Colorbars de Marcelo Catalano

14/mar

As obras de Marcelo Catalano são convidativas e propõem um mergulho, uma imersão dentro das cores. Conhecido como grande colorista, e pelas famosas “colorbars”, de cores pensadas e racionalizadas para parecerem aleatórias e reflexivas, o trabalho do artista lembra a cidade que se assemelha ao seu sobrenome, a Catalunha, cenário de alta musicalidade e cor. Após um ano se dedicando à nova série que se destaca pela evolução da técnica e acabamento, além da chegada do prata e das cores fluorescentes, agora a ideia é propor  um mergulho intenso nos seus tons fortes e quentes. Catalano abre a mostra “Superfície” que acontece no dia 31 de março, na Tramas Galeria de Arte, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ.

 

As 12 telas (pintura sobre tela) inéditas convidam o público para uma viagem sensorial e estética das barras coloridas, que extravasam e invadem as paredes da galeria como uma linha melódica de suas composições de cores personalizadas, transparecendo ritmicamente como as teclas de um piano como se fosse uma composição real de várias entonações , sendo que de cores ao invés de sons.

 

A exposição ganha também obras que contém a palavra e a figura, recentemente introduzidas para o repertório do pintor/colorista que sempre alimentou o fascínio pela Pop Art e também pelas artes gráficas. A mostra “Superfície” é marcada pelas investigações das possibilidades da pintura na abstração geométrica e o gosto do artista pelas superfícies planas de cores chapadas.

 

Para a curadora Clarisse Tarran, que assina a exposição, “Superfície” nos traz um conjunto de obras que se relacionam como peças em um jogo aberto de vetores. “Marcelo Catalano caminha de suas linhas ritmadas para planos variáveis em volumes inesperados. A partir da marca primordial de sua pintura, as colorbars, com sua vibração ótica do espectro de cores intensas ou até ácidas, o artista vai nos provocando com pinturas-quase-objetos que se projetam, sutilmente, em um desdobramento da segunda para a terceira dimensão, nos remetendo a espaços topológicos. Questões pictóricas que nos levam à pergunta pintada em uma de suas telas: Why not?”, finaliza.

 

 

 

Sobre o artista

 

Jornalista por formação, e músico nas horas vagas (o artista foi guitarrista de uma banda de rock na década de 80 e excursionou pelo Brasil com o Double You na década de 90), neto do grande ator Humberto Catalano, que participou de mais de 60 filmes, começando no início do cinema mudo, Marcelo se inspira em tudo o que tem ritmo e camadas, como a música, a moda e a literatura. Iniciou os estudos de artes em março de 1999 na Escola de Artes Visuais do Parque Lage sob a supervisão de Ronaldo do Rego Macedo, Anna Bella Geiger, Fernando Cocchiarale e Daniel Senise, onde permaneceu até o outono de 2002.  Neste mesmo ano, recebeu o prêmio Heineken Novos Talentos da Pintura no Museu da República, Rio de Janeiro. Realizou exposições individuais em lugares como a Casa de Arte e Cultura Julieta de Serpa e Centro Cultural Cândido Mendes (Rio de Janeiro), Artefacto (Miami), Esfera (São Paulo) e coletiva na Galeria A gentil Carioca, entre outros espaços. Seus trabalhos já estiveram presentes em feiras como a Pinta (NYC) e SP Arte e estão em coleções como a do Heineken Museum (Amsterdam).

 

 

Até 30 de abril.

Segunda ocupação artística

09/mar

A artista visual Magrela é a convidada para esta segunda de ocupação artística, realizada pelo Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos (IPN), Gamboa, Rio de Janeiro, RJ, com a curadoria de Marco Antonio Teobaldo, idealizador do projeto.

 

A partir de um vasto repertório que reflete os problemas sociais dos grandes centros urbanos, o trabalho da artista surge como um multifacetado discurso sobre a indiferença a todo tipo de violência, intolerância racial, religiosa e de gênero. Uma denúncia social de alto porte e impacto.

 

Destaque na última ArtRua, Magrela criará uma grande pintura mural diretamente sobre as paredes da galeria. O resultado poderá ser conferido a partir do dia 12 de março na Galeria Pretos Novos, a rua Pedro Ernesto, 32.

 

 

De 12 de março a 14 de maio.

Visão Fontana no IBEU

02/mar

No dia 08 de março será inaugurada a exposição individual “Visão Fontana”, de Bruno Belo, artista selecionado através do edital do Programa de Exposições Ibeu. A mostra, que acontece na Galeria de Arte Ibeu, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, tem curadoria de Bruno Miguel.

