Smithsonian em SP

10/ago

O Museu Afro Brasil, Parque do Ibirapuera, Portão 10, São Paulo, SP, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, e a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil anunciam a abertura da exposição “Gullah, Bahia, África”.

 

A mostra apresentará ao público a vida e a pesquisa pioneira desenvolvida pelo primeiro linguista afro-americano, Lorenzo Dow Turner. Expoente acadêmico da comunidade negra americana nos anos 1930, Turner identificou a fala da comunidade gullah, do sul dos EUA, e rastreou seus registros na África e no Brasil, ligando, dessa forma, comunidades da diáspora africana através da linguagem. Originalmente criada e exibida em 2010 pelo Anacostia Community Museum, integrante da Smithsonian Institution, de Washington DC (EUA), a exposição tem curadoria da brasileira Alcione Meira Amos.

 

Fazem parte da mostra fotografias que registram o trabalho de campo do professor Turner; um painel comparando palavras usadas no gullah, inglês e português do candomblé, com as suas origens nas línguas da África; um raro registro da fala gullah e cinco vídeos, incluindo “Raízes da África: ligações entre as palavras”, mostrando falantes de línguas africanas, um americano, um gullah e um brasileiro, que repetem as mesmas palavras em cada uma das línguas, demonstrando suas raízes africanas.

 

 

Sobre a exposição

 

“Gullah, Bahia, África” conta três histórias em uma: a trajetória acadêmica de Lorenzo Dow Turner; sua jornada para desvendar um código linguístico e suas descobertas, que atravessaram continentes. Já nos anos 1930, a pesquisa pioneira de Turner demonstrou que, apesar da escravidão, os africanos trazidos aos EUA transmitiam sua identidade cultural a seus descendentes por meio de palavras, músicas e histórias.  Estudioso de várias línguas africanas, como twi, ewe, iorubá, bambara e wolof, além do árabe, Turner utilizou seu conhecimento para se dedicar à pesquisa da fala da comunidade gullah/geechee, da Carolina do Sul e da Geórgia, no sul dos EUA, até então desprezada como um “inglês mal falado”.  Os estudos de Turner confirmaram que, pelo contrário, o povo Gullah falava uma língua crioula, com elementos linguísticos próprios e da cultura de seus ancestrais africanos.

 

As explorações linguísticas pela diáspora africana levaram Turner até a Bahia, onde ele novamente validou sua descoberta a respeito das continuidades africanas.  Uma das seções da exposição é dedicada à pesquisa do Professor Turner sobre cultura afro-brasileira na Bahia, juntamente com algumas das mesmas línguas que influenciaram o gullah. Na Bahia, a sobrevivência da cultura africana pode ser percebida por Lorenzo Dow Turner particularmente no candomblé, quando integrantes dos terreiros reconheciam palavras em gravações que ele havia feito em outras partes do mundo.  Os muitos escritos de Turner incluem o livro “Africanismos do Dialeto Gullah” (Africanisms in the Gullah Dialect), publicado em 1949, que permanece como uma das principais referências para a pesquisa das línguas crioulas.

 

Encontro com a curadora da exposição Alcione Meira Amos: ”A Coleção Fotográfica de Lorenzo Dow Turner: Gullah Bahia África e os Retornados Afro-Brasileiros”(com visita à exposição)

 

Local: Museu Afro Brasil (Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, Parque Ibirapuera, Portão 10, São Paulo, tel.: 11 3320-8900): 20/08, às 15h.

 

 

Sobre o Museu Afro Brasil

 

Inaugurado em 2004, a partir da coleção particular do diretor curador Emanoel Araujo, o Museu Afro Brasil construiu, ao longo de seus mais de 10 anos, uma trajetória de contribuições decisivas para a valorização do universo cultural brasileiro ao revelar a inventividade e ousadia de artistas brasileiros e internacionais, desde o século XVIII até a contemporaneidade.

