Descobertas de Ranulpho

19/set

A Galeria Ranulpho, situada no Barro do Recife, Recife, Pernambuco, é um dos mais antigos espaços de arte profissional no país, sempre dedicada a um elenco permanente de artistas modernos. Agora, seu diretor, Carlos Ranulpho, igualmente curador da mostra, reuniu um número expressivo de seu leque de artistas na exposição denominada “Descobertas”, na qual participam os pintores Lula Cardoso Ayrez, João Câmara, Brennand, Reynaldo Fonseca, Cícero Dias, Rapoport, Virgolino, Aldemir Martins, Teruz, Armínio Pascual e Joaquim do Rego Monteiro. Os temas abordados são figuras, paisagens, animais e cenas cotidianas; trata-se de um verdadeiro encontro de gerações.

 

A palavra do curador

Carlos Ranulpho

 

O gosto pelo colecionismo não data de hoje. Reunir e compilar objetos é uma prática tão antiga quanto o homem. Tutankamon colecionava cerâmicas finas. Amenhotep III esmaltes azuis. Pedro, o Grande, mantinha em sua coleção atrações de carne e osso: um anão e um hermafrodita. Outrora as coleções eram privilégios das classes abastadas, hoje no meu dia a dia na Galeria tenho a oportunidade de conhecer colecionadores dos mais variados tipos: aqueles que possuem obras de um mesmo artista, aqueles que possuem obras de uma determinada época ou ainda aqueles que colecionam o que lhes enchem os olhos. E dessa relação minha com os colecionadores e os artistas surgem “DESCOBERTAS”.

 

Descobertas do meu gosto. Descobertas que aquele pintor dos florais é também o pintor de Joana d’Arc. Descobertas que aquele outro pintor figurativo, das meninas e das mulheres, é o mesmo do vaso com um pássaro. Por essas e outras descobertas, que podem ser constatadas nesse catálogo, é que realizo essa exposição reveladora.

 

Até 11 de outubro.

NO MUSEU LASAR SEGALL

16/abr

Fabio Magalhães é o curador da exposição “Poéticas do Mangue”, cartaz do Museu Lasar Segall, Vila Mariana, São Paulo, SP. A mostra aborda a atração que o Mangue, com seus prostíbulos, bares e cabarés, exerceu sobre diversos artistas: Lasar Segall lançou o álbum “Mangue” em 1944, com reproduções de desenhos realizados entre os anos 1925 e 1943. Nessas obras sobre a prostituição, Segall volta-se, sobretudo, para questões sociais, preocupando-se com a situação de solidão e miséria. Di Cavalcanti, ao contrário de Segall, frequentou o Mangue como artista e para se divertir em grandes noitadas. Di evitava ser um observador distante. Alguns contemporâneos de Segall, como Otto Dix, George Grosz, Otto Lange e Jacob Walter, foram incluídos nesta exposição, por terem exercido influência sobre toda uma geração de artistas brasileiros, inclusive sobre desenhos de Di Cavalcanti, realizados nos anos 1930. Entre os muitos artistas que frequentaram o Mangue, foram reunidas obras de Cícero Dias, Antonio Gomide, Manoel Martins, Poty Lazzaroto, Guido Viaro e Maciej Babinski.

Até 17 de junho.