Exibição de esculturas de José Resende

08/nov

 

No dia 13 de novembro, às 14h, a Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, abrirá sua nona e última exposição de 2021, “Na membrana do mundo”. Com curadoria de Luisa Duarte, Porto Alegre recebe, pela primeira vez, um conjunto significativo de obras – produzidas entre 1974 e 2018 – que marca a trajetória de José Resende.

Em mais de 50 anos dedicados às artes plásticas, uma das principais características de Resende é a apropriação de materiais comuns e ressignificação em instalações com uma forte densidade poética e grande potência visual. Ao todo, serão apresentadas 18 esculturas de grandes dimensões misturando diversos materiais, como parafina, feltro, aço, ferro, chumbo, latão, cobre, madeira, pedra, borracha, que têm ao mesmo tempo o desafio de fazer um trabalho com humor, tensão, oposições de sentido e movimento latente.

 

Até 06 de março de 2022.

In memoriam de Jaider Esbell

04/nov

 

Jaider Esbell transformava mundos e pessoas com sua presença provocadora e generosa. Não vinha para pacificar ou para simplificar, mas para tensionar incansavelmente soluções e arranjos cristalizados, concebidos para manter um status quo violento e opressor. Desmascarava hábitos colonizadores introjetados nas rotinas institucionais, desafiava aqueles que o cercavam a colocar em dúvida suas certezas e, invariavelmente, oferecia modos de resolver impasses, promovendo esforços de diplomacia e tradução com uma energia criadora que parecia inexaurível. Não trilhava caminhos conhecidos ou sequer concebidos antes dele, mas mostrava e demonstrava a necessidade de outras parcerias, outras maneiras de trabalharmos juntos.

 

Era decidido, firme e objetivo, nunca condescendente. Era sempre construtivo, principalmente quando demolia visões ultrapassadas do mundo e da arte. Nos longos meses de preparação da Bienal, poucos momentos foram tão intensos quanto a fala em que Jaider, no pavilhão ainda vazio e silencioso, compartilhou conosco, publicamente, seus sonhos, reafirmando sua atuação fundamental na articulação da cena da Arte Indígena Contemporânea. Fundamental, isto é, para todos, para que chegue mais cedo o momento em que as mudanças que sabemos serem necessárias e inadiáveis possam de fato acontecer.

 

As conversas e trocas com ele foram decisivas na definição da participação de artistas indígenas na Bienal, na realização da mostra Moquém_Surarî: arte indígena contemporânea no MAM São Paulo e na programação pública batizada por ele como “Bienal dos Índios”.  Sem seu exemplo, teria sido muito mais árido pensar a possibilidade da Relação como qualidade definidora da arte e da experiência humana. O sentido geral da mostra se tornou outro pela sua presença, e agora ele se transforma outra vez por sua ausência. Mas essas trocas tiveram um impacto ainda mais amplo, para além da 34ª Bienal: Jaider Esbell é um dos catalisadores de uma mudança irreversível no debate da arte, da cultura e da diferença no nosso continente.

 

Seus braços iam longe, abraçavam seres, pessoas, saberes, visões de mundo e povos em encontros inaugurais, em que a diferença não era um fim em si mesmo, mas um princípio ativo para iniciativas contracoloniais. Seus olhos brilhavam com a convicção de uma missão a ser vivida, a qual ele podia resumir compartilhando um sonho, criticando os princípios do sistema da arte ou defendendo o sentido ativista e político da atuação tática de artistas indígenas contemporâneos.

 

Para nós, será impossível pensar nesses anos de trabalho e convívio sem sentir saudade do olhar desse artista, curador, escritor, agitador, pensador… desse amigo, desse txai. Sem ele, ficamos com a dor de uma perda gigantesca e irreparável. Ficamos também com a responsabilidade de levar adiante, coletivamente, o que ele iniciou. De seguir no caminho que ele concebeu e demonstrou ser possível. Ficamos com a tarefa de não deixar que o processo que a sua sabedoria soube iniciar se detenha ou regrida, de lutar para que se mantenha contínuo, irreversível e transformador.

 

Jaider Esbell partiu, mas continuará entre nós sua energia, que provoca efeitos imediatos, mas também rearranjos profundos e mudanças duradouras.

Em sua memória, estendemos os braços a todas e todos que foram tocados por sua presença, em especial seus familiares, amigos e aliados de longa data.

 

Gratidão.

 

 

Jacopo Crivelli Visconti e Paulo Miyada

Lucas Arruda e Iberê Camargo

 

O lugar da pintura de Lucas Arruda e Iberê. Curadora apresenta as relações entre as mostras “Lugar sem lugar” e “Tudo te é falso e inútil”, duas exposições na Fundação lberê Camargo.

 

Pode-se dizer, grosso mo­do, que o artista paulista Lucas Arruda vem há dez anos depurando de maneira quase ritualística um mesmo tema: a paisagem como construção do olhar. É o que se pode verificar na exposição “Lucas Arruda: lugar sem lugar”, em cartaz na Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS. (*)

 

As pinturas de Arruda nos permitem ver, ao mesmo tempo, um pouco além da abstração e antes da figuração. Construídas a partir de camadas de tinta sobrepostas, escovadas, arranhadas, esfregadas, são obras que invocam o gênero paisagem usando por vezes tão somente a sugestão de uma linha de horizonte. E ela, afinal, que constitui recurso fundamental dessa tradição pictórica, uma espécie de menor denominador comum da composição paisagística, já que, como espectadores, tendemos a atribuir sentido a qualquer marquinha num espaço aberto, a imediatamente interpretar uma linha horizontal como um horizonte, a enxergar nuvens nas mudanças de direção de pinceladas, a ver um chão de terra numa camada grossa de impasto.