 

O Museu Afro Brasil é uma instituição pública, subordinada à Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo e administrado pela Associação Museu Afro Brasil- Organização Social de Cultura. Ele conserva, em 11 mil m2 um acervo com mais de 6 mil obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas, de autores brasileiros e estrangeiros, produzidos entre o século XVIII e os dias de hoje. O acervo abarca diversos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiros, abordando temas como a religião, o trabalho, a arte, a escravidão, entre outros temas ao registrar a trajetória histórica e as influências africanas na construção da sociedade brasileira.

 

O Museu exibe parte do seu Acervo na Exposição de Longa Duração, realiza Exposições Temporárias e dispõe de um Auditório e de uma Biblioteca especializada que complementam sua Programação Cultural ao longo do ano.

 

 

Sobre o Anacostia CommunityMuseum

 

Museu integrante da Smithsonian Institution, o Anacostia está localizado em Washington DC (EUA) e abriu suas portas em 1967, como o primeiro museu comunitário do país financiado com recursos federais.  O nome atual foi adotado em 2006, quando o museu ampliou seu foco, originalmente com uma ênfase afro-americana, para examinar o impacto de questões sociais contemporâneas em comunidades urbanas.

 

 

Até 18 de outubro.

Schoeler Editions na SP-Arte/Foto 2025

07/ago

A Schoeler Editions participa da SP-Arte/Foto 2015, Shopping JK Iguatemi | 3º piso, Vila Olímpia, levando para seu stand portfólios e prints avulsos de consagrados fotógrafos brasileiros e estrangeiros, como Bob Wolfenson, Marcelo Greco, Peter Scheier, entre outros. Durante a feira, a Schoeler Editions também apresenta uma edição comemorativa do portfólio de Cristiano Mascaro, que terá um único exemplar para venda, e homenageia o fotógrafo e editor Jay Colton, em memória ao quinto ano de seu falecimento, com a exposição de uma versão especial do trabalho “Haiku of Flowers”.

 

Após se estabelecer no mercado com portfólios e projetos editoriais de luxo, em edições limitadas e confeccionados com materiais de primeira qualidade, a Schoeler Editions apresenta novidades na SP-Arte/Foto 2015, como os novos prints da coleção de Marcelo Greco, agora em tamanho 1,0 x 1,5 m, que serão exibidos pela primeira vez nessas dimensões. Além desses novos prints, o portfólio de Cristiano Mascaro ganha duas unidades, uma para exibição e outra para venda, em uma versão exclusiva – com revestimento em linho preto, acabamento sofisticado e todas as 18 fotografias assinadas individualmente pelo autor -, comemorando a venda de 30 portfólios do fotógrafo. Ainda durante a feira, a Schoeler Editions exibe uma versão especial do portfólio de Jay Colton, Haiku of Flowers: em caixa revestida com seda preta, o trabalho conta com 24 imagens do fotógrafo americano e 17 Haikus, caligrafados por Sanae Yamazaki, a lendária primeira mulher diretora de arte da Times Magazine.

 

Convidada a fazer parte do catálogo da Library of Congress (Estados Unidos) com três de seus títulos – “Diário da Viagem” de Peter Scheier, “Internal Affair” de Marcelo Greco e “Falling Beauty” de Christian Maldonado -, a Schoeler Editions da continuidade a seu cronograma de eventos e lançamentos, seguindo a proposta de elaborar projetos editoriais exclusivos. Todas estas edições poderão ser adquiridas durante a feira e, posteriormente, pelo site da editora.

 

 

De 20 a 23 de agosto.

Das ruas para as telas

A CAIXA Cultural Rio de Janeiro apresenta a mostra “Movimentos”, do artista visual André De Castro. A exposição traz retratos e referências de jovens que participaram de manifestações democráticas no Brasil, em 2013, e também na Turquia, Grécia e Estados Unidos, formando um painel com 35 telas em serigrafia. No dia da abertura, haverá o lançamento de um catálogo bilíngue produzido pela Aeroplano Editora e Pratt Press.

