Três artistas no Museu da República

02/jun

 

 

Será inaugurada dia 04 de junho, no Palácio do Catete, Museu da República, Rio de Janeiro, RJ, a exposição coletiva “Nem sempre dias iguais”, com cerca de 68 obras das artistas cariocas Bárbara Copque, Cláudia Lyrio e Yoko Nishio. Com curadoria de Isabel Portella, a mostra ocupa as três salas de exposições temporárias do Palácio do Catete com pinturas, desenhos e fotografias, produzidas durante o isolamento social.

 

Os trabalhos tratam de temas cotidianos, para além da pandemia, como o nosso contato com o mundo através das telas, as relações interpessoais e o excesso de informações e imagens fragmentadas do nosso dia a dia. “Os trabalhos resultam dos afetos provocados pelo período pandêmico em nossas pesquisas individuais”, dizem as artistas.

 

 

Panorama da Arte Brasileira

 

Durante o período emblemático do bicentenário de independência do Brasil, o Museu de Arte Moderna de São Paulo, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP, recebe a partir do dia 23 de julho (e até 15 de janeiro de 2023) o 37º Panorama da Arte Brasileira – “Sob as cinzas, brasa”, que propõe desconstruir paradigmas naturalizados em relação ao Brasil colônia. Em contraponto, neste ano, também é celebrado o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, marco para o modernismo brasileiro que trouxe um novo e amplo cenário cultural, com artistas de distintas regiões do país.

 

Com grupo curatorial diverso, composto por Claudinei Roberto da Silva, Vanessa Davidson, Cristiana Tejo e Cauê Alves, o “37º Panorama” enfatiza as pesquisas que resultam em questionamentos e possíveis soluções artísticas surgidas do enfrentamento de um cenário onde a barbárie está manifestada de diversas formas. Ideais de civilização se atritam na busca da dimensão plural sobre as questões trazidas à tona a partir de obras que se relacionam tanto pela condição comum deste cenário quanto por uma diversidade de perspectivas, sendo seus autores de diferentes gerações e identidades étnico raciais e de gênero. A mostra valoriza a dimensão pedagógica da arte e prospecta rupturas estruturais. Ainda em um mundo pandêmico, o Panorama propõe investigar como os artistas enraizados no Brasil têm enfrentado os múltiplos problemas causados pelo modelo de desenvolvimento adotado nos últimos séculos. A curadoria se baseou em signos que interligam de maneira sutil à brasa, como símbolo de resistência e também de ambiguidade, trazendo uma diversidade de pontos de vista e pesquisas.

 

Artistas participantes

 

Ana Mazzei, André Ricardo, Bel Falleiros, Camila Sposati, Celeida Tostes, Davi de Jesus do Nascimento, Éder Oliveira, Eneida Sanches e Tracy Collins, Erica Ferrari, Giselle Beiguelman, Glauco Rodrigues, Gustavo Torrezan, Jaime Lauriano, Lais Myrrha, Laryssa Machada, Lidia Lisbôa, Luiz 83, Marcelo D’Salete, Maria Laet, Marina Camargo, No Martins, RODRIGUEZREMOR (Denis Rodriguez/Leonardo Remor,  Sérgio Lucena, Sidney Amaral, Tadáskia, Xadalu Tupã Jekupé.

 

Vicente de Mello em Niterói

01/jun

 

 

Na próxima sexta-feira, dia 03 de junho, será inaugurada a exposição “Monolux”, com obras do importante fotógrafo Vicente de Mello, no Sesc Niterói, com curadoria do poeta Eucanaã Ferraz.  A exposição apresenta 32 fotogramas recentes e inéditos, produzidos sem câmera e sem negativo, através do contato de objetos com a superfície do papel fotográfico, em um processo que remonta a origem da fotografia e vai na contramão da grande reprodutibilidade de imagens digitais dos dias atuais.

 

Objetos simples do cotidiano, como madeiras, álbuns, câmeras, slides, porta-retratos, tampinhas de garrafa e até nós de aço da operação cardíaca de seu pai, são utilizados para criar as formas gráficas das imagens, em obras que fazem não só uma homenagem à fotografia, mas também à história da arte, com fotogramas em alusão a artistas como Lasar Segall, Oscar Niemeyer, Joaquim Torres Garcia e Édouard Manet.

 

No dia da abertura será realizada uma visita guiada com o artista e o curador.

