem vir a fazer uma grande diferença no Brasil e no mundo. Vamos construir uma comunidade das artes para unificar e fortalecer o meio. Queremos realizar um aprendizado coletivo”, explicam as idealizadoras.

 

Para completar a noite e aguçar os sentidos, o chef Paolo Lavezzini prepara um apetitoso jantar para os participantes. A clássica caprese italiana – salada preparada com tomates frescos, selecionada mozzarella de búfala e carnudas azeitonas pretas – dárá início ao deleite. Em seguida, suculento risoto de funghi porcini será servido para os comensais. E como não poderia deixar de ser, vinho tinto acompanha o prato principal.

 

 

O Projeto

 

O “Alpha Beats + Alpha Talks” é uma parceria do Baretto-Londra com a Geração Alpha. O objetivo dos encontros musicais + palestras é contextualizar e aproximar o universo das artes de pessoas interessadas, integradas ou não, no mercado das artes visuais.

As “Alpha Beats” contemplarão o universo musical ligado ao mundo da arte. As festas serão momentos de confraternização e interação entre os participantes. As noites seguem com uma fantástica seleção de sucessos que proporcionam reflexão ao clima casual e artsy. Para completar, apresentações ao vivo também prometem surpreender o público.

 

Já o “Alpha Talks” promoverá circuito de debates conduzidos por convidados especiais. Uma vez por mês, um artista selecionado, entre os maiores nomes da arte contemporânea internacional, será apresentado em formato TED, com os principais destaques de sua carreira. Após a compacta apresentação, um debate/estudo sobre o tema será estimulado entre os participantes.

 

 

Sobre as idealizadoras

 

Manuela Sève iniciou sua carreira como analista de empresas na Gávea Investimentos e, durante sua vivência no mercado financeiro, desenvolveu um amplo conhecimento de modelos de funcionamentos organizacionais. A família, por sua vez, sempre atuou no mercado de arte, tanto na ponta de produção como na de venda: seu pai é galerista desde a década de 1970. Cresceu, assim, em meio a artistas, obras de arte e galeristas – personagens fundamentais desse meio.

 

Renata Thomé trabalhou em algumas das mais respeitadas e tradicionais empresas de arte do mundo, como a casa de leilão Christie’s e a galeria David Zwirner. Antes de juntar-se ao time do Geração Alpha, Renata fundou a REN-ARTs, LLC, com sede em Nova Iorque; a empresa que visa facilitar a colaboração entre empresas de arte na América Latina e no mundo através de um serviço de consultoria e já realizou projetos com alguns do lideres no setor de arte e tecnologia, como por exemplo, a casa de leilão online Paddle8.

 

 

Sobre o Baretto Londra

 

Versão carioca do Baretto de São Paulo, o melhor Bar de Hotel do Mundo, segundo a revista inglesa Wallpaper, o Baretto Londra – localizado no Hotel Fasano Rio – oferece drinks exclusivos e receitas italianas. Sob o comando do restaurateur Rogério Fasano, a badalada casa oferece ambiente intimista e requinte na medida certa. No bar, o premiado barman André Paixão, assina a carta de drinks e o chef Paolo Lavezzini é o responsável pelos quitutes. Uma homenagem do restaurateur a sua cidade preferida, o Londra (Londres em italiano) mistura atmosfera rock and roll com clima de pub. No ambiente, duas enormes bandeiras da Inglaterra “italianizadas” em vermelho, branco e verde sobressaltam das paredes de tijolos. Para chegar ao bar, desfila-se por 18 metros de uma passarela de vidro iluminada, cercada por cortinas de veludo púrpura e linho branco. Ao entrar, depara-se com clima envolvente e decoração chique com charmosas mesas rústicas de madeira, poltronas e sofás de couro. Capas de disco de vinil emolduradas cobrem as paredes de tijolos. Os lps das melhores bandas inglesas são da coleção pessoal de Rogério Fasano, escolhidos a dedo pelo próprio.

Frida Kahlo em São Paulo

24/set

Desde antes de sua abertura, a exposição “Frida Kahlo: conexões entre mulheres surrealistas no México”, já está garantida como o maior e mais provável recorde de público na capital paulista. A mostra entra em exibição no Instituto Tomie Ohtake, Pinheiros, São Paulo, SP.  Com curadoria de Teresa Arcq, a exposição revela uma intricada rede que se formou no México, tendo como figura central, a pintora Frida Kahlo. A mostra conta com cerca de 100 obras de 16 artistas nascidas ou radicadas no México: Alice Rahon, Bona Tibertelli,  Bridget Tichenor, Cordelia Urueta, Jacqueline Lamba, Kati Horna, Leonora Carrington, Lola Álvarez Bravo, Lucienne Bloch, María Isquierdo, Olga Costa, Remedios Varo, Rosa Rolanda e Sylvia Fein. Entre os trabalhos exibidos, 20 obras são telas de Frida Kahlo, mostradas pela primeira vez no Brasil. Considere-se como altamente importante esse número de peças em exibição pois a artista criou apenas 143 pinturas ao longo de sua carreira. Ainda haverá 13 obras sobre papel de Frida e retratos seus feitos por grandes fotógrafos que foram seus amigos em vida. Depois de passar pela capital paulista, a exposição segue para Rio de Janeiro e Brasília.