 

Os trabalhos da série “Deserto-Modelo”, presentes na mostra, sugerem lugares desprovidos de referências geográficas, mas que se edificam na memória e evocam vistas da natureza, marinhas e de matas. Nossa experiência diante dessas pinturas – embora certamente permeada por memórias, associações pessoais, narrativas indiretas e conotações artísticas históricas – nos remete, sobretudo, ao fenômeno sensual e sensorial da pintura.

 

A insistente frontalidade e a paleta contida de Arruda estão presentes nos vários trabalhos reunidos na mostra. A seleção abrange quatorze anos da produção do artista, incluindo desde pinturas do início da carreira àquelas realizadas em 2021, além de obras em outros suportes, como vídeo e instalação de luz. São obras silenciosas, caracterizadas por uma luminosidade insólita e sutil que se revela aos poucos, recompensando a observação prolongada. Entre o devaneio e a tatilidade da aplicação da tinta, evidencia-se a habilidade extraordinária do pintor. A incansável experimentação pictórica de suas pinturas é comovente, em especial quando vistas ao vivo.

 

Paralelamente, é apresentada a mostra “Iberê Camargo: tudo te é falso e inútil”, uma seleção de obras do artista gaúcho, concebida juntamente com Arruda, pertencentes ao acervo da Fundação Iberê. Oferece-se aqui uma experiência imersiva nas últimas criações de Iberê, a partir das cinco célebres pinturas da série “Tudo te é falso e inútil”, reunidas pela primeira vez na Fundação. Pretende-se dessa forma explorar momentos de intersecção e diálogo entre os trabalhos de Arruda e Iberê, sugerindo pontos de acesso ao entendimento de questões compartilhadas por ambos.

 

“Tudo te é falso e inútil” parece ser para onde converge – e de certa forma submerge – toda a trajetória artística de Iberê Camargo. Elementos constitutivos do léxico singular do pintor – carretéis, manequins, caixas d’água, bicicletas – compartilham com figuras débeis e pesadas, quase andrógenas, o lugar elusivo e movediço demarcado pelas pinturas e desenhos. A seleção – onze pinturas e trinta e cinco desenhos das séries “Ciclistas” e “Idiotas”, além da série completa e esboços preparatórios para “Tudo te é falso e inútil” – busca explicitar justamente o processo obsessivo desse “retorno das coisas que adormeceram na memória”, como definiu o próprio Iberê, no qual a re-emergência dos mesmos elementos oferece ao espectador uma imersão profunda no imaginário singular do artista.

 

Na obra de Iberê, como na de Arruda, há um contínuo retrabalhar de certas imagens. Ambos, ao invés de se intimidar diante da repetição, a abraçam como recurso de decantação e depuração de ideias que, em última análise, nos levam para além do tema e de volta à pintura.

 

Cumpre dizer que, desde o primeiro encontro de Lucas Arruda com a série “Tudo te é falso e inútil”, há sete anos, no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, essas pinturas se tornaram uma forte referência para seu trabalho. O artista conta que voltou repetidas vezes à exposição para observar as pinturas: “O que mais me impressionou foi o perfeito alinhamento entre a execução e o assunto do trabalho. O drama daquelas imagens não reside somente no conteúdo, mas em como Iberê as construiu, no modo como a tinta é posta e raspada, riscada, depositada e removida múltiplas vezes, resultando na fantasmagoria das figuras. A angústia do tema é expressa na própria carne da pintura. Parece existir uma ansiedade no fazer, estreitamente conectada ao assunto, que traz uma potência muito grande para o trabalho. Essa qualidade da pintura do Iberê foi uma das coisas que mais me chamou a atenção”. Em “Tudo te é falso e inútil”, resume Arruda, “Iberê tenta captar esse momento em que as coisas perdem sentido”. No entanto, a despeito da atmosfera distópica, “da evidente falta de otimismo manifesta nas pinturas, é notável a capacidade do trabalho de gerar um consolo à inquietação existencial do ser humano”, conclui.

 

Tanto na série “Tudo te é falso e inútil”, de Iberê, quanto na “Deserto-Modelo”, de Arruda, há uma suspensão de referências de espaço e tempo que torna possível dizer que “o lugar sem lugar” onde opera o primeiro e equivale ao deserto do segundo. Este, nas palavras de Arruda, “não tem data, pode vir antes de tudo ou depois de tudo. Você não sabe se o deserto é um momento de formação ou do fim das coisas. E, ao memo tempo, gênese e apocalipse. E algo que busco nas minhas pinturas, essa atemporalidade”. Palavras que poderiam descrever também o espaço ambíguo criado por lberê.

 

Os dois artistas constroem pinturas compostas de inúmeras superposições de marcas, acidentes e camadas que muitas vezes resultam em superfícies onde se vê quase nada. Como bem articulou o colega de oficio Paulo Pasta, é “o emprego de um esforço monumental para expressar a inutilidade de qualquer esforço”. Uma perfeita analogia tanto da arte quanto da vida.

 

Lilian Tone (*)

 

“Lucas Arruda: Lugar sem lugar – Até 16 de janeiro de 2022.

 

“lberê Camargo: Tudo te é falso e inútil” – Até 13 de fevereiro de 2022.