 

 

Mostra original

 

 

O convite – ressalte-se que original – é para o dia 04 de junho passar a tarde na loja Pra presente, no Instituto Ling, Porto Alegre, RS. Lá, estará a dupla Rodrigo Núñez e Adriana Daccache,  das 14 às 18 horas, atendendo à titulação da mostra/encontro, exibindo trabalhos de cada um e os que fazem juntos no projeto “Trabalhos de casal”.

 

Oficina de Colagem Criativa

31/mai

 

 

Uma oficina de colagem para exercitar o olhar e a criatividade, orientada a partir dos fundamentos do Design. É o que oferece o Instituto Ling, Porto Alegre, RS, em curso ministrado por Renata Rubim. Um encontro para estimular nossa percepção estética para novos ângulos e composições, partindo de técnicas básicas do design de superfícies. Explorando diferentes referências, a designer Renata Rubim parte da discussão sobre como a arte e o design se relacionam e como ambos estão inseridos em nossas vidas, para desenvolver os exercícios que serão realizados em aula. Conforme o interesse de cada um, a produção poderá render diferentes projetos, como pequenos quadros, cartões postais personalizados, capas para um diário ou sketchbook. Os materiais da oficina estão inclusos no valor da inscrição, mas o aluno poderá levar publicações ou revistas antigas que gostaria de usar em suas produções. Uma tarde de experimentação e muita criatividade!

 

Sobre a professora

 

Renata Rubim é designer de superfícies. Suas especialidades são projetos para superfícies de qualquer natureza e a consultoria de cores para indústrias ou construção civil. Autora de “Desenhando a Superfície”, Ed. Rosari – SP (publicação disponível na loja Pra Presente), Renata colabora com a difusão do design em projetos industriais e educativos. Seus projetos a frente do escritório Renata Rubim Design & Cores já receberam diversos prêmios nacionais e internacionais, como o IF Award 2014, premiação alemã entre as mais prestigiadas da área, com o produto cobogó Atoll, e a Stgo. Diseño Bienal Creativa Latino Americana Chile 2011, com a série super popular das necessárias para a marca Coza. Atualmente está envolvida no projeto da rua interna do complexo hospitalar Santa Casa e da praça de acesso ao novo hospital.

 

 

 

 

Ocupação fotográfica

 

Curiosidade, indiscrição ou procura de comunicação? Objeto de uma pesquisa realizada aos longo de 18 meses, “Janelas Indiscretas, eu vejo o que você vê?”, individual de Marilou Winograd, teve início no isolamento decorrente da pandemia. Recolhida, com o universo visual reduzido, a geometria das janelas e a nova geometria dançante que se estabelecia ao anoitecer, com os pequenos pontos de luz piscando na escuridão, aguçaram o olhar da artista. Sob curadoria de Alexandre Murucci, a ocupação fotográfica é produzida por Carlos Bertão e Alê Teixeira e será aberta no dia 11 de junho, sábado, no Centro Cultural Correios RJ.

 

“Numa Copacabana desértica, silenciosa e triste, o apelo do surgir de cada farol aceso aquecia minha solidão à procura de alguma vida pulsando, nas sombras e silhuetas sugeridas. Comecei a fotografar todas as noites em diversos horários estes espaços iluminados, isolados, pequenos universos de calor e energia. Quantas historias e vidas em suspenso, juntas, mas separadas…”, relembra Marilou Winograd.

 

Poltrona, mesinha e dois bancos altos, um em cada janela, farão parte da sala redonda Proa. Serão usadas ao todo 20 ampliações grandes, medindo 100cm x 150cm, além de cerca de 150 fotos menores (30cm x 40cm), que serão sobrepostas. Haverá um ação performática no dia do vernissage.

 

“Em sua crônica de um tempo difícil, Marilou parte de fotos de ambiência hooperniana, onde ausências se transformam em personagens, até chegar em imagens difusas, experimentais, comodamente situadas na tradição fotográfica brasileira, de artistas como José Oiticica Filho e Geraldo de Barros. Quase abstratas, são, não apenas sua abordagem pictórica, mas também seu testemunho existencial, uma potência que reverbera intensamente em sua janela não-discreta. Uma janela que bradou por vida, enquanto a vida ficou suspensa, transmutando-se em arte pelo seu olhar.  Olhar este que nos indaga, humanamente ‘Eu vejo o que você vê?’”, analisa o curador Alexandre Murucci.

