Na Japan House

30/mai

O artista Oscar Oiwa, talento multidisciplinar que assina a nova exposição “Oscar Oiwa no Paraíso – Desenhando o Efêmero”, convidou os visitantes da Japan House Avenida Paulista, São Paulo, SP,  a entrar em seu mundo particular e fantástico, dividindo um pouco de sua mente e projeções pessoais por meio de um bate-papo em uma visita guiada. A atividade passou pelas telas expostas “The Dream of the Sleeping World”, de 2009, “After Midnight”, de 2010 e “Invisible Sea”, de 2010, além de adentrar na instalação “Paraíso”, feita dentro de um balão inflável em material vinílico com um desenho em 360 graus de uma paisagem projetada. A mostra encontra-se em seus últimos dias.

 

 

Sobre o artista

 

Nascido em São Paulo e formado pela FAU/USP no final da década de 1980, Oscar Oiwa mudou-se nos anos 90 para Tóquio, onde viveu por 11 anos. Reconhecido artista plástico, possui obras nos acervos do The National Museum of Modern Art, Tokyo; Museum of Contemporary Art, Tokyo; Phoenix Museum of Art; Prince Albert II of Monaco Foundation; entre outros. Em 1995, foi para Londres onde passou um ano após ganhar a bolsa The Delfina Studio Trust, artist in residence grant. Mais tarde recebeu as seguintes bolsas americanas: The Pollock-Krasner Foundation (1996), John Simon Guggenheim Memorial Foundation (2001) e Asian Cultural Conciul (2002). Atualmente reside e trabalha em Nova York. Hoje é representado pelas seguintes galerias: Artfront Gallery (Tóquio), BTAP+Tokyo Gallery (Beijing/Tóquio), Keumsan Gallery (Seoul) e Connoiseur Contemporary (Hong Kong). Foi convidado para fazer o pôster dos eventos “Fifa World Cup 2014 – Official Art Poster” e “Mountreux Jazz Festival 2013″.

 

 

Até 03 de junho.

Projeto de Elizabeth de Portzamparc

28/mai

No próximo dia 02 de junho, estará aberto ao público o “Musée de la Romanité”, em Nîmes, na França, projetado pela arquiteta e urbanista brasileira Elizabeth de Portzamparc, vencedora em 2012 do concurso internacional promovido pela Prefeitura da cidade.  Com área de 9.100 m², o Museu vai abrigar raras coleções arqueológicas, até então guardadas em diferentes reservas técnicas da cidade. Agora, o público poderá apreciar esses tesouros que cobrem um arco de 25 séculos, em três grandes períodos: gaulês (pré-romano), romano e medieval. O Museu abrigará um tesouro arqueológico de 25 mil peças, que cobrem o período gaulês, romano e medieval. A museografia interativa, também projetada pela arquiteta, possibilita um fascinante percurso por 25 séculos de história.

 

 

Elizabeth de Portzamparc, radicada na França desde 1969, desenvolveu também a museografia, que permite uma fascinante viagem pelo tempo a partir de aproximadamente cinco mil peças, distribuídas em um percurso cronológico e temático que abrange desde o século 7 a.C até a Idade Média, e o legado romano no século 19. As coleções ricas e variadas compreendem mil inscrições latinas, 200 fragmentos arquitetônicos, 65 mosaicos, 300 elementos esculpidos (baixos-relevos e esculturas tridimensionais), 800 objetos em vidro, 450 lanternas a óleo, 389 objetos manufaturados (em osso e marfim), centenas de cerâmicas, objetos em bronze, 12.500 moedas antigas e medievais, e 15 painéis de pinturas murais romanas restauradas.

 

 

 

Tecnologias inovadoras

 

 

