Duas mostras no MAM-Rio

13/abr

O MAM- Rio, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, inaugura duas duas exposições: a primeira mostra individual do consagrado artista mexicano Damián Ortega e “Ver e ser visto”, que abordará as relações entre arte, imagem e psicanálise.

 

O artista Damián Ortega, que se divide entre a Cidade do México e Berlim, apresentará no Espaço Monumental do MAM Rio a exposição “O fim da matéria”, com uma instalação inédita em que um grande cubo de isopor de cerca de 6mx6mx6m será transformado durante o período da exposição por um grupo de escultores anônimos brasileiros, que originalmente trabalham para o carnaval. Todos os dias eles irão retirar pedaços deste cubo para fazer esculturas que, juntas, funcionarão como uma espécie de inventário da história da escultura. Dentre as obras que serão feitas em isopor estão trabalhos de artistas como Alberto Giacometti, Louise Bourgeois, Jeff Koons, Henry Moore, Ernesto Neto, Rodin, entre outros. Esta é a primeira exposição individual do artista no Rio de Janeiro, que só expôs anteriormente em uma instituição no Brasil em 2007, no Museu de Arte da Pampulha, em Belo Horizonte,MG.

 

 

Até 14 de julho.

 

 

Ver e ser Visto

 

Já a mostra “Ver e ser Visto” tem curadoria do psicanalista Guilherme Gutman e terá obras em diferentes técnicas e suportes, como pinturas, desenhos, esculturas e instalações, de cerca de 60 artistas brasileiros e estrangeiros, como Artur Barrio, Angelo Venosa, Anna Maria Maiolino, Carlos Zílio, Djanira, Gustavo Speridião, José Damasceno, Mira Schendel, Pancetti, Vieira da Silva, Waltercio Caldas, Wesley Duke Lee, entre outros.

 

Como parte da exposição, serão realizadas performances no MAM Rio.

 

No dia da abertura, às 19h, o artista Tiago Rivaldo apresentará “Horizonte de nós dois”.

 

No dia 18 de abril, às 16h, serão realizadas mais três performances: a terceira etapa da performance “Horizonte de nós dois”, chamada “Banco de Olhos”; “(Estudo para) um corpo ideal”, de Raphael Couto, e “Veste Nu”, de Daniel Toledo, Ana Hupe.

 

 

Até 19 de julho.

Novas Aquisições Gilberto Chateaubriand

03/set

O MAM-RIO, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, e a Bradesco Seguros, Petrobras, Light e a Organização Techint apresentam, a exposição “Novas Aquisições 2012/2014 – Coleção Gilberto Chateaubriand”, realizada a cada dois anos no MAM-Rio, com as obras recém-adquiridas pelo colecionador Gilberto Chateaubriand, cuja coleção se encontra em regime de comodato com o Museu. A mostra terá cerca de 100 obras de artistas brasileiros incorporadas recentemente à coleção, entre março de 2012 e setembro de 2014.

 

Organizadas periodicamente pelo MAM-Rio, as exposições das aquisições feitas por Gilberto Chateaubriand revelam não somente as mais recentes produções da arte brasileira, como o olhar e o vigor do colecionador na busca de novos artistas nas diversas regiões do país.

 

Fazem parte da atual mostra obras de artistas como Alexandre Mury, Anna Bella Geiger, Antonio Bokel, José Bechara, Katia Maciel, Marcos Cardoso e Roberto Burle Marx (Rio de Janeiro), Ivan Grilo, Raquel Fayad e Vicente de Mello (São Paulo), Marcelo Solá e Rodrigo Godá (Goiás), Carlos Henrique Magalhães e Ramonn Vieitez (Pernambuco), Tony Admond (Alagoas), Pablo Menezes e Vauluizo Bezerra (Sergipe), Íris Helena (Paraíba), Camila Soato e Fernanda Quinderé (Distrito Federal), Marga Puntel e Tiago Rivaldo (Rio Grande do Sul) e Alexandre Mazza (Paraná).

 

 

A palavra dos curadores

 

“A Coleção Gilberto Chateaubriand sempre teve como foco o estímulo a jovens artistas. Muitos deles, ainda sem galeria e sem inserção no circuito, ganham aqui sua primeira exposição institucional. Outra marca da Coleção é sua natureza enciclopédica que não exige recorte temático ou conceitual”, explicam Luiz Camillo Osorio e Marta Mestre, curadores da exposição.

 

“Cabe frisar que, apesar da natural concentração de artistas cariocas, há uma presença expressiva de artistas de fora do eixo Rio-São Paulo que fazem desta exposição um termômetro da cena contemporânea brasileira. É raro um colecionador com tanto faro para descobrir nomes emergentes nas regiões menos visitadas por curadores e menos em voga no circuito”, contam os curadores.

