Tarsila em NY

08/fev

A exposição “Tarsila do Amaral: Inventing Modern Art in Brazil”, cumprirá temporada no Museu de Arte Moderna de Nova Yorque, MoMA, de 11 de janeiro a 03 de julho.

Tarsila do Amaral (1886-1973) foi uma das figuras centrais no desenvolvimento da arte moderna do Brasil, e sua influência reverbera em toda a arte do século XX e XXI. Embora relativamente pouco conhecida fora da América Latina, suas pinturas e desenhos refletem suas ambições para sintetizar as correntes da arte de vanguarda e criar uma arte moderna original para seu país de origem. “Tarsila do Amaral: Inventing Modern Art in Brazil”, é a primeira grande exposição de um museu na América do Norte dedicada a artista. A mostra, enfoca seu trabalho na década de 1920, quando viajou entre São Paulo e Paris, participando da vida criativa e social de ambas as cidades e forjando seu próprio estilo artístico, único.
A exposição começa em Paris com o que Tarsila, como ela é carinhosamente conhecida no Brasil, chamou seu serviço militar no cubismo. Seu rico envolvimento com o modernismo europeu incluiu associações com os artistas Fernand Léger e Constantin Brancusi, o marchand Ambroise Vollard e o poeta Blaise Cendrars. A apresentação segue suas viagens ao Rio de Janeiro e às cidades coloniais de Minas Gerais e mostra seu papel crescente e vital na cena artística emergente do Brasil e com sua comunidade de artistas e escritores, incluindo os poetas Oswald de Andrade e Mário de Andrade. Foi durante esse período que Tarsila começou a combinar a linguagem visual do modernismo com os temas e a paleta de sua pátria para produzir uma arte moderna fresca e única, brasileira.

 

A exposição celebra as obras mais ousadas de Tarsila e seu papel na fundação da Antropofagia – movimento de arte que promoveu a idéia de devorar, digerir e transformar as influências européias e outras artísticas para tornar algo completamente novo. As contribuições de Tarsila incluem o marco de 1928, o Abaporu, que foi a inspiração para o Manifesto Antropofágico e serviu como um emblema para o movimento. Apresentando mais de 120 pinturas, desenhos e documentos históricos relacionados à artista, “Tarsila do Amaral: Inventing Modern Art in Brazil” é uma rara oportunidade de conhecer o trabalho da artista, situado, principalmente, em coleções brasileiras.

Individual na SIM, Curitiba

06/fev

Willian Santos, artista nascido e residente de Curitiba, PR, traz para sua primeira individual na SIM Galeria, o intrincamento entre encontros e re encontros com formas nativas de seu universo íntimo e de uma cronologia pictórica universal. Em “Recôndito Plasmado”, as pinturas, desenhos, objetos e esculturas do artista têm em comum a aura enigmática promovida por uma figuração inacabada, que se desmancha e se dilata, e que deixa sua catástase a cargo do público.

 

A partir da visitação à sua pesquisa da última década, o artista flagrou-se em uma recorrência imagética que transborda por toda a presente exibição, mas que ali se apresenta com o desafio plástico próprio do processo criativo de Willian Santos. Como, por exemplo, em suas grandes esculturas em fibra – material inédito em sua produção – em desenhos e pinturas. É justamente por saber do papel das relações inconscientes e individuais na elaboração e apreensão da linguagem artística que Willian Santos prima pela relação de presença e experiência do observador quando materializa sua obra. Fazendo-se, assim, essencial o encontro presencial do observador com seu trabalho para que as múltiplas relações sugeridas por suas obras, se materializem.

 

 

Sobre o artista

 

Willian formou-se em Artes Visuais com Ênfase em Computação pela Universidade Tuiuti do Paraná em 2009. Suas primeiras mostras individuais aconteceram em 2011, com a exposição “Campo Dilatado”, no SESC da Esquina, Curitiba-PR e em 2012 com as exposições “Desenhos”, no Museu de Arte de Joinville, e “Imanência”, na Finnacena Escritório de Arte – Curitiba-PR. A mais recente exposição do artista, “nem todo líquido se desmancha em ar” aconteceu na Galeria Casa da Imagem, em Curitiba-PR. Dentre suas muitas participações em mostras coletivas, destacam-se: em 2017, “QUEERMUSEU: Cartografias da diferença na arte brasileira”, no Santander Cultural, Porto Alegre-RS e “PINTURA (diálogo de artistas)”, na Caixa Cultural, Rio de Janeiro-RJ. E em 2016 o “19º Edital de Incentivo à Produção Chico Lisboa”, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli – MARGS, Porto Alegre-RS.