 

Em “Visão Fontana”, Bruno Belo reúne um recorte da sua produção recente. A mostra apresenta trabalhos em tela e papel, em grandes e pequenas dimensões, executados com tinta a óleo, acrílica, aquarela e pó de grafite, todos inéditos. As obras apresentadas são o resultado de um trabalho desenvolvido a partir das inter-relações e reordenação de fragmentos de imagens, textos, apropriações, referências cinematográficas e da fotomontagem, expondo “camadas” da poética do artista.

 

A pintura se revela gradativamente em uma imagem pouco referencial. A ideia não é reproduzir o visível, mas entorná-lo neste meio pictórico, de cores lavadas, permitindo que imagens extraídas de fontes dessemelhantes possam se fundir em um processo de sobreposição de camadas e transparências.

 

“A construção do trabalho deriva da ideia de ‘Cut Up’, de W. S. Burroughs, e surge a partir de um processo de constantes projeções de imagens sobre a tela, utilizando um equipamentos antigo de 100mm, e também fotografias extraídas de fontes diversas, gerando assim novas possibilidades e construções ao processo de pintura. Isto revela uma convergência que não é unívoca, não reproduz verdades, mas produz sentidos. As imagens se confundem à essa pintura, na qual ambas não dariam conta da experiência a que se referem”, conta Bruno Belo.

 

Enxergar as coisas por igual “moda ave”, como dizia Manoel de Barros ao falar sobre visão fontana, se aproxima do trabalho do artista através das mudanças de percepção e desconstrução de significados – permitindo que fragmentos e partes se relacionem, mimetismos, contágio… Não é para ilustrar a experiência, mas revelar a nova substância. A “consciência descrita por círculos”, em que a imagem é um desdobramento de camadas – é de outra natureza.

 

“A pesquisa de Bruno é madura, tecnicamente impecável, conceitualmente firme e arriscada ao não tentar se enquadrar nas características mais óbvias de nossa geração”, descreve Bruno Miguel, curador da exposição.

 

 

Sobre o artista

 

Bruno Belo nasceu no Rio de Janeiro, RJ, 1983. Vive e trabalha em Petrópolis/RJ. Artista, graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Santa Úrsula, teve sua formação artística através de cursos livres e pelo acompanhamento e orientação de Luiz Ernesto, João Magalhães, Anna Bella Geiger, Fernando Cocchiarale, Glória Ferreira, Bruno Miguel e Daniela Labra. Foi selecionado para os programas da EAV e do Governo do Estado – Aprofundamento 2011; e Projeto de Pesquisa 2012. Participou de exposições no Brasil e exterior, dentre elas: Bienal do Recôncavo (BA); Declaring Independence (Eric Fischl Gallery, Phoenix, USA); 45º Salão De Arte Contemporânea (Piracicaba,SP); 13º Salão Nacional De Arte (Jataí, GO).

 

De 08 de março a 08 de abril.

Glauco Rodrigues, o filme

29/fev

Letícia Friedrich e Zeca Brito, produtores executivos do filme “Glauco do Brasil” iniciaram a divulgação e lançamento do filme dedicado ao grande artista brasileiro. Passados três anos do início do projeto de documentar a história do artista plástico Glauco Rodrigues, chegou o momento de prestigiar o resultado final dessa incrível jornada.

 

A Anti Filmes e a Boulevard Filmes, em parceria com a Cinemateca do MAM, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, convidam para a pré-estreia do documentário “Glauco do Brasil”, a realizar-se às 19h30 do dia 5 de março, data em que seria comemorado o 87º aniversário do artista. Será um momento muito especial para celebrar a arte através da carreira de um dos mais brilhantes artistas do Brasil. A estreia nacional do filme, ocorrerá dia 10 de março em salas de cinema de arte pelo país.

Fotos de Marich Devise

24/fev

A Galeria Aliança Francesa, Botafogo, Rio de Janeiro, exibirá a mostra “Paris – Rio Plages”, da fotógrafa francesa Marich Devise, ativista da fotografia social que usa a mídia fotográfica e o humor para criar laços entre membros das comunidades urbanas periféricas e abrí‐las à sociedade de consumo. A exposição apresenta cerca 22 fotografias realizadas em Paris e no Rio de Janeiro.

