SIM galeria, mostra e livro

13/jun

A SIM Galeria, Curitiba, PR, convida para o bate papo de lançamento do livro de Paolo Ridolfi com a presença do artista e do curador da mostra Agnaldo Farias. HOJE, segunda-feira, 13 de junho de 2016, às 19h30. Ao mesmo tempo a galeria apresenta a exposição “Chafariz” na qual o artista apresenta seus mais recentes trabalhos em pinturas e objetos.

 

A obra pictórica de Paolo Ridolfi, em janelas, ora mais, ora menos figurativas, promove com a exposição “Chafariz”, sobretudo, uma série de encontros fortuitos entre cores incisivas, linhas vigorosas e superfícies diversas. Conservando o que é informal e comunitário, próprios do espaço que ocupa o chafariz, o título da exposição articula a integração em suas obras entre marcas de memórias individuais do artista- como traços de um rabiscar aprendidos na infância- e coletivas – como os índices tipográficos de cartazes urbanos que o cercam.

 

Paolo Ridolfi revela em “Chafariz” um momento de abertura em sua criação para a intervenção do acidental e do acaso revelados tanto na alteridade do seu inconsciente como na cidade ao redor. O movimento que primordialmente ordena e coordena toda a produção aqui cede lugar a graciosas surpresas que escorrem sobre suas telas, cobrem os tridimensionais rígidos, que espontaneamente evocam elementos recorrentes ao mesmo tempo em que convidam a presença de formas inéditas.

 

A data de abertura da exposição marca também o lançamento do livro intitulado “Paolo Ridolfi” com organização da SIM Galeria e curadoria de Agnaldo Farias, assim fazendo da exposição “Chafariz” um marco de dupla importância na trajetória de Paolo Ridolfi e na trajetória da arte contemporânea brasileira.

 

Entreolhares

O Museu Afro Brasil, Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, Parque Ibirapuera – Portão 10 (acesso pelo portão 3), instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, abre no dia 18 de junho, a exposição “ Entreolhares – poéticas d’alma brasileira” – um amplo recorte da arte popular brasileira, com curadoria de Fábio Magalhães e Edna Matosinho de Pontes. A arte popular brasileira é um dos destaques do acervo do Museu Afro Brasil em um dos núcleos mais apreciados pelos visitantes, onde eles encontram sua história, suas raízes, e lembranças do dia a dia.

 

Segundo os curadores: “Esta mostra é composta por cerca de 200 obras, pertencentes a instituições públicas e coleções privadas, abarca um longo período da produção artística popular. A partir da década de 40 até a contemporaneidade,  o recorte curatorial reúne um conjunto abrangente e diversificado da expressão autoral de criatividade popular, desde as carrancas do mestre Guarany, das cerâmicas do mestre Vitalino, até os grandes mestres atuais, ativos nas diversas regiões do Brasil. Diversos estados estarão aqui representados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais,  Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo, de onde vem esta rica coleção.

 

Nos anos 40/50, as obras de Vitalino, Louco, Agnaldo dos Santos e Geraldo Teles de Oliveira tiveram grande repercussão no meio artístico e chamaram a atenção da sociedade para o enorme significado da expressão popular. Houve grande valorização da arte popular autoral. Djanira, Heitor dos Prazeres, Jose Antônio da Silva, Agnaldo dos Santos participaram das Bienais de São Paulo.

 

Mário de Andrade e os modernistas já haviam demonstrado grande interesse pela arte popular, desde a década de 1920.  Obras de Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Cícero Dias, Guignard, entre vários outros artistas dão mostras de proximidade poética com a arte popular.

 

Percebe-se também, atualmente, grande confluência entre poéticas de artistas contemporâneos (Efrain Almeida, Marepe, Emmanuel Nassar, Alex Cerveny) e de artistas populares (Véio, José Bezerra, Marinaldo Santos). Nos últimos anos, são muitos os críticos de arte voltados ao estudo da arte e artistas contemporâneos que organizaram exposições abordando a expressão popular.