 

 

De 27 de setembro a 10 de janeiro de 2016.

Opinião 65: 50 anos depois

11/set

A Pinakotheke Cultural, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, a partir de 17 de setembro a

exposição “Opinião 65: 50 anos depois”, com curadoria de Max Perlingeiro. É a comemoração

de meio século da histórica exposição realizada no MAM-Rio. Todos os trinta artistas

participantes da montagem original estarão representados, e das setenta obras que estarão

expostas, todas foram produzidas na época, e várias integraram a mostra do MAM.  Os artistas

são os brasileiros Antonio Dias, Ivan Serpa, Hélio Oiticica, Rubens Gerchaman, Ângelo de

Aquino, Adriano de Aquino, Pedro Geraldo Escosteguy, Gastão Manoel Henrique, Ivan Freitas,

Roberto Magalhães, Carlos Vergara, Vilma Pasqualini, Waldemar Cordeiro, Flávio Império, José

Roberto Aguilar, Tomoshige Kusuno e Wesley Duke Lee, e os estrangeiros Antonio Berni, Juan

Genovés, Roy Adzak, John Christoforou, Yannis Gaïtis,  José Vañarsky, Peter Foldès, José

Paredes Jardiel, Manuel Calvo, Alain Jacquet, Michel Macréau, Gerard Tisserant e Gianni

Bertini.

 

Para chegar ao resultado que idealizou, o de reproduzir “ao máximo possível” a montagem

original, o curador Max Perlingeiro fez uma longa e detalhada pesquisa durante um ano – que

lhe tomou “24 horas por dia”. Recorreu aos amigos Antonio Dias, Roberto Magalhães e Carlos

Vergara, e a uma edição de outubro de 1965 da revista “Manchete”, que trazia fotos da mostra

no MAM, para mapear as obras. As famílias dos artistas participantes aderiram de imediato ao

projeto, e um fator decisivo foi localizar a lendária colecionadora e crítica de arte Ceres Franco,

residente em Paris desde 1951, que organizou em 1965 a exposição idealizada pelo marchand

Jean Boghici (1928- 2015). Ambos serão homenageados na mostra. Residente em Carcassonne,

e com uma coleção de 1.500 obras em um espaço público em Montelieu, França, Ceres Franco

escreveu à mão um depoimento emocionado, que estará no livro que acompanhará na

exposição, tanto em fac-símile como transcrito.

 

Dentre as obras da montagem original estarão “Parangolé Bandeira – P2 Bandeira 1” (1964),

de Hélio Oiticica, que apresentou seus “Parangolés” pela primeira vez no MAM junto com a

Escola de Samba da Mangueira, todos seguidos  por uma multidão aos pilotis do Museu após

terem sido expulsos do salão. Outras obras que estiveram na exposição “Opinião 65” e serão

vistas na Pinakotheke são a aquarela “Estados Desunidos do Brasil” (1965), de Roberto

Magalhães; a pintura “Diálogo” (1965), de José Roberto Aguillar; a colagem de papel e metal

sobre chapa de ferro “Campanha do ouro para o Bem do Brasil” (1964), de Wesley Duke Lee; a

impressão sobre papel “Dejeneur sur l’herbe”(1965), de Alain Jacquet; a obra “Vencedor”

(1964), de Antonio Dias, um cabide de pé com construção em madeira pintada, tecido

acolchoado e capacete militar; “Sin título (Ramona levantando pesas)”, de Antonio Berni; a

pintura “Crianças e pássaros”, de Yannis Gaitis; “Negative Objects” (1963), de Roy Adzak;

“Diálogo” (1965), de Jose Roberto Aguilar; “Fuga” (1965), de Juan Genovés; o guache sobre

papel “Sem título” (1965), de Gerard Tisserand; “Personnages” (1964), de Jack Vanarsky; “La

barbecue de Justine” (1962), de Gianni Bertini; a pintura “Sorcellerie” (1964), de John

Crhristophorou; “Na cidade do extermínio (Segundo poema de Bialik)”, de José Jardiel; “La

vierge et as mère” (1964), de Michel Macréau; “Dejeneur sur l’herbe” (1965), de Alain Jacquet;

“UDN (Respeitosamente) – o extinto era muito distinto…” (1965), de Flavio Império, e “Estória

(O fim da idade do chumbo)”, 1965, de Pedro Geraldo Escosteguy.

