Brennand por Emanoel Araújo

07/jun

A exposição “Francisco Brennand – Senhor da Várzea, da Argila e do Fogo”, no Santander Cultural, Centro Histórico, Porto Alegre, com curadoria de Emanoel Araújo, nas palavras de Sérgio Rial, presidente da entidade,  servirá de “…motivo de dupla comemoração para o Santander por reunir e trazer para Porto Alegre dois nomes consagrados nos meios cultural e artístico brasileiro. O olhar apurado do curador evidencia a grandiosidade das obras do artista pernambucano e enfrenta com maestria o desafio de colocar um trabalho tão cheio de significados e mitologia, em um espaço com arquitetura eclética e rico em detalhes como o Santander Cultural. Os visitantes poderão viver por alguns momentos o universo mágico criado por Francisco Brennand, a partir de 1971, data em que transforma em ateliê as antigas ruínas da abandonada Cerâmica São João, de propriedade do seu pai. Num terreno de 14 mil metros quadrados, duas mil esculturas se espalham por jardins, pátios e lagos deixando o lugar “prenhe de uma atmosfera profana e ao mesmo tempo quase sagrada”, na sensível visão de Emanoel Araujo. Pela busca de recriar, ou pelo menos se aproximar, desse ambiente tão rico de sentimentos, histórias e mistérios, a exposição foi dividida em quatro vertentes: o teatro das representações mitológicas; o corpo em transmutação interior; os frutos da terra e as vítimas históricas”. Em exibição, esculturas, pinturas e vídeos distribuídos pelas galerias do Santander Cultural. Paralela à mostra, serão apresentados na sala de cinema quatro filmes com o artista como tema central.

 

 

De 07 de junho a 04 de setembro.

Things that fit in my hand

13/mai

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro apresenta a exposição individual “Gabriela Machado – Things that fit in my hand”, que apresentará uma grande e inédita instalação da artista. Conhecida por seu trabalho como pintora, ela agora vai mostrar o resultado de sua pesquisa em porcelana, em uma grande instalação composta por cerca de 250 peças, produzidas nos últimos três anos. Esta é a primeira exposição individual da artista no MAM. A curadoria é de Fernando Cocchiarale.

 

No amplo espaço do segundo andar do Museu, que tem 1.800 metros quadrados de área, estará uma grande mesa, de 16m x 3,5m, onde serão colocadas as esculturas em porcelana, com formas e tamanhos variados, que vão de 3cm a 80cm. Grande parte delas estará sobre bases, criadas pela própria artista em materiais diversos, como madeira, argila, porcelana, gesso e silicone. Estas bases possuem desenhos e texturas. A cor, um  elemento marcante em seu trabalho como pintora, também estará presente em algumas peças. Algumas bases, como as de argila, serão produzidas no próprio MAM, durante o processo de montagem, que levará cerca de dez dias.

 

Gabriela Machado vê nas esculturas um desdobramento de seu trabalho de pintura, onde produz obras em grandes dimensões. Os mesmos elementos encontrados nelas aparecem nas esculturas – cor, gesto, camada e, principalmente, a curiosidade da artista pelas possibilidades dos materiais. “As esculturas trazem muito da minha pintura, como a questão do barroco, do gesto… Elas têm o mesmo olhar, é um trabalho irmão. Tanto nas  pinturas quanto nas esculturas, trabalho com a questão do olhar, da base e do espaço”, conta a artista.

 

 

Trabalho corporal

 

Outra relação entre as pinturas e a escultura é o trabalho corporal. Para realizar suas pinturas, Gabriela Machado coloca grandes painéis no chão e pinta com nanquim em bastão, com movimentos rápidos, andando sobre a tela. As esculturas também exigem o trabalho corporal. “Uso a argila da porcelana por ser este um material bastante resistente e, ao mesmo tempo, maleável. Através dessa fluidez, consigo construir tudo o que a força da minha mão permite, pois este é o fio condutor do trabalho: fazer até o limite da força, da percepção e das possibilidades que o material pode alcançar”, afirma a artista. As esculturas não trazem as mesmas cores fortes e vibrantes das suas pinturas, mas a cor está presente na instalação, tanto em algumas peças quanto em algumas bases. Chamam a atenção algumas peças com cores mais intensas, que foram produzidas em Portugal. “O esmalte português é mais colorido que o daqui. As peças produzidas lá têm cores mais fortes”, explica.

