Baró representa a obra de Joana Vasconcelos

20/abr

 

Depois de muitos anos acompanhando de perto sua carreira, especialmente desde sua monumental instalação apresentada na Pinacoteca do Estado de São Paulo em 2008 “Contaminação”, a Baró Galeria – Palma de Mallorca, Lisboa e São Paulo -, une forças com Joana Vasconcelos e passa a representá-la.

Nascida em Paris, Joana Vasconcelos é uma das mais conhecidas artistas contemporâneas internacionais que vive e trabalha em Lisboa. Em sua prática, ela explora temas de identidade, gênero e cultura de consumo, incorporando objetos e materiais cotidianos, como têxteis, cerâmicas e eletrodomésticos, que transforma em esculturas monumentais e provocantes.

A obra de Joana Vasconcelos gira em torno da cerâmica, fios tecidos e tecidos. Esses materiais servem de base para suas vibrantes esculturas tridimensionais maiores que a vida, bem como para suas elaboradas e surreais criações que transformam objetos comuns, móveis, ferramentas, cerâmicas e estatuetas. Joana Vasconcelos eleva estes suportes e as suas técnicas tipicamente associadas às artes aplicadas e artesanais ao estatuto de fine art. Sua abordagem envolve técnicas de alienação e reaproveitamento, o que aproxima seus trabalhos em estilo e estratégia dos artistas surrealistas.

Joana Vasconcelos já expôs internacionalmente, na Bienal de Veneza (2005) (2013), no Museu Guggenheim Bilbao (2018) e no Palácio de Versalhes (2012), sendo a artista feminina mais jovem a expor no palácio. Recentemente, ela expôs uma monumental instalação site specific para o desfile Dior Fall-Winter 2023-2024, na Semana de Moda de Paris. Atualmente, “O Bolo de Casamento”, uma encomenda da Fundação Rothschild para Waddesdon Manor no Reino Unido, está sendo concluído.

Para saber mais sobre a artista, visite nosso site ou dê uma olhada em sua mais nova publicação “Liquid Love” (La Fabrica, 2023) e nos próximos projetos da artista “Arbre de Vie”, na Sainte-Chapelle du Château de Vincennes e “Wedding Cake” at Waddesdon.

 

O êxito de Beatriz Milhazes

06/abr

 

A National Gallery, o sétimo museu do mundo a receber mais visitantes, adquiriu “Romântico americano” (1998), de Beatriz Milhazes, que vai integrar a partir de agora o acervo da instituição. Outras instituições como Museum of Modern Art (MoMA), Centre Pompidou, Solomon R. Guggenheim Museum e Museo Reina Sofia também têm obras de Beatriz Milhazes em suas coleções. Beatriz Milhazes fez este trabalho usando uma técnica de “monotransferência”, um processo de colagem envolvendo elementos pintados presos à tela. O título da obra faz alusão ao período romântico nas artes do início do século XIX, quando o Brasil era colônia de Portugal, ao mesmo tempo em que afirma a presença do Sul Global no uso da palavra “América.” Em “Romantico americano”, Beatriz Milhazes pintou e aplicou formas geométricas multicoloridas, arabescos pulsantes com flores drapeadas e contornos sugestivos de rendas coloniais sobre fundo coral. As flores evocam o Jardim Botânico do Rio de Janeiro próximo ao ateliê da artista, assim como antigas ideias de feminilidade e associações com o corpo feminino. As obras de Beatriz Milhazes, uma das mais celebradas artistas contemporâneas do Brasil, revelam seu profundo envolvimento com a complexa história colonial de seu país natal, caracterizada pelo encontro das culturas indígena, africana e europeia. Seu trabalho também traz formas visuais relacionadas às artes vernáculas do Brasil, como cerâmica e têxteis, em diálogo com aqueles que extraem da tradição da abstração modernista. Sua assinatura são círculos de cores vivas e formas curvilíneas que se sobrepõem e se cruzam com formas orgânicas e motivos florais.