 

 

De 23 de janeiro a 03 de março.

Bechara no MAM Rio

01/fev

 

A exposição “Fluxo Bruto”, no MAM Rio, com trabalhos inéditos do artista José Bechara foi prorrogada até o dia 06 de maio. A curadoria é de Beate Reifenscheid, diretora do Ludwig Museum, Koblenz, Alemanha. A mostra reúne trabalhos tridimensionais inéditos do artista, em grande escala, finalizados no próprio local,  em diversos materiais: vidros planos, mármore maciço, alumínio e madeira. “Fluxo Bruto” tem ainda duas pinturas inéditas sobre lona, e outras três pinturas pertencentes às coleções Dulce e João Carlos Figueiredo Ferraz e Gilberto Chateaubriand/MAM Rio.

 

Tantão, Eu sou o Rio

31/jan

No dia 02 de fevereiro, a Galeria Pretos Novos de Arte Contemporânea, Gamboa, Rio de Janeiro, RJ, marca a sua reinauguração com a exposição “Eu sou o Rio”, do artista visual, músico e poeta Tantão. A curadoria é de Marco Antonio Teobaldo. A sua trajetória artística de Tantão começa pela criação do grupo pós-punk Black Future, que apresentava uma mistura de punk-rock, samba e os sons do sample. Desta forma eclética, apresentou mais tarde a música “Eu sou o Rio” e marcou um estilo que se tornou, sem exagero algum, referência para as gerações futuras. Desde então, a musicalidade veio pautando o seu trabalho como um todo, que envolveu os campos da poesia, performances e artes visuais.

 

O seu traçado lembra, por vezes, um plano geométrico e plantas baixas de algum projeto de engenharia, que não por acaso, vem de seus conhecimentos em estruturas navais adquiridos na escola técnica Henrique Lage, em Niterói e dos estaleiros por onde trabalhou. De acordo com o curador Marco Antonio Teobaldo, o artista cria seus próprios esquemas e metáforas, fruto de sua experiência como andarilho da cidade, tal qual fazia o novaiorquino Jean-Michel Basquiat, ao beber direto da fonte e ainda exercer um fascínio sobre os habitués da cena underground.

 

Materiais encontrados nas ruas ou doados por amigos se tornam terreno fértil para a criação do artista, que em alguns casos, ganham um “choro” com os desenhos e pinturas transpostas no verso das obras. Tido como artista marginal e provocador, Tantão é na verdade um pensador que está a dois passos a frente de seu tempo, cuja poesia visceral transborda em si mesma para diversas espécies de suportes.

 

A exposição “Eu sou o Rio” marca a nova fase de seu trabalho, realizado recentemente, que flerta com as composições de Piet Mondrian (cuja Fundação, em Amsterdã, acolheu Tantão duas vezes, em residências artísticas) e as pinceladas do uruguaio Joaquim Torres-García. O título da mostra é homônimo ao filme sobre a sua vida, que o levará para o 68º Festival de Berlim, no qual ele é anunciado como grande personagem da cena alternativa mundial.

 

 

Até 31 de março.

Exposição coletiva na Cavalo

29/jan

No dia 01 de fevereiro inaugura “Jardim das delícia com juízo final” [sic] na Cavalo, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, exibição coletiva com curadoria do artista Pedro Caetano.  A primeira exposição de 2018 na galeria carioca conta com trabalhos de 18 artistas de diversas gerações, além de reproduzir o disco homônimo de Nelson Cavaquinho e exibir o documentário de Leon Hirszman sobre o cantor.

 

O título da exposição, que faz referência a duas obras do pintor medieval Hieronymus Bosch sobre o inferno e o paraíso, reflete também “a visão estereotipada de um paulista sobre a cidade do Rio de Janeiro e suas linguagens – por isso a falta do plural no “delícia(s)” do nome da mostra” conta o curador Pedro Caetano. Para ilustrar simbolicamente a imagem de cidade romântica e trágica, o artista/curador escolhe trabalhos menos explícitos de mentores como Jac Leirner, Paulo Monteiro, Leda Catunda e Marcelo Cipis, assim como os artistas de gerações seguintes como Erika Verzutti, Tiago Carneiro da Cunha, Adriano Costa e Marina Perez Simão.

