Valéria Costa Pinto na Marsiaj Tempo Galeria

21/ago

A artista Valéria Costa Pinto, ocupa todo o espaço expositivo da Marsiaj Tempo Galeria,

Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, com a exposição “Do plano ao espaço”. A mostra apresenta obras

bidimensionais e tridimensionais, além de um site specific idealizado para o anexo da galeria.

 

Seu trabalho mais recente volta-se para a pesquisa da intercessão entre o interior e o exterior,

que se confundem nos diversos suportes da mostra: papel, cartão, madeira. A cor, usada

pontualmente pela artista ao longo de sua carreira, serve de ligação entre esses diversos

formatos. Vemos o uso do branco, preto e cinza, mesclados ao vermelho e gradações de rosa.

 

Com texto do crítico Paulo Sergio Duarte, a exposição é composta por seis prints (pigmento

mineral sobre papel de algodão), um relevo em papel e cinco em madeira, além de três

pequenas esculturas. No anexo da galeria, a pesquisa se adensa, radicalizando a ocupação do

espaço através de paredes avolumadas por formas geométricas e cores.

 

 

A palavra da artista

 

Valéria Costa Pinto traz para sua vasta e diversificada obra novas abordagens para as mesmas

questões, aquelas da Bauhaus e do construtivismo russo. “A obra não deve ser muda. É através

do movimento que faço essa interação, procurando sempre a relação entre espectador/obra.

Ora manipulando o objeto, ora fazendo com que o espectador se desloque no espaço ao

redor, ora transformando uma forma definida em outra diferente como se o objeto tivesse

vida. Um objeto dinâmico e não estável. Ressalto o valor afetivo e intuitivo com a obra.”

 

 

Até 12 de setembro.

Lidia Lisboa na Galeria Pretos Novos

20/ago

A Galeria Pretos Novos, Gamboa, Rio de Janeiro, RJ, inaugurou a exposição “Casulo”, da artista

visual Lidia Lisboa, com a curadoria de Marco Antonio Teobaldo. São vinte e uma obras em

dimensões variadas, realizadas em crochê, que lembram de imediato os formatos de casulos e

marsúpios, em que as tramas são formadas a partir de retalhos de tecidos rasgados e

reagrupados. A memória da infância da artista estabelece uma forte conexão com  sua recente

produção, na qual utiliza tecidos que possibilite criar tramas, construindo volumes e invólucros

vindos de uma espécie de viagem no tempo, em que algumas passagens de sua vida eram

envoltas por fantasias e sonhos de menina.

 

A partir da obra “Casulo” (que também serve de suporte para a sua performance de

mesmo nome), a artista apresenta um repertório muito peculiar que trata do recolhimento e

transformação, assim como pode ser observado na Natureza. Talvez por isso a escolha do

silêncio para executar a sua performance, que sugere o movimento feito pela lagarta antes de

adormecer coberta pelos seus fios e depois se libertar, já em outro corpo. Compete à artista,

confeccionar texturas e se desfazer delas quando não fica satisfeita com o resultado. Ela

persegue a forma desejada até alcançá-la.

 

Criada em uma família numerosa em que predominam as mulheres, Lidia Lisboa

encontrou-se com a maternidade aos treze anos de idade. Esta experiência marcante e

incrivelmente positiva (de acordo com as próprias palavras da artista), reaparece na poética de

sua série “Ventre”. Em formatos de úteros e marsúpios, seus trançados evocam a vida que está

por vir e reiteram a feminilidade tão presente em suas obras. Este ciclo criador surge em

outros trabalhos, semelhantes às ovas de animais em um estado letárgico como se ali dentro

existissem embriões germinando e prestes a eclodir.

 

Mesmo flertando com a moda e o design, a artista segue com o impulso de  formular

um pensamento sobre a criação da vida. Alguns de seus colares são feitos a partir da

justaposição de contas de cerâmicas moldadas a mão por ela mesma, formando um conjunto

que pode ser associado ao sagrado, tanto pela matéria de que é feito, quanto pelo formato.

Uma outra série de colares é feita a partir do desmembramento de bonecas de borracha e

plástico, reagrupadas com outros itens, de modo que formem um cordão de ordem aleatória,

mas que carrega em si uma forte carga dramática. Grande parte destas bonecas foram

encontradas pela artista, nas ruas de diferentes cidades por onde passou.

 

Não há como dissociar as experiências pessoais de Lidia Lisboa da sua inquietação

artística, revelando-nos uma produção biográfica, repleta de simbolismos e coberta de lirismo.

