Livro: Art Déco no Brasil – Coleção Fulvia e Adolpho Leirner

26/jul

 

 

Ana Paula Cavalcanti Simioni e Luciano Migliaccio

 

 

Desde a primeira aquisição no início dos anos 1970, a coleção de art déco brasileiro de Fulvia e Adolpho Leirner foi pensada para ambientar sua própria residência, como contraparte da outra coleção do casal, de arte construtiva. Quase 50 anos depois, tornou-se um dos principais registros do período em que germinou o modernismo brasileiro. Já dominante no velho mundo, a estética art déco aportou por aqui na bagagem de artistas imigrantes – Gregori Warchavchik, Lasar Segall, Antelo Del Debbio, John Graz, entre outros – e de nomes nacionais que visitavam o velho continente, como Tarsila do Amaral, Vicente do Rego Monteiro, Di Cavalcanti, Anita Malfatti, Ismael Nery, Antonio Gomide, Regina Gomide Graz e Flávio de Carvalho, todos presentes no acervo dos Leirner. Com autoria de Ana Paula Simioni (IEB-USP) e Luciano Migliaccio (FAU-USP), o livro analisa obra a obra da coleção, repassando, a partir do que sobressai em cada item, os diversos aspectos artísticos do período. Cada obra vem acompanhada também de seu percurso em exposições e publicações. Além de ser um documento sem precedentes sobre o período, o livro demonstra a relevância da atuação do casal como colecionadores e rememora a formação do mercado de artes no Brasil.

 

 

“A Coleção Fulvia e Adolpho Leirner não apenas possui e conserva obras de valor histórico, mas ela própria é parte constitutiva da história da arte moderna no Brasil, tendo contribuído com exposições que suscitaram debates e reavaliações sobre esse momento da arte brasileira. Para compreender isso é preciso recuar um pouco no tempo. A década de 1970 assinalou uma importante etapa na maturidade do campo artístico no Brasil, em especial em São Paulo, por meio da consolidação de um mercado de arte. Multiplicaram-se os leilões comerciais e galerias, bem como despontaram alguns marchands. Num claro sinal de que a arte se tornava uma mercadoria valiosa, os bancos abriram linhas de crédito especiais para sua aquisição. A euforia do mercado artístico era contemporânea ao milagre econômico.” (…) “Compreender a lógica que perpassa a coleção, o princípio norteador de cada aquisição, de cada obra em particular, requer debruçar-se sobre as disputas em torno da definição de arte moderna, das quais os colecionadores participam com uma posição consciente e bastante original para o meio local.”

 

Conceitos Fundamentais da Pintura.

22/jul

 

 

É curso Prático-Teórico para abordar conceitos e questões fundamentais do processo e da História da Pintura desde o Renascimento, passando pela Modernidade chegando ao Contemporâneo.

 

 

As aulas começam em Agosto!

Para maiores informações e

inscrições: https://bit.ly/hugocurso

 

 

Estou divulgando meu novo curso on-line:

 

caso tenha alguma dúvida entre em contato,

 

Hugo Houayek

 

 

Encontros Fotográficos

21/jul

 

 

 O Clube Paulistano, São Paulo, SP, abriga, em suas alamedas, a coletiva “F23 – Encontros Fotográficos”, sob curadoria de Sergio Scaff e Bel Lacaz. Exposições individuais de profissionais convidados, em diferentes momentos de trajetória, oferecem um amplo conjunto de opções imagéticas, em um total de 1.213 imagens.

 

Convidados por Sergio Scaff, Alessandra Rehder, Antonio Mora, Betina Samaia, Carol Lacaz, Fabio Colombini, Fabio Figueiredo, Fabiano Al Makul, Giovanna Nucci, Ivan Padovani, Jose Roberto Bassul, Lucas Lenci, Luciano Bonomo, Luiz Aureliano, Melissa Szymanski, Paul Clemence, Pico Garcez, Renan Benedito, Renata Barros, Robério Braga, Romulo Fialdini, Tuca Reinés, Uiler Costa-Santos e Valentino Fialdini, trazem seu universo de imagens para que o público conheça e se aproxime de sua criação. “Esta exposição irá permitir apresentar as diferentes leituras, conceitos, trabalhos e a evolução da fotografia, no olhar destes fotógrafos”, explica Scaff.