 

O painel que compõe a mostra, iniciado em 2013 e em constante expansão, está sendo concluído nas exposições do Brasil com telas inéditas. A escolha da técnica não foi por acaso. O silkscreen, também conhecido como serigrafia, é associado a movimentos políticos históricos e a mitificação de personalidades, como Che Guevara, Marilyn Monroe e o presidente Barack Obama, por exemplo. A exposição na CAIXA Cultural traz ainda um texto inédito, bilíngue, do historiador Daniel Aarão Reis.

 

Para reunir as imagens e referências de cada jovem, André De Castro manteve contato com os manifestantes pelo mesmo meio que eles utilizaram para organizar as passeatas na época: a internet.

 

“Busquei contato por hashtags, em grupos do Facebook e no Twitter. A grande maioria dos participantes é de jovens que estão sempre conectados, e assim que os identifiquei, conversei sobre o projeto e ​pedi a cada retratado que enviasse uma foto de rosto e respondesse a uma série de perguntas relacionadas ao movimento político de seu país e sua identidade”, conta André, que não pretende, com seu trabalho, enaltecer heróis ou representantes dos movimentos, mas usar a técnica da serigrafia para valorizar o conjunto formado por indivíduos únicos. ​

 

A individual já foi exibida em Miami, durante a Art Basel; e em Nova York, na BKLYN Fair e na Opus Galery; e foi vista por cerca de 30 mil pessoas em Brasília e Belo Horizonte. Este ano, para dedicar-se à exposição “Movimentos”, no Brasil, o artista transferiu seu estúdio para a antiga fábrica da Behring, no Rio de Janeiro.

 

 

Sobre o artista

 

Nascido no Brasil, o artista visual André De Castro vive e trabalha ​​entre o Rio de Janeiro e Nova York​. Em 2011, mudou-se para NY para cursar o Master of Fine Arts (MFA), no Pratt Institute e, desde 2013, mantém seu estúdio no bairro do Brooklyn e trabalha como diretor de arte na Saatchi and Saatchi.

 

Em 2009, André publicou seu primeiro livro “Funk – que batida é essa”, um conjunto de ilustrações que retratam o funk carioca, fruto do projeto de graduação na PUC, RJ. O artista venceu, em 2013, o prêmio ​Never Stop Never Settle, ​promovido pelo Pratt Institute e Hennessy US​ com o projeto “Movimentos”.

 

 

De 12 de agosto a 12 de setembro.

Tuca Reinés no Santander Cultural

06/ago

Em 2013, o Santander Cultural, Porto Alegre, RS, convidou Tuca Reinés para realizar uma série fotográfica de diversas cidades do país, onde foram instaladas, na época, as primeiras agências do segmento Select. Em pouco tempo de trabalho, o projeto superou as expectativas e se transformou num acervo sem precedentes sobre as cidades brasileiras no século 21. Muito mais que um registro, as imagens evidenciaram uma análise visual sobre a ocupação do espaço urbano por todo o Brasil, sob o olhar de um artista. A exposição “Tuca Reinés: o olhar vertical”, tem curadoria de Agnaldo Farias e está em exibição na Galeria superior da entidade.

 

 

Até 30 de agosto.

Faça aqui | Ana Luiza Dias Batista

O Ateliê397, Vila Madalena, São Paulo, SP, com apoio da Secretaria de Cultura do Estado de

São Paulo – via ProAC apresenta a exposição “Faça aqui”, em que a artista Ana Luiza Dias

Batista mostra seis trabalhos novos. “Faça aqui” é a nova exposição de Ana Luiza Dias Batista

no Ateliê397, na qual a artista apresenta trabalhos inéditos. O nome da exposição é retirado

de placas que ficam em frente a pequenos estabelecimentos comerciais, anunciando seus

serviços. Um dos referentes importantes para a construção de parte dos trabalhos em exibição

são os chaveiros, esses pequenos comércios, portinhas ou quiosques que, por ocuparem um

espaço reduzido, acabam por criar curiosas estratégias para expandir sua visibilidade no

espaço público.

