Mercado de Arte

15/mai

A Ricardo Camargo Galeria, Jardim Paulistano, São Paulo, SP, inaugura a 14a edição de sua mostra coletiva “Mercado de Arte”, com 44 trabalhos – distribuídos entre pinturas, desenhos e esculturas – com a categorizada assinatura de de 26 artistas. Seguindo um conceito já estabelecido nas edições anteriores, a maioria das obras é inédita ou está fora de circulação há no mínimo 20 anos, reunindo expoentes da arte moderna e vanguarda brasileiras e artistas internacionais. A exposição também presta uma homenagem aos 120 anos de nascimento do escultor ítalo-brasileiro Victor Brecheret, e conta com 5 peças inéditas de sua autoria.

 

Sob a curadoria de Ricardo Camargo, expografia de Attilio Baschera e Gregorio Kramer e texto crítico sobre Brecheret assinado pela historiadora e crítica de arte Daisy Peccinini, os artistas participantes comungam do espaço expositivo da galeria, criando um panorama visual com raras possibilidades de ser duplicado. Dentro do modernismo brasileiro, destacam-se “Paisagem com Lago”, de Anita Malfatti, além de duas telas exclusivas feitas por Vicente do Rego Monteiro – “Descida da Cruz” e “Le Couple”. A eles se juntam a tela “Vaso de Flores”, de Pancetti, e o guache “Composição Abstrata”, de Antonio Bandeira. A força da vanguarda nacional surge nesta mostra com a tela “Oban”, de Antonio Henrique Amaral, seguida por “O Homem que Mora no Sol”, de Baravelli, e a escultura em bronze de Edgard de Souza, apontando para o individualismo dos anos 90.

 

A Ricardo Camargo Galeria ainda realizou uma seleção de 12 obras assinadas por seis artistas internacionais, a maioria delas inéditas no país. Neste grupo, encontram-se o nanquim “Ossie Clark”, de David Hockney, dois desenhos do construtivista Torres García – “Constructivo con Corazón”, e “Constructivo Con Sol Y Luna”. Rivera se impõe com a força telúrica de sua “Cabeça de Camponês”, enquanto Botero transparece sua abundância de formas no grafite “Mulher Sentada” e na aquarela “Cesta de Uvas”. Destacam-se ainda o par de pinturas de Figari, “Indecision” e Candombes”, além da tela “Estudio de Sol”, de Pettoruti.

 

Por fim, o conjunto das cinco obras de Victor Brecheret selecionadas para esta exposição coletiva compreende as esculturas “Casal de Pombos”, “Condessa Renata Crespi da Silva Prado”, “Torso Masculino”, “Cabeça de Juranda” e “Cristo com Anjos”, percorrendo quatro décadas do itinerário de sua carreira de sucesso.

 

“Esta diversificada edição do Mercado de Arte, com trabalhos vigorosos e delicados, marcam a atualidade atemporal das obras de arte de qualidade.”, conclui o marchand Ricardo Camargo.

 

 

De 22 de Maio a 21 de Junho.

John Graz Viajante

24/out

O Centro Cultural Correios, Centro, Rio de janeiro, RJ, apresenta a exposição “John Graz, Viajante”, uma seleção de desenhos, guaches, estudos em grafite, pinturas e outras peças desse artista nascido em Genebra e que se encantou com o universo de luzes e cores do Brasil, tendo se radicado no país desde os anos 1920. São 150 peças, selecionadas do acervo do Instituto John Graz, fundado em 2005, que reúne um total de 2.000 peças, além de realizar pesquisas, catalogação e reconhecimento de obras do artista. Trata-se da exibição de obras inéditas de um dos maiores representantes do modernismo brasileiro, em um passeio visual pelos países onde o artista viveu ou passou temporadas, como Brasil, Grécia, Espanha, Itália e Marrocos, além da terra natal, Suíça. Ao lado de Di Cavalcanti, Anita Malfatti e outros, o pintor, escultor, decorador, desenhista e artista gráfico John Graz expôs seu trabalho na Semana de Arte Moderna de 1922, contribuindo decisivamente para a renovação da pintura brasileira, influenciado pelos movimentos de vanguarda da Europa.

 

O curador da exposição, Sérgio Pizoli, relembra que John Graz era apaixonado por viagens desde a juventude. Logo após se formar na Escola de Belas Artes de Genebra, recebeu bolsa de estudos e viajou para Espanha; depois veio ao Brasil, onde se casou e se estabeleceu em São Paulo, tendo feito em seguida várias viagens pelo interior do país, destaque para o Amazonas, de onde retirou a inspiração para suas obras, como as anotações de índios e barcos dos rios amazônicos, um dos destaques da mostra.

 

O objetivo da exposição é levar ao público, através das imagens, a fazer esse passeio junto com o artista. Há desenhos feitos no Marrocos que serão expostos pela primeira vez, assim como anotações de motivos e deuses mitológicos (Diana era a sua preferida) feitos em sua temporada na Grécia. Pizoli explica que um dos traços da obra de John Graz é reunir às paisagens e elementos da natureza os elementos simbólicos de cada cultura.

