Wilma Martins na Galatea.

12/ago

A Galatea apresenta “Wilma Martins: territórios interiores”, individual da artista Wilma Martins, com obras da emblemática série “Cotidiano”, a ser inaugurada no dia 23 de agosto em sua unidade da rua Padre João Manuel, em São Paulo. A mostra conta com texto crítico assinado pela pesquisadora e curadora Fernanda Morse.

Desenvolvida entre 1974 e 1984, “Cotidiano” é considerada a série mais conhecida da artista. Nela, cenas de interiores domésticos – como salas, cozinhas e quartos – se entrelaçam com rios, plantas e animais, criando composições onde o real e o imaginário se encontram em harmonia. A brancura intimista dos espaços privados contrasta com a vitalidade orgânica da natureza, revelando um olhar poético e silenciosamente subversivo sobre os pequenos gestos da vida cotidiana.

A série foi redescoberta na exposição “Cotidiano e Sonho”, retrospectiva realizada em 2013, com curadoria de seu marido, Frederico Morais, importante crítico e historiador de arte brasileiro. Essa será a primeira exposição dedicada à artista desde a retrospectiva póstuma “Wilma Martins: território da memória”, realizada em 2023. É, também, uma oportunidade rara de ver um escopo tão abrangente da série “Cotidiano” reunido em uma só exposição.

Em cartaz até 18 de outubro.

Encerramento de duas exposições.

08/ago

Neste sábado, 09 de agosto, a partir das 15h, as artistas Mariana Rocha e Siwaju conduzirão visitas guiadas por suas exposições “Desde sempre o mar” e “SPECTRUM”, em cartaz, respectivamente, nos prédios 17 e 11 da galeria. Trata-se de evento de encerramento das exposições “Desde sempre o mar” e “SPECTRUM”.

Inspirada pela vastidão marítima e pelos mistérios da vida microscópica, Mariana Rocha mergulha em um universo onde as fronteiras entre ciência, mito e arte se dissolvem. Desde sempre o mar reúne pinturas inéditas que transitam entre figuração e abstração, evocando formas orgânicas como raízes, cílios, braços e membranas – elementos que se desdobram como símbolos da origem e da continuidade da vida. Segundo o curador Renato Menezes, que assina o texto de apresentação da mostra, “Mariana Rocha trapaceia a escala e, assim, a própria pintura parece se tornar, para a artista, um meio de reequacionar os mínimos essenciais da vida. Partícula e todo, célula e organismo, gota e oceano renegociam suas ordens de grandeza bem diante de nossos olhos.”

“Já Siwaju traz esculturas que articulam matéria e Cosmos, energias visíveis e invisíveis, objeto e entorno, corpo escultórico e espaço, organizando-se em uma temporalidade espiralada, em constante fluxo de expansão e retrospecção, ativando saberes afrodiásporicos. “Desdobram-se pelo espaço “famílias de obras” interligadas, cada uma com gramáticas e gestos próprios, mas todas atravessadas pelo desejo de criar zonas de interferência onde passado e futuro, beleza e libertação coexistem em tensão criativa.”, aponta a curadora Nathalia Grilo, autora do texto de apresentação da exposição.

O encontro marca o encerramento das mostras.

Panorama da produção de Raymundo Colares.

A abertura  da exposição “Raymundo Colares: Pista livre”, acontece na Almeida & Dale, Caconde 152, São Paulo, SP, a partir do dia 09 de agosto.

Com curadoria de Ligia Canongia, a exposição apresenta um panorama da produção de Raymundo Colares ao reunir pinturas, guaches e os emblemáticos Gibis, livros-objetos que convidam o público a manuseá-los. Colares criou um repertório visual composto por referências do construtivismo, pop art e cultura urbana. O ônibus, ícone frequente em suas telas, surge como elemento indicial dessa fusão, evocando a noção de movimento e dinamismo das grandes metrópoles, expressa por meio dos planos multidirecionais que tendem à colisão.

A palavra da curadoria.