 

Em um de seus trabalhos a artista se utiliza de chaves descartadas, construindo um chão de

chaveiro (cimento com chaves incrustradas) na calçada em frente ao espaço expositivo e no

corredor externo do Ateliê397. Dentre as chaves presas no chão, está a que abre a porta do

Ateliê. Outros trabalhos integram a mostra: uma instalação sonora, na entrada do galpão; uma

obra feita com um miolo de fechadura colocado diretamente na parede que gira

incessantemente; um trabalho feito com buchas e parafusos – também na parede – formando

um jogo “Resta um”; um cofre cortado de modo a lembrar um cubo-mágico, além de uma

instalação com placas de chaveiros em forma de chaves gigantes.

 

A exposição dá continuidade à investigação da artista, que frequentemente trabalha com

objetos já conhecidos, modificando seus tamanhos, seu funcionamento, seu trajeto, suas

proporções. Tais alterações acrescentam-lhes camadas, criam pequenos enigmas,

interrupções, estabelecem novos significados. Com uma obra na qual a relação estabelecida

entre os objetos de arte e os espectadores tem papel importante, a artista propõe uma

experiência onde a suspensão do entendimento imediato e cotidiano é estendida,

intensificando os efeitos do contato com a arte.

 

 

Sobre a artista

 

Ana Luiza Dias Batista nasceu em São Paulo em 1978. Em 2000 formou-se em artes plásticas na

ECA-USP. Em 2001 fez individuais no Centro Cultural São Paulo e na galeria Adriana Penteado,

São Paulo. No ano seguinte realizou, com Eurico Lopes e Rodrigo Matheus, o Plano Copan,

projeto independente no edifício paulista. Participou das coletivas 20 anos – 20 artistas, 2002,

CCSP, To be political it has to look nice, 2003, Apexart, Nova York, MAM [na] Oca, São Paulo,

2006 e do simpósio São Paulo S.A., Situação n. 2, 2002. Expôs individualmente no Centro Maria

Antônia, São Paulo, 2004. Recebeu a Bolsa Pampulha e, em 2007, apresentou individual no

Museu da Pampulha, Belo Horizonte. No ano seguinte concluiu mestrado em artes visuais na

ECA/USP e, ainda em São Paulo, realizou, com Laura Andreato e João Loureiro, Vistosa, projeto

independente contemplado no Prêmio Conexão Artes Visuais da Funarte. Em 2009,

apresentou a individual Programa na Estação Pinacoteca, São Paulo, e recebeu prêmio da

Secretaria de Cultura de São Paulo. Fez individuais nas galerias Mendes Wood, São Paulo (2010

e 2011), Ybakatu, Curitiba (2010) e Marília Razuk, São Paulo (2015). Em 2013 participou, entre

outras, das exposições Beyond the Library, Frankfurt Buchmesse / Hall 4.1, Frankfurt, e Itochu

Aoyama Art Square, Tokyo, Conversation Pieces, NBK, Berlin, Imagine Brazil / Artist’s Books,

Astrup Fearnley Museet, Oslo, e Économie Domestique, La Maudite, Paris. Em 2014, concluiu

seu doutorado na ECA-USP.

 

 

De 10 de agosto a 04 de setembro.

Casa Daros e o Cine Daros

A Casa Daros, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, realizará a terceira edição do “Cine Daros no Pátio”

entre os dias 12 a 16 de agosto de 2015, às 19h, com a exibição gratuita (em seu pátio

interno), de cinco animações feitas nas últimas duas décadas em quatro continentes

diferentes. Entre os títulos escolhidos estão clássicos como: “As Bicicletas de Belleville”, do

diretor Sylvain Chomet, e “Persépolis”, de Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud, e a recente

animação brasileira “Uma História de Amor e Fúria”, de Luiz Bolognesi, premiada em festivais

internacionais.

