Intervenções Bradesco ArtRio 2017

11/set

ArtRio-17

Os organizadores convidam para a inauguração da coletiva “Intervenções Bradesco ArtRio 2017”, mostra paralela à 7ª edição da Feira Internacional de Arte do Rio de Janeiro.

 

A abertura acontece no dia 12 de setembro (terça-feira), às 15hs, no pilotis e jardins do MAM Rio – Museu de Arte Moderna, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ.

 

O objetivo da exposição, que tem curadoria de Fernanda Lopes e Fernando Cocchiarale, é levar arte para locais públicos, permitindo novas articulações entre as obras, espaços e o público.

 

Os artistas participantes são: Débora Bolsoni, Floriano Romano, Guga Ferraz, Gustavo Prado, Joanar Cesar, João Loureiro, João Modé, Jorge Soledar, Lais Myrrha e Maya Dikstein.

Individual de Amelia Toledo

06/set

Um dos principais nomes da arte brasileira dos anos 1960, Amelia Toledo, 91 anos, ganhará exposição na Galeria Marcelo Guarnieri, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, a partir do dia 11 de setembro. Na mostra, serão apresentadas obras da série “Horizontes”, produzidas nas duas últimas décadas, sendo três esculturas e quatro pinturas. Em setembro, a artista também participará da exposição “Radical Women: Latin American Art, 1960 – 1985”, no Hammer Museum, em Los Angeles, que seguirá para o Brooklyn Museum, em Nova York, no próximo ano.

 

Serão apresentadas na Galeria Marcelo Guarnieri, obras da série “Horizontes”, iniciada nos anos 1990, com pinturas e de onde descendem esculturas. A série é resultado da investigação da artista sobre a paisagem, tanto do espaço pictórico, quanto do espaço físico. A linha do horizonte tem uma presença marcante na tradição da pintura ocidental figurativa, servindo como ponto de referência na construção da imagem e da relação que nosso corpo estabelece com ela. “Fatia de Horizonte”, escultura formada por uma chapa de aço inox em formato retangular, sendo ¼ dela polido e os outros ¾ oxidados, é uma peça que parece embaralhar categorias da dimensão espacial no momento em que produz uma espécie de elevação da linha do horizonte. A faixa espelhada da peça vertical alcança uma altura que a permite refletir aquilo que está acima de nossas cabeças, levando-nos a reorganizar nosso senso de direção no espaço. Podemos também circular por um conjunto de “Fatias de Horizonte” e nos perder entre elas: a experiência imersiva é uma frequente na produção de Amelia Toledo.

 

As pinturas são compostas por duas faixas de cores que ocupam, cada, uma metade da tela. O formato paisagem de alguns quadros – esse que tem a forma retangular onde a altura é menor que o comprimento – nos leva a associar os dois campos de cor às faixas do céu e da terra de uma pintura figurativa. O que vemos nas telas de Amelia Toledo, contudo, é uma investigação sobre a própria pintura, pelo uso e extroversão de seus padrões esquemáticos que se dá pela cor. O tensionamento entre tons de cores tão próximas dividindo o mesmo retângulo produz um tipo de vibração que, embora cause um efeito mais imediato à visão, mobiliza também, a um olhar mais demorado, outros sentidos.

 

 

Sobre a artista

 

Amelia Toledo nasceu em São Paulo, SP, em 1926. Vive e trabalha em São Paulo. Sua produção é marcada pelo uso de materiais distintos como bolhas de espuma, líquidos coloridos, pedras, conchas, chapas de alumínio ou acrílico e evidenciam um interesse profundo pelas questões da matéria, seja ela orgânica ou industrial. Transitando constantemente entre o controle formal e a intuição, Toledo investiga as relações que construímos com o espaço a partir da nossa sensibilidade às cores, substâncias, volumes, texturas e dimensões. Há nisso uma reflexão filosófica sobre os aspectos da linguagem, e que passa também por uma curiosidade científica sobre as estruturas não só do pensamento e dos sentidos, como também da própria natureza. Seu envolvimento com a ciência vem desde muito pequena, quando aprendeu, ainda criança, a manipular microscópios com seu pai que era cientista. Amelia Toledo, no entanto, gosta sempre de lembrar: “Se meu trabalho tem algo com a ciência, é com uma ciência ligada à intuição e a outros enfoques que não o racionalista”.

 

 

Até 18 de outubro.