Raymundo Colares manteve diálogo com o construtivismo brasileiro e suas raízes históricas, embora já sensível ao ideário pop, por sua estreita relação com as histórias em quadrinhos e o cinema. Os trabalhos de Mondrian, Duchamp e dos futuristas italianos foram cruciais em sua formação, mas a obra indiciava sintomas da iconografia urbana e da exuberância cromática da pop art. O universo popular em Colares convergiu para a figura do ônibus, um ícone-síntese do dinamismo nas grandes metrópoles. A experiência perceptiva da multiplicação e da deformação das coisas em movimento, que informara o cubismo e outros movimentos modernos, tornou-se centro de seu interesse. O artista tentava, pois, congregar planos disjuntivos, fatias de espaço que pareciam se colidir, imagens captadas aos estilhaços, sem a nostalgia da perspectiva ou de uma ordem. Ainda assim, suas pinturas são estruturadas, articuladas, e a complexidade desse jogo é que constitui o desafio da obra. Para ele, interessava fragmentar e reconstruir esses fragmentos de forma pulsante e errática, trazendo à luz uma das questões-chave de sua trajetória: a ideia de tempo, visualmente enunciada em planos multidirecionais e em velocidade. Raymundo Colares compreendeu que a questão do movimento, em última instância a questão do tempo, havia arremetido a experiência da pintura para além da estabilidade que conhecera no passado histórico, respondendo aos avanços da ciência e ao viver moderno. Pressentiu que essa atualização se prolongaria na era contemporânea, e que os efeitos da máquina seriam intensos e irreversíveis, mesmo não tendo vivenciado o mundo digital de nossos dias.

Ligia Canongia

Em cartaz até 04 de outubro.

Destacando a obra de Mano Penalva.

07/ago

Mano Penalva tem sua obra divulgada pela Baró Galeria. O artista nasceu em Salvador, Brasil, 1987, formou-se em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2008) e frequentou cursos independentes de arte no Parque Lage por sete anos (2005-2011). É fundador da Massapê Projetos, uma plataforma de artistas em São Paulo que fomenta o diálogo e a produção artística.

A prática de Mano Penalva gira em torno do deslocamento de objetos cotidianos, refletindo seu profundo interesse por antropologia e cultura material. Trabalhando com escultura, instalação, pintura, fotografia e vídeo, ele cria novos arranjos estéticos inspirados em estratégias de exposição no varejo, no ato de colecionar histórias e na interação entre espaços domésticos e públicos. Seu trabalho reforça a ideia de que a proliferação exponencial de objetos e imagens não necessariamente aguça nossa percepção ou consciência, mas busca nos fundir a eles.

Nos últimos anos, Mano Penalva participou de inúmeras residências internacionais, incluindo Casa Wabi (Puerto Escondido, México, 2021), Fountainhead Residency (Miami, EUA, 2020), LE26by / Felix Frachon Gallery (Bruxelas, Bélgica, 2019), AnnexB (Nova York, EUA, 2018), Penthouse Art Residency (Bruxelas, Bélgica, 2018), RAT – Artistic Exchange Residency (Cidade do México, México, 2017) e Pop Center – Camelódromo (Porto Alegre, Brasil, 2017).

Seu trabalho pode ser visto na exposição coletiva online Overstretching, em cartaz até outubro.

Nova representação.

06/ago

Ana Cláudia Almeida é a nova artista representada pela galeria Fortes D´Aloia & Gabriel. Ana Cláudia Almeida nasceu no Rio de Janeiro, Brasil, 1993 – O universo material de Ana Cláudia Almeida, encontra-se estabelecido sobre a manipulação de tintas, plásticos, bastões a óleo, tecidos e imagens. A feição esvoaçante de suas obras sobre pano, o caráter acumulativo e movediço da escultura e a fragmentação caleidoscópica das pinturas de grande escala transpõem e traduzem a memória intangível em matéria. Essa dimensão se faz sentir tanto na superfície dos trabalhos, conforme Ana Cláudia Almeida permite que vestígios de gestos anteriores permaneçam na forma final, quanto de maneira conceitual e simbólica. Feita de sobreposições intensas de espaços plenos e vazios, a abstração que ressoa sua obra espelha formal e tematicamente camadas de lembranças, práticas e rituais. Transitando entre a pintura, a escultura  e  o  vídeo,  a  produção de  Ana  Cláudia  Almeida  confronta  os  modos  como  ela  é  moldada – ou distorcida – por estruturas sociais, explorando as fricções entre o ambiente urbano e sistemas como religião, gênero e sexualidade.

