Descobertas de Ranulpho

19/set

A Galeria Ranulpho, situada no Barro do Recife, Recife, Pernambuco, é um dos mais antigos espaços de arte profissional no país, sempre dedicada a um elenco permanente de artistas modernos. Agora, seu diretor, Carlos Ranulpho, igualmente curador da mostra, reuniu um número expressivo de seu leque de artistas na exposição denominada “Descobertas”, na qual participam os pintores Lula Cardoso Ayrez, João Câmara, Brennand, Reynaldo Fonseca, Cícero Dias, Rapoport, Virgolino, Aldemir Martins, Teruz, Armínio Pascual e Joaquim do Rego Monteiro. Os temas abordados são figuras, paisagens, animais e cenas cotidianas; trata-se de um verdadeiro encontro de gerações.

 

A palavra do curador

Carlos Ranulpho

 

O gosto pelo colecionismo não data de hoje. Reunir e compilar objetos é uma prática tão antiga quanto o homem. Tutankamon colecionava cerâmicas finas. Amenhotep III esmaltes azuis. Pedro, o Grande, mantinha em sua coleção atrações de carne e osso: um anão e um hermafrodita. Outrora as coleções eram privilégios das classes abastadas, hoje no meu dia a dia na Galeria tenho a oportunidade de conhecer colecionadores dos mais variados tipos: aqueles que possuem obras de um mesmo artista, aqueles que possuem obras de uma determinada época ou ainda aqueles que colecionam o que lhes enchem os olhos. E dessa relação minha com os colecionadores e os artistas surgem “DESCOBERTAS”.

 

Descobertas do meu gosto. Descobertas que aquele pintor dos florais é também o pintor de Joana d’Arc. Descobertas que aquele outro pintor figurativo, das meninas e das mulheres, é o mesmo do vaso com um pássaro. Por essas e outras descobertas, que podem ser constatadas nesse catálogo, é que realizo essa exposição reveladora.

 

Até 11 de outubro.

A poética de Julio Plaza

18/set

Chama-se “Julio Plaza, Construções Poéticas”, a exposição que a Fundação Vera Chaves Barcellos, Viamão, RS, apresenta na sua Sala dos Pomares. Trata-se de uma revisão do escritor, gravador, artista intermídia, teórico e professor, Julio Plaza, artista nascido em Madrid,1938 e falecido em São Paulo, em 2003. Plaza é um artista importante tanto pelo conjunto de sua obra e seu interesse desbravador no campo da arte e tecnologia, como pelas gerações de artistas que influenciou em suas atividades didáticas exercidas no Brasil.

 

Vera Chaves Barcellos e Alexandre Dias Ramos respondem pela organização e curadoria da exposição propondo uma revisão expográfica inédita no RS de sua produção artística acrescida pelo aval de terem convivido ou estudado com o artista. A obra e a vida de Julio Plaza ainda não foram objeto de publicação e seus trabalhos permanecem pobremente reproduzidos. Programada para 2013, o MAC-USP, prepara uma grande exposição de sua obra.

 

Sobre o artista

 

Artista intersemiótico e com produção multimeios, pesquisador e expert em técnicas gráficas, Julio Plaza consolidou sua obra com pintura, desenhos e objetos ainda nos anos 60, sob o vetor construtivo. Desembarcou no Brasil pela primeira vez em 1967, integrando a representação espanhola que participou da 11ª Bienal Internacional de São Paulo, e como bolsista do Itamarati, para um estágio no ESDI, Rio de Janeiro, onde permaneceu até 1969, ano em que realizou o “Livro-Objeto”, com o editor Julio Pacello. No contexto brasileiro foi um desbravador da arte interativa promovida pelo surgimento de novas tecnologias da comunicação. Trabalhou com videotexto, slow-cam TV, holografia, fax e computação digital, partilhando e influenciando gerações de artistas no campo da arte mídia e protagonizando o processo de hibridação artística dos meios na chamada cultura das mídias.

 

Autor de vários livros de artistas publicou com o poeta concretista Augusto de Campos, os célebres “Poemóbiles”, de 1968 e “Caixa Preta”, de 1975, volumes impressos que permitem ao leitor transformá-los em objetos poéticos tridimensionais e ainda o livro-poema “Re-Duchamp”, de 1976.

 

Julio Plaza teve grande atuação igualmente como organizador de exposições desde seu estágio na Universidade de Puerto Rico, onde lecionou de 1969 a 1973, ano em que se estabeleceu definitivamente no Brasil.

 

Contestador radical e bastante inconformado com o sistema da arte ao qual criticava de maneira sistemática foi autor de vários aforismos, entre eles: “Arte é um bem que faz mal.”

 

Até 14 de dezembro.

Inimá em Brasília

06/set

O pintor mineiro Inimá de Paula, nome da renovação da arte moderna brasileira, recebe uma justa homenagem através de exposição retrospectiva no Gabinete da Presidência da Câmara dos Deputados, Brasília, DF. A exposição “Inimá de Paula” é resultado de parceria da Câmara dos Deputados com o Museu Inimá de Paula que cedeu 24 obras pertencentes a seu acervo.

 

Reconhecido pelos críticos como mestre das cores, Inimá de Paula (1918-1999) é um dos mais importantes pintores brasileiros. Suas obras enriquecem acervos de museus e coleções particulares no Brasil e no exterior. O artista revela em suas pinturas paisagens por onde morou e andou, como bairros cariocas, o litoral cearense e cenas da velha Europa. Os caminhos que sua arte percorreu, porém, sempre o trouxeram de volta às montanhas de Minas.

 

Nascido em Itanhomi, no Vale do Rio Doce, Minas Gerais, o pintor tinha um perfil introvertido e reflexivo, que contrastava com a eloquência dos traços vigorosos, características percebidas até pelos leigos, que se comprazem diante de seus quadros. Inimá participou ativamente dos movimentos estéticos de sua época e conviveu com alguns dos maiores artistas brasileiros, como Cândido Portinari e Oscar Niemeyer, que o apoiaram no início da carreira. Atuou no Ceará e no Rio de Janeiro, cidades onde viveu antes de voltar a Minas, no início dos anos 60.

 

O espaço do Gabinete da Presidência da Câmara, abre suas portas nos finais de semana para a população e a curadoria da exposição é do senador e ex-governador mineiro Aécio Neves.

 

 

Até 27 de setembro.

Obra revisitada

03/set

Waltercio Caldas

A Fundação Iberê Camargo uniu-se ao Blanton Museum of Art para conceber a exposição “O Ar Mais Próximo e Outras Matérias”, lançando um olhar sobre a carreira de Waltercio Caldas e reunindo pela primeira vez as mais de quatro décadas de produção do artista. Walter Caldas é um dos mais importantes nomes da arte contemporânea brasileira com ressonância internacional. As instalações, esculturas, objetos e desenhos– com diversos trabalhos inéditos – serão exibidos sob a dupla curadoria de Gabriel Perez-Barreiro e Ursula Davila-Villa, curadora adjunta do Blanton Museum of Art. Em 2013, a mostra segue carreira na Pinacoteca do Estado de São Paulo e  após, será exibida na programação do Blanton Museum of Art, no Texas.

 

Até 18 de novembro.