 

 

Cada um desses filmes apresenta técnicas e identidades visuais diferentes, desde animação

tradicional com traços simples e cores básicas de “Meu amigo Totoro” (1988) – do diretor

japonês renomado Hayao Miyasaki, do Studio Ghibli, referência no campo da animação

cinematográfico – à mistura de desenho artesanal e artifícios tridimensionais (“As Bicicletas de

Belleville”, de 2003), e ainda traços gráficos e expressionistas em preto e branco (“Persépolis”,

de 2007).  “Fantástico Senhor Raposo” (2009), de Wes Anderson encerrará a programação do

Cine Daros.

 

“Em comum esta seleção de animações têm a fantasia, que talvez tenha sido desde o início a

estratégia de fundo principal do gênero para conquistar tanto o público infantil quanto o

adulto”, diz a curadora Karen Harley. “Por meio da animação algumas verdadeiras estrelas

surgiram como o coelho Perna Longa, o rato Mickey Mouse, o ursinho Winnie the Pooh”,

completa Harley.

 

 

CINE DAROS – PROGRAMAÇÃO

 

Quarta-feira, dia 12 de agosto – “Meu amigo Totoro” (1988), Japão, 86min, livre. Direção de

Hayao Miyazaki

Sinopse: Produzido pelo Studio Ghibli (fundado em 1985 por Hayao Miyazaki, Isao Takahata e

Yoshio Suzuki, uma das principais empresas de animação do Japão), o filme conta a história de

duas irmãs e seus encontros com os espíritos das florestas no Japão do pós-guerra. Há aqui

uma forte conexão do fantástico com o sagrado. Este filme lançou a carreira internacional de

Miyazaki e a Walt Disney relançou o longa em 2006. “Totoro” é tão amado e conhecido pelas

crianças japonesas quanto Mickey Mouse ou Winnie the Pooh no Ocidente.

 

Quinta-feira, dia 13 de agosto – “As Bicicletas de Belleville” (2003), França,  78min, 10 anos.

 
Direção de Sylvain Chomet

 

Sinopse: Indicado ao Oscar de melhor longa-metragem de animação e melhor trilha sonora

original, narra – por meio de música a pantomima – a história de Champion, um menino que só

se sente feliz quando está pedalando sua bicicleta. O filme mistura uma estética da

modernidade que tomava conta nos anos 1920, que teve seu epicentro na França com o

esporte nacional de lá, o Tour de France –  a grande competição ciclista mundial. Muita música

(Ragtime), pantomima, referência ao cinema mudo, comentários Pop como alusão a filmes do

gênero Gangsters e principalmente um humor a la Jacques Tati estruturam esta divertida

mistura de nostalgia e metalinguagem com uma eloquente visão crítica do mundo.

 

Sexta-feira, dia 14 de agosto – “Persépolis” (2007), França e Estados Unidos, 96min, 12 anos.Direção de Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud

 
Sinopse:  Adaptacão da autobiografia em quadrinhos de Marjane Satrapi, uma iraniana nascida

em 1969, “Persépolis” conta a história de uma menina que vive a revolução islâmica no Iran

em 1979 e toda a opressão decorrente. Conforme ela se torna uma pessoa adulta, Marjane se

encontra dividida entre o ocidente e o oriente e tenta encontrar o seu lugar no mundo. O filme

é uma poesia visual, narrativa e sonora. Ganhou o Prêmio do Júri no Festival de Cannes, o

César Awards e foi indicado ao Oscar de melhor longa-metragem de animação.

 

Sábado, dia 15 de agosto– “O Fantástico Senhor Raposo” (2009), Estados Unidos, 87min, 10

anos. Direção de Wes Anderson. Vozes de George Clooney, Meryl Streep, Jason Schwartzman,

Mario Batali, Bill Murray,  Wes Anderson, Brian Cox, Hugo Guinness e Michael Gambon.