 

 

 

Dos artistas

 

A mostra reúne um grande número de artistas populares, reconhecidos e consagrados, como Vitalino, Mestre Guarany, Zé Caboclo, Manuel Eudócio, Artur Pereira, Geraldo Teles de Oliveira, Itamar Julião, Nino, José Antônio da Silva, Mestre Molina, Isabel Mendes da Cunha, Alexandre Filho, Louco, Poteiro, Ranchinho, entre outros, além de artistas populares mais jovens que se destacam nas mais diversas regiões do Brasil.

 

A exposição conta com artistas modernos e contemporâneos, sensíveis às expressões e temas populares e pretende estabelecer diálogos entre eles – que se dá no encontro amoroso entre o popular e o erudito. Obras de Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Guignard, Cícero Dias, Cláudio Tozzi, Siron Franco, Beatriz Milhazes, Nelson Leirner, entre outros, estarão ao lado daquelas de Adir Sodré, Heitor dos Prazeres, Paulo Pedro Leal, Cardosinho. Esse encontro de poéticas voltadas para um Brasil profundo diz respeito à nossa identidade e traz à luz as narrativas do que somos ou do que sonhamos que somos.”

 

A exposição recebeu incentivos do projeto PROAC da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo e é patrocinada pela CPFL – Companhia Paulista de Força e Luz.

 

 

De 18 de junho a 07 de agosto.

Exposição Futurama 2

09/jun

A Secretaria do Estado da Cultura e o Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul, MACRS, inauguram dia 14 de junho a exposição coletiva “Futurama 2″ com curadoria de Ana Zavadil, curadora-chefe, e Letícia Lau, curadora assistente, nas galerias Xico Stockinger e Sotero Cosme da Casa de Cultura Mário Quintana, Centro Histórico, Porto Alegre, RS. Na ocasião a Secretaria também fará o lançamento do FAC setorial das Artes Visuais.

 

A exposição apresenta jovens produções artísticas com uma pluralidade de linguagens, suportes e mídias, dando continuidade da exposição “Futurama”, realizada em 2014, com o objetivo de mapear a produção recente e dar continuidade a pesquisa da curadora Ana Zavadil, autora do livro “Entre: curadoria A-Z”, de 2013, no qual foi registrada a produção artística gaúcha dos anos 2000 a 2010.

 

Os expositores, oriundos de algumas universidades do estado como a Universidade de Caxias do Sul, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade Feevale, Universidade do Extremo Sul Catarinense, e artistas com produções independentes. São eles: Adriani Araujo, Alan Cichela, Beatriz Harger, Cássio Campos, Chana de Moura, Camila Piovesan, Carine Krummenauer, Carolina Luchese,Cristine Losekann Marcon, Daiane Ferrari, Daniel Eizirik, Diane Sbardelotto, Eduardo  Andrejew, Gelson Soares, Gabriela Picancio, Gustavo Souza, Helena Alíbio, João Alberto Rodrigues, Juliana Veloso, Lidiane Fernandes, Lívia dos Santos, Lizandra Caon, Louise Kanefuku, Manoela Furtado, Mariana Riera, Nilton Santolin, Maria Luciana Firpo, Priscila Kisiolar, Rafael Terra, Sandro Bellorini, Tânia Oliveira, Thiago Quadros, Tom Ferrero e Vanessi Reis.

 
De 14 de junho a 24 de julho.

Livro de Adriana Fontes

A artista Adriana Fontes lança seu fotolivro “Vestes Vestígios Rastros do Tempo”, no dia 09 de junho, das 19h às 22h, na Livraria Argumento, Leblon, Rio de Janeiro, RJ. A edição bilíngue (português e inglês) é um desdobramento da instalação audiovisual de mesmo nome, realizada na Galeria do Lago, entre dezembro de 2014 e fevereiro de 2015. Com 100 páginas, o livro reúne 98 fotografias selecionadas da exposição. A direção de arte é de Roberto Caldas – Garagem Design Integrado, com selo da Editora Philae.