 

“Opinião 65: 50 anos depois” não obedecerá a uma ordem cronológica. “Como na montagem

original, será tudo junto e misturado”, avisa Max Perlingeiro. “Era uma mostra ultrassaturada,

com um fator muito forte: estavam todos contra o regime militar”, observa. As obras

pertencem a coleções públicas e privadas, como a de João Sattamini, Gilberto

Chateaubriand/MAM Rio, Jean Boghici, entre outras

 

 

Marco na História da Arte

 

“Opinião 65” foi um marco na história da arte. A polêmica exposição idealizada por Jean

Boghici e organizada por Ceres Franco mudou por completo o cenário das artes plásticas no

Brasil. A ideia era reunir no Rio os artistas internacionais que trabalhavam no Novo Realismo

europeu e os brasileiros que assumiram a Nova Figuração (e um pouco da Pop Art americana)

em oposição à exaurida Abstração. Para o artista Roberto Magalhães, “Opinião 65 foi o início

de tudo o que existe hoje na arte brasileira. Foi uma mudança radical”.

 

Os artistas eram todos muito jovens na época, como ressaltou Wilson Coutinho em 1995, na

exposição comemorativa que realizou junto com Cristina Aragão no CCBB Rio: “Para avaliar o

clima da exposição é preciso conferir a certidão de nascimento de alguns participantes. Aguilar

tinha 24 anos, Angelo de Aquino 20, Gerchman 23, Vergara 24, Roberto Magalhães 25 e

Antonio Dias apenas 21. Para se ter uma ideia deste ‘boom’ de jovens basta comparar com a

Semana de Arte Moderna de 22, quando Oswald de Andrade ao participar tinha 32 anos,

Mario de Andrade 29 e Tarsila do Amaral 36”.

 

O título “Opinião 65” fazia uma alusão direta ao espetáculo “Opinião”, com Zé Keti, João do

Vale e Nara Leão – depois substituída pela estreante Maria Bethânia – , dirigido por Augusto

Boal, e encenado no Teatro Opinião, em Copacabana.

 

Em 1966, o crítico de arte Mário Pedrosa escreveu no extinto jornal “Correio da Manhã”: “Em

1965, o calor comunicativo social da mostra, sobretudo da jovem equipe brasileira, era muito

mais efetivo. Havia ali uma resultante viva de graves acontecimentos que nos tocaram a todos,

artistas e não-artistas da coletividade consumidora cultural brasileira. Personagens sociais

foram, por exemplo, elevadas à categoria de representações coletivas míticas como o General,

a Miss etc., sem falar nas puras manifestações coletivas da comunidade urbana, como o

samba, o carnaval. Antes de o ser pelo conteúdo plástico das obras (muitas delas de alto valor)

ou pelo seu estilo ou proposições técnicas, eram elas por mais diferentes que fossem

individualmente, esteticamente, identificadas pela marca muito significativa de emergirem

todos os seus autores de um meio social comum, por igual convulsionado, por igual motivado.

Daí vermos a arte altamente interiorizada de símbolos (corações, falos, sexos) e que se

distribuem, rigorosamente, num esquema formal simétrico que lembra o da arte bizantina; de

cores, (vermelhos, pretos etc.) que obedecem antes de tudo a representações litúrgicas de um

Antônio Dias, ao lado da arte essencialmente dinâmica de um Roberto Magalhães, cuja

irresistível força expressiva do desenho é assim vencida ou dominada pela extraordinária

clareza predicativa do seu esquema formal”, escreveu.

 

 

Catálogo

 

A exposição será acompanhada de uma bem-cuidada publicação, com 160 páginas, bilíngue

(português/inglês), formato 22cm X 27cm, texto de Frederico Morais e excertos de Ferreira

Gullar, Ceres Franco e Mario Pedrosa.

 

 

De 17 de setembro a 31 de outubro.

Artistas cubanos na Casa Daros

04/set

Na próxima terça-feira, 08 de setembro, às 11h, será realizada uma coletiva de imprensa na Casa Daros, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, sobre a exposição “Cuba – Ficción y fantasia”, que será inaugurada em 12 de setembro. A curadoria é de Hans-Michael Herzog e Katrin Steffen. Serão apresentados 130 trabalhos de 15 destacados artistas cubanos: Ana Mendieta, Belkis Ayón, Ivan Capote, Javier Castro, José Bedia, Juan Carlos Alom, Lázaro Saavedra, Los Carpinteros, Manuel Piña, Marta María Pérez Bravo, René Francisco, Santiago Rodríguez Olazábal, Tania Bruguera, Tonel e Yoan Capote. Está será a última exposição da Casa Daros.  Estarão presentes na coletiva os curadores da mostra, o diretor-geral da Casa Daros, Dominik Casanova, e alguns artistas com trabalhos da exposição.