 

Sobre a artista

A carreira de Beatriz Milhazes começou em 1980, quando ingressou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV), no Rio de Janeiro, estudando com o artista escocês Charles Watson. Em 1984 participou da exposição “Como vai você, Geração 80?”. Ao longo de sua carreira, Beatriz Milhazes recebeu encomendas para uma série de obras arquitetônicas de grande porte: uma série de formas de vinil para o exterior da loja de departamentos Selfridges em Manchester, Reino Unido (“Gávea”, 2004); 19 composições para os arcos da estação Gloucester Road do metrô de Londres (“Peace and Love”, 2005); quatro imagens murais para o projeto Murals of La Jolla (“Gamboa Seasons”, 2021, baseado em quatro pinturas acrílicas sobre tela de 2010); e, mais recentemente, um mural de mosaico cerâmico e um mural pintado no New York-Presbyterian Hospital (“Tuiuti e Paquetá”, 2018).

 

 

O Brasil na Biennale Architettura 2023

30/mar

 

 

Intitulada “Terra”, a representação do Pavilhão do Brasil na Biennale Architettura 2023 – de 20 de maio a 26 de novembro no Giardini Napoleonici di Castello, Padiglione Brasile, 30122, Veneza, Itália – propõe repensar o passado para desenhar possíveis futuros, trazendo para o centro do debate agentes esquecidos pelos cânones arquitetônicos, em diálogo com a proposta curatorial da edição, Laboratory of the future (Laboratório do futuro). A exposição tem curadoria conjunta dos arquitetos Gabriela de Matos e Paulo Tavares, e conta com a participação do povo indígena Mbya-Guarani, povos indígenas Tukano, Arawak e Maku, Tecelãs do Alaká (Ilê Axé Opô Afonjá), Ilê Axé Iyá Nassô Oká (Casa Branca do Engenho Velho), Ana Flávia Magalhães Pinto, Ayrson Heráclito, Day Rodrigues com colaboração de Vilma Patrícia Santana Silva (Grupo Etnicidades FAU-UFBA), coletivo Fissura, Juliana Vicente, Thierry Oussou e Vídeo nas Aldeias. Partindo de uma reflexão entre o Brasil de ontem, o de hoje e do futuro, a mostra coloca a terra como elemento poético e concreto no espaço expositivo. Para isso, o piso do pavilhão será aterrado, colocando o público em contato direto com a tradição dos territórios indígenas e quilombolas, além dos terreiros de candomblé.
“Nossa proposta curatorial parte de pensar o Brasil enquanto terra. Terra como solo, adubo, chão e território. Mas também terra em seu sentido global e cósmico, como planeta e casa comum de toda a vida, humana e não humana. Terra como memória, e também como futuro, olhando o passado e o patrimônio para ampliar o campo da arquitetura frente às mais prementes questões urbanas, territoriais e ambientais contemporâneas”, contam os curadores.
A primeira galeria do pavilhão modernista é chamada pelos curadores de Decolonizando o cânone, questionando o imaginário em torno da versão de que Brasília, capital do Brasil, foi construída em meio ao nada, uma vez que indígenas e quilombolas que habitavam o lugar já eram retirados da região desde o período colonial, sendo finalmente empurrados para as periferias com a imposição da cidade modernista. Com múltiplos formatos, as obras que preenchem a galeria vão da projeção de uma obra audiovisual da cineasta Juliana Vicente e criada em conjunto com a curadoria, comissionada para a ocasião, passando por uma seleção de fotografias de arquivo, organizada pela historiadora Ana Flávia Magalhães Pinto, ao mapa etno-histórico do Brasil de Curt Nimuendajú e o mapa Brasília Quilombola, comissionado especialmente para mostra.
A segunda galeria, batizada de Lugares de origem, arqueologias do futuro, nos recepciona com a projeção do vídeo instalação em dois canais de Ayrson Heráclito – O sacudimento da Casa da Torre e o da Maison des Esclaves em Gorée, de 2015 –  e se volta para as memórias e a arqueologia da ancestralidade. Ocupada por projetos e práticas socioespaciais de saberes indígenas e afro-brasileiros acerca da terra e do território, a curadoria parte de cinco referências essenciais: Casa da Tia Ciata, no contexto urbano da Pequena África no Rio de Janeiro; a Tava, como os Guarani chamam as ruínas das missões jesuítas no Rio Grande do Sul; o complexo etnogeográfico de terreiros em Salvador; os Sistemas Agroflorestais do Rio Negro na Amazônia; e a Cachoeira do Iauaretê dos Tukano, Arawak e Maku.
A exibição demonstra o que várias pesquisas científicas comprovam: que terras indígenas e quilombolas são os territórios mais preservados do Brasil, e assim apontar para um futuro pós-mudanças climáticas no qual “decolonização” e “descarbonização” caminham de mãos dadas. Suas práticas, tecnologias e costumes ligados ao manejo e produção da terra, como outras formas de fazer e de compreender a arquitetura, estão situados na terra, são igualmente universais e carregam em si o conhecimento ancestral para ressignificar o presente e desenhar outros futuros para o planeta, tanto para as comunidades humanas quanto para as não humanas. Para José Olympio da Veiga Pereira, presidente da Fundação Bienal de São Paulo: “A Mostra Internacional de Arquitetura da Biennale di Venezia é um espaço privilegiado para o debate das questões mais urgentes em arquitetura e urbanismo, campo que, em última instância, reflete sobre nossas dinâmicas de vida a partir do uso e compartilhamento de espaços comuns, enquanto sociedade. Em um momento de grandes desafios enfrentados pela humanidade, realizar a exposição proposta pelos arquitetos Gabriela de Matos e Paulo Tavares é uma maneira de dar visibilidade a pesquisas e práticas que podem contribuir para a elaboração coletiva de nosso futuro”.