 

 

Longe de ser uma exposição estática, em formato padrão, a mostra totalmente digital, estará posicionada nas alamedas internas do Paulistano em totens identificados por artista: “cada fotógrafo terá um totem individual para apresentar sua biografia, currículo e coleção fotográfica representativa dos trabalhos executados, durante a sua carreira artística e profissional”, define o curador. Isso possibilita ao visitante o contato com um amplo número de imagens que os transportará a diversos universos criativos peculiares e particulares de cada artista.

 

 

As imagens que os artistas apresentam, com seleção de Sergio Scaff, passeiam por temas diversos, distintos e plurais. Incluem temas como arquitetura, meio ambiente, fauna, flora, vida urbana noturna, cotidiano, moda, sonhos, emoções, fantasias, abraçam a vida!

 

 

Como um conjunto de possibilidades adicionais à realização da mostra de fotografias, a curadoria disponibiliza uma agenda de ações complementares com ampla programação de visitas guiadas à exposição, encontros, palestras, visitas à ateliês e galerias cuja agenda definitiva estará disponível nas redes sociais do Paulistano para inscrição e agendamento.

 

 

Sobre o curador

 

 

Sergio Scaff. Curador e Marchand, opera a mais de 36 anos no circuito cultural brasileiro e internacional. Através da Documenta Galeria de Arte, atua prioritariamente nas praças de São Paulo, Curitiba, Recife, Rio de Janeiro e Brasília, tanto em parceria com galerias locais como de forma independente, o que possibilita o intercâmbio cultural das diferentes leituras da arte brasileira. Foi representante, no Brasil, da London Contemporary Art; fundador e presidente da Associação Brasileira de Galerias de Arte, nos anos 1990 e é parte da coordenação das atividades culturais da Galeria de Arte do Clube Paulistano, desde 2010. “Interagir a fotografia a ser apresentada a céu aberto, dentro do espaço do Paulistano, para um público de milhares de pessoas, de várias idades, visões e conceitos artísticos, integrando a arte fotográfica ao cotidiano do seu espaço”. ( Sergio Scaff).

 

 

A retomada das atividades do Paulistano Cultural segue os protocolos da Fase de Transição do Plano São Paulo de controle à pandemia, implantada pelo governo estadual, além de seguir as medidas de proteção, saúde e higiene estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde e Ministério da Saúde. O número de visitantes segue limitado ao percentual permitido; é feita medição de temperatura à entrada e dispositivos de álcool gel estão posicionados por diversos pontos no espaço. O uso de máscara é obrigatório.

 

 

Até 19 de setembro.

 

Revista Pomares número 5

 

 

Seguindo a programação do mês de julho, a Fundação Vera Chaves Barcellos, Viamão, RS, convida para assistir à live de lançamento da revista Pomares, edição número 5.

 

 

O evento acontece nesta quarta-feira, dia 21 de julho, às 19h e contará com a presença de Alexandre Ramos e Neiva Bohns.

 

 

Para assistir, basta acessar os canais da FVCB no YouTube ou no Facebook nohorário:

 

 

youtube.com/fvcbrs | facebook.com/fvcbarcellos

 

 

Projeto executado através do Edital Criação e Formação Diversidade das Culturas realizado com recursos da Lei Aldir Blanc nº 14.017/20.

 

 

#editalfundacaomarcopolo #leialdirblanc #sedacrs #fundacaomarcopolo

A arte entre o sagrado e o profano

19/jul

 

 

A Galeria Evandro Carneiro Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, realiza a exposição “A arte entre o sagrado e o profano”, de 24 de julho a 31 de agosto. A curadoria é de Evandro Carneiro.

 

 

 Ao todo serão exibidas em torno de 140 obras, dentre pinturas e esculturas. Os artistas são diversos, da arte sacra à africana e chinesa, passando pela Escola de Potosi. Serão apresentados trabalhos de Helios Seelinger, Oscar Pereira da Silva, Emeric Marcier, Pedro Américo, Sigaud, Mario Cravo, Manuel Messias, Ceschiatti, Agostinelli, Brennand, Djanira, Rubem Valentim, Mestre Didi, PPL e os contemporâneos Mario Mendonça e Deborah Costa.

 

 

A mostra será aberta ao público SEM VERNISSAGE devido à pandemia, durante o horário de visitação da galeria, de segunda a sábado, das 10h às 19h. Durante o período das novas medidas restritivas na cidade sancionadas pela Prefeitura do Rio, a mostra será exibida ao público de forma on-line a partir de uma exposição virtual no website www.evandrocarneiroarte.com.br e nas redes sociais da galeria. A exposição será aberta ao público durante o horário de visitação da galeria, de segunda a sábado, das 10h às 19h.

