Novo artista representado

24/fev

 

 

A Simões de Assis, Curitiba, PR e São Paulo, SP,  anuncia a representação do artista Thiago Rocha Pitta.

Nascido em Tiradentes, MG, em 1980, Pitta iniciou sua produção artística nos anos 2000, depois de mudar-se para o Rio de Janeiro e frequentar cursos de Arte, Filosofia e Estética na UFRJ e na EAV Parque Lage. Sua pesquisa se ancora, desde então, em relações narrativas, visuais e materiais que estabelece intimamente com a natureza – que é, de fato, uma espécie de coautora em suas obras. Seu corpo de trabalho é absolutamente diversificado, materializado em vídeos, fotografias, instalações, aquarelas e afrescos. Profundamente fascinado pelas sutis transformações do mundo ao seu redor, o artista mergulha na investigação de elementos pequenos e banais do mundo natural, assim como também examina detalhadamente os campos expandidos da Astronomia, Biologia e Geologia.

Thiago Rocha Pitta recebeu o Prêmio “Marcantonio Vilaça” em 2005 e o Prêmio “Open Your Mind” na Suíça, em 2009. Em 2014, participou do programa de residência artística Circulating AiR, na Noruega. Realizou individuais no Arts Initiative Tokyo (2008); no Andersen’s Contemporary, Copenhagen; na Galeria Marianne Boesky (Nova York, em 2017, e Aspen, em 2019); e no MAM Rio de Janeiro, entre outras. Participou de notáveis exposições coletivas onde destacam-se “J’en Rêve”, na Fondation Cartier pour L’art Contemporain, Paris (2005); “A Time Frame”, no MoMa-PS1, Nova York (2006); Galería Fundación/Colección Jumex na Cidade do México (2009) e na 30ª Bienal de São Paulo. Possui obras em diversas coleções particulares e públicas como MoMA, Colección Jumex, MAM São Paulo, MAM Rio de Janeiro, Inhotim e Hara Museum.

 

 

 

 

Curadoria de Artur Lescher

17/fev

Bernardo - Glogowski - Sublime Ordinário

A mostra intitulada “Sublime Ordinário” na CASANOVA, Jardim Paulista, São Paulo, SP, é uma coletiva proposta por Artur Lescher que reúne obras de 10 artistas que buscam o extraordinário em objetos e materiais comuns. Tecidos desfiados se tornam padrões geométricos, rebocos e retalhos de parede são expostos, livros se tornam motivos principais do debate artístico entre outros materiais familiares que são adequados de forma não natural à sua origem.

“Um aspecto importante da seleção dos trabalhos é que os artistas buscam a via de subtração. Eles retiram a matéria ao modo de um escultor, sublimando o que é comum”, menciona Lescher sobre sua curadoria. A exposição permanecerá em cartaz até o dia 19 de março, ocupando os dois andares da galeria.

Os artistas participantes são representados tanto pelas galerias integrantes do Espaço C.A.M.A. assim como artistas convidados pelo curador. São eles, Cao Guimarães, Bernardo Glogowski, Fábia Schnoor, Fernando Laszlo, Ignacio Gatica, Lucas Dupin, Manoela Medeiros, Marina Weffort, Martin Derner e Sofia Caesar.

 

Mestre Didi na Simões de Assis, SP

16/fev

 

 

A Simões de Assis apresenta, em parceria com Graham Steele, a individual “Mestre Didi: Panteão da Terra”, em seu espaço em São Paulo.