 

Sinopse: O Sr. Raposo (George Clooney), a Sra. Raposa (Meryl Streep) e seu filho Ash (Jason

Schwartzman) vão morar em uma árvore, localizada em uma colina. Lá eles têm como vizinhos

o Coelho (Mario Batali), o Texugo (Bill Murray) e a Doninha (Wes Anderson), entre outros

animais, todos com suas respectivas famílias. O Sr. Raposo prometeu à esposa que deixaria a

vida de roubos de galinhas, já que ela estava grávida. Desde então ele iniciou uma respeitável

carreira de colunista de jornal. Porém, a proximidade do novo lar com as fazendas de Boggis

(Brian Cox), Bunce (Hugo Guinness) e Bean (Michael Gambon) faz com que volte à velha vida,

às escondidas. Só que logo o trio de fazendeiros se une para capturá-lo.

 

Domingo, dia 16 de agosto– “Uma História de Amor e Fúria” (2013), Brasil, 98min, 12 anos.

Direção de Luiz Bolognesi

 

Sinopse: O filme retrata o amor entre um guerreiro imortal e Janaína, a mulher por quem é

apaixonado por 600 anos, em quatro fases da história do Brasil: a colonização, a escravidão, o

regime militar e o ano de 2096, quando haverá uma guerra por água. O longa tem traço e

linguagem de HQ e ganhou o prêmio de melhor filme de animação no Festival Internacional de

Animação de Annecy, na França.

Christian Boltanski na Baró : Heartbeats

05/ago

A Baró Galeria, Jardins, São Paulo, SP, exibe “ Heartbeats”, primeira exposição do artista

francês Christian Boltanski em uma galeria na América Latina. A mostra, é composta por uma

instalação imersiva que ocupa o térreo do espaço da galeria. A instalação é uma adaptação da

obra “work in progress” Les Archives du Coeur (Os Arquivos do Coração) que, desde 2005, vem

percorrendo diversas instituições de arte coletando batimentos cardíacos de audiências ao

redor do mundo. O trabalho – uma espécie de registro existencial universal, segundo o próprio

artista – vai ganhando forma a medida que esses registros públicos vão sendo adicionados ao

arquivo permanente do artista, instalado na remota ilha japonesa Teshima.

 

Em “Heartbeats”, o processo se inverte: em vez de coletar as batidas dos visitantes, Boltanski

compartilha suas próprias. Por meio de amplificadores, os sons ressoam pelo ambiente

convidando o público para um mergulho no coração do artista. O órgão, comumente associado

ao símbolo da vida, se apresenta aqui como elo comum ao mesmo tempo que compõe a

singularidade de todos os seres. Arquivos e diretórios fazem parte do fascínio do artista desde

os anos 1960. Para Boltanski, eles representam grandes paradoxos: se por um lado são uma

forma potente e preciosa de reconquistar as perdas, por outro são passíveis de limitações e

inverdades. A partir deles, seus trabalhos lançam reflexões acerca da morte, da passagem do

tempo e da luta pela conservação das “pequenas memórias emocionais”. Para ele, essas

últimas confrontam aquelas registradas em livros de história por serem as grandes

colecionadoras das particularidades das experiências humanas.

 

 

Sobre o artista

 

Christian Boltanski nasceu em 1944, em Paris e atualmente vive e trabalha em Malakoff, na

França. Escultor, fotógrafo, pintor e cineasta, é considerado hoje um dos mais consagrados

artistas contemporâneos. O francês foi vencedor de diversos prêmios incluindo o Kaiser Ring,

Goslar, em 2001, o Praemium Imperiale Award pela Japan Art Association, em 2007, e mais

recentemente o Generalitat Valenciana’s International Julio González Prize, este ano.

Participou das principais mostras de arte do mundo como a Documenta (1972, 1977 e 1987) e

a Bienal de Veneza (1980, 1993, 1995 e 2011) e teve grandes retrospectivas e individuais nas

mais renomadas instituições de arte incluindo o Centre Georges Pompidou, em Paris, os

museus de arte contemporânea de Chicago e de Los Angeles, o Park Avenue Armory, em Nova

Iorque e Serpentine e Whitechapel Gallery, em Londres. Boltanski também tem trabalhado

com projetos de teatro incluindo Théâtre du Châtelet, em Paris, e o Ruhr Triennale, na

Alemanha.