 

Agendamento: bileto.sympla.com.br

(*) Curadora das mostras ”Lucas Arruda: Lugar sem lugar” e “Iberê Camargo: Tudo te é falso e inútil”. Curadora independente que, até recentemente, integrava o Departamento de Pintura e Escultura do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA).

 

Fontes: Fundação Iberê Camargo-Correio do Povo

Exposição de Burle Marx

 

Burle Marx: clássicos e inéditos

A Casa Roberto Marinho, Cosme Velho, Rio de Janeiro, RJ, se associa ao Instituto Burle Marx na primeira exposição de seu inestimável acervo.

Data de 1938 a primeira relação profissional entre os dois Robertos, por ocasião da feitura do jardim da residência do jornalista no Cosme Velho. Foi um dos primeiros trabalhos residenciais de Burle Marx que, naquele exato momento, concebia o paisagismo do Ministério da Educação e Saúde, atual Palácio Gustavo Capanema. Indiscutível obra-prima que assinala a adaptação aos trópicos do projeto internacionalista de Le Corbusier. Com as curvas dos jardins, as sinuosidades das divisórias internas e a solução volumétrica de entrecruzamento de seus blocos, Burle Marx, Lucio Costa e Oscar Niemeyer evitaram que o edifício fosse apenas mais uma de tantas importações europeias entre nós. Ali começou, em grande escala, o Modernismo carioca e brasileiro.

A Casa de Stella e Roberto Marinho situa-se na última franja da Floresta da Tijuca; a adaptação ao local envolveu o transplante e uso de espécimes locais numa transição entre o bosque e o jardim. Destaca-se a presença da água e de seu rumor na fonte e no próprio curso do rio Carioca. Não se trata de uma obra para rápida contemplação visual e, sim, um espaço amistoso para permanência, deslocamento e fruição dos sentidos.

A presente exposição assinala o registro de quase nove décadas de trabalho do paisagista e de seus colaboradores. Materializa, ainda, a exemplar transformação dos arquivos particulares em acervo do Instituto, permitindo o seu compartilhamento com a sociedade. A existência organizada dessa coleção muito se deve ao próprio Roberto Burle Marx, mas, em igual medida, ao zelo de Haruyoshi Ono, José Tabacow, Fátima Gomes, Julio Ono, Gustavo Leivas e, agora, de Isabela Ono, minha parceira na curadoria e diretora executiva da recém-criada instituição. Em tempos sombrios o registro da persistência da criação e do posicionamento contra a destruição de nossas riquezas naturais é um grande alento e incentivo para todos.

“O Tempo Completa”, dizia nosso homenageado sobre a participação orgânica das espécies na criação da beleza. Mas, também, nos alertava que os lentos processos da milenar natureza podem ser destruídos em simples horas pela ignorância e ação mecânica violenta.

O acervo exibido deve ser tomado como uma oração ao tempo, de modo que dele sejamos parceiros em nossa passagem no planeta. E o Instituto consolida, junto com o Sítio Burle Marx e o conjunto de obras espalhadas por vários continentes, o legado que esse extraordinário brasileiro nos deixa.

Lauro Cavalcanti

 

Até 06 de fevereiro de 2022.

5ª Bela Bienal

Na 5ª Bela Bienal

 

“A Natureza na Arte” é a titulação do tema da 5ª edição da Bela Bienal Europeia e Latino Americana que reúne 130 artistas de vários países e propõe diálogo entre Arte e Sustentabilidade.

 

A arte como agente de reflexão sobre sustentabilidade e questões ambientais. Este é o mote da Bela Bienal Europeia e Latino Americana de Arte Contemporânea, que chega à sua 5ª edição com o tema “A Natureza na Arte” e presta homenagem aos artistas Ivald Granato (in memoriam) e Neville D’Almeida. Evento itinerante que este ano já esteve na Finlândia, aporta no Brasil com agenda em algumas importantes cidades, começando pelo Rio de Janeiro, mais precisamente no Centro Cultural Correios RJ, a partir do dia 04 de novembro. Sob curadoria do finlandês Jari Järnström e do brasileiro Edson Cardoso – proprietário da AVA Galleria, na Finlândia – a mostra reúne 100 artistas brasileiros e 30 de diversas nacionalidades, entre finlandeses, holandeses, italianos, russos, portugueses, mexicanos e argentinos. Todos possuem em comum a proposta de promover um diálogo consistente entre culturas distintas através da exposição de suas obras, manifestadas através de diferentes linguagens (desta vez artísticas): fotografia, pintura, gravura, objetos e uma instalação.

 

“Promovendo esse diálogo intercultural, mostramos ao público em geral o que artistas de diferentes culturas estão desenvolvendo na arte contemporânea, unificando as distâncias continentais através de seus olhares sobre um único tema. Desejamos evidenciar a importância destas obras como agentes de reflexão sobre a preservação ambiental, bem como de suas raízes e tradições”, afirma um dos curadores, Edson Cardoso, que já realizou exposições nas principais cidades do mundo: Sede da ONU, Museu do Louvre, Prefeitura de Osaka, Museu de Braga e em outros espaços importantes no Brasil como Museu Oscar Niemeyer, MAMRio, MuBe – Museu de Esculturas, Museu Histórico Nacional.