Mestre Didi, emergência mítica – olhar universal
Didi é um sacerdote-artista.
Expressa, através de criações estéticas, arraigada intimidade com seu universo existencial onde ancestralidade e visão de mundo africanas se fundem com sua experiência de vida baiana. Tradição e contemporaneidade, civilizações replantadas e recriadas. “Evoluir sem perder a essência”, nas suas próprias palavras. Completamente integrado com o universo nagô de origem iorubana, revela em sua obra sua inspiração mítica, formal, material. A linguagem nagô com a qual se expressa é um discurso sobre a experiência do sagrado.
Mestre Didi absorveu o significado das múltiplas relações do homem com seu meio ético, social e cósmico, assimilando esses valores e modos desde sua infância. Iniciado aos 8 anos de idade, conviveu com grandes mestres africanos e desenvolveu sua vida iniciática e gosto estético em bem-estruturadas comunidades nagôs.
Suas obras carregam a experiência, o hálito, a respiração dos mais antigos aos mais novos, de geração em geração. Condensando sua história pessoal e sua capacidade de transcender.
Didi veicula intencionalmente, para além de sua própria vida, a energia mítica de sua trajetória iniciática, inscrevendo-se na vertente mitológica das artes, projetando uma energia poética de caráter universal.
Esse aspecto de incorporar iniciaticamente, de transcender gerações e de expandi-las é fundamental para a compreensão da capacidade de retextualização dinâmica de seu fazer estético afro-brasileiro.
Suas obras têm o poder de tornar presente a linguagem abstrato-conceitual e emocional elaborada desde as origens pelos seus antecessores. Elas têm o poder de tornar presente os fatos passados, de restaurar e renovar a vida. Através de suas atividades e obras, Didi contribui para reconduzir e recriar todo o sistema cognitivo emocional comunitário, em relação tanto ao cosmos quanto à realidade humana.
Suas obras se inscrevem na vertente mitológica das artes, projetam uma energia poética de caráter universal. Extrapolam o tempo. Didi redimensiona sua existência de homem indivíduo inserindo-se na corrente da ancestralidade, nos constantes renascimentos perpetuados e cultuados no Panteão da Terra, lama genitora, terra molhada, fecundada.
Didi, o Assogba, sumo sacerdote do Panteon da Terra, executa objetos rituais desde sua infância e adolescência. O discurso manifesto de suas obras, constituído de formas, cores e matérias, transporta, latente, o eidos – o conhecimento vivido, a emoção, a afetividade, as elaborações profundas passadas e presentes, o conjunto de teofanias evocadas, restituindo e renovando criativamente os princípios e a linguagem de sua tradição.
Em um movimento de recriação simbólica, Didi transporta materiais e técnicas tradicionais para uma arte contemporânea, traduzindo um conhecimento mítico e universal do qual é herdeiro. Por isso seu trabalho é autêntico no sentido emocional, moral e visual, proporcionando uma profunda coerência formal a suas criações. O trabalho de Didi é tradicional e novo.
Discorrer sobre Didi e sua criatividade estética implica discorrer sobre a arte afro-brasileira, implica abrir um leque epistemológico sobre a tradição, o religare, a visão de mundo da qual ele emerge e faz parte indissoluvelmente. Sua trajetória e criação estética emergem e recompõem, na continuidade e na descontinuidade do Brasil, o conhecimento, o pensamento e as subjacências emocionais dos princípios inaugurais reelaborados desde épocas remotas; antes de serem formas de arte, são criações que se encarregam de significar as múltiplas relações do homem com seu meio cósmico, social e ético. O conjunto de atividades e produções de Mestre Didi contribuem para expressar e transmitir o conhecimento universal cósmico, teológico e tecnológico dos afro-brasileiros.
Discorrer sobre sua obra diz respeito não apenas ao sacerdote-artista Didi, mas implica visibilizar e discorrer sobre a cultura afro-brasileira que se manifesta e magnifica através de sua criatividade; significa abrir um leque de conhecimentos sobre a tradição, o religare, a espiritualidade, a visão de mundo, a capacidade de um povo de expressar sua origem e seu enorme potencial de diálogo; diálogo que compõe e contribui para a complexa pluralidade cultural brasileira.
Conscientizar a trajetória de Mestre Didi, Deoscoredes Maximiliano dos Santos, intelectual, sacerdote, transmissor cultural, recriador lúcido de uma arte mítica de estética contemporânea, Doutor Honoris Causa, entre inúmeros títulos e condecorações. Um afro-brasileiro de olhar universal.
As manifestações estéticas magnificando o sagrado permeiam a tradição afro-brasileira. As criações de Deoscoredes Maximiliano dos Santos, emergentes desse universo, enriquecem e singularizam o patrimônio nacional.
Juana Elbein dos Santos
1992 – Texto originalmente publicado no catálogo da exposição “O Alapini-Escultor da Ancestralidade Afro-Brasileira” em 2013 no Museu Afro Brasil, São Paulo, SP.

Karin Lambrecht na Galeria Nara Roesler

15/fev

 

 

A Nara Roesler anuncia a abertura de “Seasons of the Soul”, individual de Karin Lambrecht, com texto de David Anfam. A mostra, que inaugura o programa anual de exposições da galeria em São Paulo, apresenta uma seleção de cerca de vinte trabalhos da artista, entre pinturas e desenhos, desenvolvidos ao longo de 2021 e fica em exibição de 17 de fevereiro a 26 de março, na sede paulistana da galeria no Jardim Europa.