 

 

O Shopping Gávea Trade Center, quando aberto, está funcionando com obrigatoriedade do uso de máscaras e fornece álcool em gel e medição de temperatura para quem entra. Não há necessidade de agendar a visita, pois o espaço é grande e sem aglomerações.

 

 

 A arte entre o sagrado e o profano

 

 

Entorno de fé, promessas, ritos e festas, mitos e lendas, medos, superstições e crenças, a arte sempre expressou a cultura humana, na linguagem própria de cada tempo e de cada espaço. Cabem neste cenário, tanto os aspectos sagrados quanto os profanos da vida. Mas o que os diferencia e aproxima? Para Mircea Eliade, “O sagrado manifesta-se sempre como uma realidade inteiramente diferente das realidades ‘naturais’. (…) Ora, a primeira definição que se pode dar ao sagrado é que ele se opõe ao profano.”  (“O Sagrado e o Profano”, Martins Fontes, 2020, p. 16-17)

 

 

Porém, para muitas culturas a natureza é sacralizada. Mitologias e cosmogonias diversas através da história da humanidade demonstram uma relação tão paradoxal quanto fundamental entre o sobrenatural e a natureza, deuses e homens, seres mágicos e hábitos profanos, bestiários e a floreta, bruxas e dragões, corpos e espíritos, Deus e o Diabo.

 

 

Longe de se desejar separar o supra-natural da natureza, ou dicotomizar o bem e o mal, mantemos aqui, por meio da ideia do paradoxo e da livre expressão, sempre possível através da arte, uma concepção de mundo em que cabem o bordel e o altar, o templo e o tempo, o pecado e a devoção mais pura, os ícones mais elevados das imagens sacras, mas também as fantasmagorias do maravilhoso pagão, em símbolos e alegorias expressas nas pinturas e nas esculturas que ora apresentamos.

 

 

Laura Olivieri Carneiro

 

Família Gomide no MAM-SP

15/jul

 

 

Encontra-se em cartaz no Museu de Arte Moderna de São Paulo, MAM, Ibirapuera, até o dia 15 de agosto a exposição “Desafios da modernidade – Família Gomide-Graz nas décadas de 1920 e 1930”.

 

 

A palavra da curadoria

 

 

Quando a canonização do movimento modernista tende a se fechar em torno de um número restrito de seus expoentes, é hora de alargar o campo de investigação e enveredar por sendas menos exploradas, em busca de artistas e modalidades diversos daqueles já consagrados.

 

 

Entre tantos aspectos da revolução cultural das primeiras décadas do século XX, aqui nos interessa a arte que informa o cotidiano e põe a vida doméstica em sintonia com a grande onda de modernização da sociedade. Vale lembrar que a criação de ambientes e objetos de linhas “modernas” iniciada nesse período está na origem do que hoje entendemos como “design de produtos”.

 

 

A partir do sucesso da Exposição de Artes Decorativas de Paris, em 1925, o art déco ganha repercussão internacional e chega ao Brasil. Antonio Gomide, sua irmã Regina e o marido dela, John Graz, seriam os arautos dessa tendência em São Paulo. Com obras taxadas de “decorativas”, os protagonistas dessa vertente do modernismo são vistos, muitas vezes, como artistas “menores”. No entanto, os três são modernistas de primeira geração. Graz participa da Semana de Arte Moderna a convite de Oswald de Andrade, entusiasmado com as telas que vê na mostra do pintor suíço recém-chegado a São Paulo. Na mesma exposição, as criações têxteis de Regina não chegam a impressionar o crítico. Essa indiferença revela a incompreensão da importância que a fusão de arte e artesanato teria na Europa do entreguerras. Por seu turno, Antonio Gomide, residente em Paris, traz, em 1926, um conjunto de pinturas de sua autoria para expor na capital paulista, provando ser um pintor maduro e familiarizado com o cubismo e a Escola de Paris.