 

Os curadores ressaltam a importância da exposição: “Muitos dos artistas hoje canônicos foram em outro momento, no começo da própria coleção, parte de novas aquisições. Além disso, de forma cada vez mais rápida, o artista contemporâneo é legitimado institucionalmente e faz parte das coleções dos museus. Ao refletir tal aceleração e o caráter de termômetro do circuito desta coleção, realizar uma exposição assim periodicamente é uma maneira de fazer do MAM um espaço vivo em que os caminhos da história da arte começam a se definir”.

 

 

Sobre a Coleção Gilberto Chateaubriand

 

Desde 1993, o Museu de Arte Moderna recebeu, em regime de comodato, um reforço dos mais notáveis para seu acervo. A Coleção Gilberto Chateaubriand, internacionalmente conhecida como um dos mais completos conjuntos de arte moderna e contemporânea brasileira, e que as cerca de sete mil peças compõem um impressionante painel do período, em um mesmo museu. A coleção tem trabalhos pioneiros da década de 1910, como os de Anita Malfatti, e prossegue a partir do modernismo de Tarsila do Amaral, Lasar Segall, Di Cavalcanti, Ismael Nery, Vicente do Rego Monteiro, Portinari, Pancetti, Goeldi e Djanira, entre outros. Desenvolve-se através dos embates dos anos 1950 entre geometria e informalismo, das atitudes engajadas e transgressoras da Nova Figuração dos anos 1960 e da arte conceitual da década seguinte, dos artistas que constituíram a Geração 80, até desembocar nos mais jovens artistas surgidos nos dois ou três últimos anos. O colecionador reuniu praticamente todos os artistas que conquistaram um lugar de destaque internacional para a arte brasileira: Aluísio Carvão, Ivan Serpa, Antônio Dias, Rubens Gerchman, Carlos Vergara, Roberto Magalhães, Wesley Duke Lee, Nelson Leirner, Artur Barrio, Antonio Manuel, Jorge Guinle, Daniel Senise, José Bechara, Rosangela Rennó e Ernesto Neto, e centenas de outros não menos destacados. Renovada através de aquisições que o colecionador faz periodicamente, em especial junto a artistas jovens e ainda não consagrados pelo circuito de arte, a Coleção Gilberto Chateaubriand é sempre apresentada em exposições temáticas, não somente nas dependências do Museu, mas também em exposições itinerantes dentro e fora do País.

 

 

Até 16 de novembro.

Quase figura, Quase forma

19/ago

Dando sequência às comemorações de seus 10 anos, a Galeria Estação, Pinheiros, São Paulo, SP, dessa vez em parceria com a Galeria Millan, realiza a exposição coletiva Quase figura, Quase forma, com curadoria do crítico Lorenzo Mammì. A união das duas galerias, que trabalham com grupos de artistas distintos, reforça a efervescente tese de que não há território que separe a produção reconhecida como popular da temática contemporânea.

 

Alcides Pereira dos Santos, Ana Prata, Aurelino dos Santos, Cícero Alves dos Santos, Felipe Cohen, João Cosmo Felix, João Francisco da Silva, José Bezerra, Neves Torres, Paulo Pasta, Sebastião Theodoro Paulino, e Tatiana Blass são os nomes representados pelas duas galerias. Contudo o curador selecionou também artistas que fazem parte de outros elencos, como Marina Rheingantz (Galeria Fortes Vilaça), Fabio Miguez e Sergio Sister (Galeria Nara Roesler) e Paulo Monteiro (Galeria Mendes Wood).

 

Para Lorenzo Mammì, enquanto muitos artistas contemporâneos estão se reaproximando de questões ligadas à representação ou encarando o problema do suporte de maneira mais individualizada e menos conceitual, a arte popular está gradativamente assumindo uma relação formalmente mais livre com seu repertório tradicional.

 

Ainda segundo Lorenzo Mammì, uma análise criteriosa da produção de arte contemporânea e da popular dos últimos trinta anos revela possíveis convergências a serem exploradas.  Para o curador, o final da década de 70 marca o início de uma valorização da figuração em relação à abstração na pintura contemporânea. “Talvez se possa dizer que, se o século XX foi tendencialmente um século de abstração, o XXI começa como século figurativo”, completa.

 

Paralelamente, Mammì defende que a arte popular brasileira – sempre enraizada nos conceitos de imagem, figura e signo – ampliou seu repertório ao permitir que a vocação autoral de seus representantes ganhasse cada vez mais espaço. “Certo apagamento da imagem, certa dissolução de estruturas narrativas tradicionais e simbologias já constituídas, podem ser identificados também, a meu ver, na arte popular mais recente”, diz o crítico.