 

 

Até 17 de outubro.

 

CASULO

 

artista: Lidia Lisboa

curador: Marco Antonio Teobaldo

inauguração 19 de agosto – 18h

visitação 20 de agosto a 17 de outubro

terça a sexta – 12h > 18h

sábado – 10h > 13h

Galeria Pretos Novos

Rua Pedro Ernesto, 34 – Gamboa

fone 2516-7089

pretosnovos@pretosnovos.com.br

 

Um corpo e duas cabeças

Animais e plantas de cimento, pães calcinados; autorretratos, orelhas de ouro e prata aplicadas sobre conchas de caramujos, um divã carregado de simbologias. Em sentido literal e figurado, quase tudo o que Beatriz Carneiro e Ricardo Becker apresentam na exposição “Um corpo, Duas cabeças”, a partir do dia 29 de agosto, no Espaço Movimento Contemporâneo Brasileiro, EMCB, Horto, Rio de Janeiro, RJ, foi retirado “do fundo do baú” – seja de suas memórias ou de seus arquivos pessoais.

 

Dois nomes da cena contemporânea, eles vão apresentar suas reflexões, singularidades e experiências de arte em laboratórios espalhados pelo casarão do Horto, um imóvel tombado do início do século XIX. Duas instalações fluidas e livres vão ocupar salas, corredores, um pátio, e o segundo andar com obras reunidas pela curadora Cristina Burlamaqui.

 

 

Autorretrato com um mergulho em Brancusi, Magritte, Giacometti…

 

Ricardo Becker apresenta uma coletânea de trabalhos em que aborda questões autobiográficas, carregada de símbolos e autorretratos, além de fotos de partes de seu corpo. No trabalho de baralhos, o artista utiliza fotos de quando era criança.  Em outros reverencia artistas como Beyus, Brancusi e Giacometti. O ponto alto da instalação de Ricardo Becker é um  velho divã em couro utilizado na psicanálise, apoiado em quatro caramujos, no pátio, e faz composição com outros trabalhos do artista, feitos com galhos e fotos.

 

 

A palavra da curadora

 

“A visão consistente de Beatriz Carneiro, que transita entre escultura, instalação, pintura e videoarte, desponta como um antipoema dos anos 60, embeleza o processo do fazer e, mesmo quando usa materiais do cotidiano, foge da escultura tradicional, pois as obras se amontoam e vão invadindo os espaços”, analisa a Cristina.

 

“Becker apresenta sua produção desde os anos 80, com autorretratos, questões envolvendo sons e barulhos, como ‘orelhas de ouro e prata encravadas em grandes caramujos’. Ele mescla referências concretas com brincadeiras poéticas”, conclui Cristina Burlamaqui.

 

 

Um embate entre o Luxo e a Pobreza, a Natureza e a Civilização

 

Como base do laboratório de Beatriz Carneiro, elementos que poderiam ter sido resgatados de algum lugar da infância, como latas velhas amealhadas por aí, onde crescem plantas de cimento. Pães feitos de troncos calcinados e pés de javalis e tatus, reproduzidos em formas acimentadas, revelam o lado dark do seu trabalho, que tem forte conotação de arte povera, resgatando materiais simples e encontrados pelas suas andanças.

 

 

Sobre os artistas

 

Beatriz Carneiro é artista visual formada pela Escola Superior de Arte e Design de Genebra (Haute Ecole d’Art et Design Geneve – HEAD). A artista utiliza materiais orgânicos e industriais em pinturas, esculturas e vídeos. Dentre as exposições de Beatriz, destacam-se “Novas Aquisições 2012/2014 – Coleção Gilberto Chateaubriand” no MAM Rio e na Mercedes Viegas Arte Contemporânea. Nesta mesma galeria, ela ainda apresentou “Coletiva 12”, 2012-2013, “Construções para lugar nenhum”, 2012-2014 e “Cortes”.

 

Ricardo Becker é artista plástico e professor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Nos anos 80, ele começou a participar de exposições e teve destaque em mostras individuais, como “Desfazer Imagem” nas galerias Eduardo Fernandes, 2010 e Novembro, 2007, onde também esteve com o “Projeto Belvedere”, 2005. Dentre as exposições coletivas, Becker participou do V Salão da Bahia no MAM, 1998, no qual ganhou o prêmio Aquisição. Ele também fez parte do “Novas aquisições – Coleção Gilberto Chateaubriand” no MAM-Rio, 2004 e 2001. Em 20012, levou para a Casa de Cultura Laura Alvim o seu “Projeto Cisco”, com grande sucesso.