 

Formados na Escola de Belas Artes de Genebra e com larga vivência da cultura europeia, eles se fixam em São Paulo, numa época em que a cidade passa por grandes transformações, sob o impacto da industrialização e da massa de imigrantes que aqui busca “fazer a América”. Diante de um mercado de arte restrito e conservador, Graz logo vê que não daria para viver de pintura. Procura então introduzir ambientes modernos em moradias da alta burguesia. Bem-sucedido, pauta seu trabalho pelo conceito de “arte total”. Em busca da unidade formal, tudo é desenhado por ele. No mobiliário, sobressai a dominância de formas geométricas, a adoção de materiais industrializados, como os tubos metálicos e a madeira folheada. Não se trata de produção em série, mas de fatura artesanal e exclusiva. Regina participa de seus projetos, com tapetes, tapeçarias, cortinas e almofadas. Versátil em várias técnicas, não é simples colaboradora – dá aulas em seu ateliê e funda a fábrica Tapetes Regina. Antonio Gomide também atua em várias frentes. Transita da pintura a óleo ao afresco, dos vitrais aos biombos e objetos decorativos, sempre com competência e buscando alguma estabilidade financeira.

 

A modernidade do trabalho desses artistas vem da dissolução de fronteiras e hierarquias entre modalidades artísticas e da atividade projetual dedicada à criação de murais, vitrais e tapeçarias, em diálogo com a arquitetura. Seu público: a elite simpatizante do modernismo, viajada e culta, de cafeicultores em decadência e industriais em ascensão.

 

 

Maria Alice Milliet

 

 

O impacto da Pandemia

14/jul

 

 

 

A Simone Cadinelli Arte Contemporânea, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, de 14 de julho a 27 de agosto, “Latinamerica 2020”, conjunto de trabalhos produzidos desde o início da pandemia pela artista Gabriela Noujaim. Os trabalhos estarão reunidos em um espaço dedicado à artista, e também em uma caixa, com edição limitada. O conjunto é composto por serigrafias em diversos suportes, como uma máscara cirúrgica – com imagens visíveis e “ocultas”, em tinta ultravioleta e só reveladas com luz negra -, um vídeo (em pendrive) e um livro trilíngue (port/esp/ingl) com depoimentos de sete mulheres que relataram suas experiências durante o período da pandemia em 2020.

 

 

O conjunto de obras foi iniciado em abril do ano passado quando a artista imprimiu o mapa da América Latina, em vermelho, sobre máscaras cirúrgicas, que em seguida foram enviadas para profissionais da saúde e para mulheres de diversas regiões e áreas de atuação. Como parte do trabalho, as mulheres, em seu ambiente de trabalho, fizeram selfies com a máscara, e enviaram a foto para a artista. Os retratos dessas mulheres integram um vídeo feito também em 2020, e ilustram sete relatos, sobre suas experiências durante a pandemia, que estão no livro. Será exibido ainda na galeria o vídeo “Mulheres Latinamerica 2020” (3′ 33″), que está em um pendrive na caixa-experiência de Gabriela Noujaim.

 

 

A palavra da artista

 

 

O impacto da pandemia nas mulheres se tornou algo latente, revelando questões extremamente urgentes na América Latina, como as condições precárias de trabalhos informais – cuidadoras e empregadas domésticas, por exemplo – além do aumento da violência contra a mulher, e ainda os casos de mortes pelo vírus entre as indígenas.

 

 

No Museu da Casa Brasileira

 

 

“Bernardo Figueiredo: designer e arquiteto brasileiro” está chegando ao Museu da Casa Brasileira, São Paulo, SP. A partir deste sábado, 17 de julho, o público poderá conferir a nova exposição do Museu da Casa Brasileira que apresenta a trajetória de um dos profissionais icônicos para a arquitetura e o design brasileiro.

 

Bernardo Figueiredo (1934 – 2012) começou a consolidar sua carreira entre as décadas de 60-70 no Rio de Janeiro e ganhou relevância nacional por meio de edifícios como shoppings e estabelecimentos comerciais, design de móveis, arquitetura de interiores e urbanismo.

 

 

Entre as obras mais representativas do arquiteto está o Palácio do Itamaraty – que abriga o Ministério das Relações Exteriores, em Brasília – além de móveis originais como a Cadeira dos Arcos, a Poltrona Rio, a Cadeira Bahia e a Poltrona Leve, peças que estarão em exposição.

 

 

VISITAÇÃO

Funcionamento: de terça-feira a domingo, das 10h às 18h.

Entrada: R$7,50 (meia) / R$15 (inteira) / Gratuito às terças-feiras.

 

 

Exposições em cartaz

 

Remanescentes da Mata Atlântica & Acervo MCB | Vitrine – Utensílios da Cozinha Brasileira | Jean Gillon: Artista-designer

 

 

Obrigatório o uso de máscara durante toda a visita.