Uma série de suportes de reconstituição digital acompanha os visitantes ao longo do percurso, ajudando-os a imaginar o aspecto original dos edifícios antigos, e a vida cotidiana dos habitantes. Caixas brancas luminosas, chamadas “caixas do saber”, abrem as três seções cronológicas do percurso. Esse método criado por Elizabeth de Portzamparc serve de introdução às diferentes sequências: mapas, linhas do tempo e telas apresentam e contextualizam o período apresentado. Diversos dispositivos multimídia são distribuídos ao longo do percurso: visitas virtuais, animações gráficas (desenhos animados e motion design) e mapas permitem uma melhor apreensão do contexto das coleções. Os dispositivos de realidade aumentada, os panorâmicos interativos a 180° ou ainda a parede interativa de imagens são feitos para projetar os visitantes no passado e fazê-los descobrir a vida dos homens da Antiguidade, a evolução de suas habilidades e as obras-primas que eles produziram.  Crianças e adultos vão ainda se maravilhar com a casa gaulesa, pré-romana, construída em pedra e madeira. Distribuídos no chão, estarão peças e utensílios verdadeiros, que remontam a séculos a.C. A arquitetura interior e elementos da mobília também têm a assinatura de Elizabeth de Portzamparc, resultando em um projeto de grande coerência.

 

 

 

 

Nîmes e a Herança Romana

 

 

Em Nîmes estão famosas construções romanas, do período de Augusto, no século 1 de nossa era. O “Musée de la Romanité” está construído no centro histórico da cidade, em frente às Arenas romanas, um pequeno Coliseu, onde são realizadas touradas, nos dias de hoje.  Para criar um diálogo com esta forte presença romana, Elizabeth de Portzamparc projetou para o Museu belas fachadas, compostas por uma estrutura de aproximadamente 7 mil lâminas de vidro serigrafadas, que cobrem uma superfície de 2.500 m², e são capazes de refletir o entorno, criando um diálogo com a cidade ao refletir as cores, a luz e a vida ao redor. Por conta de seus ângulos, inclinações e relevos, dão ideia de movimento, de acordo com a variação da luz ao longo do dia e das estações do ano.  As fachadas conjugam a transparência moderna e a tradição de uma arte romana de grande importância: o mosaico, evocando, graciosamente, esses elementos fundamentais das coleções do Museu.

 

 

 

O terraço e o Jardim Arqueológico

 

 

O terraço não estava previsto no programa do concurso, mas foi criado por Elizabeth de Portzamparc como ponto culminante do percurso ascendente do museu. Ele finaliza a visita proporcionando um mirante sobre a cidade de Nîmes e seus mais de 20 séculos de história, com as Arenas em primeiro plano, e ao longe a torre Magna, que data da fundação da cidade. No terraço, com colunas e um caminho sinuoso por entre o jardim, está também uma sutil homenagem da arquiteta as suas raízes brasileiras, e à obra de Oscar Niemeyer (1907-2012).

 

 

O “Musée de la Romanité” traz características que são marcantes na trajetória de Elizabeth de Portzamparc, presente em outros projetos como o GED – Grand Equipement Documentaire (Grande Biblioteca) do Campus Condorcet, em Aubervilliers, e a estação de Le Bourget, na Grande Paris.   Suas construções são abertas para a cidade e para seus habitantes, um espaço público acessível a todos e um ponto de encontro. Os locais são pensados como espaços “vitais” dos quais o público se apropria com facilidade: uma arquitetura concebida como suporte para a animação local e qualidade de vida para aqueles que a frequentam.  Uma rua pública atravessa o Museu, e conecta a praça frontal com uma interna, elevada, onde estão vestígios da muralha romana, dentre outros descobertos durante as escavações.  Assim, Elizabeth de Portzamparc, criou um jardim arqueológico, pensado como um “museu vegetal”. Todos os traços da história foram preservados e restaurados, e serão acessíveis gratuitamente a todos os visitantes e transeuntes. Esse espaço vegetal público de 3.500 m² foi projetado pelo arquiteto paisagista Régis Guignard, e se estrutura em três camadas de vegetação que correspondem aos mesmos três grandes períodos da museografia – gaulês, romano e medieval –, enriquecendo o conteúdo científico e trazendo uma grande coerência e harmonia. Para cada nível, árvores, arbustos e plantas vivazes foram escolhidos em função da sua época de introdução, de acordo com as trocas, as influências e ocupações.