Marcio Atherino e Rona Neves

05/set

A exposição “IndiviDuo”, que reúne trabalhos de dois talentos das artes visuais, aporta na Galeria Teste, Polo Têxtil, Rio Comprido, Rio de Janeiro, RJ, exibindo obras de Marcio Atherino e Rona Neves. Com curadoria de Flávia Tamoyo, a exposição resulta de uma vivência urbana, onde o aspecto psicológico se mostra nas figuras de um mundo contemporâneo, ansioso, claustrofóbico e individualista, porém, extremamente humano.

 

“Em estilos distintos com tema similar são estórias dentro de estórias geradas dentro de tantos gritos e sonhos o ser humano do mundo atual e cúmplice”, diz Flávia.

 

As obras do artista Marcio Atherino apresentam fortes traços contorcidos e intensos. Um trabalho que expressa o stress das grandes cidades através de pinceladas e materiais do cotidiano. Tanto a constante presença da figura humana quanto da caligrafia, reconhecidas nas imagens, tudo está a serviço da demonstração do caos psicológico e social do indivíduo em seu cotidiano.

 

Segundo Marcio Atherino, não há retoques, tudo ali é premeditadamente passional e espontâneo. “Num mundo individualista, nada como um quadro na parede refletindo sua opção individual, no único lugar de refúgio que sobrou, seu lar”, diz o artista.

 

Apresentando um trabalho intuitivo, livre, construído a partir do seu mundo particular, suas memórias, invenções, contos e lendas, Rona Neves possui obras que são fortemente influenciadas por imagens da sua infância, as escolas de samba, a folia de reis, as roupas no varal da sua casa, o candomblé, os bordados de sua mãe, e os brinquedos que eram confeccionados por seu avô.

“Aprendi a usar o que tinha em mãos, aquarela, lápis, pastel, carvão, esmalte, batom, maquiagem, tinta de parede. Sou urgente!”, conta Rona Neves. Inspirado pelo dia a dia da sua vida atual, o tempo e a rua são suas maiores fontes de criação.  Passeando por figuras, cores, animais, movimento e poesia, desenvolvendo um mundo onde a dura realidade também proporciona formas de beleza e contos de fadas, tal como no teatro. “Sou como minhas pinturas, sem moldura, sem bainha. Adoro coisas rachadas, quebradas, partidas… Aparentemente parecem sobras, mas sinto que se renovam quando coloco arte e poesia”, diz o artista.

 

 

Sobre os artistas

 

Mario Atherino vive e trabalha no Rio de Janeiro. Formado em Economia, trabalhou no mercado financeiro entregando-se mais tarde às artes plásticas. Estudou no Parque Lage e participou de curso intensivo no atelier de Charles Watson. Participou de várias exposições individuais e coletivas e suas obras já foram adquiridas por colecionadores no Brasil e no exterior.

 

Rona Neves nasceu e foi criado no subúrbio do Rio de Janeiro. Autodidata, pinta desde os 18 anos e trabalhou como cartazista e pintor cenotécnico em teatros no Rio de Janeiro. Este ofício lhe deu grande desenvoltura para pintar trabalhos em grande escala e com materiais variados. Pinta, desenha e cria instalações inspiradas em suas próprias histórias. Já dirigiu, produziu e escreveu filmes em curta-metragem dos quais alguns receberam premiações. Sendo ator, atualmente divide seu tempo entre sua casa em Laranjeiras e o atelier no Cosme Velho onde além de pintar, escreve peças de teatro e outras histórias.

 

Até 01 de outubro.

Martelinho de Ouro

Marcius Galan, em sua terceira individual na galeria Silvia Cintra + Box 4, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, apresenta uma série de objetos que dialogam com a Pintura, Arquitetura e o Desenho. São obras que provocam o olhar do espectador criando elementos de tensão entre os materiais e sugerindo uma reflexão sobre as relações de desarmonia e conflito.

 

Partindo de superfícies com pinturas automotivas, de cores neutras, o artista cria desenhos geométricos propondo uma interação entre esses objetos e a arquitetura. O desenho formado pelo atrito de objetos nessas pinturas tem a delicadeza de um traçado mínimo, mas também mostra uma agressividade ao violar a superfície de acabamento industrial.

 

“Martelinho de Ouro” é o nome do serviço especializado em reparar os pequenos riscos nas pinturas dos automóveis. Na exposição, o incômodo do risco da chave na pintura do carro novo e o som que esse atrito produz é justamente o ponto de partida das obras. Ora utilizando elementos de construção que saem da parede e agridem a superfície lisa da pintura, ora utilizando a parede como suporte para o desenho feito por estes materiais.