 

Marich Devise realiza um trabalho de documentação dos bairros e de seus moradores, com lógica de criação artística participativa. Esse pensamento deu luz a uma prática original do retrato de habitantes, inspirada em alguns fotógrafos africanos. Com a associação “Clichés Urbains”, a fotógrafa criou um conceito de estúdio móvel que pode ser instalado em espaço público, como existe na África. Assim, ela convida as pessoas a posar na frente de painéis representando outros cantos do mundo.

 

Esta exposição é o resultado da experiência em Paris e no Rio. “A ideia é oferecer a quem passar a possibilidade de tirar um retrato em frente a um cenário mostrando um outro lugar no planeta e instalado no espaço público, principalmente em Paris e no Rio de Janeiro”, afirma a fotógrafa.

 

A exposição da Galeria Aliança Francesa mostra o projeto de Marich Devise concretizado em 2014, ano da Copa do Mundo no Brasil. O estúdio da fotógrafa foi primeiramente instalado na praia de Copacabana onde o público podia ser retratado em frente a uma foto do Canal de l ́Ourcq debaixo da neve. Da mesma maneira, o estúdio foi instalado em Paris (19º arrondissement) durante o verão de 2014 e dentro do programa Paris Plages, convidando o público a ser retratado em frente a uma foto da praia de Copacabana. Cada retrato de Devise é uma performance participativa e um convite a se afastar dos clichê̂s usando a ilusão cômica que um participante foi retratado na cidade de um outro.

 

O objetivo desta exposição é a criação de um vínculo entre Paris e Rio, assim como a documentação detalhada de momentos de vida de pessoas que vivem ou simplesmente passeiam nessas duas cidades maravilhosas.  “Além de serem divertidas, as imagens retratam e comparam duas sociedades (a francesa e a brasileira) que têm muito mais em comum do que podemos imaginar, começando com uma profunda mistura do povo. É uma maneira de lembrar que a verdadeira humanidade abraça suas diferenças”, conclui a fotógrafa francesa.

 

 

Sobre a artista

 

Marie-Charlotte Devise se formou em Fotografia – diferentes formatos, estúdio e pós-produção – em Paris na década de 2000, paralelamente a uma carreira profissional jurídica e a um percurso pessoal de vivência no Brasil.

 

Realizou as exposições: FotoRio 2015 – Ser Carioca; Um Novo Olhar (Zona Portuária, Rio de Janeiro) – 150 retratos em cores, grande formato, expostos ao ar livre no bairro de Santo Cristo; Vila Curial (Paris, bairro 19) – 50 retratos em preto e branco, grande formato, expostos ao ar livre na Residência Edmond Michele e Inside Out (Paris, bairro 19) – 15 retratos em preto e branco, grande formato, expostos ao ar livre rue Archereau. Ganhou o Prêmio das mulheres pelo desenvolvimento sustentável, Mondadori, em 2013.

 

 

De 10 de março a 28 de maio.

Bate-papo na Caixa Rio

16/fev

A CAIXA Cultural, Centro, Rio de Janeiro, RJ, promove no dia 20 de fevereiro (sábado), das 15h às 16h, o bate-papo “Imagens de um corpo de mulher: (re)criações na obra de Clarice Lispector e Frida Kahlo”. A atividade é inspirada na exposição “Frida Kahlo – Conexões entre mulheres surrealistas no México” em cartaz no espaço até o dia 27 de março. A entrada é franca e serão oferecidas 30 vagas. As inscrições podem ser realizadas pelo e-mail agendamento@gentearteirarj.com.br.

 

O bate-papo é uma iniciativa do Programa Educativo CAIXA Gente Arteira e será conduzido por Letícia Gomes Montenegro, mestre em Teoria da Literatura Comparada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UERJ. A conversa, com a participação do público, terá como ponto de análise o corpo feminino e suas mudanças. A zona de fronteira entre a plasticidade e a textualidade, tanto da palavra quanto da imagem, serão trabalhadas neste diálogo, tendo como ponto de interseção o corpo.

 

O objetivo é traçar junto com os participantes uma leitura das pinturas de Frida e a relação de suas obras com os textos de Clarice Lispector no livro “Água Viva”, de 1973. Nessa obra, Clarice trabalha questões ligadas ao corpo como nascimento e morte, entre outros temas, comuns às pinturas de Frida.

 

“As duas artistas têm como ponto de convergência representar ou escrever sobre o corpo feminino sem usar estereótipos mas, sim, como expressões e experiências de suas próprias vidas”, explica Letícia Montenegro, que em sua dissertação de mestrado fez um paralelo entre a escritora Clarice Lispector – que também era pintora -, e a artista Frida Kahlo.