 

Sobre os curadores

Gabriela de Matos é arquiteta e urbanista afro-brasileira, nascida no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, e cria projetos multidisciplinares com o objetivo de promover e destacar a cultura arquitetônica e urbanística brasileira, a partir das lentes de raça e gênero. É graduada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUC Minas (2010) e especializou-se em sustentabilidade e gestão do ambiente construído pela UFMG. Mestranda do Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. Atualmente é professora  na graduação de arquitetura e urbanismo da Escola da Cidade. É CEO do Estúdio de Arquitetura – Gabriela de Matos, criado em 2014. Foi co-presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil no departamento de São Paulo, gestão (2020-2022). É fundadora do projeto Arquitetas Negras (2018), que mapeia a produção de arquitetas negras brasileiras. Pesquisa arquitetura produzida em África e sua diáspora com foco no Brasil. Entre outras, propõe ações que promovam o debate de gênero e raça na arquitetura como forma de dar visibilidade à questão. Foi premiada como Arquiteta do Ano 2020 pelo IAB RJ.
Paulo Tavares explora as interfaces entre arquitetura, culturas visuais, curadoria, teoria e advocacia. Operando através de múltiplas mídias e meios, seu trabalho abre uma arena colaborativa voltada para a justiça ambiental e contranarrativas na arquitetura. Seus projetos e textos foram apresentados em várias exposições e publicações nacionais e internacionais, incluindo Harvard Design Magazine, The Architectural Review, Oslo Architecture Triennial, Istanbul Design Biennale, e a 32a Bienal de São Paulo – Incerteza viva. Tavares foi cocurador da Bienal de Arquitetura de Chicago 2019 (EUA) e, atualmente, é membro do conselho curatorial da segunda edição da Trienal de Arquitetura de Sharjah 2023 (EAU). Foi curador dos projetos Acts of Repair (Preston Thomas Memorial Symposium, Universidade de Cornell, EUA), e Climate Emergency – Emergence, no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT) de Lisboa (Portugal). Tavares é autor de vários textos e livros que questionam os legados coloniais da modernidade, incluindo Forest Law/Floresta Jurídica (2014), Des-Habitat (2019), Memória da terra (2019), Lucio Costa era racista? (2020), e Derechos no-humanos (2022). Seus projetos de design também são apresentados na Bienal de Veneza deste ano no pavilhão do Arsenal.