 

Relação dos artistas convidados

 

Brasil: Ademar Galvão, Adilson Barbosa, Almir Reis, Alexandre Pinhel, Alzira Chaloub, Amanda  Sanzi, Ana Kariri, Andrea Bretas, Angela Del Nero, Ângela Vielitz, Antônia Célia, Artur Teixeira, Beré Magalhães, Carmen Thompson, Carol Couri, Clau Loureiro, Claudiah Arantes,  Cota Azevedo, Cuscua, Cristina Melo, Damiana Siqueira, Daniele Blóris, Débora Netto, Diego Mendonça, Edilton Gomes, Edith Rizzo, Emily Pinheiro, Francelino Mesquita,  Francisco Schönmann, Gerard Laurence, Gisele Parno, Goretti Gomide, Gui Mazzoni, Glória Chan, Isabella Leme, Itamar Xavier, Ivo Almico, J. Vasconcellos, Jabim Nunes,  John Erick, Joseph Figorelle, Juarez Leitão, Jussara Santos, Karol Schittini, Lemuel Gandara, Lan Liana González, Lu Magalhães, Luah Jassi, Lucia Costa, Luiz Barroso, Luiz  Macedo, Mara Estela, Márcia Chagas Duque, Marcelo Duprat, Márcio Kozlowski, Marcus Amaral, Maria Amélia, Maria Eduarda Boabaid, Maria Esmênia, Mariette Silveira, Marilu Andrasan, Mario Marques, Maximilian Rodrigues, Monsyerra Batista, Moyses Chama, Natalia Krüger, Patylene, Paula Saraiva, Pedro Diniz Kubitschek, Rafael Agostini, Rafael Lucchesi, Ragnaia Coutinho, Renata Costa, Roberto Gallo, Roberto Negri, Rodrigo Cid, Rogério Mariano, Rosa de Jesus, Rúbia Viegas, Sonnia Guerra, Soraya Kolle, Stela Barreto, Tamara Batista, Vanessa Gracie, Vera Goulart, Vinicius Gomes, Vitor Fio, Wesley Monteiro.

 

Finlândia: Anna Emilia Järvinen, Annukka Visapää, Antti Raitala, Bela Czitrom, Dan Palmgren, Elisa Daart, Hanna Uggla, Hanna Varis, Hannele Haatainen, Iria Ciekca Schmidt, Jari Järnström, Kristina Elo, Laura Pohjonen, Maaria Märkälä. Maj-Lis Tanner, Marko Viljakka, Merja Hujo, Mona Hoel, Nonna-Nina Mäki, Paula Mikkilä, Piippa Mutikainen, Päivi, Kukkasniemi, Päivyt Niemeläinen, Raija Kuisma, Seppo Lagom, Sirkka Laakkonen, Sirpa Heikkinen, Ulla Remes, Ulla-Maija Vaittinen, Ursula Kianto.

 

Itália: Alda Picone, Judith Paone, Mauro Trincanato, Umberto Nigi.

 

Rússia: Smolow.

 

Portugal: São Mathias Nunes.

 

Holanda: Adriano Antoine.

 

México: Linda Achar.

 

Até 09 de janeiro de 2022.

BELIZÁRIO

BELIZÁRIO inaugura com Maxim Malhado

“…nesse momento e antes do ontem também, é a possibilidade de me ver e observar o outro!”
Maxim Malhado

 

A BELIZÁRIO Galeria, Pinheiros, inaugura novo espaço cultural em São Paulo com a exposição de Maxim Malhado – “…lá do lugar onde moramos”, sob curadoria de Marcus Lontra, com 15 trabalhos entre esculturas e objetos onde o material de destaque é a madeira que descreve conceitualmente a verdade em que “toda casa é bela; toda casa tem um metro a mais de grandeza, inclusive e principalmente a sua!”, como define o galerista Orlando Lemos.

José Roberto Furtado, Luiz Gustavo Leite de Oliveira e Orlando Lemos, os artífices da nova galeria, inserem no circuito expositivo paulistano uma nova opção de local de propagação artística destinado a divulgar e comercializar obras de arte moderna e contemporânea. O projeto da Belizário Galeria tem origem em Belo Horizonte, onde os três amigos se conheceram e, por sua experiência no cenário artístico mineiro, lhes dá o respaldo necessário para apresentação de um trabalho de alto padrão e originalidade que se estabelece desde sua apresentação ao circuito local com a produção recente e inédita do artista plástico Maxim Malhado.

“…lá do lugar onde moramos” reúne um conjunto expressivo da produção recente do artista. Suas obras dialogam com o artesanato e o design popular construindo uma arqueologia da memória, onde objetos são ressignificados e reconstruídos. Ele dialoga com artistas nordestinos de sua geração como Carlos Mélo e José Rufino e também, com Nuno Ramos e Tunga. Essa é a família expressionista onde o artista se insere; esse é o seu universo, essa é a sua voz”, explica o curador.

Maxim Malhado chega ao circuito artístico nos anos de 1990 com suas obras que transmitem sofisticação e detalhamento na simplicidade da escolha e seleção de materiais e formatos – “os critérios são os mesmos de mestres e ajudantes de obras em seus “canteiros”, o desejo, a vontade e necessidade de solucionar dúvidas e problemas, buscar respostas”, diz o artista. A definição do local onde morar, oferece possibilidades de imersão intelectual que podem direcionar tanto para o aspecto material da “casa”, onde se habita e fixa moradia como mais lúdico, imaterial, direcionado ao “corpo”, o real habitat humano, onde também se constrói história. Nas palavras de Marcus Lontra, “A Bahia hedonista, litorânea, sensual, soteropolitana, abre espaço para a Bahia agreste, interiorana, sertaneja, nordestina. Essa é a terra, o território, a fonte de saberes de onde o artista retira suas pedras e pérolas para montar composições poéticas carregadas de autenticidade e potência natural”.