 

Mammì ressalta que a arte popular no Brasil, “…nunca foi estritamente folclórica, no sentido de repetir, sem pretensão de singularidade, um repertório comunitário herdado”. Segundo ele, com exceção da arte indígena, este repertório praticamente não existia, ou era de importação muito recente. Mammì destaca ainda que o fato de o artesanato se desenvolver desde o começo perto dos centros urbanos ou dentro deles, onde o comércio era mais intenso, favoreceu uma produção com características individuais mais marcadas. “As fronteiras nunca foram rígidas: artistas de origem popular, como Emygdio de Souza, Agnaldo dos Santos, Djanira e Heitor dos Prazeres, circularam em ambiente culto, enquanto pintores de formação erudita (Guignard, Volpi, Pancetti) se aproximaram da linguagem popular”, completa.

 

 

 

De 21 de agosto a 10 de outubro.

Djanira na Caixa Cultural-Rio

09/jul

A Caixa Cultural, Centro, Rio de Janeiro, RJ, exibe “Pintora descalça”, um conjunto de obras de Djanira. Artista quase sempre autodidata, a paulista Djanira da Motta e Silva (1914-1979) chegou a ter aulas com o pintor Emeric Marcier e frequentou por algum tempo o Liceu de Artes e Ofícios no Rio, mas não foi além disso. À margem da academia, inscreveu seu nome na história da arte brasileira, ancorada em uma obra muito particular – marcada por enorme riqueza cromática, temas nacionais e uma então inusitada mescla de figuração e geometrismos. No ano em que ela completaria um século de vida, sua trajetória é celebrada na individual Pintora Descalça. A Caixa Cultural abriga 37 obras, a maioria pinturas a óleo, acrílicas e guaches, sobre variados suportes. Tema caro a Djanira, o universo dos trabalhadores surge em boa parte da seleção, como em Mineiros de Carvão (1974) e Trabalhadores da Cana (1966), uma eloquente mostra do seu talento. Santos, paisagens, retratos e evocações da brasilidade (em imagens de festas juninas, por exemplo) completam o acervo.

 

 

Curiosidade: o nome da mostra, Pintora Descalça, refere-se à simplicidade e à religiosidade da artista, que fez parte da Ordem das Carmelitas.

 

Fonte: Veja-Rio por Rafael Teixeira.

 

 

 

Até 20 de julho.

 

Acervo MAM-Rio

23/fev

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição “Acervo MAM – Obras restauradas”, com treze obras pertencentes à coleção do MAM restauradas com recursos no valor de R$ 399.980,50, da Secretaria Municipal de Cultura, via Edital Pró-Artes Visuais 2012.

 

“A mostra apresenta o resultado do esforço do MAM em devolver uma parte da história de uma coleção memorável, que tem crescido e prosperado”, afirma Fátima Noronha, conservadora e restauradora do Departamento de Museologia do MAM. O Museu abriga 6.466 obras em seu acervo próprio, mais 6.400 da Coleção Gilberto Chateaubriand – considerada internacionalmente como uma das mais importantes do modernismo e contemporaneidade brasileiros –, e perto de duas mil fotografias da Coleção Joaquim Paiva, ambas em comodato, totalizando perto de 15 mil obras.

 

Para esta exposição, será apresentado o mais recente conjunto de obras restaurado. Farão parte da mostra obras dos artistas brasileiros Djanira, Ivan Serpa, Lygia Clark, Manabu Mabe, Nelson Leirner, Silvia de Leon Chalreo, e Wega Nery. Dos estrangeiros, estão obras de Alberto Magnelli, Jorge Páez Vilaró, María Luisa de Pacheco, Michel Patrix, Oton Gliha e Serge Poliakoff.

 

Dentre os destaques internacionais da exposição estão trabalhos do artista russo Serge Poliakoff e do italiano Alberto Magnelli, ambos importantes do período do pós-guerra na Europa. Dentre os brasileiros, destacam-se a obra do pintor, gravador e desenhista Ivan Serpa, que também foi professor da escola de artes do MAM e muito ligado à instituição, onde lecionou para crianças e adultos, formando uma geração de artistas. A obra “Forma em evolução” é de 1952, período em que Serpa manifesta seu forte interesse na abstração geométrica e foi uma doação do artista à coleção do museu, em 1953. Há, também, uma pintura de 1960 do artista nipo-brasileiro Manabu Mabe. Medindo 150cm x 184,5cm é a maior tela deste artista pertencente ao Museu. Das treze obras apresentadas – em quase sua totalidade pinturas a óleo sobre tela – apenas quatro (de Serge Poliakoff, Ivan Serpa, Oton Gliha e Nelson Leirner) nunca haviam passado por restauros anteriores e estavam bastante danificadas devido ao incêndio ocorrido no Museu em 1978, que tinha, na época, um acervo de cerca de mil obras. As demais haviam sido restauradas no final da década de 1970, mas precisavam de pequenas recuperações.