 

Sobre a participação brasileira na 18ª Mostra Internacional de Arquitetura da Biennale di Venezia

A prerrogativa da Fundação Bienal de São Paulo na realização da representação oficial do Brasil nas bienais de arte e arquitetura de Veneza é fruto de uma parceria de décadas com o Governo Federal, que outorga à Fundação Bienal a responsabilidade pela nomeação da curadoria e pela concepção e produção das mostras em reconhecimento à excelência de seu trabalho no campo artístico-cultural. Organizadas com o intuito de promover a produção artística brasileira no mais tradicional evento de arte do mundo, as exposições ocorrem no Pavilhão do Brasil, projetado por Henrique Mindlin e construído em 1964.

Exibição de Barrio em Portugal

27/mar

Neste sábado, dia 25 de março, contece a inauguração de “Interminável”, exposição de Artur Barrio no CIAJG, Centro Internacional das Artes José de Guimarães, em Portugal.

A exposição parte de uma instalação com o mesmo título, e que tem a especificidade de existir como obra apenas durante a vida do artista. “Interminável” é uma caverna, um laboratório, mergulhos dentro de um sonho. É realizada num gesto permanente de traçar os sentidos e os não-sentidos inerentes à arte e à vida. O infinito e a contingência convivem no meio de palavras escritas nas paredes, café e odores espalhados no chão, fragmentos, vinho bebido e vertido.

O CIAJG – Centro Internacional das Artes José de Guimarães –  é sediado em Guimarães, Portugal.

 

 

Marcela Cantuária no Pérez Art Museum Miami

24/mar

A Gentil Carioca (Rio e São Paulo) tem o prazer de anunciar “O Sonho Sulamericano”, primeira exposição individual de Marcela Cantuária nos Estados Unidos, no Pérez Art Museum Miami – PAMM. A mostra “The South American Dream” foi organizada pela curadora Jennifer Inacio e encontra-se em cartaz desde o dia 23 de março.

Com trabalhos vívidos e coloridos que evidenciam sua versatilidade e investigações através de vários meios e técnicas – incluindo pintura, têxtil e cerâmica -, Marcela destaca as narrativas de ativistas e ambientalistas da América do Sul que buscavam a concretização de seus sonhos por meio da resistência e da luta por seus países e terras. Na exposição, a artista eleva e revive histórias, ideais e batalhas, compartilhando com os espectadores a riqueza da natureza sul-americana que tantos lutam para proteger.

 

Design de superfície em Portugal

07/mar

 

A Mercedes-Benz Retail e o artista plástico brasileiro/português Renato Rodyner convidam a conhecer entre os dias 09, 10 e 11 de março na Sociedade Nacional de Belas Artes de Lisboa o Novo Mercedes -Benz Elétrico EQS SUV. Este é o primeiro SUV de Luxo 100% elétrico, que passou por interferência artística inspirado na eletricidade e na origem da marca – a “Estrela de Três Pontas” – que representa o domínio da marca em Terra, Água e Ar.

Dia 09, às 18.30 o artista – nascido em Porto Alegre, RS – estará presente para brindar com admiradores da Mercedes-Benz e da arte com um bom vinho alentejano, o Courelas de Torres.

 

As gravuras de Santidio Pereira no Uruguai

02/mar

 

Exposição do brasileiro Santídio Pereira abre o calendário de 2023 no dia 10 de março (sexta-feira), da Galeria Xippas Punta del Este. Esta é a primeira exposição individual do artista Santídio Pereira no Uruguai.

“Da Mata ao Morro” apresenta quatro pinturas, seis xilogravuras e seis guaches, um trabalho centrado na grandeza da Natureza, provocando ecos de atenção e reflexões sobre um tema tão latente. Ainda este ano, a mostra segue para a sede da Xippas em Paris.