 

Pedro Caetano encontra no álbum “Nelson Cavaquinho” de 1973 e no curta metragem de mesmo nome lançado por Leon Hirszman em 1969 a ligação entre o Rio de Janeiro histórico, o Rio estereotipado e o Rio atual. Para a mostra na Cavalo, decidiu criar cenários antagônicos nas duas salas expositivas da galeria. A serenidade das obras na sala de entrada se contrapõe à montagem conturbada da seguinte.

 

Na sua pesquisa como artista, Pedro Caetano confronta humoradamente a linguagem da cultura de massa com as concepções comuns de “bom-gosto”. Encontra-se com frequência em sua obra referências ao hedonismo, tanto em suas esculturas com bustos de manequins ou cinzeiros quanto em suas pinturas de picolés e de personagens lisérgicos. A obra de Pedro Caetano costuma ter um caráter ambíguo, preocupado em mostrar os lados prazerosos e melancólicos da vida. Acostumado a exercer várias funções, geralmente se apresenta também como curador e ex-galerista, pelo seu tempo na galeria Polinésia, inaugurada em 2007. Durante os três anos em que esteve aberta, Pedro exibiu no espaço em São Paulo uma cena intensa de artistas de sua geração.

 

“Jardim das delícia com juízo final” conta também com trabalhos de Marcius Galan, Alberto Simon, Alexandre da Cunha, Tiago Tebet, do venezuelano Ricardo Alcaide, do português Tiago Mestre, uma parceria entre Laura Lima e Jarbas Lopes além de uma obra do próprio Pedro. Em suas palavras, é uma exposição que presta homenagem à cidade, “essa que fica entre as duas pinturas do Bosch, entre a beleza e a violência, o Rio da Anitta e um outro Rio, o do Nelson, do Cartola, do Noel Rosa e etc.”

 

 

Até 21 de abril.

 

Coletiva na Luciana Caravello

Luciana Caravello Arte Contemporânea, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, inaugura, no dia 29 de janeiro, exposição coletiva com obras de seu acervo. Serão apresentas seis obras, dentre pinturas, esculturas e objetos dos artistas Daniel Lannes, Fernando Lindote, Gisele Camargo, Igor Vidor, Ivan Grilo e Lucas Simões.

 

De Daniel Lannes, será apresentada a pintura “Totem &Tabu”, de 2017, em óleo sobre linho. Fernando Lindote também apresentará uma pintura em óleo sobre tela de 2017. De Gisele Camargo será apresentada a obra “brutos” Cipó, de 2017, em acrílica e óleo sobre algodão esticado em madeira. Igor Vidor estará com a obra “Esquemas #1”, de 2017, composta por madeira e cartucho de bala. A obra “Não é um muro. É um abismo”, de Ivan Grilo, feita em bronze, em 2017, também integra a coletiva. A obra “White Lies 16”, de Lucas Simões, feita em papel, concreto e metal, também fará parte da exposição.

 

      

Sobre a galeria

 

O principal objetivo da Luciana Caravello Arte Contemporânea, fundada em 2011, é reunir artistas com trajetórias, conceitos e poéticas variadas, refletindo assim o poder da diversidade na Arte Contemporânea. Evidenciando tanto artistas emergentes quanto estabelecidos desde seu período como marchand, Luciana Caravello procura agregar experimentações e técnicas em suportes diversos, sempre em busca do talento, sem discriminações de idade, nacionalidade ou gênero.

 

 

Até 24 de fevereiro.

Individual de Daniel Feingold

Foi prorrogada até o dia 16 de fevereiro a exposição do artista plástico Daniel Feingold, na Cassia Bomeny Galeria, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ. A mostra traz 24 obras inéditas, produzidas este ano pelo artista, que tem 30 anos de trajetória. Para fazer suas pinturas, Feingold não utiliza o tradicional pincel. Em uma técnica desenvolvida por ele, a pintura é feita entornando as tintas sobre a tela. Ele a coloca na vertical e, através de latas que ele mesmo retorce, criando bicos de diversos tamanhos, derrama a tinta, que escorre verticalmente por toda a tela, formando linhas retas. Ao secar, o artista vira o quadro e repete o procedimento, resultando em diversas linhas coloridas, com espessuras variadas, que se cruzam, se sobrepõem e se entrelaçam. A exposição apresenta oito pinturas em esmalte sintético sobre tela desta série, que apresentam sua pesquisa sobre trama e estrutura, e dezesseis pinturas em bastão oleoso sobre papel, onde a estrutura desconstruída dá lugar a um novo espaço de investigação, numa potente expansão de sua pesquisa construtiva. 