Participante, consciente e atento ao cenário atual, tanto global como próximo ao local onde desenvolve seus trabalhos, Maxim Malhado assume seu papel de conscientização geral com sua arte, e assume posicionamento não estático, sempre em evolução, em movimento, com o que vem a seguir. “Sempre há desdobramentos, necessário, pois se até as frutas pecam…não existe o erro”, declara o artista.

 

“Admirando essas articulações formais e conceituais, aprendemos com Maxim Malhado que somente a ação criativa dignifica a espécie humana. E que a capacidade de inovar, transformar e interpretar aquilo que chamamos de real, possa municiar ao ser humano as ferramentas essenciais para que a arte e a ciência sejam para todo o sempre os “santos guerreiros” que protejam o mundo dos “dragões da maldade”.” Marcus Lontra

 

Sobre a galeria

 

A BELIZÁRIO Galeria chega ao mercado de arte de São Paulo em 2021 e é resultado de uma parceria entre Orlando Lemos, José Roberto Furtado e Luiz Gustavo Leite. Um conceito de espaço para cultura que nasce em Belo Horizonte com Orlando Lemos e a Objetaria Belizário, que se transforma na Galeria Belizário, também em Belo Horizonte, fazendo exposições de arte de novos e promissores artistas como Paulo Nazareth que inicia sua trajetória no local. Sua proposta visa se apresentar como uma opção adicional de participação e visibilidade da produção de artistas emergentes e consolidados no panorama da arte contemporânea brasileira no circuito paulistano de cultura. A galeria se junta ao movimento que busca promover horizontes que estabeleçam novos meios de redirecionar e ampliar o mercado de arte, pensando nas diferentes trajetórias e produções artísticas que o compõe. Assim, visando a fomentação da diversidade cultural intrínseca na contemporaneidade, serve de palco para artistas novos e estabelecidos, nacionais e estrangeiros, em parcerias com curadores que também estejam imbuídos do mesmo propósito. Na BELIZÁRIO Galeria, procura-se atender a um público que busca a aquisição de trabalhos artísticos e, também, a criação e fomento de novas coleções. O seu acervo é composto por diferentes temas e estéticas, mediante o universo poético de cada artista. Seu repertório abrange trabalhos artísticos de diferentes linguagens, suportes, técnicas e mídias como desenho, escultura, fotografia, gravura, pintura, instalação e outras. A BELIZÁRIO tem Orlando Lemos na direção artística, atuante no universo da arte desde 2001, José Roberto Furtado na gestão administrativa e comercial e Luiz Gustavo Leite na direção social.

Abertura: 06 de novembro, sábado, das 11h às 18h

De 08 de novembro a 05 de dezembro.

Arquiperiscópio no Oi Futuro

28/out

 

Com curadoria de Paulo Herkenhoff, o Oi Futuro apresenta, pela primeira vez, no dia 03 de novembro, um panorama da múltipla produção do artista André Severo, com obras que buscam referências na História da Arte para falar sobre as relações humanas, a natureza e a imagem

 

O Oi Futuro inaugura, no dia 03 de novembro, a exposição “André Severo – Arquiperiscópio”, com seis obras inéditas do artista gaúcho, compostas por mais de 150 trabalhos, e seis vídeos, que ocuparão o pátio externo, o hall e os níveis 2, 3 e 4 do centro cultural. Com curadoria de Paulo Herkenhoff, a mostra apresenta um panorama da obra de André Severo, artista múltiplo que começou sua trajetória há 27 anos e realiza sua primeira exposição individual no Rio de Janeiro.

A exposição apresenta diferentes vertentes do trabalho do artista que estarão reunidas pela primeira vez em uma exposição. Em comum, todas buscam referências na História da Arte para falar sobre as relações humanas, a natureza e a imagem.

 

“A obra de André Severo é sobre a circulação da arte-imagem. Sua despojada presença em vídeos, fotografias, livros e exposições escamoteia a complexidade desse desafio. Nem sempre o público tem consciência de que se depara com uma proposta de arte e que é um alvo deste projeto. Para o artista, toda circulação cultural é uma forma de contrato social com a recepção”, diz o curador Paulo Herkenhoff, que vem planejando esta exposição há cerca de três anos.

 

A exposição terá obras que trazem elementos chaves da produção de André Severo, mostrando ao público um panorama de seu pensamento. “Minha produção é cíclica; a maneira como os trabalhos estão articulados no espaço, em “Arquiperiscópio”, traz referências da minha produção ao longo dos últimos 20 anos, ao mesmo tempo em que revelam o ponto de pensamento em que estou no momento”, diz o artista.

 

O nome da exposição, “Arquiperiscópio”, faz uma alusão ao objeto ótico – cujo funcionamento é baseado na associação de dois espelhos, permitindo uma visão ampliada e de longa distância – para dar conta da obra e trajetória múltipla de André Severo, que também é curador e produtor. “Entendo tudo o que faço como uma coisa só. Trabalho compulsivamente e cada trabalho é uma parte do todo, do que sou, que me ajuda a entender os processos poéticos, mas também de busca e questionamento existencial”, diz.