 

A produção recente de Karin Lambrecht é reveladora das transformações ocorridas em sua prática desde sua mudança de Porto Alegre para Broadstairs, na ilha de Thanet, no Reino Unido. As amplas superfícies de cor com as quais a artista reveste suas telas são reminiscências das impressões e sensações causadas pela paisagem local e suas especificidades de luz. Além da cor, outro elemento recorrente na prática da artista é a palavra. Em português, inglês, e, às vezes, em alemão, as palavras inscritas na tela, em muitos casos, dão título às obras. Esses, por sua vez, tanto podem evocar uma paisagem, como Lua Nova, Cliff (Penhasco), Cloud (Nuvem) e Céu, quanto uma esfera metafísica, como Ether, Cosmos e Pleasure (Prazer). Nesse sentido, o nome da mostra, Seasons of the Soul, ou estações do espírito, é indicativo desse entrelaçamento entre o mundo subjetivo e o natural do qual emergem os trabalhos de Lambrecht. As tonalidades terrosas e azuladas, típicas de sua pintura, são revisitadas em novos arranjos cromáticos e formais. Com uma luminosidade intensa, suas pinturas apresentam composições entre cores quentes e frias em um encontro harmônico de sutis gradações. Ao invés de contrastes marcados, nos deparamos com uma pintura matizada, menos matérica. Lambrecht ressalta, inclusive, que, agora, as tonalidades vermelhas têm menos relação com a terra, como em trabalhos anteriores, e muito mais a ver com o céu, já que uma das características que mais lhe chamou a atenção em Broadstairs é, justamente, a qualidade avermelhada que ele é capaz de adquirir ao fim do dia. Já em papéis tão delicados quanto tecidos de seda, a artista desenha com a linha de costura, criando formas, rasuras e palavras, enquanto, com um pincel, realiza delicadas manchas que maculam a brancura do suporte. Para a artista, esses trabalhos, de natureza mais meditativa, são um contraponto às pinturas, que permitem uma gestualidade mais expansiva e uma feitura mais rápida. “Seasons of the Soul” apresenta uma oportunidade de entrar em contato com a obra de Karin Lambrecht, através da qual a artista reafirma, em sua pintura, a constituição de uma linguagem singular e poética, voltada para as sublimes manifestações dos entrelaçamentos entre o espírito e a natureza. O texto de Anfam, por sua vez, escritor e curador especialista em pintura abstrata, em especial o expressionismo abstrato norte-americano, amplia as leituras críticas do trabalho da artista, de modo a compreender as especificidades de sua produção.

 

Sobre a artista

 

Toda a produção de Karin Lambrecht em pintura, desenho, gravura e escultura demonstra uma multifacetada preocupação com as relações entre arte e vida, compreendida em sentido abrangente: trata-se de vida natural, vida cultural e vida interior. Para o pesquisador Miguel Chaia, os processos técnico e intelectual de Lambrecht se inter-relacionam e se mantêm evidentes nas obras para criar uma “visualidade espalhada na superfície e direcionada para a exterioridade”. Seu trabalho é ação que funde corpo e pensamento, vida e finitude. Karin Lambrecht nasceu em 1957, em Porto Alegre, Brasil. Atualmente ela vive e trabalha em Broadstairs, Reino Unido. Algumas de suas exposições individuais incluem: Karin Lambrecht – Entre nós uma passagem, no Instituto Tomie Ohtake (ITO) (2018), em São Paulo, Brasil; Karin Lambrecht – Assim assim, no Oi Futuro (2017), no Rio de Janeiro, Brasil; Nem eu, nem tu: Nós, no Espaço Cultural Santander (2017), em Porto Alegre, Brasil; Pintura e desenho, no Instituto Ling (2015), em Porto Alegre, Brasil. Participou das 18ª, 19ª e 25ª edições da Bienal de São Paulo (1985, 1987 e 2002) e da 5ª Bienal do Mercosul, Porto Alegre (2005), todas no Brasil. Exposições coletivas de que participou nos últimos anos incluem: Alegria – A natureza-morta nas coleções MAM Rio, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio) (2019), no Rio de Janeiro, Brasil; Tempos sensíveis – Acervo MAC/PR, no Museu Oscar Niemeyer (MON) (2018), em Curitiba, Brasil; Clube da gravura: 30 anos, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP) (2016), em São Paulo, Brasil; O espirito de cada época, no Instituto Figueiredo Ferraz (IFF) (2015), em Ribeirão Preto, Brasil. Sua obra está presente em importantes coleções institucionais como: Fundação Patrícia Phelps de Cisneros, Nova York, Estados Unidos; Ludwig Forum fur Internationale Kunst, Aachen, Alemanha; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio), Rio de Janeiro, Brasil; Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil.