 

 

 

 

Um concurso internacional de arquitetos

 

 

Lançado em junho de 2011, o júri do concurso aprovou três dossiês entre as 103 candidaturas recebidas, antes de declarar vencedor, um ano depois, o projeto da agência 2Portzamparc, desenhado por Elizabeth de Portzamparc. “Eu analisei profundamente as Arenas e me questionei sobre a própria noção de edifício contemporâneo e sobre como glorificar os 21 séculos de história da arquitetura que separam esses dois prédios. Uma arquitetura leve, possibilitada pela tecnologia atual, pareceu-me algo evidente, bem como o fato de expressar as diferenças entre essas duas arquiteturas, por meio de um diálogo baseado em sua sinergia: de um lado um volume circular, rodeado pelos arcos verticais romanos de pedra e bem ancorado ao solo, do outro um grande volume quadrado, em levitação e recoberto de uma toga de vidro plissada”, explica. O Museu terá ainda uma livraria, um auditório, um café e o restaurante La table du 2, com sua vista magnífica para as Arenas, com cardápio assinado pelo Chef Franck Putelat, duas estrelas no guia Michelin por seu restaurante Le Parc, em Carcassonne.

Ismaïl Bahri no Brasil

25/mai

Apresentada pela primeira vez no Jeu de Paume, de Paris, exposição “Instrumentos”traz seleção de nove vídeos do artista visual franco-tunisiano Ismaïl Bahri. Tomar o particular para refletir sobre o todo. Voltar-se para uma gotícula de água sobre a pele e chamar atenção para o tempo que nos cerca. Tomá-la como uma ferramenta de auscultação, que revela e amplia a força vital pulsante para, no fim, explicitar o desejo por um ritmo orgânico, avesso à agitação do mundo contemporâneo e da vida nas grandes metrópoles. É este o norte de “Ligne”,obra que sintetiza e abre a exposição que Espaço Cultural Porto Seguro, Campos Elíseos, São Paulo, SP,exibe até 22 de julho.

Assinada por Marie Bertran, curadora independente, e por Marta Gili, diretora do Jeu de Paume, de Paris, a exposição reúne nove videoinstalações do artista visual, a maior parte delas apresentada no centro de arte contemporânea parisiense entre junho e setembro de 2017. Em São Paulo, a mostra – primeira individual do artista na América Latina – conta com a correalização de Expomus Exposições, Museus, Projetos Culturais Ltda.

 

Os vídeos da exposição voltam-se para movimentos e elementos singelos: a veia pulsa, a linha separa, a mão amassa, o vento sopra, o fogo queima. Água, papel e tinta transformam-se de objetos a sujeitos protagonistas. “Na maioria das obras de Ismaïl Bahri, os instrumentos atuam como meio de intersecção entre o mundo físico e o mundo das ideias, liberando sutilmente uma série de hipóteses, cujos vereditos parecem ser indefinidamente adiados”, afirma Marta Gili.

“Valorizo em meu trabalho a busca pela simplicidade. O desafio está em, justamente, arranjar uma maneira de como expor uma questão pessoal para tratar um problema que é de todos”, afirma o artista. Nesta empreitada, Ismaïl dispõe-se a investigar, de modo extenuante, objetos, escalas, ângulos e linguagens. Ao longo dos trabalhos, o artista percorre um caminho crescente: o plano, que no início toma como foco uma gota de não mais que dois, três milímetros, vai se alargando até compreender uma paisagem inteira dentro dos limites da projeção. O mesmo ocorre com o conteúdo, material e mais figurativo em um primeiro momento, fluído e mais abstrato ao final.

 

Para o crítico e curador François Piron, a impermanência está no cerne do trabalho de Ismaïl. “O artista se posiciona como um observador, anda por aí e fala de miopia em relação ao seu trabalho. Ele então configura o que ele chama de dispositivo de captura para esses gestos, geralmente usando vídeo, mas também fotografia e som, sem distinção. É muitas vezes fora do quadro da imagem que o significado emerge, na presença perceptível do mundo circundante, que de repente é revelado”, afirma. “A obra de Ismaïl Bahri tem uma atuação potente e transformadora. Ela opera a partir de elementos muito sutis, mas que em seus trabalhos, passam a ser instrumentos de conexões inesperadas”, afirma Rodrigo Villela, diretor executivo do Espaço Cultural Porto Seguro.