Na Galeria do Ateliê

02/fev

“Kitinete” é a primeira exposição a ocupar este ano a Galeria do Ateliê, Urca, Rio de Janeiro, RJ, apresentando cerca de 20 obras inéditas da artista visual Patrizia D’Angello que, desde 2008, vem trabalhando no cruzamento da fotografia com os cinco gêneros existentes da pintura: retrato, auto-retrato, natureza-morta, paisagem e nu, mostrando sua preferência pela pintura a óleo, pastel seco e aquarela que se dá pela possibilidade de manuseio e alterações durante o período em que elabora suas imagens com irônico realismo, a partir de referências de seus registros fotográficos ou apropriados de terceiros. A curadoria traz a assinatura do experiente Marco Antonio Teobaldo.

 

 

A palavra do curador

 

A obra de Patrizia D´Angello passa a largos passos de algum aspecto naïf, uma vez que cada detalhe é criado de um registro prévio, editado, transformado ou remixado sobre o suporte final. Sua intenção está em cada pincelada sobre a tela ou o papel, sem se intimidar com as escalas de seus trabalhos, que podem ser pequenos ou generosamente ampliados. Imagens de alimentos à mesa se apresentam de forma voluptuosa e em alguns casos, com forte apelo erótico. Assim como a fotografia se torna o ponto de partida para a referência de seus trabalhos, o vídeo assume o papel de registro final para a performance aplicada, que a artista realiza com amigos em volta de uma mesa de jantar, com uma elaborada sucessão de experiências sensoriais propostas aos seus participantes. O tato, aroma, visão, audição e paladar revelam diferentes expressões e reações que podem ser observadas na tela exibida no ambiente expositivo. Se na foto o registro caracteriza-se pelo espontâneo e inusitado, no vídeo existe a expectativa dos acontecimentos após cada estímulo provocado. Patrizia D’Angello apresenta as suas obras inéditas nesta exposição como um amigável convite para entrar em sua casa e conhecer sua intimidade, sem muita cerimônia. Pode entrar, fique à vontade! Patrízia D´Angello direciona seu objeto de estudo para alguns aspectos da rotina da vida doméstica e familiar. Momentos íntimos, memórias, pequenas histórias para serem contadas… As imagens são registradas e armazenadas em arquivos digitais ou impressas e guardadas em caixas, para que estejam disponíveis no momento adequado de transformá-las em obras de arte.

 

Sobre a artista

 

Patrizia D’Angello, vive e trabalha no Rio de Janeiro, formada em Artes Cênicas pela Uni-Rio, em Moda pela Cândido Mendes e com diversos cursos livres na EAV – Parque Lage. Entre as principais exposições estão: Novíssimos 2010 (Galeria Ibeu RJ), SAMAP (Casarão 34, João Pessoa PA 2010/2011) e Banquete Babilônia (individual Galeria Amarelonegro RJ 2011). Indicada ao Prêmio PIPA 2012.

 

 

De 19 de fevereiro até 08 de abril.

“Quem viver, Verão!”

01/fev

 

A terceira edição da mostra “Quem viver, Verão!” abriu o calendário 2016 da Sergio Gonçalves Galeria, na Rua do Rosário no Centro Histórico, Rio de Janeiro, RJ, reunindo obras de 46 artistas homenageando a estação que bem expressa o Rio de Janeiro.

 

 

“Neste ano a galeria abriu uma convocatória através do Facebook, lançando mão da rede social para poder alcançar o mais diverso número de artistas. Essa é a proposta da Mostra atual”, diz o marchand Sergio Gonçalves, proprietário da galeria que leva seu nome, “Assim como o verão é uma estação democrática e que as praias cariocas misturam todos os níveis sociais e toda nossa diversidade de raças e credos, a Sergio Gonçalves Galeria resolveu abrir o ano acolhendo artistas que nunca haviam exposto na galeria. Claro que tivemos que fazer uma triagem pois o número de inscrições foi bem superior ao que poderíamos mostrar, mas até isso foi uma surpresa agradável.”

 

 

A mostra deste ano conta com obras de artistas representados pela galeria e de nomes, até então, pouco conhecidos. Como é o caso de Ariadne Rigas, que expõe pela primeira vez no Brasil em “Quem viver, Verão!”. Americana de apenas 18 anos, Ariadne graduou-se no ano passado pelo International Center of Photography em New York.