 

Sobre o curador

David Anfam é escritor, curador e especialista em arte moderna norte-americana. É curador e consultor sênior do Museu Clyfford Still, em Denver, Estados Unidos, onde é também diretor do Centro de Pesquisa. Suas publicações incluem: Abstract Expressionism (1990), o catálogo raisonné Mark Rothko: Works on Canvas (1998), que ganhou o prêmio Mitchell em 2000, bem como seus estudos sobre Anish Kapoor, Edward Kienholz e Wayne Thiebaud.

 

Sobre a Galeria Nara Roesler

Nara Roesler é uma das principais galerias brasileiras de arte contemporânea, representando artistas brasileiros e internacionais fundamentais que iniciaram suas carreiras na década de 1950, bem como artistas consolidados e emergentes cujas produções dialogam com as correntes apresentadas por essas figuras históricas. Fundada por Nara Roesler em 1989, a galeria tem consistentemente fomentado a prática curatorial, sem deixar de lado a mais elevada qualidade da produção artística apresentada.

 

Isso tem sido ativamente colocado em prática por meio de um programa de exposições criterioso, criado em estreita colaboração com seus artistas; a implantação e estímulo do Roesler Curatorial Project, plataforma de iniciativas curatoriais; assim como o contínuo apoio aos artistas em mostras para além dos espaços da galeria, trabalhando com instituições e curadores. Em 2012, a galeria ampliou sua sede em São Paulo; em 2014 expandiu para o Rio de Janeiro e, em 2015, inaugurou um espaço em Nova York, dando continuidade à sua missão de oferecer a melhor plataforma para seus artistas apresentarem seus trabalhos.

Renata Lucas na Gentil Carioca SP

14/fev

Renata - Lucas

A Gentil Carioca, em sua unidade Higienópolis, São Paulo, SP, apresenta “O Perde”, primeira individual de Renata Lucas no espaço da galeria na cidade. Se uma linha traçada no chão define um campo simbólico, ou de representação, essa mesma linha traçada também configura jogo, ao definir campos opostos.

Em sua exposição, Renata Lucas construiu seu campo de representação a partir da colocação de uma mesa de sinuca num estacionamento desativado na vila. Atualmente fechado, como quase tudo no entorno, o estacionamento se situa como ponto equidistante entre a galeria e o Cemitério da Consolação. A mesa instalada no estabelecimento ocioso se oferece como divisa de um jogo entre mundo operante e mundo inoperante, entre o território dos vivos e o território dos mortos.

I Festival de Viedeoarte em Curitiba

 

Festival - de Videoarte

 

A Simões de Assis lança a primeira edição de seu I Festival de Videoarte, que acontece entre os dias 15 e 17 de fevereiro, inaugurando sua programação de 2022 em Curitiba, PR. A mostra conta com trabalhos de múltiplas perspectivas das pesquisas de três artistas, com um foco especial em trabalhos que pensam sobre dimensões da natureza, dos corpos e do tempo. Essa será uma chance única de adentrar nesses universos de distintas sensibilidades e especificidades visuais, mergulhando na linguagem do vídeo desenvolvida por esses artistas.

 

Ayrson Heráclito apresenta diversos trabalhos, com destaque para dois vídeos da série História do Futuro: “Baobá: o capítulo da agromancia” (2015, 2’43”), e “O barqueiro: o capítulo da hidromancia” (2015, 3’20”), realizados durante pesquisas do artista no continente africano. Além disso, também serão exibidos ineditamente na cidade os trabalhos “O pintor e a Paisagem” (2010, 8’03”), “Banho ritual” (2013, 5’24”) e “A física da pérola negra” (2016, 2’50”), mostrado pela última vez em 2021 em sua individual no Centro Cultural São Paulo. O vídeo faz referência a Omolú, uma das entidades do Candomblé, com uma história de dor e chagas, e sua relação com Iemanjá, que lhe oferece seu maior tesouro, as pérolas, como forma de compensar seu sofrimento.