Entre suas exposições recentes destacam-se Ana Cláudia Almeida & Tadáskía, exposição diálogo entre as duas artistas que aconteceu simultaneamente nas galerias Fortes D’Aloia & Gabriel e Quadra, em São Paulo, Brasil (2024); desdobramento da exposição Tadáskía and Ana Cláudia Almeida: A Joyner/Giuffrida Visiting Artists Program, no Nevada Museum of Art, Nevada, Estados Unidos (2024). Dentre as individuais, destacam-se Guandu Paraguaçu Piraquara, Fortes D’Aloia & Gabriel – Carpintaria, Rio de Janeiro, Brasil (2023); Buracos, Crateras e Abraços, Quadra, Rio de Janeiro, Brasil (2021); Wasapindorama, Fundação de Arte de Niterói, Niterói, Brasil (2018).

A artista também fez parte das exposições coletivas Ensaio sobre a Paisagem, Instituto Inhotim, Brumadinho, Brasil (2024); Olhe bem as montanhas, Quadra, São Paulo, Brasil (2024); Essas Pessoas na Sala de Jantar, Casa Museu Eva Kablin, Rio de Janeiro, Brasil (2023); Crônicas Cariocas, Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro, Brasil (2021) e Casa Carioca, Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro, Brasil (2021). Suas obras integram as coleções do Museu de Arte do Rio, Instituto Inhotim e Sesc Rio de Janeiro.

Exposição de Fernando Duval em São Paulo.

05/ago

A galeria NONADA SP, em sua sede paulistana, expõe “Sob o signo do ocaso – Wasthavastahunn: o universo paralelo de Fernando Duval”, com curadoria de Bernardo José de Souza, – um breve retrospecto -, obras criadas ao longo de mais de sessenta anos. Com obras totalmente inéditas, a mostra traça um panorama da produção de Fernando Duval (1937, Pelotas, RS), figura singular no cenário da arte brasileira, cujas produções – desenvolvidas ao longo de mais de seis décadas – são inteiramente dedicadas ao desenvolvimento de um universo de ficção científica: o planeta Fahadoika e, em especial, o continente de Wasthavastahunn.

Num gesto que desafia as convenções do campo artístico e da própria realidade, Fernando Duval criou uma cosmogonia própria, com personagens, línguas, tradições e tecnologias, povoando esse mundo alternativo por meio de desenhos, pinturas, esculturas, textos, narrativas orais e até um dicionário completo. Entre a ficção especulativa, o escapismo e o prazer, sua obra se insere na tradição da outsider art, sendo uma das mais notáveis expressões de invenção radical na história recente da arte brasileira.

A exposição reúne uma seleção de trabalhos que revelam as camadas narrativas, políticas e sensoriais do imaginário wasthianno: um povo fictício que, apesar da semelhança com os humanos, vive à margem de sistemas econômicos, religiosos e patriarcais. Em Wastha não há pobreza nem trabalho compulsório – tampouco fé ou dogma científico. O que impera é uma filosofia hedonista e libertária em que o prazer, a especulação intelectual e a recusa às normas constituem os pilares de uma civilização alternativa e profundamente crítica à lógica dominante no mundo real.

A mostra inclui também registros de personagens míticos – como Santa Bartola, padroeira da loucura e dos afetos desviantes – e evoca figuras centrais da política interestelar de Wasthavastahunn, como Ada Andes, baronesa e chanceler junto às Galáxias Ulteriores. As obras de Fernando Duval assumem, assim, o papel de documentos sensíveis de um mundo que não apenas questiona a normatividade ocidental, mas propõe outros modos de viver, imaginar e habitar o tempo.

O projeto curatorial de Bernardo José de Souza parte do próprio envolvimento afetivo e intelectual com a obra de Duval – artista que, ao longo de sua vida, permaneceu à margem do circuito institucional, mas criou uma das mais completas e sofisticadas ficções do século XX no Brasil. Como escreve o curador, “entre o escapismo, a luxúria e a transgressão, Duval deu corpo a um universo paralelo ao nosso, estruturado sobre as bases da imaginação, do regozijo e da recusa em viver sob a normatividade das sociedades capitalistas e patriarcais”.

Em cartaz até o dia 27 de setembro é uma oportunidade única para adentrar os meandros desse universo radical e encantador.

Centenário de Gilberto Chateaubriand.