 

O Museu da Casa Brasileira vem seguindo todas as medidas de segurança e saúde preconizadas pela OMS (Organização Mundial de Saúde), Centro de Contingência do Estado de São Paulo, ICOM (International Council of Museums) e IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus). Todos os protocolos adotados pelo MCB podem ser encontrados em nosso site, no link “Planeje sua visita”.

 

Hugo França, galeria em Trancoso

13/jul

 

 

Criada para receber exposições contemporâneas e de design, Galeria Hugo França, Trancoso, Bahia, será inaugurada no dia 15 de julho com mostra de obras inéditas do artista.

 

 

Ocupando 300 metros quadrados, em meio à Mata Atlântica, para viver, respirar e inspirar arte.  Hugo França abre suas portas recebendo a exposição “A escultura e o mobiliário na produção de Hugo França”, onde dezenas de obras, com muitos pontos que as diferem, dialogam e refletem pontos divergentes e convergentes, sempre com a natureza viva como ponto de união.

 

 

O projeto é grandioso, como as obras do artista, e tem planos ainda maiores para o futuro. A Galeria Hugo França começou a sair do papel no último ano, quando a usual ponte aérea São Paulo-Trancoso deixou de ser parte da rotina e levou o artista a fazer do destino baiano sua morada. Quase como uma atividade terapêutica, a calmaria dos dias ensolarados ganhou agito com a idealização, detalhamentos e construção do espaço.

 

 

Instalado a 10 km do Quadrado, conhecido ponto da região, em uma área de 50 mil metros quadrados, dos quais 20 mil são de pura Mata Atlântica, a localização faz da visita à galeria um verdadeiro circuito turístico, já que fica situada exatamente entre Trancoso, Caraíva e Porto Seguro.

 

 

O projeto, concebido por Hugo França, foi pensado com estética brutalista e formas geométricas para estabelecer um pano de fundo, tanto para a área externa que é cercada por uma vegetação exuberante, como para garantir a neutralidade da área interna. Com pé direito de 9 metros, o local traz grandes vãos abertos, onde luz, ventilação e natureza interagem. Mas os planos vão ainda mais longe. Além de um formato independente de parcerias com outras galerias para receber mostras e artistas, futuramente, serão construídos chalés que servirão de abrigo para residências artísticas, tornando a Galeria Hugo França um hub de criação, arte e autoconhecimento. Algumas fronteiras separam. Outras funcionam como um diálogo que provoca uma reflexão sobre os dois lados. Em muitos casos, elas despertam o interesse pela busca por um ponto em comum e acabam evidenciando diferenças e similaridades que transformam muros em linhas tênues. Em meio às formas, utilidades claras e inutilidades propositais, a mostra é um convite ao diálogo.

 

 

A palavra do artista

 

 

Mais do que um local de exposição, idealizei a galeria como um convite para uma experiência de arte. De um lado, as obras, de outro, a natureza que tanto me inspira. Também é possível fazer uma visita ao meu atelier e acompanhar parte do processo de criação, além de conhecer o local onde ficam as madeiras com as quais trabalho, verdadeiras relíquias que resgatamos com muito respeito e cuidado. Essa exposição é uma oportunidade de colocar as pessoas frente a frente com esses dois universos criativos que estão muito presentes nas minhas obras. A funcionalidade de uma peça a torna um mobiliário, mas não a impede de protagonizar um ambiente com seu apelo escultórico. Uma escultura, aparentemente, não tem função, mas seria muita injustiça fazer essa afirmação, já que faz total diferença em uma ambientação.

 

 

Sobre o artista

 

 

Hugo França nasceu em Porto Alegre, RS, em 1954. Em busca de uma vida mais próxima da natureza, mudou-se para Trancoso, na Bahia, no início da década de 1980, onde viveu por 15 anos. Lá, percebeu o grau de desperdício na extração e uso da madeira, vivência que pautou seu trabalho. Artista muito requisitado, suas esculturas constam no acervo de grandes museus nacionais e internacionais.

 

 

Sobre a Exposição “A escultura e o mobiliário na produção de Hugo França”

 

 

A inauguração da Galeria Hugo França e a visitação à exposição “A escultura e o mobiliário na produção de Hugo França” respeitarão as normas sanitárias e poderão ser feitas de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. Em julho, mês inaugural, as visitas também poderão ser conduzidas pelo próprio Hugo França, mediante agendamento.