 

“Seu modelo óptico é o arquiperiscópio, com um regime polissêmico, múltiplo, errante, plurívoco, heterotópico. Iconógrafo, devorador de Cronos, Severo é onívoro. O arquiperiscópio não se prende a espelhamentos nem à geometria rasa, sendo, pois, anticaleidoscópio”, ressalta o curador Paulo Herkenhoff. “Em resumo, o artista considera arte toda e qualquer ação sua que faça no sistema de arte, como ainda a curadoria da XXX Bienal de São Paulo, como uma dimensão poética de sua própria arte, as propostas que faz aos curadores de suas mostras pessoais, a direção de instituições culturais, palestras, entre outras. Isto é seu arquiperiscópio”, ressalta.

 

Obras em exposição

 

Rastro (Gustave Le Grey) – No pátio do Centro Cultural Oi Futuro estará uma grande instalação, de 14mX2m, feita a partir de uma imagem de Gustave Le Grey, um dos mais importantes fotógrafos franceses do século XIX. Severo ampliou essa imagem em formato de cartaz lambe-lambe e colou nas ruas. Tempos depois, esses cartazes foram retirados, trazendo todos os elementos que estavam atrás, e também tudo o que foi sobreposto, além das interferências climáticas, como sol e chuva, aos quais os trabalhos foram expostos. “São quatro imagens, que, como já passaram pela rua, tiveram diversas interferências. É quase como um palimpsesto ao contrário, com camadas que vão se sobrepondo de trás para frente”, diz o artista, que, ao longo de sua trajetória, realizou diversas ações na rua.

 

A Onda – Série de pinturas inéditas nas quais André Severo reproduz uma série de trabalhos de Gustave Courbet (França, 1819 – 1877), pioneiro do realismo francês. “Entre os anos de 1850 e 1872, Courbet produziu uma grande série de pinturas que ele intitulou “A onda”.  Em um mundo desprovido da figura humana, estas ondas estão entre as pinturas mais abstratas de Courbet, e muitas parecem ter sido inventadas em vez de observadas. Essas obras não somente deram início às tendências modernas de Manet e dos impressionistas, mas também ao expressionismo abstrato americano dos anos 1940 e 1950” afirma. Segundo Severo, as suas pinturas não pretendem ser uma releitura de Courbet e estão mais para um ato performativo de busca de entendimento de sua obra. “Eu poderia falar, ler ou escrever sobre as pinturas, mas, dentro de meu processo, para entender, de fato, as transformações inauguradas por Courbet, preciso fazer com que essas pinturas ganhem corpo, preciso entender pelo gesto”, diz o artista, que, para esse projeto, estudou a técnica que Courbet usava e criou obras em escalas maiores do que as originais – em uma escala que faz referência aos expressionistas abstratos que foram influenciados por Courbet. “Eu tento reproduzir as obras, e elas acabam tendo uma semelhança bem impressionante com as originas; mas o ponto mais interessante para mim é quando erro, quando não consigo copiar o gesto e alguma outra coisa aparece na pintura”, ressalta. Atrás das pinturas, há o nome do Courbet, deixando marcado de onde vem a referência.

 

Academia – série com 12 trabalhos, compostos por cerca de 50 desenhos cada, na qual o artista faz uma referência às academias do século XVIII e XIX, onde os artistas aprendiam a desenhar copiando obras de outros artistas. Os trabalhos são feitos em grandes formatos, medindo 2,15m X 1,60m cada e, juntos, formam um enorme painel de desenhos justapostos e sobrepostos. “Cada um dos desenhos que compõem esta série foi produzido a partir de releituras que realizei de artistas de diferentes nacionalidades, contextos e tempos. A ideia básica era a de tentar aprender a “linguagem” que cada um destes criou para produzir sua poética pessoal. Estão, para mim, em jogo aqui, ideários que me levam a ponderar que nossa relação com o sensível não é passiva; que em nossa relação com as imagens sempre está em jogo algo além da aquisição de conhecimento; e que a apropriação do sensível não acontece somente através da percepção. Assim, o ato de desenhar, de produzir uma releitura de outrem, por exemplo, aparece aqui como uma forma de incorporar um sensível distante e fazê-lo existir, de outra forma, aqui e agora – uma possibilidade de adquirir esse sensível e incorporá-lo à minha própria esfera poética”, afirma Severo.

 

Inventário – Inventário é um trabalho em aberto, composto por milhares de pequenas colagens que trazem relacionadas, em cada uma delas, uma imagem, uma palavra e uma gota de sangue do artista, que é diabético e precisa fazer a medição de glicose diariamente. Na mostra, serão apresentados 120 desses trabalhos, escolhidos entre milhares. “É um trabalho sobre vínculos, que associa imagem, palavra e corpo”, ressalta o artista.

 

El Mensajero – série de textos produzidos a partir de uma colagem de trechos de diversos livros do poeta mexicano Octávio Paz (1914 – 1998). Na exposição, serão apresentados 12 desses textos, alguns espalhados pelos andares do prédio do Oi Futuro. “Produzidos originalmente no contexto de uma trilogia de exposições que realizei entre os anos de 2015 e 2021, os textos aparecem aqui como uma espécie de condutor poético/conceitual para a visitação e funcionarão como pontuações para as obras que iremos apresentar na mostra”, afirma o artista.