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio) inaugura no dia 09 de agosto a exposição “Gilberto Chateaubriand: uma coleção sensorial”, que abre as comemorações pelo centenário de nascimento de um dos maiores colecionadores da história da arte brasileira. A mostra estará em cartaz até 09 de outubro. De grande escala, a mostra reúne aproximadamente 350 obras de um dos mais representativos conjuntos da produção artística nacional. Desde 1993, cerca de 6.400 das 8.300 peças que compõem a Coleção Gilberto Chateaubriand estão sob a guarda do MAM Rio, consolidando uma parceria fundamental para a preservação e difusão da arte brasileira.

Com curadoria de Pablo Lafuente e Raquel Barreto, o público será convidado a uma imersão nas camadas de significado, afeto e história que atravessam a coleção, ao longo de mais de cinco décadas cuidadosamente constituída por Gilberto Francisco Renato Allard Chateaubriand Bandeira de Mello (1925-2022), diplomata e presença marcante nas artes visuais do país. Segundo o próprio Gilberto Chateaubriand, o colecionismo surgiu por acaso, em 1953, durante uma viagem a Salvador, quando foi apresentado ao pintor José Pancetti (1902-1958) pelo colecionador Odorico Tavares. Ao visitar o ateliê, adquiriu não só a tela Paisagem de Itapuã, mas a paixão por colecionar.

De acordo com Pablo Lafuente, diretor artístico do museu, “a coleção de Gilberto consegue oferecer um panorama complexo da história da arte brasileira do século 20, atenta aos movimentos e artistas que a compuseram, tornando-se uma das mais importantes do país ao mesmo tempo que revela as relações fascinantes que Gilberto tinha com obras e com artistas”.

“Gilberto Chateaubriand se dedicou com intensidade à formação de uma das coleções particulares mais significativas que temos no Brasil. A coleção é única em sua habilidade de unir tradição e experimentação, incluindo desde os modernistas icônicos a jovens artistas de diversas regiões do país e suas propostas experimentais”, observa Raquel Barreto, curadora-chefe do MAM Rio.

Um olhar sensorial para a arte brasileira

Um século de arte no Brasil

Com obras de Adriana Varejão, Alair Gomes, Anita Malfatti, Anna Bella Geiger, Antonio Bandeira, Artur Barrio, Beatriz Milhazes, Candido Portinari, Carlos Vergara, Cícero Dias, Cildo Meireles, Djanira, Edival Ramosa, Gervane de Paula, Glauco Rodrigues, Iberê Camargo, Ione Saldanha, Ivan Serpa, José Pancetti, Lasar Segall, Luiz Zerbini, Lygia Clark, Maria Martins, Rubens Gerchman, Tarsila do Amaral, Tomie Ohtake e Vicente do Rego Monteiro, entre muitos outros, a exposição cobre cerca de 100 anos de arte no Brasil e permite ao visitante percorrer, de forma não linear, uma ampla e plural história da cultura visual do país.

A exposição “Gilberto Chateaubriand: uma coleção sensorial” é organizada em colaboração com o Instituto Cultural Gilberto Chateaubriand e tem patrocínio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, da Petrobras, da Light, do Instituto Cultural Vale e da Vivo através da Lei Federal de Incentivo à Cultura e da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro

Giuseppe Boscagli no Museu de Arte do Paço.

04/ago

A exposição Boscagli, de Júlio de Castilhos a Rondon, comemorativa aos 150 anos da imigração italiana no Rio Grande do Sul, inicia dia 06 de agosto, e segue até 31 de outubro, na Pinacoteca Aldo Locatelli, localizada no Museu de Arte do Paço, Praça Montevidéu, 10, Centro Histórico, Porto Alegre, RS.

A mostra revela a trajetória de Giuseppe Boscagli, pintor e fotógrafo italiano, cuja obra e vida se entrelaçam com a história brasileira. O artista destaca o papel de imigrantes italianos na formação da identidade regional e nacional, através de sua memória visual – retratos, paisagens, marinhas e registros etnográficos produzidos no Brasil entre 1899 e 1945. Além disso, a exposição agrega registros da expedição Roosevelt-Rondon (1913-1914) e apresenta obras originais em óleo, cartão e madeira, incluindo oito retratos históricos de figuras públicas como Conde de Porto Alegre, Gaspar Silveira Martins e Pinheiro Machado.

Sobre o artista.