 

A palavra do curador

 

A obra de Marilou Winograd sempre foi pautada por atmosferas e memórias. Mesmo quando a subjetividade de sua composição formal se impõe, há um claro “psicologismo” sobre nossa recepção da realidade que propõe. Trabalhando com fotografias e a expansão de suas faturas em objetos e instalações em grande parte do corpo de sua produção, a artista mantém um rigoroso vocabulário plástico, ao mesmo tempo, suave e vigoroso. Na mostra que agora apresenta, Marilou nos traz um compêndio visual que mapeou sentimentos comuns à maioria das pessoas, neste período incomum do que foi a vida durante o período da grande pandemia da era contemporânea – a suspensão de nossas possibilidades de interação social e toda a angústia que isto provocou – globalmente. Neste trabalho, a artista instaura, a partir de sua própria sobrevivência emocional, uma geografia relacional com seu âmbito doméstico – aquilo que seu espaço lhe permitia apreender do mundo exterior, através de sua janela e de seu olhar como opção de comunicação restante, num momento que ficamos aprisionados em nossas circunstâncias.   Na exclusão física imposta, não bastou à artista as ferramentas que o admirável mundo novo nos proporciona.  Sua vontade de estar com o outro, expandiu-se pela procura de gestos, de vivências, de acenos possíveis, vistos da janela de seu apartamento, pairando por sobre uma Copacabana desértica, seu único canal de resiliência. De respiro! Num clássico da cinematografia universal “Janela Indiscreta”, de meados do século XX, o personagem principal, vivido por Jimmy Stewart, seguia na observação solitária, preso na incomunicabilidade de sua vida, refletindo a ansiedade e desconexão de nossos tempos, que já se estruturava no horizonte, com a difusão da TV e que hoje, potencializada pela vida digital, tornou-se o padrão de nossas relações. Aquilo que o sociólogo David Riesman chamou apropriadamente de “a multidão solitária”, pois já em seu livro de 1950, deferiu que a sociedade contemporânea tinha sido atomizada e cada vez mais seria caracterizada por pessoas vivendo entre si, mas à parte umas das outras. Porém, diferente da observação fria da trama policialesca do filme, o olhar da artista é empático, solidário… Foi, através do registro poético, sua forma de manter seu lugar no mundo.  E naquilo que sua sensibilidade transformou em urgência de expressão, nos brinda com uma abordagem documental desta experiência humana conjunta, que ainda será visitada muitas vezes, à luz da história. Neste percurso primordial, de procura pela vida que transbordava por frestas, luzes, sombras, salas, varandas e silêncios, Marilou vai desenvolvendo um tratado plástico, interagindo em nossa percepção, até que as imagens, à priori presas à realidade emoldurada por geometrias sensíveis, se diluam ao explodirem em movimentos de cores e formas de um repertório expressionista. Fauvista, poderíamos dizer. Isto, que de outra forma, se apresentaria como um desenvolvimento de autoralidade sobre o trabalho, é ainda mais tocante, por confidenciar que sua percepção atual do mundo, passa por um processo de acomodação sensorial, após algumas intervenções oftalmo-cirúrgicas que sofreu.   Ao nos trazer, em algumas imagens, aquilo que por vezes é seu limite de apreensão visual do mundo, ela nos dá oportunidade de um exemplo mais amplo de empatia, nos proporcionando o lugar do outro – a alteridade do “Em-si (en-soi)”/”Para-si (pour-soi)”, como colocou Sartre, em contraponto com os limites descarteanos da existência solitária do homem.

 

Sobre a artista

 

Nascida no Cairo, Egito, Marilou Winograd chega ao Brasil, no Rio de Janeiro, em 1960. Formada em Artes no CEAC (Centro de Arte Contemporânea), IBA (Instituto de Belas Artes) e EAV (Escola de Artes Visuais) do Parque Lage, no Rio de Janeiro, Brasil. Participou de exposições individuais e coletivas, congressos e seminários no Brasil e no exterior (1971/2022). É uma das curadoras do projeto Zona Oculta – entre o público e o privado, com 350 artistas mulheres (2004/2014), do projeto Acesso Arte Contemporânea, com 179 artistas visuais (2011/2022) e de várias coletivas, ocupações e convocatórias. Em 2004, publicou o livro “O Silêncio do Branco”, relato visual de sua viagem à Antártica, num contraponto com a sua obra. Entre os países onde já expôs, além do Brasil, estão: França (Paris), Alemanha (Berlim e Colônia), Argentina (Buenos Aires), Itália (Roma) e Portugal (Lisboa).

 

Visitação: de 14 de junho a 23 de julho.