 

 

“Me senti muito honrada em poder participar dessa mostra junto a tantos artistas conhecidos. Eu nunca havia imaginado que com apenas 18 anos eu já estaria expondo ao lado desses artistas no meu início de carreira.  A obra apresentada foi feita no Rio de Janeiro como parte de um projeto em que eu discuto a dicotomia entre riqueza e pobreza no Brasil. Esse projeto significa muito para mim e eu estou muito feliz em poder mostrar um pouco dessa série para um público como o da galeria, afirma Ariadne Rigas, que inicia no segundo semestre a Universidade de Artes Visuais em Nova Iorque.

 

 

Construindo suas obras a partir da apropriação de elementos do cotidiano, como bolas de futebol, tampas de garrafa, notas de dinheiro e mesas de sinuca, Felipe Barbosa também estará presente na mostra com a obra “Densidade”. Para o artista fluminense que é um dos representados pela Sergio Gonçalves Galeria, é sempre um prazer poder participar de mostras em que pode conhecer a obra de novos artistas e a interação com os novos talentos é sempre bem-vinda, sendo ele mesmo prova disso ao despontar para o mercado com apenas 22 anos de idade. Felipe abre paralelamente a mostra “Geodésia e Gelosia” na Galeria do Lago no Museu da República e em fevereiro terá uma mostra de suas obras no Museu Olímpico de Lausanne, Suíça.

 

 

Participam da coletiva os artistas: Ana Biolchini, Ana Tavares, Andréa Facchini, Ariadne Rigas, Cecilia Ribas, Claudia Hirszman, Cristina Sá, Deneir, Denise Campinho, Denize Torbes, Eda Miranda, Eduardo Ventura, Elmo Martins, EneGóes, Fabio Cançado, Fabio Carvalho, Felipe Barbosa, Gian Shimada, João Moura, Jorge Calfo, Jorge Fonseca, Karla Gravina, Leonardo Etero, Ligia Teixeira, Lourdes Barreto, Lucia de Bom, Luiz Carlos de Carvalho, Marcela Lanna, Marcelo Oliveira, Marcio Zardo, Marco Cavalcanti, Maria Cherman, Maria Lucia Paixão Maluf, Newman Schutze, Norma Mieko Okamura, Paulo Jorge Gonçalves, Paulo Mendes Faria, Rafael Bezerra, Raimundo Rodriguez, Renan Cepeda, Rita Manhães, Roberto Tavares, Rosana Ricalde, Sandra Passos, Virna Santolia e Wladimyr Jung

 

 

 

Até 27 de fevereiro.

Frida Kahlo na Caixa Cultural-Rio 

26/jan

A Caixa Cultural, Centro, Rio de Janeiro, RJ, em parceria com o Instituto Tomie Ohtake, apresenta a exposição “Frida Kahlo: conexões entre mulheres surrealistas no México”, que reúne 30 obras da grande artista nascida no México. Em torno desses trabalhos de Frida Kahlo – 20 óleos sobre tela e dez em papel, entre desenhos, colagens e litografias – estão cerca de cem obras de outras quatorze artistas, principalmente mulheres nascidas ou radicadas no México, autoras de potentes produções, como María Izquierdo, Remedios Varo, Leonora Carrington, Rosa Rolanda, Lola Álvarez Bravo, Lucienne Bloch, Alice Rahon, Kati Horna, Bridget Tichenor, Jacqueline Lamba, Bona de Mandiargues, Cordélia Urueta, Olga Costa e Sylvia Fein.  Quando esteve em cartaz no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo,a mostra atraiu 600 mil pessoas. Integrará a exposição uma mostra de filmes, dedicados às artistas Alice Rahon, Rara Avis, Jacqueline Lamba, Leonora Carrington, Remedios Varo, além de Frida Kahlo.

 

Com curadoria da pesquisadora Teresa Arcq, “Frida Kahlo: conexões entre mulheres surrealistas no México” proporciona ao público brasileiro um amplo panorama do pensamento plástico da artista, e revela a intrincada rede e o potente imaginário que se formaram tendo como eixo sua figura. A exposição, que abrange pinturas, esculturas e fotografias – além de vestimentas, acessórios, documentos, registros fotográficos, catálogos e reportagens – ocupará todo o espaço expositivo do segundo andar da Caixa Cultural.

 

A exposição foi idealizada e coordenada pelo Instituto Tomie Ohtake, de São Paulo, e tem o patrocínio da Caixa, com apoio da Secretaria de Relaciones Exteriores do México (SER), Embaixada do México no Brasil, do Instituto Nacional de Bellas Artes (INBA), do Consejo Nacional para la Cultura y las Artes (Conaculta) e do Conselho de Promoção Turística do México (CPTM).