 

 

De 29 de agosto a 15 de outubro.

Esculturas no Rio

18/ago

Esculturas inéditas de pequeno e médio porte de 27 artistas do país inteiro estão reunidas no

segundo andar do Centro Cultural Justiça Federal, no Centro, Rio de Janeiro, RJ, dentro do

Festival de Esculturas do Rio. A exposição é uma pequena amostragem da Mostra Rio de

Esculturas Monumentais, que terá a segunda edição em julho do ano que vem, como parte do

calendário oficial das Olimpíadas Rio2016.

 

Os destaques são as obras dos cariocas Suzana Queiroga (foto), Frida Baranek, Antonio

Bernardo e do coletivo formado por Guga Ferraz, João Marcos Mancha e Leonardt Lauenstein.

Atenção também nos trabalhos do pernambucano Francisco Brennand, da sergipana Claudia

Nên e do mineiro Jorge Fonseca, selecionados pelos curadores Paulo Branquinho e Claudia

Dowek.

 

Até 27 de setembro.

Seminário

A partir dos temas presentes nas obras da exposição “Álbum de Família”, a curadora Daniella Géo organizou um seminário, que será realizado nos dias 25, 26 e 27 de agosto, no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, com dezoito profissionais de diversas áreas que discutirão ao longo de três dias, em painéis e mesas-redondas, este universo sob vários pontos de vista. Serão debatidos desde a condição de moradores de rua; envelhecimento e perda de memória; situações de violência, tanto domiciliar como externa, e o impacto que causam; diásporas e identidade cultural; às questões de rearranjos de gênero na contemporaneidade, a sexualidade e as paternidades.

 

Pesquisadora e doutora em Estudos Cinematográficos e Audiovisuais pela Université Sorbonne Nouvelle, de Paris, Daniella Géo fará a abertura do seminário, que terá a participação de artistas, antropólogos, sociólogos, psicanalistas e psicólogos, profissionais de saúde, advogados. O jornalista Eduardo Souza Lima será o mediador das mesas-redondas. A diretora e curadora do Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, Izabela Pucu, abordará o trabalho realizado pela instituição junto ao Projeto Circulando, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, que associa os equipamentos culturais da cidade no processo de reinserção social dos clientes dos abrigos municipais.

Conversa entre artista e curadora

14/ago


Neste sábado, dia 15 de agosto, às 16h, o MAM Rio, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, realiza uma conversa gratuita com a artista Iole de Freitas e a curadora Ligia Canongia na exposição “O peso de cada um”. A mostra, que pode ser vista até o dia 13 de setembro, ocupa o Espaço Monumental do Museu com uma instalação inédita, feita especialmente para o local, composta por três esculturas de grandes dimensões, duas suspensas e uma no chão, em aço inox espelhado e fosco, que pesam no total quase quatro toneladas. A exposição traz ainda trabalhos em vidro com impressão fotográfica sobre película, da série “Escrito na água”, de 1996/1999, pertencentes ao acervo da artista e da Coleção Gilberto Chateaubriand/ MAM Rio.

Cinema

Nesta quinta-feira, dia 13 de agosto, às 19h, o IED Rio realiza, às 19h, uma sessão gratuita de cinema na praia da Urca. Será exibido o filme “A Travessia”, documentário sobre a façanha de quatro remadores com deficiência física, dois homens e duas mulheres, que atravessaram a baía de Guanabara em canoas tailandesas, e um curta que mostra a transformação do Cassino da Urca, de sede abandonada da TV Tupi para o Istituto Europeo di Design. Imagens chocantes de como era o prédio antes da restauração, cenas antigas do funcionamento do Cassino e depoimentos de visitantes.

Projeto Ponto 1 na Casa Daros

12/ago

A Casa Daros, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, apresenta no dia 15 de agosto, às 16h, o projeto “Ponto 1″, uma ação cênica interativa que se desenvolve a partir do texto “As cidades invisíveis”, de Ítalo Calvino. O projeto é de Jefferson Miranda e Miwa Yanagizawa, que também atuará junto com os artistas Liliane Rovaris e Pedro Yudi.

 

A ação tem como ponto de partida a história de uma mulher, e as suas lembranças serão somadas às dos espectadores-participadores, que deverão levar um objeto afetivo e registros como fotos, cartas, cartões postais, entre outros.  As vagas são limitadas, e os interessados podem se inscrever pelo email inscricao@casadaros.net.