 

Além dessa série de pinturas, a exposição ainda apresenta três esculturas em ferro (vergalhões de construção), dispostas sobre bases com pintura automotiva. O movimento da escultura sobre esta base produz um desenho geométrico que neste caso deixa de ser um incômodo e se mostra como um movimento intencional de “riscar” a superfície com precisão.

 

 

Sobre o artista

 

Marcius Galan vive e trabalha em São Paulo. Participou de mostras importantes como a 29º Bienal de São Paulo e a 8º Bienal do Mercosul e tem mostrado sua obra com frequência nos principais museus do Brasil e no exterior, como Inhotim, MG; Museu de Arte de São Paulo; Museu de Arte Moderna de São Paulo e MAM-Rio; Pinacoteca do Estado de São Paulo; Palais de Tokyo, Paris; Museu Serralves, Portugal; MALBA, Buenos Aires, Argentina; Museum of Fine Arts Houston, USA; Guggenheim Bilbao, Espanha; entre outros. Em 2012 Marcius Galan foi o vencedor do Prêmio Pipa.

 

 

De 14 de setembro a 13 de outubro.

Nuno Ramos, “Grito e Paisagem”

04/set

Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a partir de 05 de setembro próximo a exposição “Grito e Paisagem”, de Nuno Ramos, um dos mais celebrados artistas da cena contemporânea nacional, com pinturas e desenhos inéditos e recentes, em grandes formatos. A mostra reúne no grande espaço térreo quatro pinturas com 1,85m de altura e 2,75m de largura, e profundidade em torno de 30 centímetros. A quinta pintura é maior, com 2,75 de altura e 3,70m de largura. Todas são feitas com vaselina, cera de abelha, pigmentos, tinta a óleo, tecidos, plásticos e metais sobre madeira.

 

 

Esta é a primeira vez que Nuno Ramos mostra no Rio de Janeiro suas pinturas com vaselina e tinta a óleo, em encáustica – técnica milenar de mistura a quente de pigmentos e cera – pesquisa que o destacou no cenário da arte nos anos 1980, e que abandonou no final da década seguinte. A partir de então, a produção de pintura do artista foi dedicada a seus “relevos”, imensas massas de materiais diversos que se lançavam para fora do suporte em uma profundidade de até quatro metros – que pode ser vista na premiada individual “Mar Morto”, na Anita Schwartz Galeria de Arte, em 2009.

 

 

Há três anos, a pintura voltou a ocupar o centro de seu interesse. Nuno Ramos retomou seu trabalho com encáustica e óleo. O resultado esteve em cinco pinturas mostradas na individual “Houyhnhnms”, na Pinacoteca do Estado de São Paulo, em 2015. Este processo se deu em continuidade a sua pesquisa da dádiva, da oferenda, da troca, existente em sociedades primitivas, que caracterizou a exposição “Um ensaio sobre a dádiva”, na Fundação Iberê Camargo em 2014, e que também permeou sua exposição “O globo da morte de tudo”, realizada junto com o artista e parceiro Eduardo Climachauska, na Anita Schwartz Galeria de Arte, em 2012.  “Comecei a fazer um sistema de trocas entre as duas pinturas, a com vaselina, parafina e tinta a óleo, e os relevos”, conta Nuno.  “A pintura vinha pedindo para habitar de novo”.

 

 

Os trabalhos atuais, nos quais está mergulhado desde dezembro do ano passado, “são muito diferentes dos quadros originais, dos anos 1980”, mas retomam em alguma medida essa espécie de “pântano de origem, um território onde as coisas afundam ou emergem, que me caracteriza desde o início e ao qual de alguma foram ainda sou fiel”, diz. “Agora tem muito mais cor. A outra pintura era mais monocromática, diferenciando-se apenas pela matéria e pelos objetos incluídos. As atuais são já diferenciadas desde o início, dada a presença da cor. Por isso, de alguma forma, apesar de bastante caóticas, parecem talvez mais organizadas”. As camadas sucessivas de massa pictórica chegam a pesar 300 quilos, e Nuno utiliza às vezes uma vassoura como unidade de pincelada dessa massa que atinge até 30 centímetros de profundidade, a que acrescenta outros elementos como metais, plásticos e tecidos. “Tem algo de uma paisagem literal, feita mesmo de matéria, uma exacerbação da matéria que precisa virar som, virar onda, grito, meio como “O Grito” de Munch”, explica, se referindo à icônica obra do pintor norueguês Edvard Munch (1863-1944). “Na verdade, talvez pudesse caracterizar meu trabalho como um todo como uma tentativa obsessiva para surpreender essa transformação da matéria em sentido, ou da paisagem em grito – por isso gostei tanto do título de Ungaretti.”