 

Durante toda a sua vida, Frida Kahlo, nascida em 06 de julho de 1907, em Coyoacán, México, onde morreu em 13 de julho de 1954, pintou apenas 143 telas. Dentre as 20 pinturas de Frida na exposição, seis são autorretratos. Há ainda mais duas de suas telas que trazem a sua presença, como em “El abrazo de amor del Universo, la terra (México). Diego, yo y el senõr Xóloti” (1933), e “Diego em mi Pensamiento” (1943), além de uma litografia, “Frida y el aborto” (1932). Imagens de Frida Kahlo estão presentes ainda nas fotografias de Nickolas Muray, Bernard Silberstein, Hector Garcia, Martim Munkácsi, e na litografia “Nu (Frida Kahlo)” (1930), de Diego Rivera.

 

Teresa Arqc destaca que os autorretratos e os retratos simbólicos marcam “uma provocativa ruptura que separa o âmbito do público do estritamente privado”. “Em alguns de seus autorretratos Frida Kahlo, Maria Izquierdo e Rosa Rolanda elegeram cuidadosamente a identificação com o passado pré-hispânico e as culturas indígenas do México, utilizando ornamentos e acessórios que remetem a mulheres poderosas, como deusas ou tehuanas, apropriando-se das identidades destas matriarcas amazonas”, afirma. “Impressiona constatar como estas artistas subvertem o cânone para realizar uma exploração de sua psique carregada de símbolos e mitos pessoais”, observa a curadora. A presença vigorosa de Frida Kahlo perpassa ainda a exposição pelas obras de outras artistas que retrataram a sua figura icônica, como Cordélia Urueta. Por meio da fotografia, destacam-se os trabalhos de Lola Álvarez Bravo, Lucienne Bloch e Kati Horna.

 

 

Mostra de filmes

 

A Galeria 1, no térreo da Caixa Cultural, também com entrada gratuita, será transformada em espaço de exibição de filmes sobre as artistas Alice Rahon, Rara Avis, Jacqueline Lamba, Leonora Carrington, Remedios Varo e Frida Kahlo. A programação se repetirá nos mesmos horários, ao longo da exposição, com os filmes:

 

10h30 – Alice Rahon (2012), 64’, de Dominique e Julien Ferrandou (Produção: Seven Doc)

12h – Rara Avis – Bridget Tichenor (1985), 21’, de Tufic Makhlouf

12h30 – Jacqueline Lamba (2005), 120’, de Fabrice Maze (Produção: Seven Doc)

15h – The Life and Times of Frida Kahlo (2005), 90’, de Amy Stechler (Produção: Daylight

Films e WETA, Washington DC, in association with Latino)

17h – Leonora Carrington (2011), 107’, de Dominique e Julien Ferrandou (Produção:

Seven Doc)

19h – Remedios Varo (2013), 64’, de Tufic Makhlouf (Produção: Seven Doc)

 

 

Atmosfera criativa

 

A confluência dos grupos de exiladas europeias, como a inglesa Leonora Carrington, a francesa Alice Rahon, a espanhola Remedios Varo, a alemã Olga Costa (nascida Kostakovski) e a fotógrafa húngara Kati Horna, e das artistas que vieram dos Estados Unidos, como Bridget Tichenor e Rosa Rolanda, permanecendo no México o resto de suas vidas, além de outras visitantes vinculadas ao surrealismo, atraídas pelas culturas ancestrais mexicanas, como as francesas Jacqueline Lamba e Bona de Mandiargues, e a norte-americana Sylvia Fein, favoreceu a atmosfera criativa intelectual e uma completa rede de relações e influências com Kahlo e demais artistas mexicanas. “A multiplicidade cultural, rica em mitos, rituais e uma diversidades de sistemas e crenças espirituais influenciaram na transformação de suas criações. A estratégia surrealista da máscara e da fantasia, que no México forma parte dos rituais cotidianos em torno da vida, a morte no âmbito do sagrado, funcionava também como um recurso para abordar o tema da identidade e de gênero”, explica Teresa Arcq.

 

Paulo Miyada, curador do Instituto Tomie Ohtake, observa que a mostra permite confrontar uma face desafiadora do surrealismo, em que “a intensidade, dramaticidade e subjetividade das obras dessas artistas tornam este conjunto inquietante até para aqueles mais familiarizados com o movimento, que originalmente surgiu na França na década de 1920, tendo como maior predicado a tentativa de escapar do império do realismo e da racionalidade, acenando para o inconsciente, o acaso e o onírico”. “Na produção das artistas conectadas ao surrealismo que passaram pelo México, os tópicos já consagrados na discussão do surrealismo se multiplicam e extravasam muitas fronteiras, o que se reflete em imagens pungentes e inesquecíveis por suas cores e traços impositivos, pelos elementos da cultura nativa mexicana, pelos gestos confrontadores e pelo desprezo por qualquer convenção do que seja o bom gosto burguês tradicional”, completa.