 

A dinâmica tem início quando ao chegar ao espaço da apresentação, o público é convidado a colocar seus objetos e os registros em uma caixa, e em seguida é recebido por um artista que lhe propõe a construção de uma cidade. Cada caixa representará uma casa, cada espectador um habitante, e os registros e objetos serão dispositivos que irão desencadear narrativas e afetos. “Mudam-se as paisagens, as profissões e as histórias vão se entrelaçando, desenrolando enquanto as relações vão se atualizando”, dizem Jefferson Miranda e Miwa Yanagizawa.

 

Duração aproximada: 2h

Capacidade de público: 17 a 20 espectadores
Valor: R$ 15,00.  Inscrição pelo e-mail: inscricao@casadaros.net

Livia Moura na Inox

10/ago

A Galeria Inox Arte Contemporânea, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro,RJ, inaugura a mostra “EVA POR AR” da artista plástica Livia Moura. São cinco obras inéditas – quatro fotografias e uma instalação feita com um pedaço de asfalto da Av. Brasil ligado à uma “nuvem de rendas”.

 

Para essa exposição, a artista utiliza técnica mista – nanquim, aquarela, canetinhas – e materiais rejeitados, como rendas e fios. No dia 24 de agosto, Livia Moura fará uma performance com a bailarina russa Dasha Lavrennikov chamada “O sonho da terra por debaixo do asfalto”.

 

De 11 a 29 de agosto.

Das ruas para as telas

07/ago

A CAIXA Cultural Rio de Janeiro apresenta a mostra “Movimentos”, do artista visual André De Castro. A exposição traz retratos e referências de jovens que participaram de manifestações democráticas no Brasil, em 2013, e também na Turquia, Grécia e Estados Unidos, formando um painel com 35 telas em serigrafia. No dia da abertura, haverá o lançamento de um catálogo bilíngue produzido pela Aeroplano Editora e Pratt Press.

 

O painel que compõe a mostra, iniciado em 2013 e em constante expansão, está sendo concluído nas exposições do Brasil com telas inéditas. A escolha da técnica não foi por acaso. O silkscreen, também conhecido como serigrafia, é associado a movimentos políticos históricos e a mitificação de personalidades, como Che Guevara, Marilyn Monroe e o presidente Barack Obama, por exemplo. A exposição na CAIXA Cultural traz ainda um texto inédito, bilíngue, do historiador Daniel Aarão Reis.

 

Para reunir as imagens e referências de cada jovem, André De Castro manteve contato com os manifestantes pelo mesmo meio que eles utilizaram para organizar as passeatas na época: a internet.

 

“Busquei contato por hashtags, em grupos do Facebook e no Twitter. A grande maioria dos participantes é de jovens que estão sempre conectados, e assim que os identifiquei, conversei sobre o projeto e ​pedi a cada retratado que enviasse uma foto de rosto e respondesse a uma série de perguntas relacionadas ao movimento político de seu país e sua identidade”, conta André, que não pretende, com seu trabalho, enaltecer heróis ou representantes dos movimentos, mas usar a técnica da serigrafia para valorizar o conjunto formado por indivíduos únicos. ​

 

A individual já foi exibida em Miami, durante a Art Basel; e em Nova York, na BKLYN Fair e na Opus Galery; e foi vista por cerca de 30 mil pessoas em Brasília e Belo Horizonte. Este ano, para dedicar-se à exposição “Movimentos”, no Brasil, o artista transferiu seu estúdio para a antiga fábrica da Behring, no Rio de Janeiro.

 

 

Sobre o artista

 

Nascido no Brasil, o artista visual André De Castro vive e trabalha ​​entre o Rio de Janeiro e Nova York​. Em 2011, mudou-se para NY para cursar o Master of Fine Arts (MFA), no Pratt Institute e, desde 2013, mantém seu estúdio no bairro do Brooklyn e trabalha como diretor de arte na Saatchi and Saatchi.

 

Em 2009, André publicou seu primeiro livro “Funk – que batida é essa”, um conjunto de ilustrações que retratam o funk carioca, fruto do projeto de graduação na PUC, RJ. O artista venceu, em 2013, o prêmio ​Never Stop Never Settle, ​promovido pelo Pratt Institute e Hennessy US​ com o projeto “Movimentos”.

 

 

De 12 de agosto a 12 de setembro.