 

 

Mostra inédita para o Museu Judaico

30/mai

 

 

O Museu Judaico de São Paulo apresenta “Botannica Tirannica”, mostra inédita concebida pela artista e pesquisadora Giselle Beiguelman onde ela investiga a genealogia e a estética do preconceito embutidos em nomes populares e científicos dados a plantas. Por exemplo, Giselle Beiguelman observa a lógica em que palavras como virginica, virginicum e virgianiana são comumente utilizadas para designar flores brancas.

 

A pesquisa realizada durante um ano e meio permitiu reunir centenas de plantas cujos nomes Giselle Beiguelman organizou em cinco grupos: antissemitas, machistas, racistas, e discriminatórios com relação a indígenas e ciganos (uma palavra contestada por associar grupos como roma e sinti a trapaça e roubo). Em conjunto com seu “Jardim da resiliência”, que ocupa as áreas externa e interna do Museu e onde são cultivadas espécies dotadas de nomes ofensivos e preconceituosos, na série “Flora mutandis” a artista cria com a inteligência artificial seres híbridos, plantas reais e inventadas, em um jardim pós-natural.

 

A mostra também conta com obras do artista convidado Ricardo Van Steen, que produziu sete aquarelas inéditas, de estética naturalista e científica, em que retrata jardins imaginários a partir de cada um dos grupos de pesquisa.

 

Até 18 de setembro.

Fonte: artebrasileiros

 

A diversidade artística africana hoje

 

 

O curso inaugural da Escola do MAB apresenta um panorama contemporâneo do trabalho de oito artistas mulheres, originárias de distintas regiões do continente africano – Magdalena Odundo (Quênia), Julie Mehretu (Etiópia), Sue Williamson (África do Sul), Jane Alexander (África do Sul), Ghada Amer (Egito), Toyin Ojih Odutola (Nigéria), Colette Omogbai (Nigéria) e Peju Laiywola (Nigéria).

 

Da cerâmica à pintura, da performance à instalação, da fotografia ao vídeo, suas obras abarcam múltiplas linguagens e revelam a diversidade da produção artística africana hoje. Ao longo de oito aulas, iremos comentar os trabalhos dessas artistas, sempre amparadas pelos seus contextos histórico e sociais de produção.

 

Será emitido certificado.

Ministrantes

Emi Koide, Sabrina Moura e Sandra Salles.

Coordenação: Sabrina Moura.

Investimento

Curso completo: R$ 240,00

Descontos: estudantes, professores e maiores de 60 anos têm 10% de desconto.

Período

De 30/05 a 18/07 das 19h às 21h.

Duração de cada aula: 2h

Duração total do curso: 12h

​Modalidade: online – Plataforma Zoom

 

Novidades no Inhotim

27/mai

 

 

O Instituto Inhotim, em Brumadinho, MG, vai inaugurar obras e exposições temporárias. O próximo dia 28 marca a abertura da temporada, que traz Isaac Julien, importante nome nos campos da instalação e do cinema, que foi convidado a expor um de seus trabalhos mais emblemáticos na Galeria Praça. O Acervo em Movimento, programa criado para compartilhar com o público as obras recém-integradas à coleção, inaugura com trabalhos dos artistas brasileiros Arjan Martins e Laura Belém, ambos instalados em áreas externas do instituto. Jaime Lauriano também integra a lista dos artistas participantes da programação, e abre o projeto  Inhotim Biblioteca, que vai convidar, anualmente, artistas e pesquisadores que estabeleçam diálogos com a biblioteca do instituto. A instalação do artista mantém relação direta com o Segundo Ato do projeto Abdias Nascimento e o Museu de Arte Negra (MAN), ao propor a curadoria de uma nova bibliografia que contempla autores negros para integrar o acervo da biblioteca do Inhotim.

 

Instalado na Galeria Mata, o Segundo Ato do projeto, realizado, assim como o Primeiro Ato, em curadoria conjunta entre Inhotim e Ipeaafro, aborda o Teatro Experimental do Negro, movimento encabeçado por Abdias Nascimento, e que está nas origens do Museu de Arte Negra. As inaugurações são parte do Território Específico, eixo de pesquisa que norteia a programação do Instituto Inhotim no biênio de 2021 e 2022, pensada para debater e refletir a função da arte nos territórios a níveis local e global, e também a relação das instituições com seu entorno, mirando os desdobramentos de um museu e jardim botânico como o Inhotim.