 

Sobre a curadora

 

Teresa Arcq, historiadora de arte, Mestre em Museologia e Gestão em Arte e em Arte Cinematográfica pela Universidade de Casa Lamm na Cidade do México, trabalhou como curadora chefe do Museu de Arte Moderna da Cidade do México entre 2003 e 2006. Foi co-curadora da exposição A Arte de Mark Rothko – Coleção da The National Gallery of Art, e de várias exposições do acervo permanente, destacando-se a de Remedios Varo. A partir de 2007, como curadora independente produziu para o Museu de Arte Moderna da Cidade do México Remedios Varo – Cinco Chaves, uma retrospectiva em comemoração ao centenário do nascimento da artista inspirada em seu livro homólogo; e Alice Rahon – Uma surrealista no México, que também foi apresentada no El Cubo, em Tijuana. Arcq é Professora de História da Arte no Centro de Cultura Casa Lamm. Publicou vários ensaios e faz palestras sobre arte moderna mexicana, movimento avant-garde europeu e mulheres surrealistas no México, Estados Unidos, Europa e Ásia.

 

 

 

De 29 de janeiro a 27 de março.

Goldfarb em retrospecto

As duas décadas de carreira do artista carioca Walter Goldfarb estão sendo celebradas em “Walter Goldfarb – Retrospectiva 1995-2015: Ela não gostava de Monet”, sob curadoria de Vanda Klabin no Centro Cultural Correios, Centro, Rio e Janeiro, RJ, ocupando 1.000m2 de espaço expositivo. A mostra é um projeto da Graphos Brasil com produção da Artepadilla.  Essa panorâmica da produção de Goldfarb reúne cerca de 40 trabalhos pontuais, selecionados pela curadora, vindos de coleções institucionais e particulares do Brasil e do exterior, entre elas obras nunca exibidas, guardadas por Goldfarb, e telas de 2015.

 

Sobre as pinturas como um todo, Vanda Klabin assinala que “registram o desenvolvimento peculiar do seu laborioso exercício de ateliê e visa contemplar também as suas estruturas seriadas, que proporcionam articulações infinitas, dando espessura aos trabalhos e fornecendo consistência plástica ao olhar.”

 

A opção curatorial é a de privilegiar o enfrentamento visual e simbólico das obras, independentemente de datas, escolhidas entre as séries Teatros Bíblicos, Branca, Negra, Teatros do Corpo, Lisérgica e a mais recente Brinquedo de Roda, a partir de Heitor Villa-Lobos.

 

Nas telas de Teatros Bíblicos, de escala monumental, o artista discute a relação da escrita com a geometria e a figuração através das sagradas escrituras e da arquitetura bíblica. Entre as técnicas empregadas estão a impressão a fogo, o bordado e a costura em cânhamo, piche e couro de vaca sobre aninhagem e lona. Como exemplo dessa série, a pintura “Mezuzá” possui formato de pergaminho com seis metros de comprimento, com escrituras judaicas gravadas sobre lona crua, e estará ao lado do primeiro trabalho de Goldfarb com figuras humanas, quase esboços, pintadas com piche.

 

Na série Branca, a pintura de escassez, trata das relações entre o Cristianismo, Islamismo e Judaísmo através da ópera de Wagner, dos poemas de Teresa de Ávila e de mitos literários, como Fausto. O branco da têmpera toma conta da tela e a obra é feita com esboços de carvão, sem truques de sedução do olhar. O trabalho “Ela não Gostava de Monet”, que dá o título à exposição, reúne técnicas criadas pelo artista, como a pintura com esmerilhadeira no lugar do pincel, e bordados com fio retirado da própria lona do suporte.

 

Na Negra, a pintura sem luz, alude a Rembrandt, Goya, Velázquez, Da Vinci e Vermeer. Goldfarb substitui as áreas brancas da lona crua pelo preto das camadas com milhares de bastões de carvão (fusain). Submetidos a lavagens a cloro, os trabalhos revelam nuances alaranjadas e magentas, de acordo com a árvore que produziu o carvão.