 

 

Sobre o artista

 

Ismaïl Bahri nasceu em 1978, em Túnis, capital da Tunísia. Atualmente, vive e trabalha entre sua cidade natal e as francesas Paris e Lyon. O vídeo ocupa um lugar importante em seu trabalho, embora o artista crie também desenhos, fotografias e instalações. Sua obra volta-se a elementos simples da vida cotidiana, sobre os quais desenvolve processos e atribui questões universais. Participou da 13ª Bienal de Sharjah, nos Emirados Árabes, e expôs em instituições culturais como o Centro de Arte Contemporânea La Criée, em Rennes; no Jeu de Paume, em Paris; Les Églises, em Chelles; e no museu alemão Staatliche Kunsthalle, em Karlsruhe. Seus vídeos já foram exibidos nos festivais internacionais de cinema de Toronto, Nova York, Roterdam e Marselha; e a obra “Filme em branco” fez parte da exposição Levantes, de Georges Didi-Huberman, no Sesc Pinheiros (2017). Seus trabalhos apresentam relações profundas com a obra de artistas como o chileno Alfredo Jaar (com quem dividiu mesa na abertura da Paris Photo em 2017), o albanês Anri Sala, o belga Francis Alÿs ou o brasileiro Jonathas de Andrade, com os quais participou da Bienal de Sarjah (2013).

Mesa redonda no MAM-Rio

22/mai

O MAM Rio, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, realiza no próximo dia 26 de maio, às 14h, mesa-redonda sobre a trajetória de Victor Arruda com o artista Paulo Bruscky, a crítica de arte Marisa Flórido César, e Adolfo Montejo Navas, curador da retrospectiva do artista em cartaz no Museu. Na ocasião, será exibido o documentário “Esta pintura dispensa flores” (2010), de Luiz Carlos Lacerda, sobre a obra de Victor Arruda, e será lançada a publicação “You are still alive”, sobre a série homônima do artista, com texto de Adolfo Montejo (2018, Limiar Edições), port/ing, 44 páginas e 24 imagens-trabalhos, 500 exemplares, numerados e assinados. Na Cinemateca do MAM, com entrada gratuita.

 

Diz Adofo Montejo Navas que ” sãopoucos os trabalhos artísticos que se posicionam em territórios fronteiriços da vida, no meio-fio entre a vida e a morte, sem cair no reduto da enfermidade ou da clínica, ou então nos paraísos artificiais, cada vez mais numerosos e vulgarizados. You are still alive, obra em curso de Victor Arruda desde 2015 até hoje, já provoca desde seu aqui e agora outro tempo e destino, extrapolando o local inicial da ação. Transfere seu alvo estético para além do campo previsível, inclusive como imagética associada à pintura (algo, diga-se de passagem, que o artista tem provocado várias vezes, o curso de alguns limites com a pintura para ser pisada ou até dançada, comida ou utilizada como pintura-performace de obra-anúncio).”

Visita guiada no Paço Imperial

17/mai

Neste sábado, dia 19 de maio, às 15h, a artista plástica Suzana Queiroga e o curador Raphael Fonseca farão uma visita-guiada pela exposição “Miradouro”, no Paço Imperial, Centro, Rio de Janeiro, RJ, com entrada franca. A mostra, que pode ser vista até o dia 27 de maio, traz obras recentes e inéditas da artista, dentre pinturas, esculturas, instalações e vídeos, que mostram a pesquisa sobre o tempo, a paisagem e a cartografia.

Analívia Cordeiro no MAM-Rio

11/mai

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro inaugura no próximo dia 26 de maio, a exposição “Chutes Inesquecíveis”, de Analívia Cordeiro, com curadoria de Fernando Cocchiarale. Analívia Cordeiro apresenta, pela primeira vez no Rio de Janeiro, esculturas, desenhos e vídeos baseados nos estudos de movimento que desenvolve há mais de quatro décadas. A exposição explora três chutes inesquecíveis – a bicicleta e o voleio feitos por Pelé, em 1968; e o golpe yokogueri kekome executado por Bruce Lee, nos anos 1960 -, além de uma experiência ao vivo de seu sistema de captura de movimento com o público. Esses movimentos históricos foram decodificados em uma escrita, como uma partitura musical, desenvolvida a partir do software Nota-Anna, criado em 1982 pela artista e por Nilton Lobo.

 

“Nota-Anna é resultado de décadas de pesquisa na área de coreografia e pedagogia para adultos e crianças, acrescido de estudos teóricos na área de artes visuais, videoarte, anatomia, fisiologia, neurologia, análise do movimento”, explica Analívia Cordeiro. 