Em Bolzano

 

O pintor Alessandro del Pero divide seu tempo entre os Estados Unidos – vive em Nova Iorque onde mantém atelier – e a Itália. O artista já teve passagem de impacto e sucesso pelo Brasil com exposição individual de pinturas em grandes formatos no Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, MARGS, Porto Alegre, RS. Agora ele expõe “Ogni giorno”, série de novos trabalhos na Galerie Prisma, em Bolzano, Itália, com apresentação de Denis Isaia.

 

 

 Palavra de Denis Isaia

 

“…Se há uma questão que diz respeito a Alessandro del Pero é a representação do sujeito. E como todos os artistas que têm lidado com as habilidades projetivas também Alessandro não renuncia em suas pinturas a declarações de princípio. Isto tem uma correspondência flagrante tanto sobre os retratos temas e na disposição das formas que os determinam….Desde o início a escolha de Alessandro del Pero recai sobre a representação do self. Como para a prática do retrato, ainda vida e naturalmente o Self-retrato convergem em um limiar do espelho cuja função seja questionável e emblemática. Isto informa o quadro de forma assertiva e constitutiva que aumenta o peso específico do espectador. As imagens são propostas na força de uma determinada e inescapável e ainda incompleta fixação. De modo que está ausente o elemento conclusivo, desse modo a epifania ou sublimação dá lugar a uma agitação manifesta, mas não fatal, que desempenha o papel de instabilidade e incompletude como uma condição genética. O campo em que as imagens são apresentadas é sempre um ambiente privado (um espaço psicológico em fertilização) iluminado por uma fonte escondida da vista. Interior e interioridade coincidem…”

 

 

Até 09 de fevereiro.

Visões da terra / O mundo planejado. Coleção Luís Paulo Montenegro

15/jan

Visiones de la tierra / El mundo planeado. Colección Luís Paulo Montenegro

 

Entre 20 de fevereiro e 10 de junho de 2018, o Santander Art Room, Madrid, Espanha, acolherá a exposição “Visions of the Earth / The Planned World”, a primeira exposição que mostra as obras do colecionador brasileiro Luís Paulo Montenegro.

 

Luís Paulo Montenegro começou sua coleção em 1999, quando comprou o primeiro trabalho, “La India Carajá” de Cândido Portinari, em um leilão. Hoje, possui uma das mais importantes coleções de Arte Moderna e Contemporânea no Brasil.

 

Rodrigo Moura, ex-diretor de programas artísticos e culturais do Instituto Inhotim, será o curador desta exposição para a qual realizou uma seleção de mais de 200 peças que mostram os gostos artísticos do colecionador, que começou a se interessar pelo Modernismo Brasileiro, posteriormente pela Arte latino-americana e Arte Concreta Brasileira e internacional e, finalmente, para Arte Contemporânea.

 

A exposição mostrará uma seleção de 218 peças de diferentes disciplinas artísticas, com uma representação especial da pintura. Entre os 107 artistas selecionados, destacam-se nomes importantes da arte brasileira moderna, como Alfredo Volpi, Lygia Clark, Lygia Pape, Wifredo Lam, Hélio Oiticica, Cildo Meireles, Ernesto Neto; mas também renomados artistas internacionais como Alexander Calder, Andy Warhol ou Willem de Kooning.

 

 

De 20 de fevereiro a 10 de junho.

Mestre dos Sonhos

09/jan

A CAIXA Cultural, Galeria 1, Centro, Rio de Janeiro, RJ, recebe, de 13 de janeiro a 11 de março, a exposição inédita “Francisco Brennand – Mestre dos Sonhos”, que reúne cerâmicas, pinturas e desenhos criados pelo artista pernambucano aclamado mundialmente por sua arte sincrética, ancestral e extremamente peculiar. O projeto tem patrocínio da Caixa Econômica Federal e do Governo Federal.