 

Carlos Alberto Gouvêa Chateubriand, presidente do MAM Rio, museu criado em 1948, destaca em seu texto que “aos 30 anos de existência, o MAM Rio passou por forte revés com a perda trágica de 90% de sua coleção. Peças significativas puderam ser resgatadas e restauradas; uma pequena parte que não pôde ser recuperada ao longo daquele período foi mantida com zelo e paciência, aguardando uma solução. Hoje esse dia chegou e podemos rever obras de Ivan Serpa, Lygia Clark, Djanira, Manabu Mabe, Wega Nery, Nelson Leirner e Silvia Chalreo, para citar a vertente nacional. Alberto Magnelli, Serge Poliakoff, Oton Gliha, Maria Luisa Pacheco, Michel Patrix e Jorge Páez Vilaró na internacional”.

 

 

NELSON LEIRNER: NOVA OBRA

 

 

A obra de Nelson Leirner, em tecido e zíper, estava bastante danificada e muito frágil estruturalmente para ser restaurada. Por se tratar do único artista vivo da exposição, ele criou uma nova obra, um múltiplo da série “Homenagem à Fontana”, de 1967, baseando-se na original existente no Museu. A restauração das treze obras do acervo do MAM Rio durou um ano e foi coordenada por profissionais especializados contratados pelo Museu: Edson Motta Jr. e Claudio Valério Teixeira, ambos responsáveis pela restauração dos painéis “Guerra e Paz”, de Candido Portinari, pertencentes à ONU, em 2011. A exposição será acompanhada de um livreto, com 76 páginas, formato 21cmx15cm, e textos do presidente do Museu e da conservadora e restauradora do Museu.

 

 

CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO

 

 

O MAM realiza restauros frequentes nas obras de seu acervo, atendendo às necessidades de conservação e também a demandas curatoriais e emergenciais. Quando necessários, restauros de maior magnitude têm sido feitos com apoio de recursos externos. Estão dentro desses grandes restauros os realizados em cerca de 28 obras – pinturas, desenhos e fotografias, e mais 28 estudos de móveis de Joaquim Tenreiro, e ainda a construção de uma mapoteca de grandes dimensões para acondicionamento desses projetos, com o apoio da extinta Fundação Vitae, entre 1999 e 2003. Com o apoio do Banco Opportunity, foram restauradas mais de cinquenta obras em papel e pinturas, de 2000 a 2002. Paralelamente também foram obtidos recursos para a compra de mobiliário próprio para o acervo, como estantes, armários e carrinhos de transporte de obras nas áreas internas do museu.

 

 

 

Até 13 de abril.

 

 

Coleção Roberto Marinho no Paço Imperial

14/jun

O Centro Cultural Paço Imperial, Centro, Rio de Janeiro, RJ, inaugurou a exposição “Um outro olhar: Coleção Roberto Marinho”, reunindo 200 obras da coleção do jornalista Roberto Marinho. Serão apresentadas cerca de cem peças inéditas e será uma oportunidade de ver, pela primeira vez, telas como as que compõem a “Via Sacra”, de Emeric Marcier, a “Santa Cecília”, de Portinari, além de imagens religiosas dos séculos XVIII e XIX.

 

O curador da exposição e diretor do Centro Cultural Paço Imperial, Lauro Cavalcanti, explica que “Um outro olhar procura evidenciar o enfoque diferenciado dado pelo jornalista Roberto Marinho para formar esse conjunto que será desvendado ao público que poderá, assim, ter também um outro olhar sobre a coleção.” A montagem da mostra ocupa integralmente o primeiro e o segundo pavimentos do Paço Imperial, dividindo as obras por temas como abstratos, flores, paisagens, retratos/ figuras, naturezas mortas, religião, esportes, infância, trabalho, fauna, tapeçarias e esculturas. Assim, o público poderá fazer uma leitura comparada e perceber como diversos artistas abordam um mesmo assunto, através da diferença entre suas criações e suas influências. Entre as dezenas de nomes importantes figuram dentre outros obras assinadas por Volpi, Guignard, Djanira, Lasar Segall, Tarsila do Amaral, Iberê Camargo, Di Cavalcanti, Anita Malfatti, Roberto Burle Marx, Antônio Bandeira, Frans Krajcberg e Siron Franco.