 

As esculturas de Analívia Cordeiro são feitas em vários materiais, como resina transparente, poliamida nas cores branco, preto, vermelho, amarelo e azul, acrílico preto e branco, e latão e ouro. Serão mostrados ainda um conjunto de desenhos e os vídeos “Ar” (1985, 5′ 49′), “Micron virtudes” (1992, 8′ 54”) e “Trajetórias” (1985, 2′ 24′) e “M3x3” (1973, 9’26’), considerada a primeira obra de videoarte brasileira.

 

Analívia Cordeiro observa que até hoje “…inexiste para a arte do movimento um sistema de registro que capte sua riqueza e transmita sua textura e poesia, enquanto que para a arte do som existe uma memória musical secular preservada através de notações eficientes, que vão desde a partitura tradicional até sistemas sofisticados de gravação que possibilitam a comunicação em inúmeras esferas humanas”. “O significado desta busca é visualizar as sutilezas e detalhes das ações humanas que revelam beleza e intenções nada óbvias. A proposta de uma notação de movimento é assim bastante ambiciosa”.

 

 

Campo experimental

 

Fernando Cocchiarale destaca que o trabalho de Analívia Cordeiro “combina princípios da espacialidade planar concretista (apreendida por meio da convivência cotidiana com seu pai,       Waldemar Cordeiro (1925-1973), um dos pioneiros da arte concreta nos anos 1950) com a sistematização da teoria de Laban (aprendida com Maria Duschenes)”, estudos da obra dos artistas Moholy-Nagi e Oskar Schlemmer da Bauhaus e estudos com Merce Cunningham em Nova York. Ele observa que antes havia uma “divisão da produção artística em artes do espaço (pintura, escultura, desenho e arquitetura) e artes do tempo (música, teatro e dança)”. Esta divisão “considerava a oposição entre a efemeridade destas últimas e a permanência objetual das artes plásticas”. Os trabalhos de Analívia Cordeiro estão dentro da pesquisa que busca “romper com a sequência dos atos de uma peça teatral, com a sucessão temporal de sons da música ou com movimentos corporais”. Para o curador, seus trabalhos têm um “sentido que ultrapassa a contemplação das qualidades formais quase abstratas das obras, para alcançar um campo experimental resultante da objetivação de fluxos do movimento em esculturas e desenhos inesquecíveis”.

 

 

Sobre a artista

 

Bailarina, coreógrafa, videomaker, arquiteta e pesquisadora corporal. Formada no método Laban por Maria Duschenes (Brasil), em dança moderna americana pelos estúdios de Alvin Nikolais e Merce Cunningham (Nova York) e em Eutonia (Brasil). Cursou a faculdade arquitetura na FAU-USP, mestrado em multimeios na UNICAMP, doutorado em comunicação e semiótica na PUC-SP e pós-doutorado na UFRJ, “The Bat-Sheva Seminar on Interaction of Art and Science”, Jerusalém, 1973 ; “LatinAmerica 74″ no “Institute of Contemporary Arts”, London, 1974; “LatinAmerican Films and Video Tapes” no “Media Study of State University of New York” (1974); “Arte de Sistemas in LatinAmerica” no “International Cultureel Centrum”, Antuerpia, 1974; “Latin America 74″ no “Espace Cardin”, Paris e na “Galleria Civica D’Arte Moderna”, Ferrara, 1975; “International Conference Computer & Humanities/2″ na “University of Southern California, 1976; “WGBH – TV Public Channel”, 1976; “20th American Dance Guild Conference”, 1976; “Art of Space Era” no “Von Braun Civic Center of Huntsville Museum of Art”, 1978; “Brasil Séc.XX” na ”Bienal de São Paulo”, 1984; “Arte e Tecnologia” no “Instituto Cultural Itaú”, 1996; “27th Annual Dance on Camera Festival”, New York, 1998; “Il Coreografo Elettronico”, Itália, 1999; “Seminário Internacional Invenção”, 1999; “Sawyers Seminar” na “University of Chicago”, 1999; “L’Ombra dei Maestri – Rudolf Laban: gli spazi della danza” na “Università degli Studi di Bologna”, 1999; “2001JavaOne” no “Moscone Center”, San Francisco; “Art<e>Tecnologia” na TV Cultura, 2002; “2003JavaOne”, San Francisco; “Made in Brazil”, 2003/5; “Subversão dos Meios”, 2003; Dança em Pauta, 2005; “Cinético-Digital”, 2005; 2005NokiaTrends; Dança em Foco, 2006: MobilFest, 2007 Panorama da Video-Criação, 2007, Mostravídeo Subjetividades, 2007; “SIGGRAPH“, 2008; Bienal Mercosul, 2009; ‘liberdade… ‘, casa, Rio de Janeiro; Zonas de Contato, Paço das Artes, “Manuara” no MuBE, São Paulo, Brasil; feira de arte ARCO Madrid onde recebeu o prêmio BEEP de Arte Eletrônica, 2015; “Expanded Senses“, B3, Frankfurt, 2015; “Moving Images Contours“, Tabakalera, San Sebastian, Espanha, 2015; “The End of The World“, Centro Pecci, Itália, 2016, Radical Women, Hammer Museum (Los Angeles, 2017) e Brooklyn Museum (Nova York, 2018), Los Algoritmos Suaves, Valencia, Espanha, 2018. Organizou o livro Waldemar Cordeiro: “Fantasia exata” (2014), Itaú cultural, de cuja coleção é curadora. Trabalhou como professora de dança moderna, do Método Laban e de Eutonia em escolas infantis, academias de dança e faculdades de psicologia (USP) e moda (Santa Marcelina). Seus trabalhos fazem parte do acervo de museus como Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, Brasil; Museu de Arte Concreta, Ingolstadt, Alemanha; Museo Reina Sofia, Madri, Espanha; acervo do Prêmio BEEP de Arte Electronica, Madri, Espanha; acervo do artista Oskar Schlemmer, Alemanha/Suíça.