 

O Círculo e seus Significados

09/jul

 

 

Ecila Huste apresenta nova exposição, a partir de 15 de julho, na Sala Redonda do terceiro andar do Centro Cultural Correios, Centro, Rio de Janeiro, RJ. Ao receber o convite para expor nesta sala, a artista, que é representada pela Duetto Arts New York, resolveu criar um site specific, um painel feito de tiras de tecido de várias cores, previamente grafitadas e trançadas, formando uma pintura com relevo que vai abraçar o diâmetro do espaço e tem cerca de vinte metros de comprimento.

 

 

“É muito instigante criar uma obra para uma sala circular”, diz Ecila, “pois o círculo é uma forma geométrica muito bonita e, além de representar a unidade, é também símbolo de perfeição, inteireza, completude, a totalidade, o infinito.  Essa forma sempre existiu na natureza e está presente no miolo de uma flor, nos ninhos dos pássaros, em algumas espécies de frutos, na concha de um caracol, na íris dos olhos e também em cada movimento cíclico, como as estações do ano e o movimento do sol e da lua”.

 

 

Ecila Huste vem desenvolvendo há vários anos um trabalho de pintura que ela chama de entrelaçamento – de cores, de formas, de fios, de gestos e de percursos.  Dentro deste conceito da não separação, que é milenar, tudo no universo está interligado, formando uma unidade.

 

 

A palavra do curador Ruy Sampaio

 

 

Sabem todos que, nas culturas orientais, as mandalas apontam para a perfeição, seja na tese do Eterno Retorno, do Vedanta, seja na diluição dos pares de opostos, que levaria ao sartori, dos budistas. Portanto, não é somente a bem achada maneira de vencer o desafio de um espaço circular pré-existente que leva Ecila Huste a conformar a ele esses relevos que agora o preenchem – a opção pelo círculo aqui diz mais. Ela o faz sob uma exigência estética irretocável, mas atenta a um rico feixe de significados que, histórica e antropologicamente, perpassam aquela metáfora milenar. E aqui transparece a Ecila também psicóloga de profissão. Ao vir da pintura plana para o universo tridimensional do relevo a artista guarda todos os valores de um desenho limpo e refinado que um dos seus mestres – ninguém menos que Aluisio Carvão – um dia chamou de precioso. Por entre suas tramas as cores amorosamente se enlaçam como aquelas do poema de Drummond, na continuidade fluente de um cromatismo único que já dantes nos seduzia em suas telas.  Deliberadamente os fios que enfeixam os diversos momentos dessa pintura tão integradamente objetual permanecem aparentes como se a artista os quisesse um testemunho da elaborada manualidade de sua artesania.

 

 

O processo de criação 

 

 

A princípio, Ecila Huste começou trabalhando com guache. Depois veio a aquarela, mais tarde a tinta acrílica, técnica mais explorada ultimamente. Ecila sempre foi atraída pelos grandes espaços, o que acabou influenciando o tamanho das telas, que foi pouco a pouco aumentando, até chegar a uma obra de dez metros de comprimento por um metro e sessenta de largura. Em sua pintura as cores e formas se entrelaçam o tempo todo, como uma teia, por toda a extensão de suas obras. O trabalho final é quase sempre exuberante em cor e tem um grau de movimentação incessante.

 

 

Sobre a artista

 

 

Artista visual carioca, Ecila Huste atua no campo das artes plásticas desde 1981. Sua formação artística passa pela Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV), Museu de Arte Moderna (MAM) e Centro de Arte Contemporânea, no Rio de Janeiro, Brasil. Participou de inúmeras exposições no Brasil e no exterior, com destaque para individuais realizadas no Centro Cultural Correios (2018), Casa de Cultura Laura Alvim (RJ-2003), Museu Nacional de Belas Artes (RJ-1997), Centro Cultural Candido Mendes (RJ-1994), Centro Cultural CEMIG (MG-1994), Universidade Federal de Viçosa (MG-1994), Museu do Telefone (RJ-1993), Palácio Barriga Verde (SC-1993), Sala Miguel Bakun (PR-1992) e Espaço Cultural Petrobrás (RJ-1985). Ecila Huste é artista da Duetto Arts New York e faz parte do coletivo Zagut no Rio de Janeiro. Trabalha com pintura, fotos, objetos e gravura digital. A artista trabalha e reside no Rio de Janeiro.

 

 

Até 28 de agosto.