“À primeira vista, é difícil entender como um artista de 26 anos já expôs em importantes instituições no Brasil e no exterior. Entre eles, o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP); a Pinacoteca do Estado de São Paulo; a Fundação Cartier pour l’Art Contemporain, de Paris; Power Station of Art, Xangai e agora em 2022 sua exposição individual no Iberê em Porto Alegre, Brasil. Além de fazer parte de coleções renomadas, como Cisneros Collection, EUA; Coleção de arte de SESC, São Paulo; Museu de Arte do Rio (MAR), entre muitos outros”, diz Emilio Kalil, diretor-superintendente da Fundação Iberê, que em maio do ano passado recebeu a primeira individual do artista em um museu, “Santídio Pereira – Incisões, recortes e encaixes”.

Nascido num pequeno povoado no interior do estado do Piauí, nordeste brasileiro, desde criança Santídio Pereira já demonstrava aptidão com as artes através das atividades socioeducativas do Instituto Acaia. O interesse pela xilogravura foi tomando corpo e, atualmente, é o principal suporte de sua pesquisa artística, cuja característica mais importante é a utilização de diversas matrizes em uma mesma composição, técnica ao qual ele denomina “incisão, recorte e encaixe”, o que subverte a função da multiplicidade tão característica da gravura. Dessa forma, as impressões sobrepostas acumulam camadas espessas de tinta em cores diferentes para recriar elementos da sua memória afetiva, como a fauna, flora, pessoas e objetos que fizeram parte de seu contexto. Dentre seus trabalhos mais emblemáticos estão os pássaros da Caatinga do Piauí e as bromélias da Mata Atlântica.

A exposição “Da Mata ao Morro” pode ser visitada até 30 de abril.

Galeria Xippas

Ruta 104, km 5 – Manantiales

Punta del Este – Uruguai

Claudia Andujar e Yanomanis em NY

13/fev

 

A Fondation Cartier pour l’art contemporain e The Shed inauguraram a exposição “The Yanomami Struggle”, uma mostra abrangente dedicada à colaboração e amizade entre a artista e ativista Claudia Andujar e o povo Yanomami. Em exibição até 16 de abril no The Shed em Nova York, a exposição tem curadoria de Thyago Nogueira, diretor de Fotografia Contemporânea do Instituto Moreira Salles de São Paulo, e é organizada pelo IMS, Fundação Cartier e The Shed em parceria com as ONGs brasileiras Hutukara Associação Yanomami e Instituto Socioambiental.

Após apresentações aclamadas no IMS São Paulo, na Fondation Cartier e no Barbican Center (Londres), entre outros locais, a exposição foi ampliada no The Shed para incluir mais de 80 desenhos e pinturas dos artistas Yanomami André Taniki, Ehuana Yaira, Joseca Mokahesi, Orlando Nakɨ uxima, Poraco Hɨko, Sheroanawe Hakihiiwe e Vital Warasi.

Os visitantes também conhecerão novos trabalhos em vídeo dos cineastas Yanomami contemporâneos Aida Harika, Edmar Tokorino, Morzaniel Ɨramari e Roseane Yariana. Essas obras aparecem ao lado de mais de 200 fotografias de Claudia Andujar que traçam os encontros da artista com os Yanomami e continuam a dar visibilidade à sua luta pela proteção de sua terra, povo e cultura. O diálogo estabelecido entre o trabalho de artistas Yanomami contemporâneos e as fotografias de Andujar oferece uma visão inédita da cultura, sociedade e arte visual Yanomami. As obras contemporâneas Yanomami serão exibidas pela primeira vez em Nova York, construindo a maior apresentação da arte Yanomami nos Estados Unidos até hoje.

Como parte da abertura da exposição “The Yanomami Struggle” no The Shed (NY), a Universidade de Princeton recebeu o líder xamã Davi Kopenawa, os artistas Yanomami apresentados na exposição e a fotógrafa Claudia Andujar para uma conferência que ocorreu no dia 31 de janeiro.

Maxwell Alexandre em Madrid

06/fev

 

A Gentil Carioca tem o prazer de convidar a todes para “Novo Poder: passabilidade”, primeira exposição individual de Maxwell Alexandre na Espanha, no Centro Cultural La Casa Encendida, em Madrid. A mostra encontra-se em exibição desde o dia  02 de fevereiro.