 

 

Até 22 de julho.

Presença Afro Brasil

09/mai

Mostra homenageia artistas e personalidades negras dos séculos XIX e XX, além da arte afro-atlântica de Cuba e do Haiti. No dia 12 de maio, sábado, Museu Afro Brasil, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo em parceria com a Associação Museu Afro Brasil – organização social de cultura, inaugura a exposição “Isso É Coisa de Preto – 130 Anos da Abolição da Escravidão”. A mostra, com curadoria de Emanoel Araújo, destaca a definitiva presença negra na arte, história e memória brasileiras.

 

Nos 130 anos da abolição da escravidão (1888), o Museu Afro Brasil ressalta a competência, o talento e a resistência negra nos campos da arquitetura, artes plásticas, escultura, ourivesaria, literatura, música, dança, teatro, idioma e costumes. A mostra destaca a produção dos séculos XIX e XX, por meio de pinturas, fotografias, litografias, esculturas e desenhos que evidenciam e valorizam a fundamental contribuição africana e afro-brasileira na construção do país..

 

“Isso é Coisa de Preto é um jargão, um termo preconceituoso e racista nacional, muito usado para descriminar a condição de ser afro-brasileiro. Ressignificar tal terminologia, com o objetivo de ressaltar que ‘coisa de preto’ é ter excelência nas artes, ciências, esportes, medicina e em outros campos relevantes da sociedade, é um dos objetivos da exposição”, salienta Emanoel Araújo.

 

Mulheres e homens negros que marcaram época na recente história brasileira em suas respectivas áreas, tais como o médico Juliano Moreira, o poeta Luiz Gama, o escritor Manuel Querino, a cantora Elza Soares, o editor Francisco Paula Brito, os músicos Dorival Caymmi, João do Vale, Cartola, Milton Nascimento, Luiz Melodia, Jamelão, Pixinguinha, Paulinho da Viola e Itamar Assumpção, a bailarina Mercedes Baptista, o abolicionista José do Patrocínio, a atriz Ruth de Souza, o jogador Pelé, Madame Satã, entre outros, estão entre as personalidades negras representadas na mostra.

 

Nomes como o dos irmãos Arthur Timótheo e João Timótheo, Heitor dos Prazeres, Solano Trindade, Yedamaria, Mestre Valentim, Nelson Sargento, Eustáquio Neves, Walter Firmo, Rubem Valentim, Estevão Silva, José Teóphilo de Jesus, Benedito José Tobias, Mureen Basiliat, Rafael Pinto Bandeira, Washington Silveira, Otávio Araujo, Waldomiro de Deus, Antonio Firmino Monteiro, Pierre Verger, Carybé, João Alves, Maria Lídia Magliani, Caetano Dias, Belmiro de Almeida, Mestre Benon e João da Baiana são alguns dos artistas com trabalhos na expostos na mostra.