 

A Instalação “Vestes Vestígios Rastros do Tempo” que gerou o livro foi um site specific (trabalho de arte criado exclusivamente para a galeria),  desenvolvido a partir de estímulos sensoriais e poéticos do Palácio do Catete (atual Museu da República), com curadoria de Isabel Portella. Ao longo de 12 meses, Adriana capturou imagens e sons do museu numa “conversa” imaginária com o espaço, palco de tantos acontecimentos sociais, articulações políticas e momentos de comoção nacional. A pesquisa transformou-se em dois vídeos projetados em tecidos fluidos que pendiam do teto. As imagens e a trilha sonora remetiam ao palácio como um local imaginário, transportando o espectador a outros espaços. O livro reúne uma série de fotografias feitas para essa instalação, na Galeria do Lago.

 

“O olhar de Adriana Fontes recai sobre detalhes que a cercam e coloca sobre eles novas luzes. As fotos vão revelando a delicadeza captada por Adriana em fragmentos de um tempo que antes parecia estagnado. São rastros do passado, vestígios que deixam pistas do que ocorreu nos salões centenários do Palácio da República”, comenta Isabel Portella. “O fotolivro é mais do que uma reprodução das imagens da exposição. Aqui, o discurso toma uma forma bidimensional, num tempo linear e sequencial, determinado pelo próprio objeto. As imagens são trabalhadas em duplas, criando novas frases visuais e novas sequências poéticas. A impressão traz uma nova dimensão perceptiva, revelando estilos que passam do abstrato à fotografia clássica”, explica Roberto Caldas.

 

 
Sobre a artista

 

Adriana Fontes especializou-se em Figurino Histórico Teatral e Cinematográfico, na Escola Arte Moda, em Florença (Itália); e em Pintura na Escola de Belas Artes Massana, em Barcelona (Espanha). Graduou-se em Licenciatura em Artes pela Bennett, RJ, fez pós-graduação em História da Arte e da Arquitetura no Brasil na PUC-RJ, e mestrado em História Social da Cultura também pela PUC-RJ. Fez diversos cursos de pintura, desenho e escultura na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, RJ. Foi Professora de Artes (e Figurino) em projetos culturais e em cursos no Rio de Janeiro, como na Universidade Estácio de Sá. Foi Cenógrafa e Figurinista em diversas produções teatrais e cinematográficas, como no grupo O Tal. Atuou no Atelier de Cerâmica, desenvolvendo peças escultóricas e utilitárias. No campo de Arte e Educação, trabalhou em importantes projetos, como o Núcleo de teatro da Escola de Artes Visuais do Parque Lage; Programa Educativo do CCBB – RJ; Núcleo de crianças e jovens da Escola de Artes Visuais do Parque Lage; MAM Educação, RJ.; e Centro Cultural Telemar, RJ. Fez pesquisa histórica de arte para a novela “Paixões proibidas”. No Museu Histórico Nacional, RJ, realizou a pesquisa e curadoria pedagógica da exposição “Caminhos de Santiago”; “Arte no Período Românico em Castela e Leão”. Fez a coordenação pedagógica do programa educativo do Museu das telecomunicações/Centro Cultural Oi Futuro, RJ. Participou da exposição “Campo de Livros II” no Centro Cultural da Justiça Federal, RJ, com o livro de fotografias “Desalinho” com curadoria de Marcos Bonisson. Seus trabalhos em vídeo já foram apresentados em mostras no Parque Lage, RJ. e no Centro Cultural do Castelinho, RJ, com curadoria de Analu Cunha. Recentemente, no Centro Cultural Getúlio Vargas RJ, participou do “AVID”, mostra de vídeos experimentais com curadoria de Marcos Bonisson.

 

 
Sobre a Editora Philae

 

A Editora Philae foi fundada em 2011 pelos sócios Gabriela Weeks e Marcus Telles. Seus primeiros lançamentos foram romances de novos autores em língua portuguesa. Em sua estreia, foi contemplada com o Edital de Apoio a Novos Autores Fluminenses da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, com o romance “A escolha de Sócrates”, de Claudio Telles. Em 2014, iniciou seus lançamentos na área de artes, com o livro “Cabeça”, de Milton Machado, com apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro. Em setembro de 2015, lançou o aplicativo Casa da Marquesa de Santos, em convênio com a Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro e patrocínio da Prefeitura do Rio de Janeiro. Junto com a Secretaria de Cultura do Município do Rio de Janeiro, a editora está produzindo a exposição virtual e o livro com o acervo do Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro. Outro recente lançamento foi o livro comemorativo dos 20 anos de carreira do artista Walter Goldfarb, com patrocínio dos Correios.