 

O trabalho de Gabriela Machado traz muitas influências do barroco. A relação da artista com a arte vem desde criança. "Morava em uma casa do século 18, com afrescos pintados por José Maria Villaronga. Meu pai gostava muito do cuidado com a recuperação dos afrescos e da arquitetura da casa. Pude assistir de perto a riqueza desse trabalho detalhado, ao longo da minha infância", conta. Formada em arquitetura e urbanismo, Gabriela Machado participou de trabalhos de restauração antes de se dedicar exclusivamente às artes plásticas, a partir de meados dos anos 1980.

 

 

Sobre a artista

 

Gabriela Machado nasceu em Santa Catarina, em 1960. É formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Santa Úrsula. Estudou gravura, pintura, desenho e teoria da arte na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Suas mais recentes exposições foram a coletiva “Múltiplos” (2015), do projeto Carpe Diem – Arte e Pesquisa, no Palácio das Artes, em Lisboa; “Para o pequeno lago verde” (2014), no Museu do Açude, Rio de Janeiro; o trabalho “Caderno” (2014), no Oi Futuro Flamengo, e a mostra “Rever”, no Paço Imperial (2012), no Rio de Janeiro. Ganhadora do prêmio “Mostras de artista no exterior”, do Programa Brasil Arte Contemporânea, da Fundação Bienal de São Paulo (2010), em 2011 realizou a exposição “Os Jardins de Lisboa em Gabriela Machado”, na instituição Carpe Diem, em Lisboa. No mesmo ano, participou da coletiva II Mostra do Programa Anual de Exposições do Centro Cultural São Paulo. Em 2010, participou da mostra “Coisário Cassino Museu”, onde exibiu as duas obras doadas ao Museu da Pampulha através do Prêmio Marcantonio Vilaça de Artes Plásticas. Em 2009, realizou a exposição “Doida Disciplina”, na Caixa Cultural do Rio de Janeiro e de São Paulo. Em 2008, foi contemplada com o Prêmio Marcatonio Vilaça em aquisição coletiva da Fundação Ecco, Brasília. Dentre suas exposições individuais destacam-se ainda a mostra “Desenhos”, no CCBB Rio (2002); as exposições no Centro Universitário Maria Antônia (2002), em São Paulo, na Neuhoff Gallery de Nova York  (2003), e no Largo das Artes (2007), no Rio de Janeiro; e o “Projeto Macunaíma” (1992), na Funarte, no Rio de Janeiro. Das exposições coletivas destacam-se: “Desenho Contemporâneo” (2002), no CCBB São Paulo e na Caelum Gallery, em Nova York; “Novas Aquisições Coleção Gilberto Chateaubriand” (1998), no MAM Rio; a mostra no Paço Imperial (1998), no Rio de Janeiro; 1ª Bienal Nacional da Gravura (1994), em São Paulo; a mostra no Centro Cultural São Paulo (1993); X Bienal do Desenho de Curitiba (1991); Projeto Macunaíma (1992/1990), na Funarte, no Rio de Janeiro, entre outras. O trabalho de Gabriela Machado está presente em importantes coleções brasileiras, como as de Gilberto Chateaubriand/MAM Rio de Janeiro, José Mindlin, George Kornis, João Carlos Figueredo Ferraz, Charles Cosac, Museus Castro Maya, Instituto Brasileiro de Arte e Cultura, Centro Cultural Cândido Mendes, Fundação Catarinense de Cultura (MASC), Fundação ECCO, do Museu de Arte da Pampulha, e do Centro Cultural São Paulo. Faz parte também da coleção da Squire, Sanders & Dempsey (Arizona, EUA), Arizona State University Art Museum (Arizona, EUA) e Ted G. Decker (Arizona, EUA).

 

 

De 21 de maio a 03 de julho.

As figuras de Florian Raiss

07/jul

A Galeria Lume, Jardim Europa, São paulo, SP, expõe “Mitologias Pessoais”, do artista plástico brasileiro Florian Raiss, com curadoria de Paulo Kassab Jr. A mostra é composta por 250 azulejos, 4 desenhos e 8 esculturas, trabalhos inéditos da produção mais recente do artista, resultado de sua atitude contemplativa em relação ao universo que o cerca, sendo a figura humana seu foco principal. Em “Mitologias Pessoais”, o artista expõe peças elaboradas por meio de três tipos de técnicas distintas: azulejos em cerâmica pintados em baixo esmalte, esculturas em cerâmica e bronze, e desenhos em aquarela. Em comum, entre todas as obras, as figuras masculinas, femininas e mitológicas que habitam o inconsciente do artista.