 

Em um trabalho que une poesia e imagem, Isaac Julien parte de uma exploração lírica sobre o mundo privado do poeta, ativista social, romancista, dramaturgo e colunista afro-americano Langston Hughes (1902 – 1967) e seus colegas artistas e escritores negros que formaram o Renascimento do Harlem – movimento cultural baseado nas expressões culturais afro-americanas que ocorreu ao longo da década de 1920.

 

A obra foi dirigida por Julien na época em que era membro da Sankofa Film and Video Collective, e contou com assistência do crítico de cinema e curador Mark Nash, que trabalhou no arquivo original e pesquisa cinematográfica.  A investigação sobre personalidades proeminentes do século 20, como Langston, é uma constante na obra de Isaac Julien. O artista se debruça sobre a vida destas figuras a fim de revisitar as narrativas históricas oficiais.

 

Nome seminal da arte contemporânea, Julien nasceu em 1960 em Londres, onde vive e trabalha, e utiliza em sua obra elementos provenientes de disciplinas e práticas variadas, como o cinema, a fotografia, a dança, a música, o teatro, a pintura e a escultura, integrando-os em instalações audiovisuais, obras fotográficas e documentários. São latentes nas obras de Arjan Martins conceitos sobre migrações e outros deslocamentos de corpos e presenças entre espaços de luta e poder, e ainda as diásporas e os movimentos coloniais que se deram em territórios afro-atlânticos.  Na instalação de “Birutas” (2021) – apresentada no caminho entre a obra “Piscina” (2009), de Jorge Macchi e “A origem da obra de arte” (2002), de Marilá Dardot – Arjan expõe aparelhos destinados a indicar a direção dos ventos, que se fundem às bandeiras marítimas e seus códigos internacionais para transmitir mensagens entre embarcações e portos.  “Na fusão desses dois elementos, birutas e bandeiras náuticas, Arjan trata do trânsito de corpos através dos oceanos, do tráfico de pessoas escravizadas e das diásporas causadas pelos movimentos coloniais”, explica Douglas de Freitas, curador do Inhotim.

 

Fonte: Diário do Comércio

 

 

Pinacoteca SP e Coleção Ivani e Jorge Yunes

 

 

A Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, apresenta, de 04 de junho a 04 de julho, um conjunto de cinco obras inéditas dos participantes do programa de comissionamento artístico “Atos Modernos”. A mostra é um dos resultados do projeto homônimo realizado com a Coleção Ivani e Jorge Yunes. Em vigor desde 2021, a parceria tem se voltado a fomentar a pesquisa e o diálogo artístico entre as duas instituições, ampliando as pontes para projetos de curadoria. Em um modelo inédito no país, o museu passou a receber um aporte financeiro da Coleção Ivani e Jorge Yunes para a contratação de um curador, Horrana de Kássia Santoz, que trabalhando na Pinacoteca, pode desenvolver uma produtiva pesquisa e contribuir com a programação no museu, como a exposição “Atos Modernos”, que estimula e incentiva a produção de jovens artistas do Brasil.

 

“A Pinacoteca conta com uma grande experiência em convidar artistas a desenvolver obras especificamente para os espaços da Pina. Com este projeto, ampliamos esta prática de comissionamento para novos campos da produção e pesquisa artística contemporânea”, afirma Jochen Volz, diretor geral do museu. A seleção de artistas feita pela Curadora de Pesquisa e Ação Transdisciplinar Coleção Ivani e Jorge Yunes, Horrana de Kássia Santoz, conta com Castiel Vitorino Brasileiro, Mitsy Queiroz, Luciara Ribeiro, Olinda Wanderley Tupinambá e Charlene Bicalho.

 

Sobre a exposição

 

A exposição “Atos Modernos” estará organizada entre o edifício da Pinacoteca Luz, que receberá quatro trabalhos, e o da Pinacoteca Estação. Segundo Horrana, as obras procuraram discutir aspectos da modernidade na produção e no pensamento contemporâneo. “Em um ano de marcos importantes, como as eleições, o centenário da semana de 22 e o bicentenário da independência, tratar das contradições e das memórias que nos constituem torna-se urgente”, completa. O grupo de artistas já trabalhava com pesquisas sobre memórias e acervos, temporalidades e ancestralidades. Com duração de um ano, o programa comissionou esses trabalhos inéditos e cada um dos selecionados ganha espaço na programação pública da Pinacoteca para realização de produções presenciais ou transmitidas nas plataformas digitais do museu.

 

Fonte: RG Uol