 

Brennand por Emanoel Araújo

07/jun

A exposição “Francisco Brennand – Senhor da Várzea, da Argila e do Fogo”, no Santander Cultural, Centro Histórico, Porto Alegre, com curadoria de Emanoel Araújo, nas palavras de Sérgio Rial, presidente da entidade,  servirá de “…motivo de dupla comemoração para o Santander por reunir e trazer para Porto Alegre dois nomes consagrados nos meios cultural e artístico brasileiro. O olhar apurado do curador evidencia a grandiosidade das obras do artista pernambucano e enfrenta com maestria o desafio de colocar um trabalho tão cheio de significados e mitologia, em um espaço com arquitetura eclética e rico em detalhes como o Santander Cultural. Os visitantes poderão viver por alguns momentos o universo mágico criado por Francisco Brennand, a partir de 1971, data em que transforma em ateliê as antigas ruínas da abandonada Cerâmica São João, de propriedade do seu pai. Num terreno de 14 mil metros quadrados, duas mil esculturas se espalham por jardins, pátios e lagos deixando o lugar “prenhe de uma atmosfera profana e ao mesmo tempo quase sagrada”, na sensível visão de Emanoel Araujo. Pela busca de recriar, ou pelo menos se aproximar, desse ambiente tão rico de sentimentos, histórias e mistérios, a exposição foi dividida em quatro vertentes: o teatro das representações mitológicas; o corpo em transmutação interior; os frutos da terra e as vítimas históricas”. Em exibição, esculturas, pinturas e vídeos distribuídos pelas galerias do Santander Cultural. Paralela à mostra, serão apresentados na sala de cinema quatro filmes com o artista como tema central.

 

 

De 07 de junho a 04 de setembro.

Linguagens do corpo carioca

01/jun

O Museu de Arte do Rio inaugura “Linguagens do corpo carioca (a vertigem do Rio)”. Resultado de uma vasta pesquisa realizada sob a curadoria de Paulo Herkenhoff e cocuradoria de Milton Guran. A exposição reúne 800 obras de artistas consagrados – como Evandro Teixeira, Pierre Verger, Mario Testino, Bruno Veiga, Ana Stewart, Ricardo Chaves, Ricardo Beliel, Ana Kahn, Benoit Fournier, Marcia Zoet, Marcelo Correa, Daniel Martins, Alexandre Mazza, Gustavo Malheiros, – e nomes menos conhecidos, mas que igualmente captaram a essência da alma carioca por meio de seus trabalhos. A mostra integra a programação do “FotoRio 2016” e tem o apoio do banco J.P. Morgan.

 

“Linguagens do corpo carioca (a vertigem do Rio)” será inaugurada em 07 de junho, ocupando a galeria A do Pavilhão de Exposições. Para marcar a ocasião, às 11h, acontece uma Conversa de Galeria aberta ao público e com entrada gratuita. Participam do bate-papo os curadores e alguns dos artistas cujas obras integram a mostra.

 

Em cartaz durante os Jogos Olímpicos, a exposição toma como ponto de partida o corpo de quem vive na cidade para pôr em discussão a identidade social como uma espécie de gíria gestual. A abordagem transversal, característica comum às mais diversas mostras do MAR, se repete em “Linguagens do corpo carioca”, que é dividida em núcleos e traz à tona as mais diversas faces da vida na cidade.

 

Entre as tendências lançadas por aqui estão o highline (exercício de equilíbrio sobre uma fita elástica esticada entre dois pontos fixo no alto) e o surfe no trem. A camaradagem e a aproximação entre as classes, possível devido à segregação social marcante, estarão presentes em imagens do antigo Píer de Ipanema e dos cotidianos do samba e das comunidades. Também serão representadas as multidões nos jogos no Maracanã, manifestações políticas e até as filas do INSS. A famosa ginga das capas de discos da bossa nova, a cultura afro, a relação com o mar e personagens do imaginário do Rio também integram a mostra.