 

 

O título da exposição, “Grito e Paisagem”, faz referência à obra do poeta Giuseppe Ungaretti (1888-1970), um dos mais importantes do século 20. Filho de italianos, nasceu em Alexandria, no Egito, e lecionou na USP entre 1936 a 1942, tendo convivido com grandes intelectuais brasileiros da época. Foi em São Paulo que Ungaretti perdeu um filho de oito anos, em decorrência de apendicite, dor manifestada em alguns de seus lancinantes poemas. Em 1952, Ungaretti publicou “Un grido e paesaggi” (“Um grito e paisagens”, com ensaio de Piero Bigongiari e desenhos de Giorgio Morandi, Editora Schwarz, Milão).

 

 

“Adeus, cavalo”, o livro de ficção que Nuno Ramos lança em agosto, pela Editora Iluminuras, tem Ungaretti como personagem, ao lado de Procópio Ferreira e Nelson Cavaquinho.

 

 

Para o artista, sua produção atual representa um momento de convívio com uma questão original de todo o seu trabalho. Esta exposição na Anita Schwartz Galeria de Arte contrasta com a realizada no Centro Cultural Banco do Brasil de Belo Horizonte, em 2016, “O direito à preguiça”, “que era mais política, atual, ardida”. “Estou vendo o que faço com a pintura, essa substância que sempre esteve em mim, e que estou recuperando, mexendo neste pântano, nesta matéria verdadeira e antiga para mim”, diz. Nuno Ramos conta que este processo o tem deixado “loucamente alegre”. “A maior vingança, todo mundo sabe, é a alegria”, afirma.

 

 

 

Desenhos

 

 

Nuno Ramos destaca que nos últimos dez anos continuou desenhando muito, mas que este é um processo “espontâneo e muito rápido” – “de 3 a 10 minutos” – muito diferente do tempo despendido em uma pintura. No segundo andar expositivo da galeria estarão desenhos da série “Rocha de gritos” (2017), em pastel, grafite e carvão sobre papel, também em grande formato. O nome da série vem de um verso de Ungaretti: “A vida mais não é,/ Detida no fundo da garganta,/ Que uma rocha de gritos” (“Tudo Perdi”, na publicação “Daquela Estrela à Outra”, tradução de Haroldo de Campos e Aurora F. Bernardini, Editora Ateliê Editorial, 2004).

 

 

 

Sobre o artista

 

 

Nuno Ramos nasceu em 1960, em São Paulo, onde vive e trabalha. Formou-se em Filosofia pela Universidade de São Paulo em 1982. Artista plástico e escritor, participou de várias bienais, como a de Veneza, em 1995, onde foi o artista representante do pavilhão brasileiro, e das edições de 1985, 1989, 1994 e 2010 da Bienal Internacional de São Paulo. Também integrou a 5ª Bienal do Mercosul, em Porto Alegre, em 2005, e a 2ª Bienal de La Habana, Havana, em 1989. Outras mostras coletivas de destaque são em “Moving – Norman Foster on Art”, no Carré d’Art Museum, Nîmes, França, em 2013, e “First Escape and Rescue Plan for the Rhine-Main Region”, na Künstlerhaus Mousonturm, em Frankfurt, Alemanha, em 2014. Entre suas exposições individuais, destacam-se “Morte das Casas”, Centro Cultural Banco do Brasil (2004); “Nuno Ramos”, Instituto Cultural Tomie Ohtake (2006); “Mar Morto”, Galeria Anita Schwarz, Rio de Janeiro (2009), ganhadora do Prêmio Bravo! – Melhor exposição do ano; “Fruto Estranho”, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (2010); “O globo da morte de tudo”, em parceria com Eduardo Climachauska, na Galeria Anita Schwartz, no Rio de Janeiro e “3 Lamas (Ai, pareciam eternas!)”, na Galeria Celma Albuquerque, em Belo Horizonte,  em 2012; “Ensaio Sobre a Dádiva”, na Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre, em 2014; e “Houyhnhnms”, na Estação Pinacoteca em São Paulo, em 2015. Ganhou diversos prêmios, incluindo o Grand Award (pelo conjunto da obra) – da Barnett Newmann Foundation (2007). Ganhou, como escritor, os Prêmios Portugal Telecom dos anos 2009 (pelo livro “Ó”, Melhor livro do ano) e 2012 (pelo livro “Junco”, Melhor livro de Poesia). Publicou em 1993 o livro “Cujo”, pela Editora 34; “Minha Fantasma” (edição de autor, 2000); “O Pão do Corvo” (Editora 34, 2001); “Ensaio Geral” (Editora Globo, 2008); “Ó” (Editora Iluminuras, 2009), ganhador do Prêmio Portugal Telecom de Literatura; “O Mau Vidraceiro” (Editora Globo, 2010); “Nuno Ramos” (Editora Cobogó, 2011); “Junco” (Editora Iluminuras, 2011); e “Sermões” (Editora Iluminuras, 2015).