 

 

A mostra encerra uma trilogia de exposições com obras do acervo de uma das mais importantes coleções do Brasil – a primeira foi em 1985 e a segunda em 2004.  De acordo com o curador, a mostra permite uma visão global da coleção, fechando coerentemente um ciclo com uma exposição clássica e elegante que explora a qualidade dos trabalhos.

 

De 14 de junho a 11 de agosto.

Tripla Comemoração

10/out

O marchand Ricardo Camargo comemora 61 anos de vida, sendo 46 deles em atividade contínua no mercado de arte nacional e 17 à frente da Ricardo Camargo Galeria, Jardim Paulistano, São Paulo, SP. Agora, Ricardo Camargo une de modo inteligente essas datas para compor a exposição “61+46+17”, na qual exibe um seleto e expressivo acervo com obras assinadas por Lasar Segall, Anita Malfatti, Brecheret, Antônio Bandeira, Krajcberg, Baravelli, Burle Marx, Lothar Charoux, Vik Muniz, Antônio Henrique Amaral, Edgar de Souza, Fernanda Gomes Mira Schendel, Djanira, um raro pastel de Renoir e um objeto de Lina Bo Bardi..

 

Segundo Roberto Comodo, na apresentação do catálogo, Ricardo Camargo é “…o único galerista de São Paulo que iniciou o seu ofício nos anos 60 e ainda hoje está na ativa, ele se orgulha de suas origens. Ricardo começou em 1966, trabalhando em várias funções na Galeria Art Art, do seu irmão Ralph Camargo. E foi com ele que aprendeu a fazer montagens de exposições e desenvolveu o senso estético e o olhar crítico para diferentes obras de arte”.

 

Um dos destaques da mostra é o “Polochon”, a escultura do porco de “duas cabeças” criada pela arquiteta Lina Bo Bardi em 1985 para a peça “UBU, Folias Physicas, Pataphysicas e Musicaes” do Teatro do Ornitorrinco, dirigida por Cacá Rosset..

 

Até 31 de outubro.

MOSTRA CARIOCA

08/mai

O MAM Rio, Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, exibe a “Mostra Carioca”, com 47 obras pertencentes ao acervo do museu. Com curadoria de Luiz Camillo Osorio, são apresentados trabalhos dos artistas Abraham Palatnik, Alair Gomes, Antonio Manuel, Brigida Baltar, Cabelo, Djanira, Hélio Oiticica, Ione Saldanha, Ivan Serpa, Lygia Clark, Marcos Chaves, Oswaldo Goeldi, Paula Trope, Raul Mourão e Raymundo Colares. Em comum, o fato de pertencerem à coleção do MAM Rio e também de serem artistas que vivem ou viveram no Rio de Janeiro.  O acervo apresentado consta de obras em diferentes técnicas e suportes, como esculturas, instalações, pinturas, desenhos, fotografias e xilogravuras, dentre os quais destacam-se obras emblemáticas, como “Metaesquemas” e “Parangolés”, de Hélio Oiticica, e uma série de trabalhos de Lygia Clark, feitos em tinta automotiva sobre madeira, de 1959/1986, que foram doadas pela artista ao museu. Também em exposição nesse conjunto um desenho e duas pinturas, óleo sobre tela de Djanira, de 1944 e 1961, e duas xilogravuras de Oswaldo Goeldi. A obra mais antiga da exposição é a pintura “O Violoncelista”, de Djanira, de 1944, e as mais recentes são o objeto “Enxame de consciência”, de Cabelo, e a fotografia “Marcos Vinícios Clemente Ferreira (Negão), aos 16 anos / Começo do Baile”, da série “Os meninos do morrinho”, de Paula Trope, ambas de 2004. “A mostra não pretende “tematizar” o Rio, mas revelar o quanto a cidade foi e permanece sendo um espaço ao mesmo tempo caótico e criativo que alimentou uma vontade de arte que combina improvisação e rigor”, diz Luiz Camillo Osorio. Do final do modernismo (Djanira, Saldanha e Goeldi), passando pela transição experimental do concretismo-cinético (Serpa e Palatnik), do neoconcretismo (Oiticica, Clark) da experimentação pós 68 (Antonio Manuel, Colares e Gomes) e chegando ao momento contemporâneo (Mourão, Cabelo, Baltar, Chaves e Trope) uma espécie de espírito carioca perpassou – consciente ou inconscientemente – a criação artística local, potencializando sua articulação e penetração global.

Até 20 de maio