 

Na contramão das belezas de ser carioca, o visitante é confrontado com um Rio melancólico e marcado pela violência, por uma oposição ao prazer. Nesse contexto, três séries merecem destaque: a primeira, da artista Ana Khan, mostra o vazio deixado no exato local onde pessoas foram vítimas de balas perdidas; seguindo a mesma poética, fotos do coletivo Mão na Lata, feitas com uma câmera pinhole – que por ter uma fixação lenta da imagem não capta movimentos- mostram locais onde há somente construções, sem qualquer tipo de vida; fechando o núcleo, a série “Universidade Federal”, de Walter Carvalho, reflete sobre os lugares do crime na cidade.

Rio, Cidade-Sede

Mais de 10 pintores brasileiros mostram os encantos da cidade carioca sob a ótica naif aos visitantes do Museu Internacional de Arte Naïf, Cosme Velho, Rio de Janeiro, RJ, na exposição “Rio, Cidade-Sede Maravilhosa”. Patrocinada pela Secretaria Municipal de Cultura, a mostra abre no dia 02 de junho, e conta com cerca de 25 telas – muitas inéditas – retratando as praias, contornos e relevo da natureza exuberante do Rio de Janeiro através das pinceladas de artistas como Lia Mittarakis, Bebeth, Dalvan, Fabio Sombra, Ozias, Sergio Murillo, Roberto de Carvalho, Helena Coelho, Cezino e Tomzé.

 

Jacqueline Finkelstein, museóloga e diretora do MIAN, que assina a curadoria, destaca alguns quadros, como “Pichadores II” e “Piscinão de Ramos”, de Dalvan, além de um em especial, feito por Helena Coelho e doado pela artista para o fundador do MIAN, Lucien Finkelstein, quando ele comemorou seus 70 anos, “Homenagem aos 70 anos de Lucien”. A curadora dividiu a exposição em dois espaços: Galeria Sensorial, no térreo, e Sala de Atividades Educativas, no subsolo. Um gigantesco painel interativo localizado nos jardins do museu irá reproduzir a tela “Jardim Botânico” da artista Bebeth, possibilitando que os visitantes tirem fotos com os rostos posicionados nos locais indicados. A produção é assinada pela Arte Cultura, dirigida pela gestora cultural Patrícia Castro.

 

 

Esculturas táteis

 

Segundo Tatiana Levy, coordenadora sócio-educativa do MIAN, as seis esculturas táteis agregam um aspecto tridimensional às pinturas, uma vez que apresentam interpretações das obras, criadas pelas arte-educadoras Maria Matina e Licia Gomes, feitas a partir de materiais reutilizados. “As esculturas ficarão próximas de suas obras “mãe”, permitindo que através do toque o público sinta-se transportado para os Arcos da Lapa, Morro do Corcovado, Pão de Açúcar, Maracanã, Jardim Botânico e as praias. A ideia é brincar e imaginar-se parte da cidade, passeando através do olhar e do toque por atrativos culturais e naturais do Rio”, explica Tatiana.

 

 

Sobre o MIAN

 

Com 20 anos de existência, o MIAN é o maior museu de arte naïf da América Latina. Localizado no Cosme Velho, em um casarão do século XIX, próximo ao Trem do Corcovado, o museu conta com um acervo de 6 mil obras de artistas de todos os estados brasileiros e de mais de 100 países. As telas abrangem um período extenso desde o século XV até os dias atuais, oferecendo um panorama diversificado da arte naïf.

 

 

Até 31 de outubro.

Cristina Ataíde & Felipe Góes

31/mai

As salas da Galeria Virgílio, Pinheiros, São Paulo, SP, exibirão uma dupla de exposições paralelas com um ponto em comum: ambas são compostas por paisagens. A diferença entre elas está nas plataformas utilizadas e na fonte de inspiração das peças. Enquanto “Ocaso”, a individual do jovem artista brasileiro Felipe Góes, exibe telas com paisagens imaginárias, “Até o abraço”, da artista portuguesa Cristina Ataíde reúne esculturas e desenhos criados a partir dos cenários que ela observou em sua viagem pela Serra do Mar, no litoral do Brasil.