 

 

 

Regido por uma motivação inata a sua existência, Florian Raiss desenha desde criança. Este impulso inventivo atiça a imaginação do artista, que transfere para o trabalho questões existenciais e curiosidades particulares, no intuito de enxergar a si próprio em sua criação. “Cada obra é o pedaço de um mosaico que poderá se tornar um espelho. Minha obra sou eu.”, comenta. Aliando técnica e disciplina à prática do cotidiano, Florian Raiss reúne as informações que observa ao seu redor e elege o ser humano como centro de sua criação, pois acredita que, na figura humana, o universo está condensado em todo seu mistério, beleza e complexidade.

 

 

 

Apesar de certa atmosfera teatral que envolve as personagens do artista, sua real proposta é criar objetos de contemplação, apenas. No entanto, para alguns, a sensação é de assistir a uma peça, com atores “fictícios”. “Alheio a conceitos e definições complexas, o artista cria pela necessidade de relatar, em íntimas mitologias, a sua própria existência.”, comenta o curador Paulo Kassab Jr. A coordenação é de Felipe Hegg e Victoria Zuffo

 

 

 

De 14 de julho a 25 de agosto.

Novas mostras na Pinacoteca Rubem Berta

07/mai

A Pinacoteca Ruben Berta, Centro Histórico, Porto Alegre, RS, exibe duas exposições sendo “Princípio & Consequências” a que reúne a produção recente da escultora Joyce Schleiniger. Nascida em Santa Maria, participou ao longo de cinquenta anos de inúmeras exposições coletivas e individuais. Também se dedicou ao ensino, de 1966 a 1985, nas faculdades Palestrina, Feevale e Universidade Federal de Pelotas. Graduada em Escultura pelo Instituto de Artes da UFRGS, fez aperfeiçoamentos em escultura, pintura, cerâmica e educação. A partir da sua emigração para a Califórnia em 1985, Joyce Schleiniger abriu seu próprio atelier, onde além do trabalho artístico, proporciona cursos, consultoria, queimas e restaurações. Também produz painéis cerâmicos para fontes, murais e objetos cerâmicos numa integração do utilitário com a pura forma escultórica. Inspirada pela observação da natureza reinventa formas sob o signo da simetria e da repetição de elementos recorrentes.

 

Em consonância com o fascínio pelo corpo despertado pela obra tridimensional de Joyce Schleiniger, a Pinacoteca Ruben Berta oferece ao visitante a oportunidade de se entregar a um cruzamento de olhares com a produção de vários artistas do seu próprio acervo que escolheram o corpo para plasmar a criatividade no plano bidimensional.

 

A exposição intitulada “O Testemunho do Corpo” reúne trabalhos de brasileiros e estrangeiros, datados entre 1871 e 1965, e que possibilitam perceber diálogos entre diferentes gerações na representação da figura humana. Desta maneira a Pinacoteca persiste no objetivo institucional de vivificar o seu acervo através de um instigante encontro poético das esculturas de Joyce Schleiniger com quadros que trazem as assinaturas de Almeida Júnior, Batista da Costa, Di Cavalcanti, Eliseu Visconti, John Johnstone, José Perissinotto, Judith Fortes, PedroAmérico, Luís Nelson Ganem, Maité D´Elba e Vilma Pasqualini.

 

 

De 7 de maio a 12 de junho.

Arte cerâmica

13/jan

A ceramista Kimi Nii ganhou uma exposição retrospectiva de sua obra no Centro Cultural Correios, Centro, Rio de Janeiro. São mais de 100 obras, entre novos trabalhos e destaques das criações da artista desde a década de 1980. A mostra “Kimi Nii – nas nuvens”, ocupa todo um andar do espaço cultural.

 
Sobre a artista

 
Kimi Nii nasceu em 1947, na cidade de Hiroshima, dois anos depois do lançamento da bomba atômica no local. Ela é filha de pai japonês e mãe brasileira de descendência nipônica. Veio para o Brasil com 9 anos e viveu em São Paulo, onde fez sua formação artística e iniciou-se na cerâmica, em 1978. Atualmente, Kimi Nii é uma referência internacional na escultura em cerâmica, pelo seu domínio das técnicas da cerâmica e a simplicidade nas formas das peças criadas.

 
Até 22 de fevereiro.