 

Podemos encontrar ainda em sua produção gravuras, pinturas, fotografias, instalações, vídeos e canções.

 

 

Até 11 de novembro.

Digitais

A Galeria de Arte Solar, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, promove a exposição “Digitais”; com “peças de arte produzidas através do meio digital, como documentos eletrônicos codificados em dígitos binários e acessados por meio de sistemas computacionais”.

A coordenação é de Osvaldo Carvalho e conta com a participação de quatro artistas. A mostra busca ampliar e compartilhar experiências pessoais de maneira colaborativa. Leva-se em consideração o significado duplo da palavra digitais, que ora remete a ferramentas de criação, softwares e hardwares e ora remete à identidade online de cada indivíduo.

“Digitais” apresenta ainda grande inspiração do universo urbano, onde é possível ver a cidade contemporânea e sua pluralidade de percepções. As peças buscam instigar o olhar, estimular o pensamento e transpassar linguagens aos visitantes.

 

 

Sobre o Solar Meninos de Luz

 

O Solar Meninos de Luz é uma organização civil e filantrópica, que promove educação integral, cultura, esportes, apoio à profissionalização, cuidados básicos de saúde e de assistência social às famílias com maior nível de desestruturação das comunidades Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, ambas no Rio de Janeiro. A obra possui 33 anos de existência e comemorou 25 anos do Programa Educação Integral em 2016. As 400 crianças de 03 meses até 18 anos de idade permanecem no Solar, do Berçário ao Ensino Médio, ingressando em universidades e bons empregos.

 

 

Artistas participantes:

Dalton Romão, Edson Landim, Ricardo Bhering e Sonia Gil.

 

 

De 14 de setembro a 28 de outubro.

Duas Vezes Matheus Rocha Pitta

31/ago

O artista visual Matheus Rocha Pitta coleciona desde a adolescência uma série de recortes de jornais, em um arquivo que hoje tem cerca de 10 mil imagens. Uma seleção desse arquivo, com fotos sobre as manifestações que ocorreram em diversas cidades do Brasil, foi o ponto de partida para as exposições “The Fool’s Year”, que o artista inaugura no dia 05 de setembro, na galeria Athena Contemporânea, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, e “O Reino do Céu”, no dia 09 de setembro, em uma casa no bairro da Glória. As duas mostras tratam de questões urgentes e trazem uma reflexão sobre os acontecimentos atuais”, diz Matheus Rocha Pitta.

 

 

THE FOOL´S YEAR

 

Na galeria Athena Contemporânea, será apresentada uma única instalação, que dá nome à mostra. A obra é um grande calendário, com 365 dias, onde, no lugar de cada dia, há uma foto de jornal de manifestantes com cartazes ou bandeiras. O artista substituiu as demandas politicas pela data 1ode abril, repetindo esse mesmo dia em todo o calendário. “O 1o de abril não é só o dia da mentira, mas sim o dia em que a verdade e a mentira se confundem. Se vivemos no tempo da pós-verdade então habitamos um eterno primeiro de abril”, afirma o artista.  O calendário foi mostrado em Berlim, onde Matheus passou um ano na residência Kunstlerhaus Bethanien. O dia da mentira em inglês se chama “Fool’s Day”, portanto, o calendário, realizado em Berlim, se chama “Fool’s Year”. A mostra será acompanhada de um texto da crítica de arte Luisa Duarte.

 

 

O REINO DO CÉU

 

Num galpão no bairro da Glória, uma igreja é montada: “O Reino do Céu”, ambiente onde imagens de gás lacrimogênio lançados sobre civis são articuladas em torno de um vocabulário cristão, tais como uma cruz e uma pia batismal. “O público é convidado a percorrer a instalação, que tem um caráter imersivo, semelhante a um caminhar nas nuvens”, afirma. Rocha Pitta faz uma comparação entre as nuvens da iconografia cristã com as nuvens de gás das policias de todo o mundo. “Descontextualizadas, a articulação das imagens no ambiente da igreja apontam pra uma leitura perturbadora do nosso cenário politico”, ressalta. A mostra será acompanhada de um texto do crítico de arte Ulisses Carrilho.