 

“Ocaso”, por Felipe Góes

 

A exposição tem curadoria de Douglas de Freitas da mais recente produção  de trabalhos de Felipe Góes, talento que ganha um destaque cada vez maior no cenário artístico nacional. Todas as obras são realizadas a partir de uma intenção inicial que se dissolve ao longo do processo da pintura: áreas alagadas podem se tornar planícies e nuvens se transformam em manchas indefinidas de cor, por exemplo. É desse processo que vem o nome “ocaso”, uma alusão ao momento em que algo termina ou chega ao seu limite. Tinta acrílica e guache, figuração e abstração, clareza de significado e ambiguidade são as técnicas e palavras-chave que definem os quadros de Felipe. O objetivo do artista é desconstruir os processos tradicionais das pinturas de paisagens, que remetem a lugares existentes, e ativar outras maneiras do público se relacionar com as imagens, traçando relações entre a obra e o repertório de lembranças e experiências de cada um.

 

“Até ao abraço”, por Cristina Ataíde

 

Em outra sala da galeria estarão reunidas as obras de Cristina Ataíde. Como grande parte de sua produção, as pequenas esculturas e desenhos foram produzidas durante uma viagem. “Os trabalhos refletem o afeto e a proximidade que experimento ao atravessar o Oceano e me sentir enleada com as pessoas e paisagens que toco e percorro, que tento compreender, viver e incorporar. Estas peças vão conviver e abraçar o espaço e fazer reviver as emoções que senti”, explica. Em 2012, depois de percorrer a Serra do Mar, totalmente imersa na Mata Atlântica, ela criou obras que revelam montanhas, rios e cidades. O nome da exposição “Até o abraço”, é um trecho de uma frase escrita pelo poeta alemão Novalis.

 

Sobre Cristina Ataíde

 

Nasceu em Viseu, Portugal. Vive e trabalha em Lisboa. A sua obra é feita muitas vezes em viagens, sempre transitando entre a escultura e o desenho, passando pela fotografia e vídeo. Licenciada em Escultura pela ESBAL em Lisboa, frequentou o Curso de Design de Equipamento da mesma escola. Foi diretora de produção de Escultura e Design da Madein, Alenquer, de 1987 a 1996, onde trabalhou com vários artistas como Anish Kapoor, Michelangelo Pistolleto, Keit Sonnier e Sergio Camargo. Também foi professora convidada da Universidade Lusofona em Lisboa de 1997 a 2012 e bolsista da Fundação Calouste Gulbenkian, F.L.A.D, Fundação Oriente e SEC. Fez algumas residências artísticas e diversas exposições internacionais.

 

 

De 08 de junho a 23 de julho.

Mostra de João Farkas

O povo, a paisagem e a vida na vila de Trancoso e arredores entre 1977 e 1993, compõem a exposição com 27 fotografias (sendo 4 impressas em alumínio de alta permanência, e as restantes emjato de tinta sobre papel de algodão, com qualidade museográfica,  nas dimensões de 60 x 90 cm), que João Farkas apresenta na Paulo Darzé Galeria de Arte, Salvador, Bahia.

 

A relação de João Farkas com Trancoso vem de longas datas, inteiramente verificado ao nos defrontarmos em suas imagens com a construção de casinhas de barro, a subsistência pela pesca, o lazer por meio da natureza, e um cenário da vida de um local pacato, através de seu povo, da sua paisagem e do seu cotidiano em imagens da vila de Trancoso e arredores entre 1977 e 1993.  Para o fotógrafo, a mostra, onde vemos um local pacato, tem o desejo que o hoje tenha orgulho deste ontem e reconheça a cultura local, além de alertar os turistas para a beleza e a magia, e que não se esqueçam de olhar o céu.

 

AntonioRisério, em longo texto no livro, onde analisa antropologicamente e historicamente a região, inicia dizendo: “As fotos de João Farkas me tocam assim, simultaneamente, em três planos: o estético (lembrando-me uma observação de Victor Hugo em Os Trabalhadores do Mar: à beleza basta ser bela para fazer bem), o histórico e o antropológico, sem nunca eclipsar o presente. Deixo a leitura do plano estético para filósofos, artistas e críticos do fazer artístico. E me concentro no Brasil profundo da zona cabralina de nossa fachada atlântica, hoje tantas vezes transformado e desfigurado. Não para analisá-lo, obviamente, que isto aqui não é um estudo ou ensaio. Mas para tocar em alguns pontos memoriais e presenciais que as belas fotos de Farkas avivam”.