 

“Se por um lado a data marca os 130 anos da extinção do trabalho escravo no Brasil, por outro ainda somamos 400 anos de preconceitos, racismo e indiferença das elites oligárquicas desse país com relação aos negros e negras. São 400 anos de ausência de políticas públicas capazes, ao menos, de sanar esses absurdos que não só envolvem a questão de cor e de raça, mas também a pobreza que atinge as comunidades onde a maioria negra é constantemente objeto do maltrato, do isolamento e da violência noticiada todos os dias pela imprensa, como se normal fosse o mal que atinge em pleno século XXI essa camada da população excluída da educação, da saúde, da moradia e dos direitos e privilégios das outras classes sociais”, afirma o curador sobre os 130 anos da abolição da escravatura no Brasil.

 

 

 

Arte Afro-Atlântica de Cuba e Haiti

 

A exposição “Isso É Coisa de Preto – 130 Anos da Abolição da Escravidão”, revê ainda a produção artística de dois países com predominante população negra: Cuba e Haiti. Obras provenientes do sincretismo religioso e da união entre os cultos do vodum e da igreja católica, presentes no cotidiano de inúmeras famílias destas duas nações abastecidas por corpos negros durante o período do tráfico negreiro também integram a exposição.

 

Esculturas e pinturas que remetem à prática religiosa nos templos afro-cubanos e revelam a sintonia deste povo com a ancestralidade africana, em especial seus escultores que entenderam intimamente como interpretar este sincretismo, integram a o núcleo dedicado a república socialista de Cuba.

 

A exposição mostra também a vitalidade criativa do povo haitiano, através das linguagens que a obra de arte pode oferecer: das esculturas em ferro recortadas com seres míticos, das assemblagens evocando associações secretas e das bandeiras bordadas com miçangas, com símbolos do sincretismo religioso. Todo esse cabedal exposto nesta exposição revela um povo voltado para manifestações artísticas profundas, unido pela fé e pelo desejo espiritual das permanências ancestrais.

 

 

Vernissage com música africana ao vivo

 

O grupo Os Escolhidos, criado em 2014, no Brasil, e formado por imigrantes e refugiados da República Democrática do Congo, se apresentará durante abertura da exposição “Isso É Coisa de Preto – 130 Anos da Abolição da Escravidão”. Na ocasião, o grupo entoará diferentes gêneros musicais como rumba congolesa, acapela, zouk, world music, além de estilos próprios da região do Congo cantados em diferentes idiomas como lingala, kikongo e swahili.

 

Até 29 de julho.

Ismael Nery no MAM/SP

Ao programar esta exposição, o Museu de Arte Moderna de São Paulo, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP, e o “… curador pensaram sobretudo nos jovens que se interessam por arte, nos professores e no grande público que ainda não tinha contato com a obra de Ismael Nery (1900-1934). Não é uma exposição para especialistas, embora esses possam ter o prazer de revisitar trabalhos já conhecidos. É uma exposição em que se revela um artista que, na sua época, teve a coragem de caminhar sozinho, descobrir-se e procurar um olhar que estivesse absolutamente sincronizado com o seu tempo, mas – incrível – não com os intelectuais de seu país. 

 

Em um momento em que era moda intelectual ser materialista e mesmo anticlerical, o homem que se dizia católico e professava sua fé em discussões filosóficas, na sua casa e na casa de amigos no Rio de Janeiro, era um dândi narcisista. Assim como a de sua mulher, sua beleza física evidente e muito impositiva, aliada à sua habilidade intelectual de polemista nas rodas de discussões, contribuía para elevar sua vaidade. Basta lembrar a quantidade de autorretratos – e autorretratos com Adalgisa. Era exímio dançarino e, na época, era o que chamamos hoje de “um artista performático”. A questão de gênero não estava ausente na sua corajosa produção: figuras andróginas atravessam toda a sua obra, assim como a relação entre o feminino e o masculino.

 

Agora vamos às obras. Os grupos estão divididos por gêneros: os nus, as figuras, os retratos e autorretratos, as danças, os cenários, as obras surrealistas – estas pioneiras do gênero no Brasil, junto com as de Cícero Dias (1907-2003). É apenas uma das formas de se mostrar e examinar as pinturas e os desenhos. Antes, o que ressalta aos olhos? Evidentemente, as pequenas dimensões da maioria desses trabalhos. Essa escala muito íntima demonstra um certo desprezo pelo mundo no qual a arte irá circular enquanto mercadoria. A maior parte deles não admite nenhuma distância, tem de ser vista de muito perto – para cada trabalho, um olhar. “

 

A curadoria de “Ismael Nery: feminino e masculino” é do crítico de arte Paulo Sergio Duarte.