 

 

Sobre o artista

 

Matheus Rocha Pitta nasceu em Tiradentes, Minas Gerais, em 1980. Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Dentre suas principais exposições individuais estão: “Aos Vencedores as Batatas”, no Kunstlerhaus Bethaniene, e “The Fool’s Year”, no SOX, ambas em Berlim, Alemanha, este ano; Golpe de Graça”, na Casa França-Brasil, em 2016; a mostra na Fondazione Morra Greco, em Nápoles, Itália, em 2013; “Dois Reais”, no Paço Imperial, em 2012; “Galeria de Valores”, no CCBB Rio, e “Olho de Peixe”, no Oi Futuro, ambas em 2010, entre outras. Dentre as exposições coletivas estão “Modos de Ver o Brasil: Itaú Cultural 30 anos”, no Museu da Cidade | OCA, em São Paulo, este ano; “What Separate Us”, na Sala Brasil, em Londres, “A Queda do Céu”, no Sesc Rio Preto e “Ao Amor do Público”, no Museu de Arte do Rio, ambas em 2016; “Quarta-feira de Cinzas”, na EAV Parque Lage, “A Queda do Céu”, no Paço das Artes, em São Paulo, “Do Valongo à Favela”, no  Museu de Arte do Rio e “Alimentário”, no Museu da Cidade | OCA – São Paulo, ambas em 2015; “Bienal de Taipei: The Great Acceleration | Art In The Anthopocene”, no Museu de Belas Artes de Taipei, “Medos Modernos”, no Instituto Tomie Ohtake, “Prêmio Arte e Patrimônio”, no Paço Imperial, “Cães Sem Plumas”, no Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães, em Recife, e “140 Caracteres”, no MAM São Paulo, ambas em 2014, entre outras.

 

 

Sobre a galeria

 

A  Athena Contemporânea foi criada em 2011 pelos irmãos Eduardo e Filipe Masini como um espaço inovador de criação, discussão e divulgação de arte contemporânea. Mais do que um espaço expositivo, a galeria se posiciona como lugar de pesquisa, de aprofundamento conceitual e de trocas artísticas, buscando sempre iniciativas inovadoras. A galeria vem se firmando como uma das mais destacadas no cenário brasileiro, representando conceituados e promissores artistas nacionais e internacionais, e investindo em parcerias com curadores e instituições para o desenvolvimento da carreira de seus artistas.

Matheus Rocha Pitta

 

 

Dia 05 de setembro de 2017, das 19h às 22h

 

Galeria Athena Contemporânea

Exposição: até 7 de outubro de 2017

Shopping Cassino Atlântico

Avenida Atlântica, 4240 – 210/211 – Copacabana

Telefone: (21) 2513.0703

De segunda a sexta, das 11h às 19h

Sábado, das 12h às 18h

 

 

Dia 09 de setembro de 2017, das 14h às 18h 

 

Glória

Exposição: até 07 de outubro de 2017

Endereço: Rua Barão de Guaratiba, 28, Glória

Telefone: (21) 2523.3954

De quarta a sábado, das 12h ás 17h.

Paula Rego & Adriana Varejão

A portuguesa Paula Rego e brasileira Adriana Varejão exibem lado a lado – a partir de 02 de setembro – uma seleção de trabalhos na Carpintaria, Jardim Botânico, espaço experimental da Fortes D’Aloia & Gabriel no Rio de Janeiro cuja vocação é promover exercícios amplos de pensamento, estimulando o diálogo entre diferentes autores, formas de expressão ou linguagem. Trata-se de um encontro singular que, como num dueto, permitirá ao público identificar sintonias e singularidades, iluminando ainda mais suas poéticas, seja pelo reconhecimento de afinidades seja pela revelação de contrastes.

 

Mesmo pertencendo a gerações e continentes distintos, em muitos momentos as duas parecem habitar o mesmo terreno. Visitam com frequência temas da História ou do universo ficcional que revolvem as camadas mais aparentes e desenterram aquilo que há de perverso ou oculto nos mitos e narrativas que usam como ponto de partida. No caso de Paula Rego essa relação com o campo da ficção é ainda mais evidente. Consagrada como a mais importante pintora portuguesa da atualidade e também como um dos grandes nomes da arte inglesa (onde atua desde que se mudou para Londres no início dos anos 1950), ela trabalha sempre em séries, construídas a partir de narrativas de outros autores. Narrativas que ela reconta à sua maneira, recria na forma de uma grande cena teatral, recaindo sempre no lado perverso da história. No caso desta exposição – sua primeira mostra no Rio de Janeiro , os trabalhos selecionados (quatro telas e um grande móbile) se debruçam sobre dois textos: “Primo Basílio”, de Eça de Queiroz, e “Bastardia”, de Hélia Correia.