 

Durante a abertura da mostra foi lançado – nacionalmente – o livro “Trancoso”, Editora Cobogó, com 128 páginas, projeto gráfico de Kiko Farkas, textos assinados porWalter Firmo e Antônio Risério, com apoio editorial da Paulo Darzé Galeria de Arte.

 

 

 

A palavra do artista

 

João Farkas e a Bahia é um amor antigo. “Tem aí uma história boa também, um parentesco indireto com Jorge Amado, porque meu tio Joelson, muito próximo a nós (casado com a irmã de minha mãe, Fanny) era irmão de Jorge e James. E a Bahia sempre foi uma coisa muito presente em nossa família. Meu pai, Thomas Farkas, tinha um fascínio brutal pela Bahia. Perguntado certa vez quem ele gostaria de ser se não fosse o Thomaz, respondeu: Batatinha. Vim muitas vezes a Salvador com ele e me hospedei algumas vezes na casa do Rio Vermelho, tendo sempre a riqueza cultural baiana muito presente”.

 

“Com Trancoso a coisa aconteceu na época da contracultura, após a ressaca da militância política. Foi uma descoberta do paraíso. E minha ligação foi imediata. Pensei em morar lá, comprei terreno, fiz casa e inúmeros amigos. Mas percebi que se morasse lá não faria o registro daquilo tudo que me parecia tão frágil e tão preciso. Aquele equilíbrio de séculos entre o homem e seu ambiente que nós mesmos os forasteiros acabaríamos alterando. Os fotógrafos que estavam por lá tinham as lentes mofadas e os filmes derretidos pelo calor. Era impossível trabalhar morando lá. Então eu virei um cigano que vinha sempre que possível e fotografava sistematicamente tudo: o trabalho, as festas, as casas, as pessoas. Fui aceito como uma pessoa local. Fotografava livremente”.

 

“Então quando começaram a sugerir que eu fizesse exposição deste material e livro eu pensei que os primeiros que deveriam ver este material e poder usufruir dele seria a própria comunidade. Daí nasceu o projeto de um Memorial do Povo, da Cultura e da Paisagem de Trancoso. Um pequeno museu que inauguramos agora em março de 2016. Foram 30 obras doadas que estão expostas provisoriamente no espaço da comunidade, no centro de Trancoso. Esta foi minha doação a eles. Doei também o uso de minhas imagens da vila para usos culturais. Uma das sensações mais gratificantes de minha vida foi ver o pessoal de Trancoso curtindo a exposição, reconhecendo amigos e parentes, discutindo as fotografias e a forma de vida de então. Maravilhoso”.

 

“Trazer isto a Salvador é outra missão, que o Paulo Darzé me ajuda a cumprir. A gente tem a sensação que a Bahia tem tantas coisas maravilhosas: a chapada, Itacaré, a costa do coco, do dendê, o recôncavo, a Baía de Camamu, é tanta coisa, tanta riqueza, que a região de Trancoso é mais usufruída pelos ‘sudestinos’ como diz Risério ou pelos franceses, italianos, holandeses e americanos do que pelos próprios baianos. É preciso incluir Trancoso na geografia dos soteropolitanos”.

 

 

Texto de Walter Firmo – De Quase Nada, Tudo

 