 

 

Sobre a galeria

 

A Baró Galeria abriu suas portas em 2010 e desde então se estabeleceu como referência em

arte internacional no circuito brasileiro. Dirigida por Maria Baró (espanhola de nascimento), a

galeria busca aprofundar o diálogo entre artistas, curadores, colecionadores e instituições

culturais através, principalmente, de trabalhos site-specific. Em sua nova fase, a galeria volta

sua atenção para grandes artistas que despontaram entre os anos 1970 e 1980, como o filipino

David Medalla, o mexicano e ex-integrante do grupo Fluxus, Felipe Ehrenberg, o brasileiro

Almandrade, o chinês Song Dong e agora o francês Christian Boltanski.

 

 

Até 12 de setembro.

Silvia Cintra + Box4 mostra Iole de Freitas

Em comemoração aos 70 anos da artista e paralela à exposição “O peso de cada um” no MAM-

RJ, abre nesta quinta, o6 de agosto, a segunda individual de Iole de Freitas na galeria Silvia

Cintra + Box4, Gávea, Rio de Janeiro, RJ. A  mostra vai até 03 de setembro.

 

 

Sobre a artista

 

Iole de Freitas nasceu em Belo Horizonte, 1945. Uma das mais importantes escultoras

brasileiras, Iole de Freitas faz intervenções espaciais em grandes prédios, sendo seu destaque

na Documenta Kassel de 2007 no prédio Fridericianum Museum. As esculturas são criadas com

arame, tela, aço, cobre e policarbonato modulares. Suas obras pertencem aos acervos do

MAM/Rio de Janeiro, MAM/São Paulo, MAC/Niterói, Pinacoteca do Estado de São Paulo,

Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte,

Museu de Arte Contemporânea, Porto Alegre, e várias fundações e museus do exterior. Entre

as diversas exposições individuais e coletivas em todo o mundo destacam-se: 9ª Bienal de Paris

(1975); 15ª Bienal Internacional de São Paulo (1981); exposição itinerante “Cartographies”

(1993), na Biblioteca Luis Ángel Aranjo (Bogotá, Colômbia), no Museo de Artes Visuales

Alejandro Otero (Caracas, Venezuela), na National Gallery (Ottawa, Canadá), no Bronx

Museum (Nova York, EUA) e na La Caixa (Madri, Espanha); Bienal Brasil Século XX (São Paulo,

1994); a individual “O corpo da escultura: a obra de Iole de Freitas”, curada por Paulo

Venancio Filho, no Museu de Arte Moderna de São Paulo e no Paço Imperial do Rio de Janeiro

(1997); Projeto de instalações permanentes do Museu do Açude, no Rio de Janeiro (1999);

individual no Centro de Arte Hélio Oiticica (Rio de Janeiro, 2000), “Iole de Freitas”, no Museu

Vale (Vila Velha, 2004), e “Iole de Freitas”, no Centro Cultural Banco do Brasil (Rio de Janeiro,

2005), todas com curadoria de Sônia Salzstein; 5ª Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2005). Em

2007 Iole foi convidada para realizar um projeto específico para a Documenta 12, de Kassel,

Alemanha, e em 2008 apresentou seu trabalho na Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre.

Em 2009-2010 expôs na Casa França-Brasil (Rio de Janeiro) e na Pinacoteca do Estado (São

Paulo), e participou da mostra “O Desejo da Forma” na Akademie der Kunst, em Berlim,

Alemanha. Na Art Rio 2012 recebeu destaque no Solo Projects com a curadoria de Pablo Leon

de La Barra.

Catálogo de Temporama

Neste sábado, dia 08 de agosto, às 16h, o MAM-Rio, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, lança o catálogo da exposição “Temporama”, de Dominique Gonzalez-Foerster, com as presenças da artista, do curador Pablo Leon de la Barra e da atriz Denise Milfont. A mostra, que tem curadoria de Pablo Léon de la Barra, ocupa uma área de 1.800 metros quadrados no segundo andar do MAM, e traz obras emblemáticas da artista produzidas entre 1985 e 1991, que foram reconstruídas pela primeira vez para esta exposição.