 

A relação de Adriana Varejão com o texto é mais sutil, metafórica. Muitas vezes seu interesse é documental, mais próximo da antropologia e da literatura histórica do que da ficção, alimentando-se mais de imagens – as quais recontextualiza criticamente – do que de literatura. Para esta exposição Adriana traz um conjunto de seis obras, pertencentes a duas séries, uma em que dialoga com o trabalho do ceramista português Bordalo Pinheiro e a outra, mais recente, em formato de folhas secas, que só foi mostrada anteriormente, e de forma parcial, em Hong Kong, e que se debruçam sobre temas ousados como o sexo e a amamentação. Essas pinturas retomam uma tradição chinesa de pintura sobre folhas naturais e mesclam diferentes elementos recorrentes na obra de Adriana como o recurso à cerâmica e seu craquelamento, bem como a utilização de um leque amplo de referências, visuais, históricas e simbólicas, recontextualizadas criticamente em ricas paródias.

 

São raras no Brasil as exposições que colocam frente a frente apenas dois artistas. E com histórias de vida tão distintas. Neste caso, tudo teve início com a grande retrospectiva da obra de Paula Rego que aconteceu na Pinacoteca (São Paulo, 2011). Desde então a galerista Márcia Fortes idealizava juntar as duas artistas. O encontro foi concretizado em outubro do ano passado, em Londres. E dali brotou naturalmente a ideia da mostra. A seleção de trabalhos foi quase natural, enfatizando a produção mais recente da artista luso-inglesa.

 

Dentre as obras selecionadas destaca-se um grande móbile, no qual sereias assustadoras parecem fazer uma dança macabra em torno do visitante, e que deve abrir a exposição, juntamente com uma pintura de Adriana de cunho bastante escultórico, na qual se vê uma eclosão de elementos marítimos, com caranguejos e lagostas como que a pular no espaço. “É um diálogo corporificado, explosivo”, define Márcia Fortes. “Em vários momentos as duas parecem duelar com o mundo”, acrescenta.

 

“Eu me coloco totalmente como aprendiz. Acho a Paula uma mestra”, afirma Adriana. E acrescenta: “É muito difícil responder à obra de uma pessoa que você admira tanto”. Esta é uma das razões para a escolha de trabalhos já existentes, em busca dos pontos de contatos entre os trabalhos, como a curiosidade, o fascínio por vezes perverso sobre o papel da mulher no jogo íntimo ou social, ou a forte característica ornamental e a exploração de contrastes típicas da tradição barroca, tão cara às duas artistas. Caberá, no entanto, ao visitante buscar por si mesmo os pontos de aproximação e distanciamento. “É um estudo em aberto e é bacana que o público possa complementar essa leitura”, afirma a galerista.

 

De 02 de setembro a 04 de novembro.

 

 Burle Marx e Paulo Werneck

O IRB Brasil RE vai realizar, no dia 14 de setembro, duas visitas guiadas a um dos tesouros preservados da cidade: o terraço jardim de sua sede, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN.

 

A cobertura de 11.100 m2 conta com jardins do paisagista Roberto Burle Marx e sete painéis de mosaico de autoria do artista plástico Paulo Werneck. Responsável pela revitalização dos jardins, o escritório de Paisagismo Burle Marx seguiu os conceitos originais do projeto modernista da década de 40. O mesmo ocorreu em relação aos painéis de Paulo Werneck, em que o escritório do artista conduziu todo projeto.

 

A visita guiada que contará com a presença dos responsáveis pela restauração do espaço: Isabela Ono e Gustavo Leiras, sócios do escritório de paisagismo de Burle Marx, e Claudia Saldanha, do escritório de Paulo Werneck.

 

 

Sobre o prédio

 

Projetado pelos irmãos M.M.M. Roberto (Marcelo, Milton e Maurício), o prédio do IRB Brasil RE é um dos primeiros exemplares da arquitetura moderna desenvolvida no país. Foi construído em 1941 em um novo espaço no centro do Rio de Janeiro, que surgiu após o desmonte do Morro do Castelo. Foi um dos pioneiros a empregar os chamados cinco pontos da arquitetura moderna criados por Le Corbusier: pilotis, janela em fita, estrutura independente, planta livre e terraço jardim.

Em 1948, o edifício foi reconhecido pelo Royal Institute of British Architects (RIBA) como uma das 20 melhores obras da época.