 

Em Teatros do Corpo, as telas abordam a sexualidade na arte, o fetiche e a construção do corpo contemporâneo, espelhado no arquétipo greco-romano, partindo de uma pesquisa feita por Goldfarb em academias de ginástica da zona sul do Rio de Janeiro e na orla carioca. O artista anamorfoseia imagens de corpos de obras de Michelangelo, Caravaggio, Gustav Klimt e Egon Schiele com corpos de cartões postais de mulheres de fio dental na praia de Ipanema e Copacabana, revistas pornográficas femininas e masculinas, carnaval e lutas marciais.

 

Em reação às fases Branca e Negra, os trabalhos de Lisérgica buscam na solaridade do Rio de Janeiro a cor e a luz para uma reflexão sobre a possibilidade de uma pintura neo-impressionista, mesclada ao Barroco tão presente na obra de Goldfarb. A paleta lisérgica é feita da mistura de nanquim com anilinas alcoólicas, que mudam de acordo com a luminosidade e se alterarão infinitamente através da irradiação e temperatura da luz.

 

A série mais recente, Brinquedo de roda, é baseada nas cantigas de roda de Heitor Villa-Lobos. A pesquisa e a construção física das peças começaram em 2012. O conjunto é  formado por seis dípticos de grandes dimensões, em tons pastéis. Cada díptico é formado por duas telas: uma com detalhes de ornamentos arquitetônicos do Brasil Império em laca injetada na lona crua e bordados em Gobelin à mão e a outra com partituras das cantigas de Villa-Lobos, onde notas musicais aleatórias dançam como crianças rebeldes sobre as linhas dos pentagramas.

 

Walter Goldfarb é reconhecido por sua linguagem peculiar que mescla o fazer artesanal no exercício diário de ateliê, nos moldes dos mestres da Renascença e dos tecelões da Idade Média, com as vanguardas modernistas, impregnando os trabalhos de histórias e conceitos para além da arte pela arte, em telas de dimensões monumentais e técnicas incomuns, que quase nunca utilizam pincéis. É um artista contemporâneo mergulhado no curso da História da Arte no Ocidente e Oriente.
A curadora descreve, no texto do folder da mostra, características da fatura de Goldfarb: “[…] é uma  arte feita de construções e raspagens, onde aos fios de algodão são retirados da própria lona da tela, num procedimento de combinação e sobreposição das peças análogo ao modo com que aplica a tinta em seus quadros, seja pelos elementos fragmentários que se superpõem, num movimento realizado do fundo para a superfície, bem como o gosto pela composição cuidadosa e quase artesanal, como  se “tatuasse’ a realidade que habita o seu imaginário.”]

 

 

Sobre o artista

 

Foi no Centro Cultural Correios que Walter mostrou seu trabalho pela primeira vez, em 1995. No início da carreira, participou de salões e coletivas importantes como o Salão Carioca, Projeto Macunaíma [Funarte], Antárctica Artes com a Folha, selecionado pelos críticos Reynaldo Roels Jr., Fernando Cocchiarale e Lisette Lagnado, respectivamente. A partir de então, realiza regularmente individuais e expõe em feiras internacionais através de seus galeristas brasileiros e estrangeiros. Em 2010, Goldfarb foi escolhido, pela Academia Latina de Gravação de Hollywood, o Artista Visual do 11º Grammy, em Las Vegas. Sua obra ilustrou o catálogo dos indicados, milhares de ingressos e o pôster oficial do evento. Em sua lista de mostras, destacam-se as do Museu Nacional de Belas Artes, RJ, sob curadoria de Paulo Herkenhoff, atual diretor do MAR – Museu de Arte do Rio; no Museum of Latin American Art, Los Angeles, curada por Agustín, atual diretor do Museo Nacional de Arte do México, Jeu de Paume, Paris; no Domus Artium – Salamanca, Espanha; no Museu de Arte Contemporânea de São Paulo; no Culturgest/Caixa Geral de Depósitos, Lisboa; no Museo di Arte Moderna e Contemporanea di Trento e Rovereto, Itália, e no Museu Nacional de Belas Artes do Chile, entre outras. Walter Goldfarb tem obras nos acervos do MAR – Museu de Arte do Rio, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (coleção Gilberto Chateaubriand), Museu Nacional de Belas Artes, Museu de Arte Contemporânea de Niterói (coleção João Satamini), Museu de Arte de Miami (coleção Jorge Perez), da Fundacíon Golinelli, Bolonha-Veneza (Paolo e Marino Golinelli) e do Museu de Arte Moderna e Contemporânea, Lisboa (Colecção Comendador Joe Berardo), entre outros.

 

 

Até 28 de fevereiro.