 

Está ainda em “Temporama” um único trabalho produzido este ano “uma piscina abstrata” com aparições fotográficas da artista caracterizada como Marilyn Monroe. Dominique Gonzalez-Foerster, que integrou a Documenta XI, em Kassel (2002), ganhará em setembro deste ano mostra no Centre Pompidou, em Paris, e em abril do ano que vem no prestigioso espaço K20, em Düsseldorf, Alemanha. Ela é uma das mais importantes artistas da sua geração, com obras históricas na produção artística internacional dos últimos vinte anos, que sempre integram importantes exposições. Esta é a primeira exposição individual da artista em uma instituição brasileira.

 

A mostra pode ser vista até este domingo, dia 09 de agosto.

Damián Ortega na Fortes Vilaça

A Galeria Fortes Vilaça, Vila Madalena, São Paulo, SP, apresenta “Paisagem”, a nova exposição de Damián Ortega. O artista mexicano emprega o isopor em dois novos trabalhos de grande escala. As instalações são um desenvolvimento do seu recente trabalho junto de escultores do carnaval carioca, no MAM do Rio de Janeiro. De um lado, o material de caráter efêmero se solidifica numa alusão à arquitetura modernista de São Paulo. De outro, ele se transforma numa paisagem abstrata onde sobras e desperdício desempenham papel central e revelam a ênfase dada ao processo.

 

Na obra “Abertura”, instalada no alto do saguão da galeria, Ortega recria em isopor e gesso uma secção do teto do terraço do Edifício Bretagne. Esse prédio, construído em 1959 e projetado por João Artacho Jurado, é considerado um marco da arquitetura paulistana. Os característicos círculos vazados do seu teto, que no prédio modernista permitem a passagem de luz e chuva, ecoam o desejo do artista de criar canais que conectem interior e exterior, como se sua obra fosse um exercício de abrir janelas.

 

Essa relação é explorada também em “Paisagem”, a instalação que dá nome à mostra. Ortega furou um cubo de isopor de 2,5 m a partir de seu centro, deixando que todo o pó do material se espalhasse pelo térreo da galeria. A “casca” do cubo permanece no espaço e age como a memória de sua forma, agora fragmentada em inúmeras partículas. Há aí uma certa ironia em fazer uma paisagem nevada para São Paulo, mas também o interessante jogo de trazer o interior do cubo para fora, que por sua vez está dentro de outro cubo, que é a galeria. Ortega enfatiza a experiência e o processo, evocando o interminável ciclo de transformação da matéria.

 

 

Sobre o artista

 

Damián Ortega nasceu na Cidade do México em 1967, e atualmente vive e trabalha entre sua cidade natal e Berlim. Entre suas exposições individuais, destacam-se: Casino, Hangar Bicocca (Milão, 2015); O Fim da Matéria, MAM (Rio de Janeiro, 2015); Cosmogonia Doméstica, Museo Jumex (Cidade do México, 2014); Apestraction, The Freud Museum (Londres, 2013); Do it yourself, Institute of Contemporary Art (Boston, 2009);  Champ de Vision, Centre Pompidou (Paris, 2008); The Uncertainty Principle, Tate Modern (Londres, 2005); Cosmic Thing, Institute of Contemporary Art (Filadélfia, 2002). Destacam-se ainda suas participações nas Bienais de Sharjah (2015), de Veneza (2013 e 2003), de Havana (2012), de São Paulo (2006), de Berlim (2006), de Sydney (2006) e de Gwangju (2002). Sua obra está presente em diversas coleções públicas ao redor do mundo, como MOMA (Nova York), MOCA (Los Angeles), CIFO (Miami), Centre Pompidou (Paris), Fundación Jumex (México) e Inhotim (Brumadinho), entre outras.

 

 

De 04 a 29 de agosto.