Giuseppe Boscagli nasceu em 29 de abril de 1862, na comuna de Rapolano, província de Siena, Itália, e faleceu no Rio de Janeiro, em 30 de maio de 1945. Em 1888, imigrou para Buenos Aires, Argentina, e de lá para o Brasil, em Porto Alegre, no final de 1899. Seu trabalho é uma valiosa documentação visual do Brasil no início do século 20, especialmente das comunidades indígenas e dos pioneiros das regiões de colonização.

Conversa na Galatea.

01/ago

Neste sábado, dia 02 de agosto, é o último dia para visitar a mostra Dani Cavalier: pinturas sólidas na Galatea!

Marcando o encerramento da exposição, convidamos você para uma roda de conversa com a artista Dani Cavalier, ao lado de Ana Roman e Paula Plee, editoras da Piscina #1, publicação anual da plataforma homônima para mulheres e pessoas não binárias. Teremos o prazer de receber o público para esse encontro no sábado, 2 de agosto, a partir das 11h na unidade da Galatea na rua Oscar Freire.

Por meio da justaposição de blocos de cor formados por retalhos de lycra reaproveitados da indústria da moda, as “pinturas sólidas” de Cavalier investigam as fronteiras entre pintura, escultura e instalação. Embora remetam à pintura tradicional — com o uso de chassi, composição e suporte —, essas obras tensionam a lógica pictórica ao substituir a tinta por tecidos entrelaçados. Ao incorporar técnicas têxteis associadas a saberes populares, muitas vezes transmitidos por mulheres fora do circuito das Belas Artes, a artista aproxima arte e artesanato, questionando hierarquias e expandindo os limites da prática artística.
Esperamos você!!

A paisagem e o tempo.

30/jul

“A paisagem que atravessa o tempo”, é o título da exposição coletiva na Simões de Assis, Batel, Curitiba, PR, apresentando a partir de 05 de agosto, uma leitura transversal e transgeracional do gênero da paisagem, reunindo artistas brasileiros acadêmicos, modernos e contemporâneos.

As aproximações entre diferentes gerações e origens revelam como o campo visual do Brasil marca de maneira singular suas perspectivas, ao mesmo tempo que tornam possível identificar os traços comuns que continuam a povoar o imaginário desses artistas ao longo dos séculos e territórios.

Integram a mostra Alberto da Veiga Guignard, Amadeo Lorenzato, Cícero Dias, Felipe Suzuki, José Pancetti, Lucas Arruda, Lucia Laguna, Miguel Bakun, Nicolau Facchinetti, Sergio Lucena, Thalita Hamaoui e Thiago Rocha Pitta.

“…A exposição A Paisagem que Atravessa o Tempo propõe uma leitura transversal do tema, reunindo artistas brasileiros acadêmicos, modernos e contemporâneos que elaboram cenas marinhas, rurais, montanhosas, florestais, atmosféricas, tropicais, surreais e fantásticas. As aproximações entre diferentes gerações e origens revela como as visualidades naturais do país – com sua fauna exuberante de incontáveis espécies, suas praias paradisíacas, suas serras sinuosas e vastas extensões agrárias – marcam de maneira singular as perspectivas desses artistas: o encontro entre céu e mar de Lucas Arruda e o encontro entre mar e terra de José Pancetti; as perspectivas a perder de vista de Sergio Lucena; as palmeiras e coqueiros de Cícero Dias e Lucia Laguna; as araucárias de Miguel Bakun; as etéreas cadeias montanhosas populadas por igrejas de Guignard; os microorganismos marítimos de Thiago Rocha Pitta ao lado das espécies botânicas inventadas de Thalita Hamaoui; os campos rústicos de Lorenzato; os firmamentos luminosos de Felipe Suzuki; e as paisagens detalhadas da região serrana do Rio de Janeiro de Nicolau Facchinetti.

Cada região, do nordeste ao sul do Brasil; cada bioma, da caatinga à mata atlântica e cerrado; e cada clima (tropical, tropical de altitude, subtropical e semiárido) surgem nas obras reunidas nesta mostra de maneira lírica e alegórica, em variados momentos do dia, em diferentes estações do ano, atravessando 3 séculos por meio de olhares familiares, comprometidos e implicados nessas diversas paisagens. As pinturas apresentadas aqui nos permitem percorrer todos esses lugares, atmosferas, passagens, instantes, períodos, condições, transmitindo estados de ser e estar e nos transportando a habitar cada paisagem retratada em diálogo com nossas paisagens de memória, vistas e vividas”.

Julia Lima

Até 13 de setembro,