Na série Novo Poder, o artista explora a ideia da comunidade preta dentro dos templos consagrados de contemplação da arte contemporânea: galerias, museus e fundações. Para isso, ele dá ênfase a 3 signos básicos: as cores preta, branca e parda. A cor preta atua como o corpo preto manifestado pela figuração de personagens; a cor branca representa o cubo branco espelhando o espaço expositivo assim como o conhecimento acadêmico; e a cor parda representa a obra de arte e também faz autorreferência ao próprio papel que é o suporte principal da série. Outros signos fazem um papel secundário, assim como o dourado, que muitas vezes aponta para a dignidade e eleva tudo ao campo do sagrado, do espiritual. Um outro signo que vem ganhando progressivamente importância dentro de Novo Poder é a Moda, que nesse contexto funciona em uma direção similar enquanto ferramenta de elevação da autoestima. Por consequência, o elemento da Moda se apresenta como uma espécie de desafio à ideia colonial de que sensibilidade e beleza são elementos que não pertencem a pessoas melanizadas.

 

Novo Poder: passabilidade

Na série Novo Poder, o artista Maxwell Alexandre explora a ideia da comunidade preta dentro dos templos consagrados de contemplação da arte contemporânea: galerias, museus e fundações. Para isso, ele dá ênfase a 3 signos básicos: as cores preta, branca e parda. A cor preta, atua como o corpo preto manifestado pela figuração de personagens; a cor branca representa o cubo branco espelhando o espaço expositivo assim como o conhecimento acadêmico; e a cor parda representa a obra de arte e também faz autorreferência ao próprio papel que é o suporte principal da série. Outros signos fazem um papel secundário, assim como o dourado, que muitas vezes apontam para a dignidade e eleva tudo ao campo do sagrado, do espiritual. Um outro signo que vem ganhando progressivamente importância dentro de Novo Poder é a Moda, que nesse contexto funciona em uma direção similar enquanto ferramenta de elevação da autoestima. Por consequência, o elemento da Moda se apresenta como uma espécie de desafio à ideia colonial de que sensibilidade e beleza são elementos que não pertencem a pessoas melanizadas.

Para compreender a totalidade da mensagem que Maxwell transmite nesta série, antes se faz necessário investigar a intenção de sua criatividade em “Pardo é Papel”, uma série que fala sobre um futuro especulativo de glória, vitória, farra, fartura, marra, vaidade e auto-estima para as comunidades negras. E se em Pardo é Papel a projeção da ascensão se dá através da ostentação de bens de consumo como carros, jóias e roupas de grife, em Novo Poder o artista busca a abundância intelectual e simbólica, o acesso à quintessência da produção material ocidental, a Arte. Sabemos que a Moda e a Arte são dois campos da cultura hegemônica ocidental que se consolidaram a partir da modernidade, cada um com suas especificidades, tendo como ponto comum a forte influência que ambos exercem na construção de distinções sociais. Tanto a Arte quanto a Moda atuam em um sistema complexo que legitima determinadas hierarquias, e ambos envolvem aspectos ligados ao desenvolvimento dos conceitos de beleza e valores estéticos. A Moda reforça os valores estabelecidos pela sociedade de consumo, e a Arte provoca esses valores, nos ensinando a sonhar com perspectivas mais críticas. Funcionando em suas instâncias específicas, por um lado a passarela e as revistas de moda; por outro, os museus e as galerias de arte, em alguns momentos, as produções destes dois diferentes campos se cruzam e, em outros casos, os limites são tênues. Sabemos que a Moda, na realidade ocidental, conduz as escolhas e as preferências das pessoas, indicando aquilo que devemos consumir, utilizar, ou fazer. Mas é importante observar que ela atua também como uma forma de manifestação de poder, prestígio e distinção cultural, para além do capital financeiro, sendo, assim como a arte contemporânea, detentora de um grande capital intelectual e simbólico. As roupas, as joias, os cabelos, as telas e as molduras servem como elementos estéticos que agregam valor e status a um corpo, esses símbolos também influenciam no cotidiano e isso acontece principalmente devido a dois fatores: o significado simbólico que eles representam e a experiência física de ostentar algo valoroso. Em outras palavras, um relógio não é apenas um acessório e vestir uma peça que gostamos e com a qual nos sentimos bem, assim como o ato de emoldurar uma obra, pode se traduzir em uma afirmação de poder.