 

Serão exibidos três filmes de Julia Kater. “Breu” (2016, 4′), mostrado pela primeira vez em sua individual no Instituto Tomie Ohtake e indicado no festival “Rencontres Internationales Paris/Berlin”, traz a negra textura do betume, no qual dois homens trabalham a terra em uma montagem não-linear do asfaltamento de um terreno. O filme “Anos de Noite” (2020, 3’48″), indicado ao 11º LICHTER Art Award, apresenta um campo infestado por cupins e a tentativa fracassada de remover o parasita, com a narrativa acontecendo durante noite, como num sonho. E o inédito “LHES” (2021, 10′) é um curta-metragem experimental, construído a partir de lembranças em decomposição na arquitetura de uma antiga casa em São Paulo e seus resquícios, com vislumbres de vidas e histórias desconhecidas. Filmada em 16mm, a obra foi selecionada para o 28th Chicago Underground Film Festival em 2021.

 

Já Thiago Rocha Pitta apresenta dois vídeos mais longos. O primeiro é o conhecido “Em Homenagem a JMW Turner” (2002, 16′), no qual um barco – imagem recorrente em suas pesquisas e poéticas – é incendiado à deriva no mar, representando um embate surpreendente entre o fogo e a água. Já “Atlas/Oceano” (2014, 9′) é um trabalho que foi desenvolvido durante uma residência que Pitta realizou em 2014, na Noruega. Na obra, o artista investiga o universo mitológico: invertendo o sentido das coisas, uma embarcação é mostrada suportando o mar, que ocupa a faixa superior da projeção. O céu permanece claro embaixo, vazio como um abismo. Nessa frágil dinâmica de forças, o barco é colocado no lugar do titã Atlas que, sozinho, sustenta a Terra ou, pelo menos, os seus mares.

 

É por reconhecer a importância da linguagem do vídeo no campo da Arte Contemporânea que a Simões de Assis dedicará um dia de exibição para cada artista, com início às 19h30, e encerramento previsto para 21h. No primeiro dia, terça-feira, 15/02, serão mostrados os trabalhos de Julia Kater; na quarta-feira, 16/02, os de Thiago Rocha Pitta; e, por fim, na quinta-feira, 17/02, os de Ayrson Heráclito. As projeções acontecerão em uma área externa da galeria, estabelecendo um diálogo mais aberto e direto com o público. A proposta curatorial visa disponibilizar aos visitantes e interessados a possibilidade de estar diante de produções contemporâneas que experimentam de maneira ampliada a linguagem do vídeo, nem sempre acessíveis fora de mostras institucionais ou exposições individuais.

Brennand no Rio, na Carpintaria

11/fev

Brennand - Carpintaria

A Carpintaria, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ, e a Gomide & Co têm o prazer de apresentar “Francisco Brennand: Um primitivo entre os modernos”. Com curadoria de Julieta Gonzalez, a exposição é um desdobramento da mostra homônima ocorrida na Gomide & Co entre 27 de novembro de 2021 e 29 de janeiro de 2022, em São Paulo.

“Brennand optou por trabalhar contra a corrente da abstração geométrica, dedicando-se à exploração de formas primitivas e arcaicas. Ao longo de toda sua vida, desenvolveu uma linguagem pessoal independente das narrativas artísticas dominantes que informavam a arte de seus contemporâneos no Rio de Janeiro e em São Paulo”. – Julieta González.

 

Abertura : 19 de fevereiro.

Livro para Manuel Messias

10/fev

 

 

A Danielian Galeria, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, lança neste sábado, dia 12 de fevereiro, das 16h às 20h, o livro “Manuel Messias – Do tamanho do Brasil”, com 248 páginas, bilíngue (port/ingl), formato 27cmx21cm, e textos de Ademar Britto Junior, Guilherme Gutman, Lilia Schwarcz, Marcus de Lontra Costa, e Rafael Fortes Peixoto, e uma cronologia do artista por Izabel Ferreira.

“Manuel Messias – Do tamanho do Brasil” (Danielian Edições) é o resultado de minuciosa pesquisa, feita a partir de arquivos de jornais, catálogos, e depoimentos de quem conviveu com o artista, como Anna Bella Geiger, Martha Pires Ferreira, Guilherme Gutman, Matias Marcier e Evandro Carneiro, recupera a cronologia do artista e sua importância.