 

Passagem – videoinstalação composta por 14 vídeos elaborados a partir da animação de uma seleção de fotografias dos estudos de movimentos realizados por Eadweard Muybridge entre os anos de 1883 e 1887. Para a realização desta instalação, o artista selecionou 56 pranchas dos mais de 700 estudos realizados por Myubridge. Para a confecção de cada vídeo, em que vemos homens e mulheres (de diversas idades e etnias) caminhando da esquerda para a direita, nus e enfileirados, foram selecionadas e animadas (a partir da sequência fotográfica original) quatro pranchas – resultando, ao final, em uma espécie de procissão em que 56 pessoas caminham sem sair do lugar. Tendo como possível leitura uma espécie de passagem entre a morte e a ressurreição, a instalação retrata indivíduos isolados, fora do tempo e advindos de distintos setores da vida, marchando na mesma direção, cada um viajando a seu próprio ritmo e de sua própria maneira. “Não há começo ou fim para a procissão de indivíduos; e o fluxo constante de pessoas não sugere ordem ou sequência aparente. Não há retorno. Como viajantes, eles se movem em um espaço intermediário entre dois mundos rumo a um destino desconhecido”, pondera o artista. “É a culminância da exposição. Ao longo da mostra, o público vai experimentar o corpo, a direção do movimento e as diversas formas de caminhar, uma vez que o prédio é uma subida”, diz o curador Paulo Herkenhoff.

 

Completam a mostra o vídeo “Ensaios para o fim”, que mostra explosões de bombas atômicas, que será exibido nas TVs do térreo do Centro Cultural Oi Futuro, e a obra “Arquiperiscópio TV”, com uma edição de diversos filmes do artista, que estará no videowall, também no térreo.  Os vídeos “Meridional” e “Estada” estarão no Nível 4 e a intervenção “Isto fala”, nos painéis do Museu das Comunicações e Humanidades (Musehum). Também farão parte da exposição livros editados por André Severo, ampliando o panorama sobre o artista. A mostra será acompanhada de um catálogo, a ser lançado ao longo do período da exposição, com texto do curador Paulo Herkenhoff e imagens das obras em exposição no Centro Cultural Oi Futuro e de outras obras do artista, expandindo, ainda mais, o panorama sobre a obra de André Severo.

 

Sobre o artista

 

André Severo nasceu em Porto Alegre, RS, 1974. Vive e trabalha em Porto Alegre. Mestre em Poéticas visuais pelo Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Artista visual, curador, produtor, atualmente é diretor do Farol Santander Porto Alegre. Realizou diversos filmes e instalações audiovisuais e participou de inúmeras exposições no Brasil e no exterior. Em 2018, com Marília Panitz, foi o curador da exposição “100 anos de Athos Bulcão”. Entre os anos de 2015 e 2017 realizou “Metáfora”, em parceria com Paula Krause, e “Espelho”, as duas primeiras partes da trilogia de exposições “El Mensajero”, concluída este ano com a exposição “Labirinto”. Com Luis Pérez-Oramas, foi responsável pela curadoria da representação brasileira na 55ª Bienal de Veneza, em 2013, e da XXX Bienal de São Paulo – “A iminência das poéticas”, em 2012, mesmo ano em que publicou o livro “Deriva de sentidos”. Em 2010, foi responsável pela curadoria da mostra “Horizonte expandido”, junto com Maria Helena Bernardes, com quem iniciou, em 2000, as atividades de “Areal”, projeto que se define como uma ação de arte deslocada, que aposta em situações transitórias capazes de desvincular a ocorrência do pensamento contemporâneo dos grandes centros urbanos e de suas instituições culturais. Publicou, entre outros, os livros “Consciência errante”, “Soma e Deriva de sentidos” e “Artes Visuais – Ensaios Brasileiros Contemporâneos” (Funarte). Dentre suas principais premiações destacam-se o Programa Petrobrás Artes Visuais – ano 2001 -; o Prêmio Funarte Conexões Artes Visuais, em 2007; o Projeto Arte e Patrimônio 2007; o Programa Rede Nacional Funarte Artes Visuais 2009; o V Prêmio Açorianos de Artes Plásticas, em 2010; o Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça – 6ª Edição, em 2013; o Prêmio Funarte de Arte Contemporânea 2014; o XV Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia 2015; e o Prêmio Sérgio Milliet da ABCA, em 2018 pelo livro “Artes Visuais – Ensaios Brasileiros Contemporâneos”.

 

Sobre o Oi Futuro

 

O Oi Futuro, instituto de inovação e criatividade da Oi para impacto social, atua como um laboratório para cocriação de projetos transformadores nas áreas de Educação, Cultura e Inovação Social. Por meio de iniciativas e parcerias em todo o Brasil, estimulamos e conectamos indivíduos, organizações e redes para a construção de um futuro mais potente, com mais inclusão e diversidade. Na Cultura, o Oi Futuro mantém um centro cultural no Rio de Janeiro, com uma programação que valoriza a convergência entre arte contemporânea e tecnologia. O espaço também abriga o MUSEHUM – Museu das Comunicações e Humanidades, com acervo de mais 130 mil peças. Há 18 anos o Oi Futuro gerencia o “Programa Oi de Patrocínios Culturais Incentivados”, que seleciona projetos em todas as regiões do país por meio de edital público. Desde 2003, foram mais de 2.500 projetos culturais apoiados pelo Oi Futuro, que beneficiaram milhões de espectadores. Apostando no potencial cultural, social, de público e de inovação dos festivais, o Oi Futuro vem impulsionando festivais de diversas linguagens artísticas em todas as regiões do Brasil. Em 2020, 23 festivais foram apoiados pelo instituto por meio do “Programa Oi de Patrocínios Culturais Incentivados” e do “Programa Pontes”, desenvolvido em parceria com o British Council. O instituto também criou e mantém o “LabSonica”, laboratório de experimentação sonora e musical, sediado no Lab Oi Futuro, o “Oi Kabum! Lab”, que promove a formação de jovens de periferia no campo da arte e tecnologia e a curadoria de projetos de intervenção artística urbana.