A falta de interesse das periferias e favelas pela arte contemporânea, afirma Maxwell Alexandre, é um programa construído. Esse é um segmento de elite e também de distinção social mesmo entre os ricos. Para aqueles que têm iates, helicópteros, mansões e piscinas como bens corriqueiros, a arte torna-se uma referência para dizer quem é mais sofisticado. Dessa maneira, quem tem um quadro valioso na parede de casa e pode compreender o artista deu seu tempo, se destaca. Do mesmo modo acontece no meio da Moda, a sensação de entrar numa loja Louis Vuitton é parecida com a sensação de entrar no Louvre, ao ocupar esses espaços o sentimento de exclusão grita dentro do corpo negro, já para o corpo branco o sentimento geralmente é de pertencimento. O cruzamento da produção artística de Maxwell Alexandre com o universo da Moda, surge de uma construção que vem se desenvolvendo desde os tempos em que ele adentrou os corredores da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Por ser aluno do curso de Design, Maxwell teve acesso aos laboratórios de Moda, onde pôde recolher o material necessário para suas experimentações: retalhos de papel pardo repletos de rascunhos e anotações que eram descartados nas aulas de modelagem. A partir da sua condição de estudante, ele tateou materiais descartados nesses espaços como uma alternativa para criar trabalhos, apesar da falta de recursos econômicos que existiam naquele momento. Ao se deparar com esse material, o artista alcançou pouco a pouco a intimidade necessária para germinar as primeiras pinturas que dariam origem à série “Pardo é Papel”.

Pintar personagens negros com atitude e posições de poder naqueles fragmentos de papel usados para construir roupas, foi uma interseção poderosa que Maxwell Alexandre encontrou para enfatizar a afirmação de que tanto a Arte quanto a Moda são sustentáculos que edificam a sociedade atual. Deste modo, ao relacionar os espaços expositivos da Arte e da Moda, o artista afirma que estes são celeiros de cultura que estão profundamente conectados a uma posição de poder, considerando que a instância superior do circuito da Moda é a passarela, e o da Arte é o museu. Espaços que precisam ser reivindicados por corpos pretos, já que ali a história é legitimada, pois são nesses lugares onde as narrativas e a construção de imagens são manipuladas. É neste sentido que a série Novo Poder propõe a transmutação da realidade, gerando imagens de pessoas melanizadas dentro das exposições de arte, caminhando com elegância, como “catwalks” pelas exposições.

Essa familiaridade, tratada pela primeira vez na exposição de La Casa Encendida, é fruto de um processo de assimilação e incorporação, ou mesmo entendimento e vivência, dos códigos de ambos os campos, que conferem a esses indivíduos confiança e auto estima. Essas florescem em um porte ou postura de tranquilidade e confiança; uma passabilidade, emanada de dentro pra fora. Quer dizer, uma caminhada que não é somente uma passagem efêmera pelo espaço, mas uma conquista de quem aprendeu a pertencer e usufruir destes lugares e do gozo estético com segurança e tranquilidade.

 

Anunciando a nova geração

26/jan

 

A Baró Galeria, Carrer de Can Sanç, 13, 07001, Spain, anuncia seu próximo programa, “Gerações Baró”, com o objetivo de dar uma plataforma a artistas e curadores mais jovens dentro da cena artística estabelecida.

Sua primeira mostra “VANDL ART”, com curadoria do curador brasileiro Victor Valery, reúne obras de três artistas brasileiros contemporâneos, Antonio Kuschnir (2001, Rio de Janeiro), Brenda Nicole (1998, Campinas) e JAMEX (2001, Salvador, Bahia), atualmente investigando os limites do corpo e suas diferentes identidades potenciais através de seus trabalhos individuais.

A “VANDL ART” revela na Baró Galeria as obras de uma nova geração brasileira de artistas, permitindo uma oportunidade única para os colecionadores participarem do início de suas já florescentes carreiras.