 

 

De 08 de maio a 19 de agosto.

Edição xilográfica

02/mai

“Cabuloza Wild Life” é uma publicação independente, editada em xilogravura pelo artista carioca Pedro Sánchez. Os cinco primeiros números tiveram uma configuração padrão, impressos frente e verso e dobrados, como um folder, de modo que, fechados, eram lidos e folheados como uma revista e, abertos, dispostos como um pôster. A partir de então, cada número teve um  formato próprio, por exemplo: a N. 6, em uma versão XXG, a N. 8, em uma edição in folio, e a N. 10, em lambe-lambe, composta por oito módulos e que teve suas cópias espalhadas pelas ruas do Rio. 

 

Nesta exposição o artista mostra grande parte desta produção, além da “Cabuloza Wild Life N. 13”, edição feita por encomenda para o Consórcio de Gravuras do Museu do Trabalho, que vem devidamente assinada e numerada, com tiragem de 100 exemplares.

 

 

Sobre o artista 

 

Pedro Sánchez é artista visual, pesquisador e professor, formado em Gravura pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mestre em História da Arte pelo programa de pós-graduação em História Social da Cultura, da PUC-Rio. Doutor em Design por esta mesma instituição. Desenvolveu a pesquisa Gráfica de Rua: estratégias e táticas na cultura visual de rua do Rio de Janeiro. É Professor Adjunto e Coordenador do curso de Gravura da Escola de Belas Artes da UFRJ, e membro do grupo Coletivo Gráfico. Sua mais recente exposição individual foi no Espaço Cultural Sérgio Porto, no Rio, em 2017.
 

 

De 03 de maio a 01 de julho.

Nassar está na Pinacoteca Estação

25/abr

A Pinacoteca Estação, São Paulo, SP, exibe a retrospectiva do artista paraense Emmanuel Nassar. Com patrocínio de Credit Suisse, “Emmanuel Nassar: 81-18” abre o calendário de exposições do prédio, que é da Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura do Estado.

 

Com sua produção, Nassar provoca reflexões sobre o “erudito” e o “popular”. Suas pinturas e objetos estão marcados por interações aparentemente banais: das logomarcas pintadas em fachadas de rua à geometria rigorosa que remete ao concretismo brasileiro; da pintura popular do circo e do parque de diversões que circula o país à ironia da arte-pop americana. Além disso, o uso de símbolos como a bandeira nacional, a logomarca da Coca-Cola e a referência à Hollywood estão também presentes sem hierarquias, mas apresentadas com um senso de humor irônico.

 

“O trabalho de Emmanuel Nassar é muito potente. Fez com que a crítica do sudeste repensasse a noção idealizada que existia do pintor dito ingênuo”, explica o curador Pedro Nery.

 

A mostra apresenta quatro décadas de produção, reunindo trabalhos conectados por temas que são recorrentes ao longo desse período. Serão abordadas questões sobre identidade, a pop-arte ou a iconografia circense. Serão mais de cem trabalhos, entre eles “Receptor”, de 1981, o mais antigo presente na retrospectiva e que marca uma guinada em sua produção artística. Também “Fachada”, obra do acervo da Pinacoteca que representa em escala real o pórtico de um circo de rua e que foi feita para servir de entrada para a sala do artista na Bienal de 1989.

 

Vale lembrar que esta individual dá continuidade ao programa de exposições que pretende realizar uma revisão da carreira de artistas que iniciaram suas trajetórias na década de 1980 e construíram um percurso destacado no contexto da arte contemporânea brasileira.

 

“O que há de mais perene no conjunto da obra de Nassar é, possivelmente, a ambiguidade de dois mundos brasileiros, um informal das ruas e da experiência mundana em contraste com a formalidade geométrica e utópica”, completa Nery.

 

A Pinacoteca prepara um catálogo que reunirá dois textos inéditos escritos pelos autores Pedro Nery e Thierry Dufrêne, historiador da arte. O livro trará ainda reproduções das obras expostas.

 

 

 

Até 02 de julho.