A renda obtida na venda do livro no dia do lançamento será revertida para os projetos sociais Tropa da Solidariedade, do rapper Shackal, e Cidadão Considerado, do mestre de capoeira Toni Vargas.

“Com esse projeto, temos a intenção de abrir espaço para mais discussões e reflexões sobre a obra desse grande artista que migrou do Sergipe para o Rio de Janeiro, onde se estabeleceu e enfrentou na carne as injustiças sociais, o racismo estrutural e a pobreza, resistindo através de sua obra”, diz Ludwig Danielian, que junto com seu irmão Luiz Danielian dirige a galeria fundada em 2005.

A tiragem de “Manuel Messias – Do tamanho do Brasil” é de 1000 exemplares, e o preço é de R$ 120,00.

Arte Mundana

 

 

No centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, o artivista Mundano inaugura sua nova exposição individual “Semana de Arte Mundana” na Galeria Kogan Amaro, Jardim Paulista, São Paulo, SP.

Para a criação das obras, o artista utilizou resíduos dos principais desastres ambientais brasileiros ocorridos nos últimos anos, como as cinzas das florestas queimadas, o óleo que atingiu as praias do nordeste e a lama de Brumadinho.

Os visitantes terão uma experiência provocativa, característica marcante das obras do artista e poderão refletir através de telas, instalações e esculturas, os atuais desafios da emergência climática no planeta entre outros temas .

A curadoria da exposição é assinada pelos artistas Enivo e Denilson Baniwa e ainda conta poesias sonoras selecionadas pela poeta Mel Duarte .

Até 26 de Março.

 

 

 

Semana de Arte Moderna na Art Lab Gallery

 

 

Um marco com importância reconhecida a posteriori pela história e pela sociedade, a Semana de Arte Moderna de 1922 buscou e cumpriu o papel de romper o vínculo existente entre a produção artística brasileira e as matrizes europeias, quebrando as amarras da arte e assim permitindo a construção de umacultura prioritariamente nacional.

Como homenagem aos 100 anos do evento, Juliana Mônaco exibe na Art Lab Gallery, Jardins, São Paulo, SP, a exposição “Semana de Arte – celebração do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922” onde exibe ao público trabalhos originais de Anita Malfatti, Emiliano Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral, autores que participaram da mostra. Antonio Peticov, artista contemporâneo convidado, apresenta uma série inédita com 07 pinturas, além de obras de períodos diversos de sua trajetória em linguagem direta com os modernistas e a Semana de 22. Complementando os 300 trabalhos em exibição, 84 artistas apresentam obras em suportes distintos como pinturas, gravuras, fotografias, esculturas, e jóias.

Em 1922, variadas representações culturais participaram do evento, como dança, música, literatura, pintura, arquitetura, escultura, poesia e palestras. Realizada em uma época de turbulências no âmbito político, social, econômico e cultural, a Semana de Arte Moderna teve como uma das figuras mais importantes, os escritores Mário de Andrade e Oswald de Andrade e o pintor Di Cavalcanti. Os destaques que se perpetuaram destacam os modernistas Oswald de Andrade, na literatura, Víctor Brecheret, na escultura, e Anita Malfatti, na pintura, sendo ela responsável pela primeira exposição modernista brasileira, em 1917 onde suas obras, influenciadas pelo cubismo, expressionismo e futurismo,

escandalizaram a sociedade da época. Não havia um conceito que unisse os artistas, nem um programa estético definido. A intenção era destruir o status quo. E eles conseguiram. Nas palavras da curadora Juliana Monaco, “Escritores, pintores, escultores, e músicos sedentos por renovação, chocaram a elite paulistana, provinciana, em um evento central para a arte na Semana de 13 a 17 de fevereiro de 1922 em uma exposição de trabalhos com predileção nacionalista e o objetivo de fincarnuma posição contra o academicismo, contra o passadismo, como eles mesmos, os modernistas, defendiam”.

Semana de Arte

A Art Lab Gallery “…também revisita o passado, reflete o presente e discute novas propostas para a arte brasileira através da perspectiva de 84 jovens artistas que participam como agentes históricos da nossa Semana de Arte”, explica Juliana Monaco. O tributo a Villa Lobos é expresso com a presença de um centenário piano no espaço expositivo que estará disponível ao público durante o período de exibição da mostra.

De 11 a 19 de fevereiro.