 

Com curadoria e projeto expográfico assinados por Rose Lima, a exposição conta com 31 obras do acervo original do artista, criadas em diversas fases da sua carreira. Seus trabalhos evidenciam temas como reprodução, mitologia, sexualidade, fauna e flora, personagens históricos e divindades, tudo permeado por signos da tradição popular do Nordeste, bastante valorizados em suas criações. A mostra reflete parte do universo místico e fantástico criado pelo artista na Oficina Cerâmica Francisco Brennand e no Parque das Esculturas, dois importantes espaços culturais mantidos em Recife (PE) e que reúnem mais de duas mil obras de arte.

 

“O público vai conhecer o homem Brennand e a riqueza da sua arte. A exposição pontuará seu timbre nordestino com referências diversas à sua família, à literatura, às vivências adquiridas e interações com outros artistas como Abelardo da Hora e Cícero Dias, seus tutores, e os amigos de sua geração que se influenciavam mutuamente, como Ariano Suassuna e Lina Bo Bardi”, destaca Rose Lima.

 

Com realização da Via Press Comunicação, a exposição estreou em Salvador, passou pela CAIXA Cultural São Paulo e agora chega ao Rio de Janeiro. Além de oportunizar o público a conhecer a arte de Brennand, a mostra presta homenagem ao trabalho de um dos artistas plásticos mais importantes do país na atualidade.

 

 

Arte Superlativa

 

Dispostas em quatro alas, as obras em exposição são organizadas cronológica e criativamente, costuradas por uma linha do tempo que perpassa os 90 anos de vida de Brennand. Em cada visita, o público será convidado a uma viagem centenária que começa em 1927, no bairro da Várzea, subúrbio de Recife (PE), no local onde hoje está a Oficina Cerâmica Francisco BrennandSerão exibidas peças representativas que vão desde o começo de sua carreira, a exemplo do quadro “Autorretrato aos 19 anos“, de 1947, até outras mais recentes, como a pintura “Toques”, da série “O Castigo”, de 2013. Além dos quadros e desenhos, a mostra dá destaque às cerâmicas, obras que o notabilizaram internacionalmente. Entre elas, as cerâmicas vitrificadas “La tour de Babel“, de 1975, “Antígona“, de 1978) e “Pelicano“, de 1988.

 

Na ambientação da galeria, a proposta busca uma experiência de imersão visual e sonora que remete o público à Oficina, onde está a maior parte do acervo monumental de Brennand. Grandes painéis fotográficos – reproduções em profundidade de ambientes do local – são somados à sonorização de cantos gregorianos, som marcante do museu-ateliê em Pernambuco e, juntos, transportam o público por um passeio sensorial. A curadora mescla aos trabalhos de Brennand fotos do arquivo pessoal do artista em que aparece com seus pais, esposa e amigos, como Abelardo da Hora e Ariano Suassuna. A mostra apresenta ainda conteúdo audiovisual composto pela exibição do filme documentário “Francisco Brennand“, de 2012, dirigido por Mariana Brennand Fortes, sobrinha-neta do artista. Em outro espaço, a combinação entre tela e “parabólica” sonora, uma instalação de áudio, apresentam as suas intervenções artísticas na Bahia.

 

 

Mestre dos Sonhos

 

Há mais de 45 anos em reclusão artística, o pernambucano Francisco Brennand é pintor, ceramista, escultor, desenhista, tapeceiro e ilustrador. Começou na arte em 1942, durante a juventude, ao conhecer o artista plástico Abelardo da Hora. Durante viagens à Europa, conheceu as obras em cerâmica de artistas consagrados como: Picasso, Chagall, Matisse, Braque, Gauguin, Miró e Antoni Gaudí, artista que o influenciou fortemente. De volta ao Brasil, passou a se dedicar verdadeiramente à cerâmica produzindo diversos painéis em cidades daqui e dos Estados Unidos (EUA). No ano de 1971, reformou a antiga fábrica de cerâmica de sua família, antigo Engenho São João, na Várzea, em Recife, transformando-a na Oficina Cerâmica. Juntamente com o Parque das Esculturasconstruído há 17 anos sobre um arrecife natural em frente à Praça do Marco Zero, a Oficina concentra permanentemente grande parte das obras do artista. Em 75 anos de trabalho artístico, Brennand soma mais de 90 exposições entre Alemanha, França, Inglaterra, Itália, Uruguai, EUA, Portugal, Espanha, além de diversas cidades brasileiras. Hoje, aos 90 anos, se dedica exclusivamente à pintura, atividade que iniciou a sua carreira como artista.