 

Até 16 de janeiro de 2022.

Marcela Cantuária – Esperança Equilibrista, 2019

27/out

 

A Gentil Carioca tem o prazer de convidar a todos para “Esperança Equilibrista”, primeira exposição individual da artista Marcela Cantuária em São Paulo, no espaço da Coleção Ivani e Jorge Yunes.

A artista traz parte do projeto “Oráculo Urutu”, realizado em parceria com o fotógrafo Pedro Garcia, com arquétipos derivados de músicas, poesia, arte e literatura brasileiras. Também apresenta “Oratórios”, série inédita de obras-homenagens às mulheres ativistas que tiveram suas trajetórias interrompidas.

“Esperança Equilibrista”, título da exposição, homônimo à primeira obra da série “Oráculo Urutu”, é uma referência direta à canção “O Bêbado e o Equilibrista” composta por Aldir Blanc e João Bosco durante o período ditatorial, e que serviu de hino do fim da repressão. A música, imortalizada pela voz de Elis Regina, fala sobre um porvir de liberdade mesmo em uma situação de violência institucionalizada.

A exposição é um convite da Kura by Camila Yunes para a sexta edição do projeto Caixa de Pandora, que convida artistas contemporâneos a dialogarem com a Coleção Ivani e Jorge Yunes.

 

Visitação de quarta à sexta de 10h às 14h I 27 out a 10 dez 2021
Agendamento em caixa@kuraarte.com.br / www.kuraarte.com.br

 

Oficina Brennand, 50 anos

26/out

 

Foi em 11 de novembro de 1971 que Francisco Brennand (1927-2019) iniciou a reforma das ruínas da antiga Cerâmica São João, transformando-a em seu ateliê. Ao longo de décadas, aquele foi seu espaço de criação, ao passo em que ocupava os jardins e galpões com instalações de suas obras, ganhando contornos de museu.

A Bergamin & Gomide e o Instituto Brennand convidam para a celebração dos 50 anos da Oficina Brennand e abertura da exposição “Devolver a terra à pedra que era”, com curadoria de Julieta González e Júlia Rebouças, que integra um programa comemorativo do cinquentenário e marca um novo momento institucional.

Devolver a terra à pedra que era
20 de novembro 2021
Reserve esta data e junte-se a nós nessa comemoração.

RSVP até 29 de outubro

Mais informações em 50anos@oficinabrennand.org.br

Mauro Fuke no Instituto Ling

22/out

 

Neiva Bohns assina a curadoria da exposição “O Rio, a Nuvem, o Arquipélago e a Árvore”, exibição individual do escultor Mauro Fuke no Instituto Ling, Porto Alegre, RS.

 

O Rio, a Nuvem, o Arquipélago e a Árvore

 

Mauro Fuke é desses artistas que se deixam encantar pelas qualidades táteis e visuais das matérias – e fazem questão de participar de todo o processo de produção de suas peças, desde o projeto gráfico até a finalização. Escultor nato, embrenhou-se nos raciocínios da arte contemporânea sem dispensar a experiência direta da feitura dos artefatos que têm nome, identidade própria e existência física, como criaturas dotadas de inteligência.

Longas horas são marcadas pela constância dos gestos certeiros. Na companhia da música que lhe chega pelos fones de ouvido, as ideias desenhadas vão tomando forma, sob a aparente calma do ateliê-refúgio, habitado por uma miríade de objetos e de pensamentos.

Nesta exposição, as obras são traduções exclusivas que o artista fez de elementos da natureza. Há um rio de pequenas ondas, que muda o seu curso para desviar de obstáculos. Há uma nuvem composta de peças milimetricamente encaixadas. Há um arquipélago de formas orgânicas, cujas partes parecem ter brotado de profundezas desconhecidas. E há uma árvore-síntese dos impulsos vitais em oposição, com extremidades pontiagudas se desenvolvendo em ambos os polos. Qualquer alteração nesse movimento poderia ser fatal ao organismo metafórico, em que pulsões opostas disputam a dominância.

Numa era em que as experiências tendem a ser transitórias, tudo o que surge do embate entre o artista-demiurgo e a matéria inerte ganha a aura das coisas únicas que merecem existir no mundo. Não há réplicas. Não há simulacros. O que existe é energia produtiva materializada em obras que, além do impacto estético que produzem – sim, estamos precisando valorizar as pequenas delicadezas da vida cotidiana -, nos falam de resiliência, determinação e esperança de tempos melhores.

Curadora: Neiva Bohns

 

Sobre o artista

 

Escultor, principalmente trabalhos com madeira. Formado pelo Instituto de Artes da UFRGS. Participou da exposição “Como Vai Você Geração 80” e dos “Panoramas de Arte no MAM/SP”, sendo premiado no ano de 1988. Realizou diversas exposições pelo Brasil e participou de duas Bienais do Mercosul (1999 e 2005). Executou diversas obras públicas, em locais como a Unicamp (Praça das Bandeiras), a Casa de Cultura Mário Quintana e o Aeroporto Salgado Filho, ambas em Porto Alegre, cidade onde nasceu e trabalha.

Até 30 de novembro.