 

A maioria das peças dessa mostra é de desenhos (a guache) – “uma técnica muito difícil e que poucos artistas ousam fazer” – acrescenta o curador. Conforme Pizoli, a escolha pelos desenhos, boa parte ainda em caráter de estudos a serem concluídos, é para demonstrar a impressionante qualidade de um lado ainda pouco conhecido do artista. “John Graz tem uma vasta obra ainda a ser resgatada. Quem não o conhece, terá agora uma ótima oportunidade. E para quem já o conhece, poderá apreciar obras inéditas”, afirma.

 

Até 24 de novembro.

 

 

Modernismo no Centro Cultural Correios

16/nov

O Centro Cultural Correios, Centro, Rio de Janeiro, RJ, exibe a exposição “Mário de Andrade – Cartas do Modernismo”. A mostra, com curadoria de Denise Mattar, encerra as comemorações dos 90 anos da Semana de Arte Moderna, traçando um panorama da implantação e expansão do Modernismo no Brasil através de obras de arte, cartas, imagens, fotos e textos do escritor que, junto com Oswald de Andrade, foi um dos principais impulsionadores do movimento artístico. Em exibição, obras assinadas por Di Cavalcanti, Segall, Cícero Dias, Ismael Nery, Portinari, Zina Aita, Augusto Rodrigues, Portinari e Enrico Bianco, artistas do primeiro e segundo modernismo, expoentes da melhor arte moderna brasileira.

 

A correspondência de Mario de Andrade é reconhecida por seu expressivo volume e pela qualidade dos interlocutores envolvidos. Os mais importantes poetas, escritores, músicos, teóricos e artistas desse período trocavam cartas com ele. O estudo delas revela o ideário modernista do autor, que se constitui como tema central da exposição, mas apresenta também o lado humano das pessoas envolvidas, suas dores, amores, brigas, disputas, picuinhas e brincadeiras.

 

O foco central das cartas apresentadas na exposição são as artes plásticas. O tema é abordado nas correspondências trocadas com Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Candido Portinari, Di Cavalcanti, Enrico Bianco, Cícero Dias e Victor Brecheret e também nas missivas entre o escritor e Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e Henriqueta Lisboa. Um especial destaque é dado ao período, muito pouco conhecido, em que Mário de Andrade viveu no Rio de Janeiro, e também à sua amizade com Portinari. Neste segmento são apresentadas cartas originais de Mário de Andrade a Portinari, mantidas no Projeto Portinari.

 

Devido à sua fragilidade a maioria das cartas será apresentada em fac-símile. Considerando também a dificuldade de compreensão da caligrafia antiga, parte delas foi transcrita e impressa para facilitar a leitura. Parte delas está disponível em áudio, na voz do ator João Paulo Lorénzon, o que além de estimular uma compreensão emocional do material, estende a abrangência da mostra aos deficientes visuais.

 

Há ainda uma instalação interativa, criada pelo cenógrafo Guilherme Isnard, que permite ao visitante recompor virtualmente as cartas juntando letras que estarão flutuando projetadas na sala. Outra atração é a possibilidade de levar uma carta de Mário Andrade para casa. Para isso basta deixar escrita uma carta para a produção da mostra, para os Correios ou mesmo para o escritor Mário de Andrade. A exposição é complementada por uma cronologia de Mário de Andrade e um vídeo que contextualiza aquele período para o público através de fotos de época.

 

Até 06 de janeiro de 2013.

Tripla Comemoração

10/out

O marchand Ricardo Camargo comemora 61 anos de vida, sendo 46 deles em atividade contínua no mercado de arte nacional e 17 à frente da Ricardo Camargo Galeria, Jardim Paulistano, São Paulo, SP. Agora, Ricardo Camargo une de modo inteligente essas datas para compor a exposição “61+46+17”, na qual exibe um seleto e expressivo acervo com obras assinadas por Lasar Segall, Anita Malfatti, Brecheret, Antônio Bandeira, Krajcberg, Baravelli, Burle Marx, Lothar Charoux, Vik Muniz, Antônio Henrique Amaral, Edgar de Souza, Fernanda Gomes Mira Schendel, Djanira, um raro pastel de Renoir e um objeto de Lina Bo Bardi..

 

Segundo Roberto Comodo, na apresentação do catálogo, Ricardo Camargo é “…o único galerista de São Paulo que iniciou o seu ofício nos anos 60 e ainda hoje está na ativa, ele se orgulha de suas origens. Ricardo começou em 1966, trabalhando em várias funções na Galeria Art Art, do seu irmão Ralph Camargo. E foi com ele que aprendeu a fazer montagens de exposições e desenvolveu o senso estético e o olhar crítico para diferentes obras de arte”.

 

Um dos destaques da mostra é o “Polochon”, a escultura do porco de “duas cabeças” criada pela arquiteta Lina Bo Bardi em 1985 para a peça “UBU, Folias Physicas, Pataphysicas e Musicaes” do Teatro do Ornitorrinco, dirigida por Cacá Rosset..

 

Até 31 de outubro.