Ao pousar os olhos nas fotografias obtidas pela retina humanitária de João Farkas – numa memorável viagem aos confins de um paraíso terrestre em vias de extinção – penso no fazer fotográfico; ou como foi bom para a pintura o descobrimento da fotografia, uma vez que, libertada revelaram-se os Picassos e Dalis relegando o homem máquina fotográfica como um instrumento que se alimenta da realidade e que muito circunstancialmente nos devolve algo que vale a pena. A fotografia ainda é demasiadamente jovem (infinitos serão seus rumos) para um vaticínio seguro de sua maioridade como arte ou aquilo. Afinal o que é arte? Nestas fotografias tenho a sensação da gratificação do estar, do viver e isto me basta. O João é um emissário audaz, vigilante na arte de transmitir encantos mil a desafortunados cosmopolitanos. A função social da fotografia é também nos remeter o sopro da aragem e o doce perfume da felicidade e João segreda, na função decimal do segundo eterno “amém” folhas e sentimentos, luzes e arrabaldes daquela comunidade costeira arredia mas hospitaleira.O brilho de Farkas é puro estado sólido do espírito lírico, direito clássico na maneira de olhar o valor das coisas dimensionando o simples e transformando o quase nada em tudo, isto porque o toque mágico da lira do povo – preciso e paulatino – mostra o afago da necessidade de se ver nenhum momento supérfluo, porém, intimista e revelador.Visionário e carinhoso azuleja o singular na razão direta do cidadão que ama seu país, enaltecendo suas cores, expressando sua aldeia e sua gente, discursando o ambiente iluminado e as nuvens glorificadas; de quebra uma inesquecível aula de sociologia desnudando com elegância o caráter dos caboclos, mulatos e cafuzos “com todas as suas roupas comuns dependuradas salpicando de estrelas nosso chão”. É ele quem diz: “Eu queria uma coisa que saísse do coração, não importava o tamanho.” Aí a gente medita e também galopa o prazer do seu olhar, a candura, o mistério, ser feliz é estar, heróis de si mesmos, o riso, o digno, o gesto, a fatalidade de ser simples.Aliás, seu impiedoso olhar equilibra-se na fronteira do fio da navalha flutuando entre o simples e o simplório. Porém, nosso “intrépido” cavaleiro apeando o animal enleva e sublima o passeio – pé-ante-pé, de porta em porta – e empunhando o bisturi de sua intacta retina revela amálgamas da alma primeira valorizando olhos, caras e bocas, decifrando-nos num estudo psicológico “farkiano” toda a sofisticação do simples onde a crítica cede lugar à análise e as doçuras e sutilezas desfilam ao sol dará – pois foi assim que o artista escolheu.

 

 

Até 14 de maio.

Obras de Oswaldo Goeldi

30/mai

A galeria Bergamin & Gomide, Jardins, São Paulo, SP, apresenta a exposição “O Universo de Oswaldo Goeldi”. A obra de Oswaldo Goeldi impressiona pela amplitude e profundidade das questões que apresenta. Homens que vagam pelas superfícies negras da cena urbana, pescadores que trabalham em condições extremas, o mar como cenário frequente, personagens desconhecidos que no fundo não conseguem ocultar um sentimento de mistério e solidão.

 

Serão expostos 35 trabalhos do artista que virou referência mundial no campo da gravura. Ao invés de apresentar a sua obra de forma cronológica, temática ou formalista, o grupo de obras na exposição obedece uma sequência de associações que acontecem de forma fluída e subjetiva. Entre as obras selecionadas (xilogravuras, desenhos e aquarelas) estão aquelas com as temáticas mais marcantes de seu trabalho: a solidão, a vida cotidiana dos pescadores e dos homens urbanos.

 

Nas palavras do próprio artista “os fenômenos da natureza me empolgam – trovoadas, ventanias, nuvens pesadas, céu e mar, sol e chuva torrencial e noites cheias de mistério, pássaros e bichos. Os dramas da alma humana me consomem. Sinto-me bem com os simples e às vezes me confundo com eles.”

 

 

Sobre o artista

 

Gravador, desenhista, ilustrador e professor, Goeldi nasceu no Rio de Janeiro, em 1895, onde faleceu em 1961. Expôs na 25ª Bienal de Veneza em 1950 e ganhou o Prêmio de Gravura da 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951. Sua obra já participou de mais de uma centena de exposições póstumas no Brasil, Argentina, França, Portugal, Suíça e Espanha. Hoje, Goeldi é venerado no meio artístico e suas obras são matérias de referência no campo da gravura no mundo todo. Foi no ano de 1923, que iniciou experimentos com xilogravura com o intuito de “impor uma disciplina às divagações a que o desenho o levava”. Em depoimento ao crítico e poeta Ferreira Gullar conta ter sentido “a necessidade de dar controle a estas divagações”. Goeldi é considerado pelos experts como o Pai da Gravura Nacional.

 

 

De 02 de junho a 02 de julho.