ArtRio no Pier Mauá

31/ago

Reconhecida como um dos principais eventos de arte no cenário

internacional, pelo quinto ano a ArtRio vai reunir, entre os dias 10 e 13

de setembro, no Píer Mauá, as mais importantes galerias do país e do

mundo, além de trazer para a cidade colecionadores, curadores,

críticos e artistas. Nesta edição, além de galerias brasileiras, estarão

representantes de 11 países – Argentina, Espanha, Estados Unidos,

França, Itália, Japão, Luxemburgo, Portugal, Reino Unido, Suíça e

Uruguai.

 

A feira está dividida em três programas: PANORAMA (Galerias

nacionais e estrangeiras com atuação estabelecida no mercado de

arte moderna e contemporânea), VISTA (programa dedicado às

galerias jovens, com projeto de curadoria experimental desenvolvido

especialmente para e evento), e o PRISMA (programa curatorial

inédito, assinado por Carolyn H. Drake e Bernardo José de Souza,

com obras de artistas brasileiros e estrangeiros).

 

A ArtRio faz parte do calendário oficial de eventos da cidade do Rio de

Janeiro. Realizada pelos sócios Brenda Valansi, Elisangela Valadares,

Luiz Calainho e Alexandre Accioly, a ArtRio pode ser considerada uma

grande plataforma de arte contemplando, além da feira internacional,

ações diferenciadas e diversificadas com foco em difundir o conceito

de arte no país, solidificar o mercado, estimular e possibilitar o

crescimento de um novo público oferecendo acesso à cultura.

 

“Entre nossos objetivos para este ano está ser a melhor feira para a

realização de negócios, unindo no mesmo ambiente os mais

relevantes players do mercado – galeristas, colecionadores e

curadores, e artistas. Nosso foco está em fomentar o mercado, dando

grande visibilidade para a arte brasileira e também trazendo para o

país os grandes destaques do cenário mundial.”, conta Brenda

Valansi.

 

Pelo quarto ano consecutivo, o Bradesco é o patrocinador máster da

ArtRio, através da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura.

A feira de arte tem também patrocínio da Secretaria de Cultura,

através da Lei de Incentivo à Cultura da Cidade do Rio de Janeiro, e

do Rock in Rio, apoio da Heineken, Sky, Minalba, Nescafé Dolce

Gusto e Pirelli, apoio institucional da Klabin, Body Tech e Estácio e

apoio cultural da H. Stern.

Do arcaísmo ao fim da forma na Pinacoteca

21/ago

A Pinacoteca do Estado, Luz, São Paulo, SP, museu da Secretaria da Cultura do Estado de São

Paulo, exibe até 27 de setembro a exposição “Marino Marini: do arcaísmo ao fim da forma”.

Com curadoria de Alberto Salvadori, diretor do Museo Marino Marini em Florença, a exposição

é a primeira retrospectiva no Brasil do artista italiano reconhecido mundialmente por suas

esculturas em bronze, e um dos nomes fundamentais da arte moderna italiana.

 

A mostra proporciona ao público uma visão ampla e generosa da produção artística de Marini,

expondo 68 peças, entre esculturas, pinturas e desenhos, de distintos períodos de sua carreira

e reúne obras das duas importantes instituições dedicadas à obra do artista na Itália, o Museo

Marino Marini de Florença e da Fondazione Marino Marini de Pistoia – cidade natal de Marini.

 

A exposição “Marino Marini: do arcaísmo ao fim da forma”, tem patrocínio da Pirelli e apoio do

Istituto Italiano di Cultura di San Paolo. Esta iniciativa faz parte do “Ano da Itália na América

Latina” promovido pelo Ministério das Relações Exteriores e da Cooperação Internacional da

Itália e já foi apresentada na Fundação Iberê Camargo em Porto Alegre.

 

 

Sobre o artista

 

Nascido em Pistoia (1901 – 1980), na região da Toscana, Marini cresceu cercado pelas

influências da vizinha Florença, nutrindo uma forte ligação com a arte etrusca e com a arte

egípcia pertencente aos museus da região, desenvolvendo em sua obra quatro temáticas em

particular: o retrato, a Pomona – a encarnação do eterno feminino –, os cavalos e os cavaleiros

e o circo. Por este último era extremamente fascinado, sentindo-se intrigado pela natureza do

ofício do malabarista, do palhaço e dos acrobatas. “A relevância de Marino Marini foi de um

artista que não se comportou como um filólogo, não aceitou os dados históricos consumidos

pelo estudo e pela interpretação antropomorfa do sujeito, mas revelou, no seu trabalho, uma

dimensão de atualidade da matéria numa relação direta entre homem e sujeito”, destaca

Alberto Salvadori.