 

Visita Guiada

 

Data: 14 de setembro

Horário: das 15h às 16h30 ou das 17h às 18h30

Ponto de encontro: Marina da Glória. O traslado sairá da Marina da Glória e seguirá para o prédio do IRB Brasil RE, no Centro, meia hora antes de cada visita.

Inscrição: pelo portal da ArtRio

 

Sobre a ArtRio

 

Em 2017, a ArtRio estreia em novo endereço: a Marina da Glória. O evento, que acontece de 13 a 17 de setembro, vai reunir importante galerias brasileiras e internacionais. Chegando a sua 7ª edição, a feira tem entre suas metas ser um dos principais eventos mundiais de negócios no segmento da arte.

A ArtRio pode ser considerada uma grande plataforma de arte contemplando, além da feira internacional, ações diferenciadas e diversificadas com foco em difundir o conceito de arte no país, solidificar o mercado, estimular e possibilitar o crescimento de um novo público oferecendo acesso à cultura.

A ArtRio é apresentada pelo Bradesco, através da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura. O evento tem patrocínio da CIELO e Stella Artois, apoio das marcas Minalba, IRB Brasil RE e Pirelli, e apoio institucional da Estácio, Klabin e High End.

 

 

SERVIÇO ARTRIO 2017

 

Data: 14 a 17 de setembro (quinta-feira a domingo)

Preview – 13 de setembro (quarta-feira)

Horários: Dias 14 e 15 – quinta e sexta-feira – 14h às 21h

Dia 16 – sábado – 14h às 21h

Dia 17 – domingo – 14h às 19h

Ingressos: R$ 40 / R$ 20

 

Bilheterias no local nos dias de evento

Local:  Marina da Glória – Av. Infante Dom Henrique, S/N – Glória

Estacionamento no local

Metrô – Estação Glória / Passarela em frente à Rua do Russel

 

 

17 artistas e grupos brasileiros

A CAIXA Cultural Rio de Janeiro, Centro, Galeria 4, apresenta, de 09 de setembro a 12 de novembro, a exposição “Natureza Concreta”, que discute e aprofunda um tema de interesse permanente na arte, na ciência e na filosofia: as relações dos seres humanos com a natureza e o mundo que os cerca. Entre fotografias, vídeos e instalações em formatos variados, serão apresentadas 94 obras de 17 artistas e grupos brasileiros. O projeto tem curadoria de Mauro Trindade e patrocínio da Caixa Econômica Federal e do Governo Federal.

 

Participam da exposição: Alexandre Sant’Anna, Ana Quintella & Talitha Rossi, Ana Stewart, Bruno Veiga, CássioVasconcellos, Claudia Jaguaribe, Gilvan Barreto, Greice Rosa &Grupo A CASA, Hugo Denizard, IatãCannabrava, José Diniz, Luiz Baltar, Marco Antonio Portela, Pedro Motta, Rogério Faisal e Rogério Reis. Em todos, há uma preocupação permanente com a relação entre o homem e o meio ambiente, um tema cada vez mais redescoberto na fotografia contemporânea e que se volta para as próprias origens da arte fotográfica.

 

Os trabalhos oferecem a oportunidade de se discutir arte mas como cidades, habitação, mobilidade, ecologia e sustentabilidade, economia e tecnologia, e história e transcendência, sempre colocando o ser humano em perspectiva. “Através das obras de alguns dos maiores nomes da fotografia contemporânea brasileira, a exposição propõe uma ampla reflexão a respeito dos limites entre natureza e cultura, objetividade e subjetividade. Os trabalhos operam em um campo ampliado da fotografia, que inclui impressões em materiais variados, vídeos e instalações”, comenta o curador Mauro Trindade.

 

Na exposição, o público poderá conferir, por exemplo, as fotos inéditas de AlexandreSant’Anna que renovam o olhar sobre a Amazônia, superando o modelo exótico e colorido da região; as imagens noturnas de Cássio Vasconcellos, reveladoras da serialização da sociedade contemporânea; a série “Quando Eu Vi – Bibliotecas”de Claudia Jaguaribe, que propõe uma revisão do conceito de paisagem natural; a série “Parques”de Rogério Faissal, que confronta o vazio urbano; e as imagens de pacientes psiquiátricos e travestis de Hugo Denizard.

 

 

Atividades extras:

 

No dia 16 de setembro (sábado), às 15hs, o curador Mauro Trindade realiza uma visita guiada aberta ao público, com lançamento do catálogo da exposição.

 

E no dia 28 de outubro (sábado), às 15hs, o curador e alguns artistas recebem o público para um bate-papo gratuito. Os ingressos para esta atividade serão distribuídos 30 minutos antes na bilheteria da CAIXA Cultural.